Boa tarde a todos.
Embora não seja muito de comentar os tópicos que colocam aqui no Portal, estava a ler algo e não deixei de achar curioso alguns dos comentários que as pessoas aqui deixaram.
Acho estranho as pessoas estarem sempre a criticar os automóveis americanos, estarem sempre a criticar os americanos, pelo seu modo de vida, pelas coisas que fazem, etc... Acho que nos devíamos aceitar tal como somos, e não estar sempre a criticar tudo e todos, sobretudo quando são superiores a nós em tudo, como é mania comum do povo português.
Por sempre ter andando e ter tido automóveis americanos para mim são os melhores automóveis, em termos de condução, em termos de conforto, inovação e dos melhores para dar nas vistas, pois mesmo quem não aprecia automóveis não deixa de olhar.
Enquanto em 1950 muitos dos automóveis europeus não tinham vidros eléctricos, ar condicionado ou até mesmo cruise control. Ao invés na América, os automóveis produzidos quase todos já traziam isso, era banal para eles. Desde muito cedo tiveram das direcções mais leves e confortáveis para a condução. Todos os pormenores que usavam nos automóveis, desde o decoração dos bancos, os frisos, os cromados, os motores potentes... Muitos criticam que são automóveis que gastam muito, muito grandes, "banheiras", etc, mas as pessoas esquecem-se que esses automóveis foram feitos para a realidade deles, com grandes auto-estradas, com preços de combustíveis (ainda hoje acessivéis) baratos.
Não podemos comparar a maioria dos países da Europa com os E.U.A, enquanto eles nos anos 50 e 60 já tinham auto-estradas com portagens, com 4 ou mais faixas, bons pisos, passeios em todas as ruas... Nós aqui não, só hoje em dia temos auto-estradas com 3 faixas, só hoje em dia se constrói passeios nas ruas, e muitas delas nunca poderão ter passeios pois deixaram construir casas mesmo em cima da estrada. Em Portugal é a lei do desenrasca. Quando o Marquês do Pombal planeou a reconstrução da cidade de Lisboa com ruas largas, onde hoje em dia poderiam lá circular dois automóveis, não... a mentalidade da época chamou-o de louco, e fizeram imensas ruas com as dimensões de um carro de bois pois pensavam que iam continuar assim, que nunca iam passar daquilo...
É lamentável que assim seja, e Portugal muito atrás dos outros (seja ele qual for). Nos E.U.A temos corridas de tudo e mais alguma coisa, Drag Races, Mosnters Truck, corridas de jet ski, corridas de coisas que nem o nome me lembro. Em Portugal não, temos tido estados, partidos que não apoiam nem deixam fazer. Em Portugal para se alterar um carro é quase tão complicado como construí-lo. Nos E.U.A quem quiser alterar o seu automóvel, pode-o fazer da forma que quiser, como quiser e quando quiser. Cá não, temos logo a polícia atrás de nós.
Sou Português, mas lamento que Portugal com tanta história que tem, com tantos anos de existência, não seja um País de mais futuro. É lamentável que se trabalhe 30,40 anos no estrangeiro, e quando chega o dia de regressar não possamos trazer o automóvel que com tanto gosto e carinhos a muitos emigrantes custou a comprar. Conto o caso do meu Tio Fernado, com 17 anos foi para França, aos 21 comprou um Cadillac DeVille de 1969 semi-novo na altura, em 2007 trouxe-o para Portugal e quando foi legalizar o carro o preço era superior ao que lhe tinha custado na altura. É lamentável que as pessoas se tenham de desfazer das coisas, muitas delas vender ao desbarato quando se vêem embora.
Aprecio clássicos desde muito novo, não pessoa de criticar, aceito os gostos de todos, mesmo que tenham um Fiat 127. Até conto um caso de um colega meu, o Joaquim Jorge. Ele convidou-me para irmos em Junho deste ano ao encontro mensal de clássicos em Arcozelo (Santa Adelaide), e eu disse que sim, que levaria a minha Chevy Van. Pensando que ele também traria a sua carrinha, uma Renault Expresso de 1987, ele disse-me que preferia ir comigo pois tinha vergonha de eu ir na Chevrolet e ele na Renault. Eu não concordei, disse que cada qual leva aquilo que tem, com muita ou pouca ferrugem.
E acabamos por ir dois, cada qual no seu clássico... Pela A29 fora...
Espero que ninguém tenha levado a mal o comentário que fiz, apenas acho que nós deveríamos olhar mais para os exemplos que nos chegam de fora, seja dos E.U.A, seja de França, Espanha... Pois só assim poderemos evoluir como País e como pessoas.
Cumprimentos a todos,
Daniel Santos.
(A propósito, a minha banheira com mesa interior, suporte de copos... está à venda...)