Ricardo Teixeira
Gasolina nas veias
Retomo então um tema que chegou a ser controverso e polémico, roçando algumas vezes o autismo.
No entanto, "água mole em pedra dura...." deu os seus frutos e como resultado, um trabalho que já vinha a ser desenvolvido pelo Adelino acabou por ver a luz do dia: o Guia de Cotações revisto!
Assim como de inicio critiquei o que era apresentado, acabei por louvar finalmente o passo de gigante que esse documento periódico da revista deu, não só na forma como as versões vinham descriminadas, mas também nos seus respectivos valores.
Tenho realmente estado arredado da participação activa dos fóruns, dando prioridade à família, que já conta com 3 novos rebentos.... Não tenho no entanto estado ausente do papel de "Big Brother" da comunidade clássica nacional e internacional.
Fica também o registo da minha consciência em que o peso da minha opinião tenha esmorecido e com isso a sua respectiva relevância.
Mas tal qual a primeira batalha, também penso que esta vale a pena travar, pois acima de tudo acho que a vontade de ganhar cada vez mais notoriedade, prestígio e credibilidade é o objectivo primário da publicação.
Dito isto, e estando ausente de Portugal por um período superior ao já habitual, recebi esta semana um "Pack" das mais importantes publicações europeia, trazido em mão por uma pessoa amiga. Lendo na diagonal as respectivas, detectei algumas tendências que já vinha a observar desde o inicio do ano no mercado internacional e registei também (na minha opinião) a necessidade de serem revistos determinados pontos no Guia da MC.
Vamos por partes (apenas as que tenho opinião formada)...
O que concordo:
No geral a estrutura de modelos e versões apresentada está bastante consistente com o que é o panorama Nacional. Acho que os "Minis" estarem juntos, independentemente de serem Austin ou Morris faz sentido. Concordo que por exemplo o Peugeot 205 Rallye finalmente supere os GTI's, não só pela raridade, como também pelo carisma de ser um produto da Talbot Sport e ser também um dos últimos "weberizados" da historia automóvel.... A extensão do alcance dos útimos modelos cotados (mais recentes) também me parece adequada, indo até 2005 em casos que pré-clássicos já assumidamente candidatos a serem peças ambicionadas.
O que não concordo:
Talvez por estar fisicamente fora do "contexto", tenho assistido de bancada a evolução do mercado. Nitidamente existe uma recuperação dos valores das cotações desde final de 2014, e Portugal não foi excepção. Vamos ser conservadores e apontar para cerca de 10% de crescimento. Estes últimos devem ser somados a cerca de 10% de conservadorismo da análise do presente guia, ou então corrigir o conceito de "Condição 1" para "Bom estado" e adicionar esses mesmos 10% a uma "Condição 1+" para - esses sim - "Excelente estado e/ou poucos Km's". De qualquer das formas, penso que o guia peca por defeito em cerca de 20% transversalmente ao que está a ser praticado actualmente. Falta a secção Chevrolet, quanto mais não seja pelos Camaros e Corvettes....
Caso a caso:
Se eventualmente a regra acima for aplicada, poucos pontos me chamaram a atenção. Mas posso mencionar alguns a título de exemplo: Austin Healey 100/4 BN1 deve trocar com BN2. Os BMW M3 E36 estão um pouco acima do que me parece a realidade actual, mas eventualmente irão aumentar a curto prazo. Os Ferrari 308 têm vindo recentemente a valorizar mais do que os 328. Os Fiat Topolino "A" (36-45) deveriam estar objectivamente acima dos "B" e "C", não só pela antiguidade como também pelo carisma. Os Fiat 124ST, e Ritmos TC deveriam ser um pouco mais destacados dos restantes modelos. Os Honda CRX 16-16 devem trocar o valor com o seu sucessor 16Vtec. Os Lancia Delta Integrale não me parecem realistas.... Dou um 16v mais 4.000€ em troca de um Evo1? E valorizo a diferença entre o Evo1 e 2 no dobro? É irreal no mercado internacional.... A cotação do Aurelia B24 era bem vinda. Na Lotus a clivagem entre o Europa S1/S2 e os TC deveria ser superior, assim como entre os Mercedes 190 2.3 e 2.5-16v. O Triumph GT6 tem sido uma boa surpresa nas recentes valorizações pelo que em relação aos Spitfire de 4 cilindros está a ter mais procura.
Ford, essa grande confusão!
Esta deixou-me perdido e penso ser o caso mais urgente a ser corrigido. Ter as secções Ford USA/GB/Alemanha faz sentido e é necessário, no entanto a secção Alemanha/GB estraga tudo. Além disso existem vários erros, tais como:
- Duplicação dos Capri RS2600, que apenas foram produzidos na Alemanha e que surgem nos dois capítulos e com valores diferentes, assim como o Sierra RS500 que apenas foi produzido pela GB e com RHD. Penso que outros modelos carecem de análise e correcção semelhante.
- Valorização do Sierra RS Cosworth (2wd, 3 portas), além de ser inferior ao mais recente Escort Cosworth, está longe do que é actualmente praticado no mercado nacional e internacional. Até podemos incluir a infame comparação com o M3 E30 nos leilões mais recentes da ACA King's Lynn constantes da Classic and Sportscar de Setembro:
- Sierra RS Cosworth Estado normal (Fair), £47.250 = 64.500€
- BMW M3 E30 Estado bom (Very Good), £12.600
- BMW M3 E30 Evo Excelente, £38.850
Entretanto a Angia Car Auctions vendeu este fim de semana:
- Sierra Cosworth RS500 £42.000
- Sierra RS Cosworth £30.450
Espero que mais uma vez a minha opinião encontre eco na nossa comunidade clássica....
Melhores cumprimentos,
R
No entanto, "água mole em pedra dura...." deu os seus frutos e como resultado, um trabalho que já vinha a ser desenvolvido pelo Adelino acabou por ver a luz do dia: o Guia de Cotações revisto!
Assim como de inicio critiquei o que era apresentado, acabei por louvar finalmente o passo de gigante que esse documento periódico da revista deu, não só na forma como as versões vinham descriminadas, mas também nos seus respectivos valores.
Tenho realmente estado arredado da participação activa dos fóruns, dando prioridade à família, que já conta com 3 novos rebentos.... Não tenho no entanto estado ausente do papel de "Big Brother" da comunidade clássica nacional e internacional.
Fica também o registo da minha consciência em que o peso da minha opinião tenha esmorecido e com isso a sua respectiva relevância.
Mas tal qual a primeira batalha, também penso que esta vale a pena travar, pois acima de tudo acho que a vontade de ganhar cada vez mais notoriedade, prestígio e credibilidade é o objectivo primário da publicação.
Dito isto, e estando ausente de Portugal por um período superior ao já habitual, recebi esta semana um "Pack" das mais importantes publicações europeia, trazido em mão por uma pessoa amiga. Lendo na diagonal as respectivas, detectei algumas tendências que já vinha a observar desde o inicio do ano no mercado internacional e registei também (na minha opinião) a necessidade de serem revistos determinados pontos no Guia da MC.
Vamos por partes (apenas as que tenho opinião formada)...
O que concordo:
No geral a estrutura de modelos e versões apresentada está bastante consistente com o que é o panorama Nacional. Acho que os "Minis" estarem juntos, independentemente de serem Austin ou Morris faz sentido. Concordo que por exemplo o Peugeot 205 Rallye finalmente supere os GTI's, não só pela raridade, como também pelo carisma de ser um produto da Talbot Sport e ser também um dos últimos "weberizados" da historia automóvel.... A extensão do alcance dos útimos modelos cotados (mais recentes) também me parece adequada, indo até 2005 em casos que pré-clássicos já assumidamente candidatos a serem peças ambicionadas.
O que não concordo:
Talvez por estar fisicamente fora do "contexto", tenho assistido de bancada a evolução do mercado. Nitidamente existe uma recuperação dos valores das cotações desde final de 2014, e Portugal não foi excepção. Vamos ser conservadores e apontar para cerca de 10% de crescimento. Estes últimos devem ser somados a cerca de 10% de conservadorismo da análise do presente guia, ou então corrigir o conceito de "Condição 1" para "Bom estado" e adicionar esses mesmos 10% a uma "Condição 1+" para - esses sim - "Excelente estado e/ou poucos Km's". De qualquer das formas, penso que o guia peca por defeito em cerca de 20% transversalmente ao que está a ser praticado actualmente. Falta a secção Chevrolet, quanto mais não seja pelos Camaros e Corvettes....
Caso a caso:
Se eventualmente a regra acima for aplicada, poucos pontos me chamaram a atenção. Mas posso mencionar alguns a título de exemplo: Austin Healey 100/4 BN1 deve trocar com BN2. Os BMW M3 E36 estão um pouco acima do que me parece a realidade actual, mas eventualmente irão aumentar a curto prazo. Os Ferrari 308 têm vindo recentemente a valorizar mais do que os 328. Os Fiat Topolino "A" (36-45) deveriam estar objectivamente acima dos "B" e "C", não só pela antiguidade como também pelo carisma. Os Fiat 124ST, e Ritmos TC deveriam ser um pouco mais destacados dos restantes modelos. Os Honda CRX 16-16 devem trocar o valor com o seu sucessor 16Vtec. Os Lancia Delta Integrale não me parecem realistas.... Dou um 16v mais 4.000€ em troca de um Evo1? E valorizo a diferença entre o Evo1 e 2 no dobro? É irreal no mercado internacional.... A cotação do Aurelia B24 era bem vinda. Na Lotus a clivagem entre o Europa S1/S2 e os TC deveria ser superior, assim como entre os Mercedes 190 2.3 e 2.5-16v. O Triumph GT6 tem sido uma boa surpresa nas recentes valorizações pelo que em relação aos Spitfire de 4 cilindros está a ter mais procura.
Ford, essa grande confusão!
Esta deixou-me perdido e penso ser o caso mais urgente a ser corrigido. Ter as secções Ford USA/GB/Alemanha faz sentido e é necessário, no entanto a secção Alemanha/GB estraga tudo. Além disso existem vários erros, tais como:
- Duplicação dos Capri RS2600, que apenas foram produzidos na Alemanha e que surgem nos dois capítulos e com valores diferentes, assim como o Sierra RS500 que apenas foi produzido pela GB e com RHD. Penso que outros modelos carecem de análise e correcção semelhante.
- Valorização do Sierra RS Cosworth (2wd, 3 portas), além de ser inferior ao mais recente Escort Cosworth, está longe do que é actualmente praticado no mercado nacional e internacional. Até podemos incluir a infame comparação com o M3 E30 nos leilões mais recentes da ACA King's Lynn constantes da Classic and Sportscar de Setembro:
- Sierra RS Cosworth Estado normal (Fair), £47.250 = 64.500€
- BMW M3 E30 Estado bom (Very Good), £12.600
- BMW M3 E30 Evo Excelente, £38.850
Entretanto a Angia Car Auctions vendeu este fim de semana:
- Sierra Cosworth RS500 £42.000
- Sierra RS Cosworth £30.450
Espero que mais uma vez a minha opinião encontre eco na nossa comunidade clássica....
Melhores cumprimentos,
R