É verdade que era impossível preservar tudo o que é autocarro. Mas dava perfeitamente para cada empresa salvar e manter 2 exemplares de cada modelo.
Em países como a Alemanha, Austrália, Reino Unido, França, não só preservam as respectivas histórias dos transportes públicos e há incentivos para isso, como também uma vez ou outra metem os autocarros clássicos a circular nas estradas, o que atrai as pessoas.
Mas aqui não. Aqui há incentivos é para o abate. Aqui a história é mandada para o lixo, até mesmo protótipos. O que não faltam é modelos de autocarro que só existiam aqui em Portugal e que hoje são espécies extintas que só existem em fotografias e nas nossas memórias. Um dos casos é os MAN SL200 UTIC. Se os entusiastas dos países que referi acima vierem cá e perguntarem-nos onde está a nossa história dos transportes públicos, vamos dizer-lhes que está no lixo. E se um realizador quisesse fazer um filme cuja acção se situa no passado, não ia conseguir porque pura e simplesmente não temos material para isso.
Os incentivos ao abate, a falta de poder económico, a ausência de incentivos à preservação e a falta de interesse desta, a busologia em Portugal ainda ser um bebé recém-nascido, e a própria mentalidade do povo português, tudo isto contribui para que as coisas funcionem como funcionam.