José Pedro Gil
Clássico
MEMÓRIAS, EM SLOT – TRIBUTO A PEEWEE
- Texto de Mário Rosas -
"A VOLTA A PORTUGAL EM AUTOMÓVEL
Se houve provas de rali difíceis em Portugal, pela sua dureza, essa terá sido a Volta a Portugal em automóvel, uma organização do Clube 100 à Hora, iniciada em 1949 com a vitória de João Soares Cabral.
Fosse pelo numero de horas constantes ao volante , fosse pelo tipo de pisos escolhidos, o certo é que o numero de concorrentes à chegada sempre foi substancialmente muito inferior ao numero de concorrentes que se apresentavam à partida, situação que se manteve até a prova passar a ter um cariz de regularidade histórica dos dias de hoje.
A Volta a Portugal, de uma maneira geral e segundo os parâmetros da época, era composta por uma prova de estrada onde a qualidade do piso “fazia a diferença” relativamente a outros ralis, pelo tipo de piso escolhido, algo degradado, no fundo , o espelho das estradas secundárias que havia entre nós, por provas complementares de perícia e arranque e travagem, aquilo que era habitual e que, por sua vez, acabavam por abrilhantar o rali, junto das populações onde essas complementares tinham lugar.
A juntar à dureza do percurso, o cansaço natural de quem está longos tempos debaixo de concentração, já que a dureza das competições da época se media pelo numero de Kms. percorridos, dia e noite, sem dormir.
Uma referência do automobilismo nacional vencê-la-ia por três vezes, em, 1950 , 52 e 53. Referimo-nos a Joaquim Filipe Nogueira, uma grande esperança do nosso mundo motorizado naquela época.
Relativamente à sua dureza, Basílio dos Santos, vencedor da XIII Volta a Portugal, de 1962, quando entrevistado à chegada, lamentava que “a prova de estrada tivesse uma centena de Kilómetros de estrada imprópria para automóveis.
Em 1963, é Manuel Lopes Gião, com um Cooper S, a garantir o 1º lugar e a referir que tinha sido “a prova mais difícil que se disputou em Portugal”, naquela altura. Dos 22 concorrentes à partida, apenas chegaram 7.
Alfredo César Torres, em 1964, torna-se o vencedor de um grupo de 21 participantes , onde só 5 concorrentes, conseguiram sobreviver.
A XVI Volta a Portugal, realizada em Portugal em 1965, é novamente ganha por Basílio dos Santos, no Porsche branco, onde apenas 2 concorrentes comparecem classificados à chegada.
Em 1967, comparecem 37 concorrentes à partida. Américo Nunes vence pela primeira vez , com César Torres a ganhar nos “Turismo” .Só chegariam 8 , nesse ano.
É em 1968 que Alfredo César Torres se consegue impor aos demais concorrentes, ganhando a prova, secundado por Heitor de Morais.
Na XX Volta a Portugal apresentaram-se 25 concorrentes à partida. Francisco Romãozinho no Citroen DS 21 é então o único que consegue passar num imenso lamaçal, onde ficariam todos os outros.
,
1970, XXI Volta com cariz internacional, ganha pelo Sul Africano Van Bergen, em Datsun SSS. Tinham partido 32 pilotos dos quais apenas 9 resistiram e chegaram ao fim.
A XXII Volta é para Américo Nunes, com Romãozinho e Giovani Salvi a ocuparem o podium. 33 iniciaram a prova, 15 à chegada classificados.
Em 1972, na XXIII Volta a Portugal, Romãozinho bisa, secundado por António Borges e César Torres.
Terá sido nesta prova que se deu o início dos troços cronometrados em estrada fechada para o efeito, onde a média desapareceu para dar lugar aos troços em velocidade pura.
Para a nossa Volta a Portugal, a das “Memórias, em SLOT- Tributo a Peewee”, vamos inventar também as nossas dificuldades.
Assim, durante a prova de estrada, onde o princípio continuará a ser o de se penalizar senão for cumprido o tempo estabelecido pela organização, haverá ainda uma outra situação agravada.
Habitualmente, sempre que sucede um despiste, ou o carro sai da calha, o pistador volta a colocá-lo no local da saída e o concorrente prossegue perdendo apenas o tempo do acidente.
Nesta Volta a Portugal, sempre que o modelo saia da calha e capote e não fique com as rodas assentes no chão, é considerado acidente grave sem possibilidades de continuar em prova. É a desistência.
Mas para não prejudicar o infeliz concorrente que teve esse azar, vai ser facultada a possibilidade de continuar a “dar ao gatilho”, isto é, continuará a fazer a sua prova, apenas desaparece da classificação.
A Volta a Portugal será no Sábado 14 de Março a realizar-se no SLOT ARRÁBIDA."
JP
- Texto de Mário Rosas -
"A VOLTA A PORTUGAL EM AUTOMÓVEL
Se houve provas de rali difíceis em Portugal, pela sua dureza, essa terá sido a Volta a Portugal em automóvel, uma organização do Clube 100 à Hora, iniciada em 1949 com a vitória de João Soares Cabral.
Fosse pelo numero de horas constantes ao volante , fosse pelo tipo de pisos escolhidos, o certo é que o numero de concorrentes à chegada sempre foi substancialmente muito inferior ao numero de concorrentes que se apresentavam à partida, situação que se manteve até a prova passar a ter um cariz de regularidade histórica dos dias de hoje.
A Volta a Portugal, de uma maneira geral e segundo os parâmetros da época, era composta por uma prova de estrada onde a qualidade do piso “fazia a diferença” relativamente a outros ralis, pelo tipo de piso escolhido, algo degradado, no fundo , o espelho das estradas secundárias que havia entre nós, por provas complementares de perícia e arranque e travagem, aquilo que era habitual e que, por sua vez, acabavam por abrilhantar o rali, junto das populações onde essas complementares tinham lugar.
A juntar à dureza do percurso, o cansaço natural de quem está longos tempos debaixo de concentração, já que a dureza das competições da época se media pelo numero de Kms. percorridos, dia e noite, sem dormir.
Uma referência do automobilismo nacional vencê-la-ia por três vezes, em, 1950 , 52 e 53. Referimo-nos a Joaquim Filipe Nogueira, uma grande esperança do nosso mundo motorizado naquela época.
Relativamente à sua dureza, Basílio dos Santos, vencedor da XIII Volta a Portugal, de 1962, quando entrevistado à chegada, lamentava que “a prova de estrada tivesse uma centena de Kilómetros de estrada imprópria para automóveis.
Em 1963, é Manuel Lopes Gião, com um Cooper S, a garantir o 1º lugar e a referir que tinha sido “a prova mais difícil que se disputou em Portugal”, naquela altura. Dos 22 concorrentes à partida, apenas chegaram 7.
Alfredo César Torres, em 1964, torna-se o vencedor de um grupo de 21 participantes , onde só 5 concorrentes, conseguiram sobreviver.
A XVI Volta a Portugal, realizada em Portugal em 1965, é novamente ganha por Basílio dos Santos, no Porsche branco, onde apenas 2 concorrentes comparecem classificados à chegada.
Em 1967, comparecem 37 concorrentes à partida. Américo Nunes vence pela primeira vez , com César Torres a ganhar nos “Turismo” .Só chegariam 8 , nesse ano.
É em 1968 que Alfredo César Torres se consegue impor aos demais concorrentes, ganhando a prova, secundado por Heitor de Morais.
Na XX Volta a Portugal apresentaram-se 25 concorrentes à partida. Francisco Romãozinho no Citroen DS 21 é então o único que consegue passar num imenso lamaçal, onde ficariam todos os outros.
,
1970, XXI Volta com cariz internacional, ganha pelo Sul Africano Van Bergen, em Datsun SSS. Tinham partido 32 pilotos dos quais apenas 9 resistiram e chegaram ao fim.
A XXII Volta é para Américo Nunes, com Romãozinho e Giovani Salvi a ocuparem o podium. 33 iniciaram a prova, 15 à chegada classificados.
Em 1972, na XXIII Volta a Portugal, Romãozinho bisa, secundado por António Borges e César Torres.
Terá sido nesta prova que se deu o início dos troços cronometrados em estrada fechada para o efeito, onde a média desapareceu para dar lugar aos troços em velocidade pura.
Para a nossa Volta a Portugal, a das “Memórias, em SLOT- Tributo a Peewee”, vamos inventar também as nossas dificuldades.
Assim, durante a prova de estrada, onde o princípio continuará a ser o de se penalizar senão for cumprido o tempo estabelecido pela organização, haverá ainda uma outra situação agravada.
Habitualmente, sempre que sucede um despiste, ou o carro sai da calha, o pistador volta a colocá-lo no local da saída e o concorrente prossegue perdendo apenas o tempo do acidente.
Nesta Volta a Portugal, sempre que o modelo saia da calha e capote e não fique com as rodas assentes no chão, é considerado acidente grave sem possibilidades de continuar em prova. É a desistência.
Mas para não prejudicar o infeliz concorrente que teve esse azar, vai ser facultada a possibilidade de continuar a “dar ao gatilho”, isto é, continuará a fazer a sua prova, apenas desaparece da classificação.
A Volta a Portugal será no Sábado 14 de Março a realizar-se no SLOT ARRÁBIDA."
JP