O Lancia Gamma foi um modelo transalpino apresentado ao público no Salão Automóvel de Genebra em 1976 tendo inicializado a sua produção nesse ano e vendo o seu términus chegar em 1984. Foi um modelo, tal como o Beta, fabricado já sob a alçada da FIAT. O seu alvo seria o então segmento E onde iria batalhar com as referências da altura nesta área como, por exemplo, o Citroen CX, Alfa Romeo Alfa 6, BMW Série 5, Renault 30, Rover SD1, entre outros.
O nome escolhido provém do alfabeto grego, sendo Gamma (
γ), a terceira letra. Foi um retomar deste processo que era usado antes de 1945 pela marca e que voltou em 1971 com o Beta.
No caderno de encargos para a criação do novo modelo, os responsáveis italianos, decidiram, para distinguir o Gamma do Beta, colocar em cima da mesa três opções para o grupo propulsor que teria de ter obrigatoriamente uma capacidade superior a 2 litros. Assim, ou evoluíam o motor de 6 cilindros em V proveniente do Flaminia; ou utilizavam os novos motores da FIAT com origem Ferrari como tinha acontecido com o Stratos; ou optavam pela evolução do motor de 4 cilindros boxer do Flavia. A escolhia recaia nesta última. Os engenheiros desenharam um motor totalmente novo, de 4 cilindros, boxer, com árvores de cames á cabeça em liga de alumínio montado longitudinalmente e injeção de combustível L-Jetronic da Bosch. A cilindrada rondaria os 2500 cm3, com um bom valor de binário em baixas e um entrega de potência linear em velocidades máximas o que o colocava entre os melhores motores da época. Tinha tração dianteira, poderia ter uma transmissão manual de 5 ou automática de 4 velocidades.
Estava dado um passo importante, faltava o outro. Que género de carroçaria vestiria o Gamma? Nada como recorrer aos estúdios de Sergio "Pinin"farina e da sua pena nasceria uma carroçaria
Berlina e um
Coupé.
A primeira proposta a sair para o mercado foi a
Berlina.
Ver anexo 1215434
Ver anexo 1215436
Ver anexo 1215358
As suas linhas não indicavam que se tratava de um puro
sedan mas também não pretendiam denunciar um
hatchback. O que se pretendia era algo que mostra-se a criatividade e irreverencia da Lancia. Claro que não podia faltar o alto teor de requinte quer nos materiais usados quer nas técnicas aplicadas. Isso garantia um bom valor de Cx (aprox. 0.3) e quem nele viajava tinha os melhores acabamentos e conforto para usufruir de uma agradável viagem.
Em 1977 é apresentados aos clientes a carroçaria
Coupé.
Ver anexo 1215437
Ver anexo 1215438
Foi uma proposta muito apreciada e considerada por todos mesmo passado muito tempo devido às suas proporções elegantes e clássicas. Era um
exercício estilístico que honrava os seus antepassados quer o Flaminia Coupé , mais vistoso e gigantesco, quer o Coupé 2000 , mais sério e austero.
O Gamma Coupé era basicamente um quatro lugares com a mesma mecânica da berlina. Porém, tinha uma distância entre eixos mais curta em 11,5 cm. Lá dentro, a posição do condutor era muito peculiar e o espaço não era o que se esperava de um coupé; na verdade até parecia excessivo.
Corria o ano de 1980 quando aparece a segunda série para ambos.
Ver anexo 1215362
Ver anexo 1215363
Ver anexo 1215359
Ver anexo 1215360
Esteve em produção até 1984 sendo substituído pelo Thema.
Antes de terminar, mencionar três propostas que não passaram de uma fase embrionária para o que se pensava virem a ser um Coupé Targa, um Monovolume, um Sedan puro e uma Station-Wagon.
Em 1978 a Italdesign, através de Giorgetto Giugiaro, propôs aos responsáveis da Lancia a criação de um monovolume (MPV) chamado Megagamma. Apesar das boas soluções técnicas e da mesma mecânica do Gamma, o mercado não estava ainda virado para este género de veiculo familiar.
Ver anexo 1215439
Ver anexo 1215440
Ainda no mesmo ano, surge o Gamma Spider através dos estúdios Pininfarina. Era um
T-top em que a zona do arco que une os pilares traseiro está ligada aos arco frontal do para-brisas por uma peça metálica que torna possível remover as secções do tecto em vidro acima do motorista e do passageiro dianteiro, enquanto na parte traseira a janela foi substituída por uma lona de plástico transparente desdobrável.
Ver anexo 1215441
Ver anexo 1215442
Já em 1980 o fabricante de carrocerias Pininfarina obteve um sedan de quatro portas chamado Gamma Scala que foi recebido com sucesso pela critica em vários salões do automóvel. Os técnicos italianos ainda equacionaram substituir a berlina por esta proposta mas a ideia não foi avante.
Ver anexo 1215443
Ver anexo 1215444
Por último, em 1982. novamente pelos estúdios Pininfarina, sai a ideia mais ousada. O Gamma Olgiata. Um género de
shooting brake tão em alta actualmente que pretendia dar seguimento ao que foi feito no Beta HPE.
Ver anexo 1215445
Ver anexo 1215446
Ver anexo 1215447