Mazda Cosmo Sport

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Antes Francisco Lemos Ferreira
Famosa por modelos como o RX-7 e o actual RX-8, a Mazda teve a sua primeira utilização do motor Wankel no coupé Cosmo Sport, de 1967. Para entender a insistência da japonesa Mazda no motor rotativo Wankel - é há anos a única marca interessada no seu desenvolvimento - é preciso conhecer os primeiros passos desta tecnologia dentro da empresa.

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Tudo começou em 1961, apenas um ano após produzir o seu primeiro automóvel, quando a Mazda - então denominada Toyo Kogyo - adquiria da alemã NSU os direitos de produção do motor sem pistões. Consta que a marca não demorou muito para se arrepender, ao testar o motor e ao constatar os seus problemas. Havia tanto a melhorar que este propulsor nem sequer era viável para ser produzido.

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Mas apesar dos obstáculos, a Mazda foi em frente. Em Dezembro de 1962 iniciava o projecto de um carro desportivo que seria o seu primeiro modelo a utilizar o Wankel: o Cosmo Sport. Já em Outubro seguinte, no Salão Automóvel de Tóquio, era apresentado um concept-car com a sua essência: o projeto L402A. O motor tinha dois rotores de 398 cm3 e janelas periféricas, solução que acabaria por não se mostrar eficiente e que seria abandonada em prole de janelas laterais comuns.

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Em Abril de 1966 estavam prontos 80 carros 'pré-série', com dois rotores de 491 cm3, e em Maio de 1967 (três meses antes do NSU R0-80) chegava ao mercado o Cosmo Sport, um belo coupé de dois lugares, de baixo perfil e alongado, que media 4.150 mm de comprimento, 220 mm de distância entre eixos e com um peso total de 940 kg.

As suas linhas eram atraentes, embora um tanto estranhas pela desproporção entre a cabine compacta, curta distância entre eixos curto, e secções dianteira e traseira alongadas. Os faróis redondos em alojamentos carenados, a ampla tomada de ar sob o pára-choque dianteiro e as saídas de ar nos guarda-lamas eram comuns em carros desportivos daquela época. Já a secção traseira tinha um design original. O interior exibia um certo requinte e um painel de instrumentos completo que incluía conta-rotações, manómetro de óleo e voltímetro, com design de inspiração aeronáutica.

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A mecânica era sofisticada, com travões dianteiros a disco (ainda raros naquele tempo) e suspensão traseira com eixo De Dion, utilizando molas semi-elípticas (as dianteiras eram helicoidais com sistema de braços sobrepostos). Mas o destaque permanecia sob o capot: o motor L10A, bi-rotor, com carburadores da afamada Zenith, duas velas por rotor e uma capacidade volumétrica de 982 cm3, equivalentes a cerca de 2.000 cm3 num motor convencional. A potência era prova disso mesmo: debitava 110 cv às 7.000 rpm (origem da denominação 110S) em alguns mercados de exportação.

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Para resolver os problemas de fiabilidade que sempre pairaram sobre os motores rotativos, a Mazda utilizava "cilindros" em alumínio fundido com reforço em crómio duro e selos de vedação impregnados de alumínio, escolhido entre mais de 500 metais testados. Recursos que hoje são comuns, já estavam presentes no Wankel do Cosmo Sport, como jactos de óleo para refrigerar os rotores e radiador a óleo.

O seu desempenho era digno de nota, podendo atingir uma velocidade máxima de 185 km/h. Em Julho de 1968 surgia uma versão aprimorada, designada L10B. A Mazda decidiu aumentar a distância entre eixos em 15 cm, e uma transmissão de cinco velocidades em vez de quatro, com jantes de 15 polegadas e ar-condicionado como equipamento opcional. A potência também crescia para 128 cv, o que permitia ao Cosmo Sport atingir os 200 km/h, mas também aumentava o peso, para 990 kg. Ainda assim, acelerava dos 0 aos 100 km/h em cerca de 7,5 segundos.

Esta evolução, talvez para reduzir custos, foi exportada apenas para países que utilizam ou permitem o volante à direita - ainda assim, sem as principais melhorias dessa segunda série. No mês seguinte, o novo Cosmo obtinha o quarto lugar na “Marathon de la Route”, uma prova de 84 horas de duração no Nordshleife, no famoso autódromo alemão de Nurburgring, comprovando a robustez do motor rotativo. Foram vendidas 343 unidades da primeira versão e 1.176 da segunda, que ficou em produção até Setembro de 1972.

A partir de 1968 surgiram outros modelos Mazda equipados com motor Wankel, em geral pacatos modelos familiares, como o Rotary, até que, em 1978, a casa japonesa voltou a editar um desportivo, nomeadamente o coupé RX-7.

in sapo motores
 

Anexos

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Bruno salvador

YoungTimer
andei numa cena dessas quando nos estados unidos onde um estudante japones deixou o cosmos pra traz quando voltou pro japao e o dono da garagem que o guardava ficou com ele de borla lol
altamente
 
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