Mais infoormação sobre o 600 retirado do Clube Amigos do 600/500.
Depois da Segunda Guerra Mundial, o conceito automóvel alterou-se. Alguns fabricantes pretendiam conceber produtos que chegassem a classes sociais menos favorecidas, obtendo assim mais lucro. Através da tecnologia oriunda do desenvolvimento provocado pela Guerra, os fabricantes lançaram veículos mais desenvolvidos tecnologicamente. A FIAT encontrava-se nesse grupo de fabricantes mas queria conceber um carro mais familiar e mais compacto do que o
500C, indo ao encontro da sociedade pós Guerra. Isto passava por um produto para o dia-a-dia com um mínimo de manutenção.
Dante Giacosa foi nomeado o designer responsável para projecto e o resultado foi o FIAT 600, que em fase de desenvolvimento teve um protótipo com motor arrefecido a ar.
A apresentação do novo automóvel foi realizada no salão de Genebra no dia 10 de Março de 1955. Os espectadores do salão viram um 600 em que a carroçaria se dividia em duas, mostrando as partes mais “íntimas”. Assim estava lançado um veiculo que conseguia um bom espaço para as pernas, especialmente atrás, e uma engenhosa forma de colocação dos pedais, aplicados entre a coluna e direcção e por baixo da parte anterior que continha os depósitos de gasolina e óleo, a bateria, a roda de substituição, para além de um espaço para as bagagens. No que respeita a bagagem, o rebaixamento do encosto do banco traseiro, permitia obter um segundo espaço para bagagem.
Para que o custo fosse mínimo, os acessórios foram reduzidos ao mínimo- De referir que o veículo era dotado de uma boa visibilidade devido à colocação de grandes janelas. O painel de instrumentos, para além do velocímetro, continha também um indicador de pressão de óleo, do nível de gasolina no depósito e reserva, luz indicadora de funcionamento do dínamo. Os bancos foram forrados de material simples e de fácil manutenção e chão foi coberto de borracha.
Em estrada
A suspensão independente com amortecedores telescópicos na frente e molas e amortecedores na traseira poupou espaço e também permitiu diminuir o custo final do carro. Tudo foi fixo ao chassis do carro através de borrachas e permitiu obter um carro muito fácil de manobrar, quer nas estradas sinuosas dos meios rurais, quer no trânsito citadino.
O sistema de travagem era constituído por duplo circuito e por tambores perfurados.
O motor
Foi encontrada uma engenhosa solução para colocar um motor de quatro cilindros arrefecido a água. O sistema de arrefecimento foi colocado ao lado do motor, existindo um fácil acesso de todo o compartimento, facilitando a manutenção.
A caixa de velocidades era sincronizada nas três velocidades mais altas e estava suspensa em dois pontos através de um sistema de borrachas.
Cronologia
Apresentação em Genebra. Motor de quatro cilindros com 633 CC. 22 Cavalos de Potência às 4200 rpm. Deposito e combustível com 27 litros de capacidade. Aceleração dos 0-80km/h em 27 segundos e uma velocidade máxima 95 km/h. O peso era próximo dos 600 kg.
Neste ano foram introduzidas novas janelas nas portas (deslocação na vertical), e mais cromados. Foram igualmente introduzidos novos tampões das rodas. Também neste ano é iniciada a produção do Fiat 600 na Alemanha (Heilbronn/ Weinsberg), sob o nome "NSU/FIAT Jagst". De referir que esta versão era descapotável.
Série 3. Neste ano existiu uma remodelação de design no interior, com a colocação de paneis em vinil no interior das portas. Ainda neste ano foi colocado um carburador Webber. Também é cedida autorização à SEAT para a produção do 600 em Espanha, a qual dura até 1973.
Colocação de um novo dínamo com 230 Watt (série 5). Também neste ano, a empresa de design GHIA produz muito limitadamente o modelo Jolly.
Um novo bloco juntamente com um novo carburador, permitiu ao 600 atingir os 100 km/h. Novos estofos.
Em Novembro deste ano, o travão-de-mão passa a actuar nas rodas traseiras em vez da caixa de velocidades. Também alteraram o design do conjunto de luzes “piscas/luz de presença” retirando-os do cimo do guarda-lamas e colocando-os na frente destes, abaixo dos faróis.
A produção atinge o carro um milhão. Em Outubro foi apresentado o Fiat 600D. Este continha um motor com mais cilindrada (767 cc), um novo carburador Webber e uma nova e mais eficiente bomba de água. Também foram modificados os travões. Com tudo isto o novo carro atingia os 115 km/h. Na União Soviética é iniciada a produção de um veículo muito semelhante ao 600, o ZAZ-965 (
Ilustração 2), em que especulou muito sobre a originalidade do design soviético.
Ilustração 2
A colocação de uma nova bateria (36ah), na série 2 do Fiat 600D.
Inversão da abertura das portas, retirando as portas suicida ou também denominadas “mostra a cueca”. Novo carburador Webber Começo de produção do 600 em Portugal na fábrica da Somave em Vendas Novas.
Atinge-se o Fiat 2 milhões. Novo deposito de combustível com 32 litros de capacidade, nova grelha frontal e ainda luzes dianteiras de maior dimensão.
É retirado o filtro de óleo.
Último Fiat 600 produzido em Itália. Todo o equipamento e maquinaria de fabrico vão para Espanha.
Fiat/Seat 770 S começa a ser produzido. O mesmo carro mas com pequenas alterações e foi exportado para diversos países europeus, sul-americanos e africanos, entre os quais Angola, finalizando a produção em 1973.
Inicia-se a produção na Jugoslávia do Fiat 600 (Zastava), que perdura até 1985, sob a designação 750/850. No mesmo ano saem os últimos Fiat 600 em Vendas Novas, montando aquela unidade um total 9576 unidades.