"Lembro-me de uma vez penso que em 98/99 passou um helicopetro, com um megafone a avisar as pessoas, para se comportarem se não anulavam a classificativa... começou tudo ás pedradas ao heli. "
"Uma das tiradas mais oportunas e fantásticas, que ouvi em pleno "monte" enquanto aguardavamos que passasse o rali, foi de um jovem séquio, que estava nas redondezas, e que a uns bons 100 mts de distância do Jipe da GNR, grita em voz alta:
Ó Xô Guarda, além do jipe da GNR, onde é que se encontra aqui nas redondezas bom vinho e cerveja?
Bem, foi gargalhada geral !!! "
"Rali de Portugal 1999. Tinha um enjorminado ao lado que passava a vida a dizer aos amigos, cada vez que passava um piloto..."Este anda de cara***...", e a cena repetiu-se imensas vezes, até que um atento amigo dele corrigiu-o..."Este não anda de cara***, esta anda de cona...". É que tinha acabado de passar a Joana Lemos no Peugeot 106... "
"Chegámos a Sintra por volta da 1 ou 2 da manha de 4ª feira. Subir a serra de Sintra áquela hora, com milhares de pessoas já lá, foi uma coisa que me impressionou. Naquela altura nem sabia em que troço estava, limitavamo-nos a seguir o pessoal. Nunca tinha estado em Sintra, por isso para mim era tudo novidade. Fogueiras, eram dezenas, o ambiente era fantástico, rivalidades entre o pessoal, "a nossa curva é melhor que a vossa", "***** de fogueira que voçes têm", "fod... a tua gaja se fosse preciso". Enfim, bocas que ninguém ligava, porque a escuridão era um optimo aliado de quem as dizia. Extraordinário !! "
"Mas a melhor, lá estavamos de noite no campo da aviação á espera, e passa o carro 002... mais um pouco de espera e passa o 001... mais um pouco á espera... e já se vê ao longe no monte os farois do 000... de repente a multidão começa a rir... e quando passa por nós em vez do 000... um táxi Mercedes com um passageiro no banco de trás, em alto gás. Fiquei parvo, e até hoje não sei como conseguiu entrar no troço."
"os primeiros anos que vi o rali passar ia até ao troço da lousã que era o mais próximo de casa, na altura fazia-se a dupla passagem pelos troços de arganil, candosa, lousã, sempre na manhã de sábado. e todo aquele ambiente era fantástico,e tinha uma particularidade muito engraçada, que era coincidir com o dia de deira/mercado da vila. e então era ver o pessoal todo no intervalo das passagens a descer pelo troço, invadir autenticamente a feira para ir comprar sardinha e pão, para depois tornar a subir a serra ainda a tempo de fazer uma fogueira, assar a sardinha, beber umas pingas, e então sim, ir para os nossos lugares á espera que passassem de novo. saudações ao pessoal da curva escura, que era o musto do final do troço."
"e quando os carros passavam levantavam uma nuvem de pó enorme, e o pessoal tinha a tendência de fugir para não levar com o pó, o que levava a que não vissem quase nada. fiz isso também com o primeiro carro, mas a partir daí decidi que queria mesmo era ver os carros a passar, que se lixasse o pó. então os carros passavam , o pessoal fugia todo, e eu ali sentado, imóvel, como se nada fosse. só na hora da debandada é que me levantei, estava completamente castanho, tirei os oculos de sol, sacudi-os, sacudi o gorro da cabeça, sacudi as camisolas, sacudi as calças para tirar alguma coisa, e ai vim eu feliz da vida, pois ao menos tinha aproveitado o espectáculo. em casa foram precisos 3 banhos para conseguir ficar limpo de novo."
"Penso que foi neste ano que se realizou pela primeira vez um troço do Rali de Portugal na zona de Pedrógão, logo a seguir à ronda por Arganil.
Lembro-me que fiquei no final do troço de Góis, que terminava junto à nacional que também foi troço de asfalto até 1994.
Havia a possibilidade de conseguirmos ver Pedrógão no final, mas era arriscado, pois a ligação era muito apertada. Tínhamos de descer a Góis, e daí pela EN2 em direcção primeiro à Pampilhosa e depois a Pedrógão. Era coisa para mais de 1 hora.
Vimos os 15 primeiros WRC’s e aí fomos nós. Uns espanhóis que estavam ao pé de nós, ouviram-nos a falar e quiseram ir atrás, mas sem nos perguntarem nada.
Só que nós tínhamos um carro melhor, um 1.400 e eles só tinham um 1.100, um Clio meio pandeireta. Eles eram trÊs e nós também...
Na brasa para Góis, depois na brasa para a EN2, depois virámos para Pedrógão sempre com um trânsito do caraças mas a estrada era boa, e o condutor também, pelo que nem sequer houve cagaços, só algumas ultrapassagens assim pó cego...na boa.
É os espanhóis sempre atrás de nós...
Passamos junto a Picha, Venda da Gaita, nomes conhecidos para quem gosta de ralis e o troço devia estar a começar...
Sabíamos que a PEC terminava perto do IC8, mas não sabíamos bem onde, mas sentíamos que haveria de haver carros parados e GNR de maneira a dar para perceber.
Só que, nesta altura a estrada era mais larga, mais rápida e pouco antes de entrarmos no IC8, havia uma curva ligeiramente a descer, que estava em obras, (agora aquilo parece uma AE) e nós estávamos a curtir há mais de uam hora o espanhol que fazia malabarismos que vocês nem iam acreditar, sempre atrás de nós, nós passávamos, o gajo passava, nós fazíamos uma ultrapassagem cega, o gajo quase nos batia na traseira o que esteve para acontecer para aí 50 vezes...
Até àquela maldita curva...
Era uma estilo parabólica do Estoril, mas ligeiramente a descer e enrolava no fim. Pois foi aí que faltaram as “forças” ao coitado do espanhol que fez um pião e ficou com a traseira fora de estrada, bem pendurado.
Coitados, pensámos nós. Depois daquela “amizade” de 80 Kms e uma hora e picos de espectáculo atrás de nós, não era justo ficarem ali.
Parámos, fomos ajudá-los, entretanto juntou-se mais gente, e 20 minutos depois lá conseguimos colocar o carro na estrada.
Perdemos 7 WRC’s, os da frente, claro, mas ganhámos três amigos, pois viram o resto do rali connosco, e o Clio, foi até ao fim, meio empenado, mas foi.
E ganhámos também uma história para contar...para partilhar neste caso. "
Verdadeira prova da hospitalidade Portuguesa
"Histórias de ralis é o que não me falta, são tantas que a data e ciscunstâncias específicas acabam por se perder na bruma. Desde perder um carro estacionado por causa do pó levantado em Abrantes, até andar sempre com uma lanterna à procura de um amigo que subia às árvores para ver o rali e lá adormecia...
Uma das mais emblemáticas passa-se na zona de Sintra, na curva d'água, no troço da Lagoa Azul.
Enquanto esperavamos a 1ª passagem de uma noite de Sintra, alguém apostou comigo que não era capaz de fazer a curva a correr e a fazer Vrrum, vrrum.
Não só o fiz, como fui mais longe: fiz a curva a fazer vrrum, vrrum, com o meu irmão ao lado a ditar-me notas, em contrabrecagem, para enorme gaudio de toda a plateia e arquibancada, reunida para assistir à passagem do rali.
Coisas de puto."
"Um dia, entre uma passagem e outra num dos troços de Arganil, estava com os amigos a comer umas bifanas que tínhamos assado por ali, e perto de nós, estava um jipe com dois guardas da GNR, entre muitas outras pessoas, claro.
Um de nós tinha uma garrafa de 7UP, que já estava a dar as últimas, e quando o meu amigo acaba de bebê-la, ia arrumá-la no porta bagagens do carro quando se chega um GNR ao pé dele, e assim meio baixinho
GNR: Ó amigo, você vai precisar dessa garrafa?
Amigo: Não Sr Guarda, precisa dela?
GNR: Se fizer favor, dava-me jeito...
Amigo: Ok, tome lá...
GNR: É que temos ali um tinto bom para beber, mas a garrafa é transparente, e com esta não se nota o que é, e não dá tanto nas vistas...
Amigo: É assim mesmo, hoje é dia de festa...
GNR: Aproveito sempre para trocar serviços com os meus colegas nesta altura, porque assim ainda me pagam para vir ver o Rali a Arganil, ehehehe...
Todos nós: Sr. Guarda é cá dos nossos... "
"Foi no Ano de 1987, em Arganil, ainda era novo, mas lembro-me de algo que nunca vou esquecer. Um piloto num Lancia (privado), a fazer a curva antes da selada das eiras junto á casa do PPD, deixa o carro ir abaixo. tenta liga-lo e o carro não pegava. Depois de muitas tentativas, surge uma personagem no meio do publico, que tinha passado a noite toda a beber e a fazer "musica" com uma panela. Esse individuo estava com uma ramada de vinho na cabeça que não se aguentava em pé, tentando por um ar sobrio ao pé do piloto disse-he: " Essa merd.. já não pega, mas tenho umas mãos que fazem milagres." O piloto incredulo a olhar para o individuo deitou as maõs á cabeça a pensar no que seria do carro depois do tuga lhe deitar a mãos em cima, lá deixou o homem olhar para o motor que quase se incendiava com o cheiro a alcool que o dito tuga deitava. Passados 5 minutos vira-se para o piloto e diz "dá á chave". Depois de 2 tentaivas o carro pega. O que mais me marcou foi o piloto a olhar para o Homem como se fosse Deus. Resumo da historia: Mesmo aqueles tipicos dos Anos 80 que passavam as noites a beber antes dos carros passarem tinham mais destreza para resolver certas situações de desenrasque que muitos nordicos sobrios e cheios de orgulho."PORTUGUESE DO IT BETTER" "