David Silva
scuderi
Rali de Portugal pode voltar ao Centro em 2014 para ter mais público
Vereador da Câmara de Loulé critica esta hipótese. ACP diz que decisão final caberá à Federação Internacional
O rali de Portugal vai manter-se no Algarve em 2013, mas o mais provável é que rume às zonas norte e centro do país já a partir de 2014. A decisão não foi ainda tomada, mas segundo o Automóvel Club de Portugal (ACP), a Federação Internacional do Automóvel (FIA) considera importante essa mudança para que o evento tenha mais público. Para o vereador da Câmara de Loulé, a acontecer, será um erro, uma vez que “o sucesso deste rali só foi possível” graças ao apoio desta autarquia e de outras do Algarve e Baixo Alentejo.
Já este ano, e segundo o jornal “Auto-sport”, o presidente da Comissão de Ralis da FIA, Jarmo Mahonen, afirmou que Portugal tem um excelente rali, mas que precisa de alterar a localização do evento: “A FIA quer o evento mais a norte e os organizadores já disseram que estão prontos para sair do Algarve.”
E apesar de algumas autarquias do Centro e Norte do País já estarem a trabalhar nessa hipótese – como Oliveira do Hospital, Arganil e Fafe –, a Câmara Municipal de Loulé mostra-se surpreendida: “Não queremos acreditar que o ACP ou qualquer outra entidade queira retirar este rali do Sul, depois de sete anos.” Joaquim Guerreiro, vereador do Desporto e do Turismo, salientou ainda que os motivos que levaram à escolha do Algarve já mostraram ser muito importantes para o evento: “Vieram para aqui por questões de segurança e por este ser um destino turístico” – algo que Carlos Barbosa confirma, mas que não será suficiente para conseguir manter no Sul esta prova.
“Apesar de ainda não haver uma decisão concreta, temos noção de que a autarquia de Loulé – à semelhança dos outros municípios algarvios e alentejanos que nos apoiaram – teve um papel importantíssimo no sucesso desta prova, mas nem tudo depende de nós...”, disse o presidente do ACP, justificando: “Porém, se a FIA quiser que seja no Norte, nós não vamos perder o rali por isso, até porque estamos numa altura em que, no plano internacional, se está a acabar com algumas destas competições.”
Uma das câmaras que já estudou a recepção deste evento é a de Arganil. No entanto, contactado peloi, o presidente Ricardo Barata Alves empurrou a confirmação da mudança para o ACP, dizendo apenas que a sua autarquia tem “interesse em que a prova volte a Arganil” e que o município já está pronto para “voltar a acolher o evento”.
É uma postura diferente da dos presidentes das câmaras municipais de Fafe, José Manuel Ribeiro, e de Oliveira do Hospital, José Carlos Mendes, que preferiram não dizer uma única palavra sobre o interesse dos seus municípios em acolher esta competição.
Ainda sem data marcada para o anúncio do destino do rali de Portugal – no período de 2014 a 2017 –, o responsável pelo ACP frisa que “há no Norte indiscutivelmente mais público para estas provas que no Sul”.
O evento, que esteve interrompido entre 2002 a 2005 – e que foi retomado aquando da eleição dos actuais corpos sociais do ACP, presidido por Carlos Barbosa –, estivera, desde a década de 60 até 2001, na região centro do país. Aliás, a sua mudança para o Algarve aconteceu só no ano de 2005, aquando do regresso do evento.
Este facto, segundo o vereador Joaquim Guerreiro, ainda acentua mais a injustiça. “Estas câmaras municipais do Sul é que deram todo o apoio para esse regresso, foram sete anos de investimento de autarquias como Loulé, São Brás de Alportel, Ourique e Odemira, e agora coloca-se a hipótese de ir para o Norte porque as autarquias de lá estão interessadas...”, queixa-se.
Os dados avançados esta semana pela Câmara Municipal de Loulé ao i revelam que a retirada do rali de Portugal representaria, no total, uma perda de aproximadamente 80 milhões de euros para as duas regiões, ou seja, Algarve e Baixo Alentejo.
O município conclui dizendo que estes problemas e indecisões não podem afectar a prova de 2013, sobre a qual não há dúvidas: “Essa fica aqui no Algarve, está tudo confirmado.”
Fonte: ionline.pt