Ora bem... a "treta" já vai longa e portanto é chegado o momento de fazer uma revelação que para muitos até nem será uma grande surpresa mas se olharmos de um certo ângulo acaba por ser surpreendente. Aliás, chegar a essa conclusão até a mim me surpreendeu.
Na verdade é um carro que chegou ao mercado 5 anos antes de eu ter nascido e que a primeira vez que vi um (de que me lembre) tinha 4 anos. Com essa idade sabia a marca da generalidade dos carros e perguntaram-me que marca era. A única coisa que eu tinha percepcionado é que seria um carro rápido e portanto na minha mente, teria que tomar vitaminas... daí a minha pronta resposta: aquele é um "Vitamina"!
Um carro que deverá ter o maior palmarés desportivo de todos os tempos, sendo vencedor em provas tão distintas como Monte Carlo, Le Mans e Dakar, entre muitas outras.
Um carro com uma base técnica incongruente e que apesar disso, ou talvez por isso mesmo conseguiu impor a sua individualidade. A escolha foi em tenra idade, óbvia, aos 18 anos dizia que aos 40 anos queria ter um e estar reformado (oh meu Deus, algo devo ter feito de mal na vida), até que por maior conhecimento e cultura automóvel que fui adquirindo acabei por assumir gostos, quiçá mais requintados... o facto é que sempre que compro uma publicação em que venha referido, esse é sempre o primeiro artigo a ser lido... curiosamente nunca fui um especialista do modelo em si, mas ao longo de toda a minha vidao modelo esteve sempre presente. Aliás, é provavelmente o numero de maior longevidade da história do automobilismo pois ainda hoje é produzido e... seria sempre uma das minhas escolhas na aquisição de um carro novo.
A sua silhueta ao longo de quase 60 anos, tornou-se icónica, inconfundível e validou um desenho que a principio até nem me parecia nada de extraordinário... assim por via de constantes anos de evolução, permite ainda uma das coisas que mais me agrada, o uso do banco de orgãos da marca para efectuar uma espécie de "lego" que permite personalizar até ao limite, lá está, mantendo uma silhueta e uma base técnica que lhe confere mesmo assim uma identidade a toda a prova.
A esta altura do campeonato, já todos perceberam que estou a falar do 911. E falo do 911 em geral sem particularizar num só modelo pois a multiplicidade de variantes e aquilo que se pode fazer contribuem em muito para que por mais que não queira nunca o conseguir tirar da cabeça... um pouco como aquela fulana que reconhecemos não ser bonita mas, que querem?, dá-nos uma "tusa"do caraças, embora não saibamos exactamente porquê.
Lembro-me que no inicio dos anos 80 os carros mais rápidos eram o Ferrari 512 BB, o Lamborghini Coutach e o 911 Turbo (eu sei que é um 930 mas na verdade será sempre um 911), O Ferrari era lindo (uma beleza intemporal que só Pininfarina consegue exprimir), o Countach era brutal, mas no fim de contas, talvez por ser quase "normal" quando comparado com com os outros 2 era o Porsche que me despertava as maiores emoções.
Lembro-me particularmente de um teste feito na L'echapemment com um 911 turbo Almeras que me deixou babado... lembro ainda já mais para o final dos anos 80 um teste ao 911 Carrera ClubSport... o que eu sonhava com aquilo.Hoje os videos da Petrolicious são sempre os que protagonizam 911 que vejo primeiro e portanto... no fim de contas entendo tipos como o Seinfeld que se diz ter cerca de 50 911.
Falaram aqui dos Singer... são de facto o pináculo dos 911 mas... até porque pelo preço de um talvez pudesse ter 2 com uma filosofia parecida mas com distintos sabores. Assim, e money no object a escolha recaía em 2 versões diferentes feitas pelo especialista Paul Stephens.
Uma base mais moderna
Touring R Series II | Paul Stephens sempre em versão 350R e com uma base mais classica,
Classic Touring Series II | Paul Stephens em versão 3.4 S.
Sei que para alguns pelo óbvio que é acaba por ser uma escolha que desilude mas, de facto o 911 é a personificação do carro desportivo, pequeno, rápido, clássico e intemporal.