Olá a todos,
Este é um tópico ao qual sou particularmente sensível, por ser docente num Politécnico e na área de Engenharia. Ainda para mais estou agora a tentar estruturar um curso de especialização tecnológica em Tuning (não confundir com
xuning) e outro em Restauro, que me estão a dar dores de cabeça bem grandes...
Em primeiro lugar, convém ter a noção de quanto se quer saber. Basta saber dar uns "toques" pra desenrascar? Ou queres compreender mesmo a sério como as coisas trabalham e o que deves fazer para resolver/restaurar/melhorar?
Depois, saber a que ponto queres mesmo seguir esse caminho. Estás disposto a sacrificar-te a sério para seres bom ou é só por piada?
Isto pode parecer exagero, mas a realidade é que nos cursos de Engenharia as médias de entrada são baixas (na maioria dos casos) por haver pouca procura, e há muitas desistências. Porquê? Porque se tem de trabalhar a sério, que é coisa que hoje já é raro neste país, até no ensino superior. Não é preciso ser um "crânio", é preciso ter vontade de trabalhar. Isto não é nada do outro mundo!
E de que serve isso? Bem, quem acaba normalmente já tem a vida feita... e bem. Posso dizer que conheço bem esta área e vejo que a empregabilidade continua excelente, enquanto a maioria dos outros "canudos" continuam a apanhar bonés ou a ir trabalhar prás caixas de hipermercados.
A hipótese da Engenharia Automóvel é bastante aliciante, e confesso ter muitíssima pena que ainda não existisse quando eu entrei no ensino superior, nunca sequer teria considerado outra coisa.
Outra hipótese excelente (e mais prática que a maioria dos cursos nas universidades) seria encontrar um dos já raros sobreviventes cursos de Engenharia Electromecânica num politécnico. Este curso é uma combinação de várias áreas, e dá uma excelente base para se mexer em que quer que seja. Também há Engenharia Mecânica ramo de Automóvel na UBI (Univ. da Beira Interior), e conheço bem o departamento e sei que de facto têm muita coisa nesta área bem interessante.
De resto, há sempre os cursos profissionais, mas desses desconheço a sua eficácia ou qualidade, só sei o que me chega aos ouvidos, mas como não é informação em primeira mão abstenho-me de comentar.
Outra coisa interessante seria um curso de Restauro, penso que o ACP tem promovido alguns, mas não sei se ainda continua. De qualquer forma, só o curso de restauro por si não resolve nada, para se ser um verdadeiro profissional deste ramo convém mesmo ter uma formação de base rica.
Convençam-se que "qualquer coisa desde que envolva mui
nta prática e poucos livros..." não é algo que se coadune com este ramo. Os clássicos podem parecer simples comparados com os "computadores ambulantes" que por aí rolam hoje em dia, mas mesmo nesses há muito mais engenharia do que parece à primeira vista, e nalguns aspectos até havia mais e mais pura que nessas tretas modernas em que se disfarça tudo com electrónica. Já nos motores a vapor do século 19 havia, quanto mais num automóvel.
E os livros nunca comeram ninguém...
Vocês devem andar a ler os livros errados!
Um abraço!