Mike Silva
O aprendiz
OS Hotrods são muitas das vezes erradamente encarados como "assassinatos" de veículos clássicos, e criações de gosto duvidoso. Nada mais errado.
Se por exemplo, falarem do "crime" que se fazia nos anos oitenta de cortar tejadilhos de carochas, e depois colocar-lhes uma espécie de "tenda" do exército por cima, então aí serei dos primeiros a pegar numa marreta!
O Hotrod, não é nada disso...
O movimento Hotrod começou nos anos 20, com a lei seca, onde foi necessário "envenenar" uns carritos para conseguirem fugir mais depressa á polícia, transportando bebidas alcoolicas no seu interior. A perícia dos seus condutores, permitiu mais tarde criar uma prova desportiva, que todos conhecemos por NASCAR.
MAis tarde, no pós guerra, a abundancia de veiculos deixados ao abandono e destruidos para alem da recuperacao, e o aparecimento de um novo tipo de desenho destinado a celebrar a vitória dos aliados, onde presidiam os rabos de peixe e os cromados, levaram a que muitos veículos fossem encarados como " desperdício".
Nos dias que correm, é muito difícil para quem vive num pais como Portugal, onde qualquer carrito mais velhote vale um balurdio, encarar o movimento Hotrod como válido. Como é possivel "estragarem" um clássico?
Um Hotrod, não é um carro "estragado". Das duas uma: Ou foi utilizada uma carroçaria bastante degradada e incompleta, ou então todas as alterações são reversíveis. O entusiasta de Hotrods, é um entusiasta de clássicos, e mmuitos tem inclusive um espírito de salvaguarda de clássicos mais apurada do que "nós". Eu explico:
"Nós", nem sequer pegamos numa carroçaria para "restaurar", se não tiver motor nem documentos. O "Hotrodista", decapa a carroçaria, repara-a, e "espeta-lhe " com um v8. Que mal há nisso? Uns anos mais tarde, eis mais uma carroçaria para aproveitar, em caso de se encontrar os outros items que faltam.
Por exemplo, conheço um tipo que tem um Jaguar de 1932, que comprou num SUCATEIRO. Tinha pertencido a um Major da RAF, que teve um acidente em 1940, e o estacionou num farol. Nos anos sessenta, o carro foi para outro barração, onde foi totalmente espoliado dos componentes, e nos anos oitenta a carroçaria foi para o ferro-velho.
Este proprietário, meteu-lhe um motor Range Rover, e os respectivos documentos e mecànica. Hoje, descobriu-se que esse modelo é um dos apenas TRES existentes no Mundo, e foi comprado por um coleccionador americano, para restaurar.
Que mal há nisto? Se não fosse este amigo a "estragar" este carro, estaria no Ferro velho, ou já prensado.
Eu sei que é dificil para nós compreender estas criações, pois os veículos clássicos são raros e dispendiosos em Portugal. Mas esta actividade gera milhões , e tem outros tantos adeptos espalhados pelo mundo fora.
Eu por exemplo, não hesitaria em por umas suspensões mais eficazes, e um sistema de ignição mais evoluido , ou uns bancos mais envolventes num clássico, desde que isso o tornasse num veiculo mais capaz de enfrentar as condicoes de transito do dia-a-dia. Mas isto sou eu, é a minha opinião, e todos terão a vossa.
Temos de começar a compreender o movimento Hotrod, como um importante aliado no mundo dos clássicos, frequentado por gente tecnicamente desenvolvida e com um espírito de convívio e interajuda muito evoluido. Já vi centenas e centenas de Hotrods, já acelerei em alguns , e em nenhuma situação, posso garantir, senti que se tivesse feito algum " crime" contra o veículo clássico.
Se defendo os Hotrods? Claro que sim. Só pessoas mal informadas e fundamentalistas o não fariam...
Um abraço.
Se por exemplo, falarem do "crime" que se fazia nos anos oitenta de cortar tejadilhos de carochas, e depois colocar-lhes uma espécie de "tenda" do exército por cima, então aí serei dos primeiros a pegar numa marreta!
O Hotrod, não é nada disso...
O movimento Hotrod começou nos anos 20, com a lei seca, onde foi necessário "envenenar" uns carritos para conseguirem fugir mais depressa á polícia, transportando bebidas alcoolicas no seu interior. A perícia dos seus condutores, permitiu mais tarde criar uma prova desportiva, que todos conhecemos por NASCAR.
MAis tarde, no pós guerra, a abundancia de veiculos deixados ao abandono e destruidos para alem da recuperacao, e o aparecimento de um novo tipo de desenho destinado a celebrar a vitória dos aliados, onde presidiam os rabos de peixe e os cromados, levaram a que muitos veículos fossem encarados como " desperdício".
Nos dias que correm, é muito difícil para quem vive num pais como Portugal, onde qualquer carrito mais velhote vale um balurdio, encarar o movimento Hotrod como válido. Como é possivel "estragarem" um clássico?
Um Hotrod, não é um carro "estragado". Das duas uma: Ou foi utilizada uma carroçaria bastante degradada e incompleta, ou então todas as alterações são reversíveis. O entusiasta de Hotrods, é um entusiasta de clássicos, e mmuitos tem inclusive um espírito de salvaguarda de clássicos mais apurada do que "nós". Eu explico:
"Nós", nem sequer pegamos numa carroçaria para "restaurar", se não tiver motor nem documentos. O "Hotrodista", decapa a carroçaria, repara-a, e "espeta-lhe " com um v8. Que mal há nisso? Uns anos mais tarde, eis mais uma carroçaria para aproveitar, em caso de se encontrar os outros items que faltam.
Por exemplo, conheço um tipo que tem um Jaguar de 1932, que comprou num SUCATEIRO. Tinha pertencido a um Major da RAF, que teve um acidente em 1940, e o estacionou num farol. Nos anos sessenta, o carro foi para outro barração, onde foi totalmente espoliado dos componentes, e nos anos oitenta a carroçaria foi para o ferro-velho.
Este proprietário, meteu-lhe um motor Range Rover, e os respectivos documentos e mecànica. Hoje, descobriu-se que esse modelo é um dos apenas TRES existentes no Mundo, e foi comprado por um coleccionador americano, para restaurar.
Que mal há nisto? Se não fosse este amigo a "estragar" este carro, estaria no Ferro velho, ou já prensado.
Eu sei que é dificil para nós compreender estas criações, pois os veículos clássicos são raros e dispendiosos em Portugal. Mas esta actividade gera milhões , e tem outros tantos adeptos espalhados pelo mundo fora.
Eu por exemplo, não hesitaria em por umas suspensões mais eficazes, e um sistema de ignição mais evoluido , ou uns bancos mais envolventes num clássico, desde que isso o tornasse num veiculo mais capaz de enfrentar as condicoes de transito do dia-a-dia. Mas isto sou eu, é a minha opinião, e todos terão a vossa.
Temos de começar a compreender o movimento Hotrod, como um importante aliado no mundo dos clássicos, frequentado por gente tecnicamente desenvolvida e com um espírito de convívio e interajuda muito evoluido. Já vi centenas e centenas de Hotrods, já acelerei em alguns , e em nenhuma situação, posso garantir, senti que se tivesse feito algum " crime" contra o veículo clássico.
Se defendo os Hotrods? Claro que sim. Só pessoas mal informadas e fundamentalistas o não fariam...
Um abraço.