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Moretti-Fiat Campagnola 2000 Sporting 4x4 1978​


Images of Moretti-Fiat Campagnola 2000 Sporting 4x4 1978 (800 x 600)
 

João Paulo C. Ribeiro

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Moretti-Fiat Campagnola 2000 Sporting 4x4 1978​


Images of Moretti-Fiat Campagnola 2000 Sporting 4x4 1978 (800 x 600)
Certíssimo

A Moretti SpA foi fundada em 1925 por Giovanni Moretti com o objectivo de projectar e construir motocicletas. Durante a Segunda Guerra Mundial, Moretti construiu vários veículos comerciais, nomeadamente pequenos camiões e carros eléctricos. Em 1946, Moretti lançou-se na produção de automóveis que eram caracterizados por um excelente nível de acabamentos e o facto de serem fabricados em varias versões de carroçaria (sedan, coupé, spider e por vezes carrinhas).

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Infelizmente o lançamento do FIAT 600 e, posteriormente, do FIAT 500, diminuiu o mercado para os Moretti já que os altos custos da produção das pequenas séries os tornavam não competitivos. Felizmente Moretti tinha uma óptima relação com Giovanni Agnelli e rapidamente conseguiu que a FIAT lhe vendesse plataformas dos seus vários modelos, nas quais a Moretti montava as suas carroçarias especiais. O êxito foi razoável e em 1964, Moretti S.p.A. ampliou a sua fábrica e passou a contar com 145 funcionários (120 operários e 25 escriturários); o complexo industrial ocupava uma área de 9.000 m², e a produção anual era de cerca de 1.500 unidades.

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Infelizmente a procura por este tipo de carro era cada vez menor e nos anos setenta a empresa reduziu drasticamente a gama, limitando-se a versões de praia dos FIAT 126 (Minimaxi) e do FIAT 127 (Midimaxi) e os refinados mas caríssimos 128 Coupé e 128 Roadster, modelos que alcançaram algum sucesso comercial. Mas em 1974 as vendas caíram para apenas 1.071 carros. Na Moretti reagiu-se rapidamente.

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No fim dos anos sessenta e inicio dos setenta dá-se o aparecimento do Range Rover e dos 4x4 americanos tipo Bronco ou Ramcharger que misturavam um eficiente chassis de um veículo todo-o-terreno com uma carroçaria clássica e elegante, e acima de tudo ricamente equipada, dando origem a um novo nicho de mercado. Começava-se então a assistir a um aumento viral de interesse no que se chamava então as viagens de aventura. Isso veio a aumentar o interesse do publico pelos veículos 4x4. Essa revolução não passou despercebida, nem na Alemanha nem na Itália. A Mercedes estava a ultimar o lançamento de uma versão civil do seu 4 × 4 militar, o G-Wagen.​

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A Moretti, no entanto, antecipa-se. Assim um ano antes da Mercedes, em 1978, foi apresentado o seu Campagnola 2000 Sporting 4×4 que, como o próprio nome sugere, utilizava um chassis do FIAT Campagnola, um veículo todo-o-terreno de uso essencialmente militar produzido pela FIAT em números relativamente reduzidos.​

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Situando-se entre um Range Rover e um Matra-Simca Rancho, o Sporting utiliza essa base rústica mas eficiente, uma carroçaria elegante (bem, é uma questão de gosto), e um interior ao mesmo tempo prático (até 7 lugares graças ao dois assentos escamoteáveis no porta-bagagens voltados para trás, ao estilo da Volvo) e de alta qualidade.​

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Mas ao contrário do Range Rover, que era produzido industrialmente, o Sporting era um produto artesanal com um preço de venda extremamente elevado, que dificilmente poderia ser justificado quanto mais não fosse pelo facto do seu motor ser um anémico diesel 2.5 de origem FÎAT, que desenvolvia apenas 72 cavalos de potência. Apesar das esperanças dos seus criadores, o Sporting só será produzido por dois anos, não devendo ter sido produzidas mais do que 25 unidades.​

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Foi o canto do cisne. Embora a Moretti se tenha dedicado ainda à personalização de alguns modelos FIAT (Uno e Panda), acabaria por cessar a sua actividade em 1989 na indiferença geral.

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A Moretti SpA foi fundada em 1925 por Giovanni Moretti com o objectivo de projectar e construir motocicletas. Durante a Segunda Guerra Mundial, Moretti construiu vários veículos comerciais, nomeadamente pequenos camiões e carros eléctricos. Em 1946, Moretti lançou-se na produção de automóveis que eram caracterizados por um excelente nível de acabamentos e o facto de serem fabricados em varias versões de carroçaria (sedan, coupé, spider e por vezes carrinhas).

Ver anexo 1217499

Infelizmente o lançamento do FIAT 600 e, posteriormente, do FIAT 500, diminuiu o mercado para os Moretti já que os altos custos da produção das pequenas séries os tornavam não competitivos. Felizmente Moretti tinha uma óptima relação com Giovanni Agnelli e rapidamente conseguiu que a FIAT lhe vendesse plataformas dos seus vários modelos, nas quais a Moretti montava as suas carroçarias especiais. O êxito foi razoável e em 1964, Moretti S.p.A. ampliou a sua fábrica e passou a contar com 145 funcionários (120 operários e 25 escriturários); o complexo industrial ocupava uma área de 9.000 m², e a produção anual era de cerca de 1.500 unidades.

Ver anexo 1217501

Infelizmente a procura por este tipo de carro era cada vez menor e nos anos setenta a empresa reduziu drasticamente a gama, limitando-se a versões de praia dos FIAT 126 (Minimaxi) e do FIAT 127 (Midimaxi) e os refinados mas caríssimos 128 Coupé e 128 Roadster, modelos que alcançaram algum sucesso comercial. Mas em 1974 as vendas caíram para apenas 1.071 carros. Na Moretti reagiu-se rapidamente.

Ver anexo 1217502

O aparecimento do Range Rover e dos 4x4 americanos tipo Bronco ou Ramcharger misturava um eficiente chassis de um veículo todo-o-terreno com uma carroçaria clássica e elegante, e acima de tudo ricamente equipada. Começava-se então a assistir a um aumento viral de interesse no que se chamava então as viagens de aventura. Isso veio a aumentar o interesse do publico pelos veículos 4x4. Essa revolução não passou despercebida, nem na Alemanha nem na Itália. A Mercedes estava a ultimar o lançamento de uma versão civil do seu 4 × 4 militar, o G-Wagen.​

Ver anexo 1217503

A Moretti, no entanto, antecipa-se. Assim um ano antes da Mercedes, em 1978, foi apresentado o seu Campagnola 2000 Sporting 4×4 que, como o próprio nome sugere, utilizava um chassis do FIAT Campagnola, um veículo todo-o-terreno de uso essencialmente militar produzido pela FIAT em números relativamente reduzidos.​

Ver anexo 1217504

Situando-se entre um Range Rover e um Matra-Simca Rancho, o Sporting utiliza essa base rústica mas eficiente, uma carroçaria elegante (bem, é uma questão de gosto), e um interior ao mesmo tempo prático (até 7 lugares graças ao dois assentos escamoteáveis no porta-bagagens, ao estilo da Volvo voltado para trás) e de alta qualidade.​

Ver anexo 1217505

Mas ao contrário do Range Rover, que era produzido industrialmente, o Sporting era um produto artesanal com um preço de venda extremamente elevado, que dificilmente poderia ser justificado quanto mais não fosse pelo facto do seu motor ser um anémico diesel 2.5 de origem FÎAT, que desenvolvia apenas 72 cavalos de potência. Apesar das esperanças dos seus criadores, o Sporting só será produzido por dois anos, não devendo ter sido produzidas mais do que 25 unidades.​

Ver anexo 1217506

Foi o canto do cisne. Embora a Moretti se tenha dedicado ainda à personalização de alguns modelos FIAT (Uno e Panda), acabaria por cessar a sua actividade em 1989 na indiferença geral.

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Do que pesquisei, encontrei referências a um motor 2000 a gasolina...
 

João Luís Soares

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Pois...

Mas não era o twin-cam. Era de árvore de cames lateral (OHV) e desenvolvia 80 cv. Mais 5cv que o diesel sem o binário...

Sim, o mesmo do Nuova Campagnola.

Quanto ao binário, é ao contrário.
Segundo os dados que tenho, o 2500 diesel tinha 72 cv (4200 rpm) e 147 Nm de binário às 2400 rpm e o 2000 gasolina tinha 80 cv (4500 rpm) e 151 Nm às 2800 rpm.
 

João Paulo C. Ribeiro

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Sim, o mesmo do Nuova Campagnola.

Quanto ao binário, é ao contrário.
Segundo os dados que tenho, o 2500 diesel tinha 72 cv (4200 rpm) e 147 Nm de binário às 2400 rpm e o 2000 gasolina tinha 80 cv (4500 rpm) e 151 Nm às 2800 rpm.
Na verdade o do velho Campagnola que não foi substituído no Nuova. Mais uma vez estou em desvantagem por não ser Engenheiro Mecânico mas do que aprendi no curso de Todo-o-Terreno do Clube Aventura (ministrado por um muito famoso) nos idos dos anos 80 o binário é tanto mais útil quanto a mais baixas rotações for atingido. Num veiculo pesado isso é muito importante. Se me perguntasses trocava um pelo outro num carro pesado? Não. Escolhia o Diesel apesar de não gostar desses motores.​
 

João Luís Soares

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São motores diferentes. O do primeiro Campagnola era o 1901 do Fiat 1900 e o do Nuova era da série 124.
 

João Paulo C. Ribeiro

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Monteverdi Safari

Anteontem andei a ver coisas sobre a Monteverdi e outros fabricantes menores de carros europeus com motores americanos e por isso cruzei-me com ele...
Certo

Em 1973/1974 desencadeou-se a maior crise energética até então sentida. Devido a questões políticas que estão fora do âmbito deste Portal, o preço do petróleo aumentou exponencialmente o que deixou à beira de um ataque de nervos (e alguns da falência) todos os construtores de carros de alta cilindrada. Peter Monteverdi não foi excepção. O seu negócio, que apresentava já alguns problemas financeiros, ficava à beira da extinção. Para piorar a coisa a Chrysler, que lhe fornecia os motores, estava ainda pior, e não era preciso ser bruxo para prever que essa fonte ia secar. Assim Peter Monteverdi tomou a decisão de reestruturar todo o seu programa de produção.

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Em vez de produzir carros GT de grande cilindrada, o construtor de automóveis de Basileia decidiu entrar no mercado dos veículos off-road de luxo, que tinha surgido, na Europa, com a aparição do Range Rover. Ia igualmente procurar outro fornecedor de motores. Surge assim o Monteverdi Safari, baseado no Internacional Harvester Scout, e que foi considerado na altura um dos veículos mais bonitos e prestigiantes do mercado dos 4x4 de luxo.​

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Exibido em vários salões de automóveis europeus em 1976, o Safari utilizava uma elegante carroçaria desenhada por Fissore. Disponível apenas com três portas (ainda se construiu um com quatro portas mas não foi adoptado), todos os exemplares tinham tracção total e eram motorizados pelos últimos V8 440 c.i.d. da Chrysler, os V8 318 c.i.d. da Dodge ou o V8 345 c.i.d. da International Harvester sempre acoplados a uma caixa automática de três velocidades. O novo Safari entrou em produção na Suíça em 1977.​

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Por debaixo das suas bonitas roupagens o novo SUV de luxo possuía um chassis de um humilde Scout II. Monteverdi estava na vanguarda do mercado dos SUV de luxo na Europa com o Safari, já que na época o Range Rover era ainda um veículo utilitário relativamente básico e o G-Wagen ainda não existia. O interior do Safari tinha um nível de equipamentos muito mais rico do que o Range Rover. Consequentemente, era um pouco mais caro do que o Range Rover, o que o tornava o SUV de série mais caro da altura. Único na classe, os bancos traseiros opcionais do Safari significavam que ele podia transportar seis passageiros num luxuoso conforto.​

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Como acontecia com todos os Monteverdi, o Safari tinha um desempenho notável. Com o 318 V8 (5200cc) a velocidade máxima era de 160kmh e fazia de 0 a 100 em apenas 13,1 segundos. Os compradores da versão 440 V8 (7200cc), versão da qual só foram construídos sete exemplares, obtinham uma velocidade máxima de 200kmh e consumos de 35 litros aos 100. A clientela destes veículos preza muito a sua privacidade. Na verdade estes carros foram maioritariamente vendidos para o Médio Oriente e a multi-milionários europeus. Assim não se sabe com absoluta certeza quantos Safari foram construídos mas calcula-se que nos cinco anos em que foram construídos não terão sido construídos mais de 300 exemplares.

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