Deleted member 43383
YoungTimer
Boas Tardes
Caros foristas.
Já me tinha apresentado mas volto a referir que vivo em Cabo Verde um país onde é difícil ter uma clássico por 3 motivos:
-1 A corrosão de viver numa ilha plana onde a maresia se entranha e corrói tudo
-2 a posse de um carro particular é um fenómeno novo, Até bem pouco tempo apenas uma pequena minoria da população tinha um carro
-3 Os direitos alfandegários para viaturas mais antigas tornam proibitiva a importação de algo com mais de 10 anos.
Com estas condicionantes a minha relação com clássicos tem sido algo difícil: Comecei por ter um Land Rover Defender 3 a gasolina, passei para uma 4L, tenho um cinquecento dos anos 90 dos primeiros (com o motor do 126)
Um dia estava a ver a página local de facebook dedicada à venda de carros usados e vi um anuncio que me cativou: "Celica a gasolina" apenas com 2 fotos manhosas.
Esta última foto é que me cativou. "Espera aí que este não é o vulgar celica 1600"
Após uma pesquisa online conclui que só poderia ser o ST165 o topo de gama desta 4ª geração Celica com tracção às 4 rodas, turbo, intercooler e quase o dobro da potência da versão base.
Troquei algumas mensagens com o vendedor.
Fiquei a saber que o carro estava noutra ilha, não era dele mas de uma tia que tinha pedido para tentar vender o carro porque já não conduzia (sim, eu sei a velha história do carro da velhinha que só o usava para ir à missa ao domingo) a história parecia-me boa demais para ser verdade mas perante tão raro unicórnio resolvi arriscar.
Convenci o vendedor a retirar o carro de venda e reservar-mo, no dia seguinte um amigo meu que residia na mesma ilha ia ver o carro. Se efectivamente andasse (o meu nível de exigência é baixo) e tivesse os documentos todos em ordem ficaria com ele. Assim foi.
Este meu amigo efectivamente lá me fez o favor de ir ver o carro e levá-lo ao seu mecânico. Disse que atendendo à idade estava em bom estado e completo mas não percebia para que é que eu queria um carro tão velho e ainda por cima com um motor que gasta tanto.
Fechei negócio com o vendedor que me contou um pouco mais da história do carro: Os seus tios tinham emigrado para os Estados Unidos e comprado o carro por lá. Quando decidiram voltar para Cabo Verde não se conseguiam desfazer do carro pois gostavam muito dele por isso resolveram importar o mesmo em 1998 quando regressaram. O Marido da senhora faleceu em 2014, até essa altura guiava o carro regularmente. A Srª tinha medo de conduzir o carro mas não se conseguia desfazer dele pois tinha boas memórias. Acontece que sozinha e já de idade avançada resolveu regressar aos Estados Unidos para estar junto dos filhos que tinham optado por ficar lá.
Tecnicamente sou o terceiro proprietário. O primeiro foi o Sr, quando este faleceu passou para a viúva.
Tratei do transporte do carro por navio e depois foi como reviver o meu tempo de criança à espera do natal para poder abrir o presente. Quando o carro chegou fui ao porto levantá-lo
Tem apenas 55.000 milhas, o ar condicionado não funciona, 4 pneus ressequidos, algo errado na suspensão frente direita, radiador sujo de barro, tubos de água ressequidos e prontos a rebentar a qualquer momento, porta do condutor meio empenada, uma pintura de má qualidade, banco do condutor em mau estado, a placa frontal em plástico que diz celica está partida......
Se estou arrependido ou julgo que fui enganado?
Nada disso.
O motor não perde óleo, o turbo ainda tem um coice que nos cola ao banco, tem equipamento que para um carro de 1988 parece saído do futuro: cruise control, bancos reguláveis electronicamente, injecção.
Tentarei conseguir material para fazer uma revisão séria (radiador novo, tubagem, velas, filtros, óleos, distribuição, bomba de água)
Mantê-lo o mais original possível e dar-lhe uma pintura profissional
Caros foristas.
Já me tinha apresentado mas volto a referir que vivo em Cabo Verde um país onde é difícil ter uma clássico por 3 motivos:
-1 A corrosão de viver numa ilha plana onde a maresia se entranha e corrói tudo
-2 a posse de um carro particular é um fenómeno novo, Até bem pouco tempo apenas uma pequena minoria da população tinha um carro
-3 Os direitos alfandegários para viaturas mais antigas tornam proibitiva a importação de algo com mais de 10 anos.
Com estas condicionantes a minha relação com clássicos tem sido algo difícil: Comecei por ter um Land Rover Defender 3 a gasolina, passei para uma 4L, tenho um cinquecento dos anos 90 dos primeiros (com o motor do 126)
Um dia estava a ver a página local de facebook dedicada à venda de carros usados e vi um anuncio que me cativou: "Celica a gasolina" apenas com 2 fotos manhosas.
Esta última foto é que me cativou. "Espera aí que este não é o vulgar celica 1600"
Após uma pesquisa online conclui que só poderia ser o ST165 o topo de gama desta 4ª geração Celica com tracção às 4 rodas, turbo, intercooler e quase o dobro da potência da versão base.
Troquei algumas mensagens com o vendedor.
Fiquei a saber que o carro estava noutra ilha, não era dele mas de uma tia que tinha pedido para tentar vender o carro porque já não conduzia (sim, eu sei a velha história do carro da velhinha que só o usava para ir à missa ao domingo) a história parecia-me boa demais para ser verdade mas perante tão raro unicórnio resolvi arriscar.
Convenci o vendedor a retirar o carro de venda e reservar-mo, no dia seguinte um amigo meu que residia na mesma ilha ia ver o carro. Se efectivamente andasse (o meu nível de exigência é baixo) e tivesse os documentos todos em ordem ficaria com ele. Assim foi.
Este meu amigo efectivamente lá me fez o favor de ir ver o carro e levá-lo ao seu mecânico. Disse que atendendo à idade estava em bom estado e completo mas não percebia para que é que eu queria um carro tão velho e ainda por cima com um motor que gasta tanto.
Fechei negócio com o vendedor que me contou um pouco mais da história do carro: Os seus tios tinham emigrado para os Estados Unidos e comprado o carro por lá. Quando decidiram voltar para Cabo Verde não se conseguiam desfazer do carro pois gostavam muito dele por isso resolveram importar o mesmo em 1998 quando regressaram. O Marido da senhora faleceu em 2014, até essa altura guiava o carro regularmente. A Srª tinha medo de conduzir o carro mas não se conseguia desfazer dele pois tinha boas memórias. Acontece que sozinha e já de idade avançada resolveu regressar aos Estados Unidos para estar junto dos filhos que tinham optado por ficar lá.
Tecnicamente sou o terceiro proprietário. O primeiro foi o Sr, quando este faleceu passou para a viúva.
Tratei do transporte do carro por navio e depois foi como reviver o meu tempo de criança à espera do natal para poder abrir o presente. Quando o carro chegou fui ao porto levantá-lo
Tem apenas 55.000 milhas, o ar condicionado não funciona, 4 pneus ressequidos, algo errado na suspensão frente direita, radiador sujo de barro, tubos de água ressequidos e prontos a rebentar a qualquer momento, porta do condutor meio empenada, uma pintura de má qualidade, banco do condutor em mau estado, a placa frontal em plástico que diz celica está partida......
Se estou arrependido ou julgo que fui enganado?
Nada disso.
O motor não perde óleo, o turbo ainda tem um coice que nos cola ao banco, tem equipamento que para um carro de 1988 parece saído do futuro: cruise control, bancos reguláveis electronicamente, injecção.
Tentarei conseguir material para fazer uma revisão séria (radiador novo, tubagem, velas, filtros, óleos, distribuição, bomba de água)
Mantê-lo o mais original possível e dar-lhe uma pintura profissional