Restaurar o que tínhamos ou o que gostariamos de ter tido?

Rui Meireles

Veterano
Infelizmente creio que a maior parte de nós não cresceu a andar em "GTis" mas sim nos mais pacatos 1.1 e 1.2 que estavam ao alcance dos nossos pais e que faziam mais sentido financeiro. No entanto, quando chega a hora de restaurar um carrinho para nos lembrar desses tempos idos fico com a impressão que é muito mais comum ir buscar o "GTi", aquele que gostariamos de ter possuído, em vez de pegar no artigo original.

Todo o mundo clássico parece estar para aí virado, com as versões desportivas a terem destaque nas exposições/fóruns/etc, ao passo que as outras são esquecidas. Nos pré-clássicos, os seguros mais baratos são recusados às versões mais baixas, por exemplo (esta sofri na pele).

Eu próprio, que estava convicto de restaurar o carro de sempre cá da casa, e mesmo tendo um bom stock de peças acumulado, estou a hesitar e a pensar se não seria melhor ir buscar um XR2.

Qual será então o objectivo de restaurar um carro, reviver a infância/juventude como ela aconteceu ou reconstruir uma versão idealizada, mas obviamente falsa, da mesma?
 

João P. Soeiro

YoungTimer
Isso depende de cada um. Qual é o teu objectivo com o restauro? Gostavas de ter outro carro que não o que tens?
Eu tenho 21 anos e tenho um fiat 500L, como é óbvio não é nenhuma lembrança do passado (o carro é de 70 e eu nasci em 88), apenas um carro que herdei e restaurei e que eu gosto bastante, claro que a versão ABARTH tem muito mais impacto mas não era só por isso que ia trocar o meu por essa versão, só o faria se gostasse mais (e pudesse).
Se trocar o que tem por um XR2 é o que gostava de fazer (e pode) faça-o, mas trocar o carro só por seguro mais barato e por um possível maior destaque em exposições não faz muito sentido para mim.
 
OP
OP
Rui Meireles

Rui Meireles

Veterano
A fazê-lo certamente não seria pelo seguro ou pelo o que os outros pensam nas exposições, esses foram só exemplos para mostrar onde está a opinião da maioria. A minha decisão a acontecer, seria no intuito de ter um carro com a mesma forma mas mais bonito e divertido de guiar. Mas o mais certo é isso não acontecer, pois não seria o mesmo carro em que andei tantos anos!

Mas eu não quero centrar este tópico na minha decisão pessoal, mas antes abordar o tema na sua generalidade. Imaginemos que enquanto novos há 95% carros normais e 5% "GTis", depois em clássicos é o contrário. Gostaria de perceber melhor o que leva as pessoas a escolher as versões de topo, quase em exclusivo, ainda que estas não tivessem feito parte da sua vida como as versões mais baixas. Isto falando de restauros por revivalismo claro, haverá outros motivos para fazer um restauro.
 

João P. Soeiro

YoungTimer
Exceptuando os casos em que é por revivalismos, quando se gosta de um carro e se escolhe este como o próximo projecto ou compra se opta pelo modelo mais raro e que mais prazer dê de conduzir, que se traduz pelo modelo com mais potência os "GTIs".
Abraço
 

Moises Trovisqueira

MTrovisqueiraF
Amigo Rui Meireles,
acho que a resposta esta nesta sua afirmação;
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Imaginemos que enquanto novos há 95% carros normais e 5% "GTis", depois em clássicos é o contrário.

No passado era a mesma coisa, os automoveis mais vendidos eram os utilitarios, as verssões mais desportivas ou completas, geralmente eram o segundo carro, aquele que menos Km faria, ou o que nos proporcionava mais prazer no fim de semana, e provavelmente é também pelas mesmas razões que agora se encontram com mais facilidade, ainda hontem cruzei-me na estrada com um Mazda 323F turbo 16V como novo todo original, vermelho, pela qualidade da pintura e dos plasticos exteriores deduz-se facilmente que não percorreu muitos Km.
Cumprimentos.
 
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