Mário Sousa Melo
Clássico
Olá, meu caro João.
Vi na diagonal o historial deste restauro, também prestei especial atenção às primeiras fotos.
Tiro-lhe o chapéu! Pegar num centibintoito, no estado em que esse estava, com o intuito de o devolver ao alcatrão que nem um brinquinho, é d'homem!!!!
Não pude deixar de lhe escrever estas linhas (no fundo para lhe dar uns "gandas" parabéns), até porque já fui "praticante" desses carros, bem como para acrescentar alguma informação, se é que ainda venho a tempo....
O meu primeiro carro foi precisamente um 128 Lusso (era assim a designação deles), tal e qual como esse, também de 1972 (Fevereiro), também amarelo, e também com jantes Cromodora de 13", precisamente as mesmas do Rallye. Era o DL-60-36.
O que distinguia o Lusso do modelo normal, para além dos 7 contos de diferença (novo, o normal custava 78 contos e o Lusso 85, ou seja, 425€) eram estes 3 pormenores: as jantes Cromodora em liga, os bancos da frente reclináveis (tinham uma alavanca do lado da porta que fazia 2 coisas: permitia deitar as costas do banco e também arrancava a borracha que constituía a parte macia do puxador da porta.... era um defeito de concepção, que obrigava a ter de abrir a porta antes de levantar os bancos!) e os "escudetes" dos pára-choques.
O autocolante que falou no início, junto à embaladeira, costumava colar-se para disfarçar as bolhas de ferrugem..... que eu saiba não havia nenhuma série especial de 128's com autocolantes. Só a chapinha atrás, com a designação Fiat 128, ou Fiat 128 Rallye, que era o 1300, de carburador duplo. Mais tarde começaram a ter um dístico com a cilindrada, na tampa da bagageira (geralmente, 1100).
A chavinha na portinhola do depósito do combustível foi mandada pôr, porque ele não trazia. A consola central também. Aqueles dois pseudo-farolins de marcha-atrás terão sido aplicados à posteriori, pois esta série (que já era a segunda dos 128; a primeira tinha o farolim dividido em metade laranja e metade vermelha, com o reflector independente, mais abaixo) já trazia o reflector no centro do farolim.
Relativamente à grelha, confirmo que era em favo de abelha, em tom acinzentado e aros cromados em redor dos faróis e na periferia, com o símbolo Fiat em fundo vermelho, ao centro. A grelha que esse carro tem já é das séries de 1974 e seguintes, quando saiu a carrinha (Familiale).
As pálas também eram um extra que na altura se aplicava para dar um ar mais racé ao carro...
Grande máquina! Só aquela chapinha vermelha que está na "casa das máquinas" já é, por si só, uma relíquia: "SOMAVE" (Sociedade de Montagem de Automóveis de Vendas Novas). Era a fábrica portuguesa onde eram montados os Fiat (vinham desmontados de Itália, sob a forma de CKV's).
Força nisso, João. O pior já está. Há que pôr esses milagrosos 55 cavalos a roncar. Digo milagrosos porque faziam verdadeiras maravilhas, para a época!
Um abraço,
Mário Melo
Vi na diagonal o historial deste restauro, também prestei especial atenção às primeiras fotos.
Tiro-lhe o chapéu! Pegar num centibintoito, no estado em que esse estava, com o intuito de o devolver ao alcatrão que nem um brinquinho, é d'homem!!!!
Não pude deixar de lhe escrever estas linhas (no fundo para lhe dar uns "gandas" parabéns), até porque já fui "praticante" desses carros, bem como para acrescentar alguma informação, se é que ainda venho a tempo....
O meu primeiro carro foi precisamente um 128 Lusso (era assim a designação deles), tal e qual como esse, também de 1972 (Fevereiro), também amarelo, e também com jantes Cromodora de 13", precisamente as mesmas do Rallye. Era o DL-60-36.
O que distinguia o Lusso do modelo normal, para além dos 7 contos de diferença (novo, o normal custava 78 contos e o Lusso 85, ou seja, 425€) eram estes 3 pormenores: as jantes Cromodora em liga, os bancos da frente reclináveis (tinham uma alavanca do lado da porta que fazia 2 coisas: permitia deitar as costas do banco e também arrancava a borracha que constituía a parte macia do puxador da porta.... era um defeito de concepção, que obrigava a ter de abrir a porta antes de levantar os bancos!) e os "escudetes" dos pára-choques.
O autocolante que falou no início, junto à embaladeira, costumava colar-se para disfarçar as bolhas de ferrugem..... que eu saiba não havia nenhuma série especial de 128's com autocolantes. Só a chapinha atrás, com a designação Fiat 128, ou Fiat 128 Rallye, que era o 1300, de carburador duplo. Mais tarde começaram a ter um dístico com a cilindrada, na tampa da bagageira (geralmente, 1100).
A chavinha na portinhola do depósito do combustível foi mandada pôr, porque ele não trazia. A consola central também. Aqueles dois pseudo-farolins de marcha-atrás terão sido aplicados à posteriori, pois esta série (que já era a segunda dos 128; a primeira tinha o farolim dividido em metade laranja e metade vermelha, com o reflector independente, mais abaixo) já trazia o reflector no centro do farolim.
Relativamente à grelha, confirmo que era em favo de abelha, em tom acinzentado e aros cromados em redor dos faróis e na periferia, com o símbolo Fiat em fundo vermelho, ao centro. A grelha que esse carro tem já é das séries de 1974 e seguintes, quando saiu a carrinha (Familiale).
As pálas também eram um extra que na altura se aplicava para dar um ar mais racé ao carro...
Grande máquina! Só aquela chapinha vermelha que está na "casa das máquinas" já é, por si só, uma relíquia: "SOMAVE" (Sociedade de Montagem de Automóveis de Vendas Novas). Era a fábrica portuguesa onde eram montados os Fiat (vinham desmontados de Itália, sob a forma de CKV's).
Força nisso, João. O pior já está. Há que pôr esses milagrosos 55 cavalos a roncar. Digo milagrosos porque faziam verdadeiras maravilhas, para a época!
Um abraço,
Mário Melo