Luis C Matos
Clássico
Boas Pessoal,
Desde há alguns anos até aqui que tenho recolhido uma boa e imensa informação em vários tipos (PDF, Word, Bmp. Jpeg, etc.) que por fim acabo algumas vezes a tratar em termos de cor (usando um programa com o qual lido há mais de 17 anos para os fazer ter menos fundo azul e outras cores de fundo a que quem as meteu no scanner não percebia mesmo nada de imagem) e acumulei assim uma quantidade de boa informação sobre muitas viaturas, peças, artigos diversos que ao longo de anos a fio tem sido uma boa fonte de consulta oportuna.
A título de exemplo, eu tive que desmontar um jipe Land Rover Santana 109 S Carzola (onde veio com matricula espanhola e depois teve que ser restaurado 100% e passar a ter matricula portuguesa) e sobre o qual tive que consultar qualquer coisa (durante 3 meses do total restauro por inteiro peça a peça) como 860 páginas de esquemas ilustrados com as devidas referências em peças que por sua vez tinham uma posição começada em 1 e terminada em 90 e tal e que me foi enviado por um amigo situado na Índia e que me mandou ainda mais qualquer coisa como 30 manuais completos de outras viaturas Land Rover de diferentes modelos fazendo assim uma conta de 1.860 páginas de manuais de oficina e dos quais muitos cedi a um colega também restaurador de jipes.
Depois disso tive o restauro inteiro de um VW Carocha 1300 (com motor 1600) e alterado e legalizado para descapotável que me levou 12 a 14 horas diárias de muito bom trabalho para o fazer 10 estrelas e sobre o qual tive que voltar aos manuais acumulados em CD e DVD para poder perceber alguns esquemas, outra vez, de A até Z ao longo de muitas ilustrações. No tempo actual estou a restaurar um Opel Corsa GT em 100% e a consulta de manuais vai continuar aqui e ali consoante os problemas aparecidos.
Sem me referir a marcas, porque seria o mesmo que fazer propaganda grátis a cada uma delas, a maioria da acumulação de diversos manuais sobre carros antigos e modernos, máquinas de vários usos em muitas áreas, electrodomésticos e artigos de uso industrial e uma carga de outros itens que incluem motores, carburadores, suspensões, centralinas, tetos de vidro e lona, calhas de vidros, borrachas, capotas e transmissões automáticas, GPS, sensores de estacionamento, alarmes e uma certa maluqueira que termina na antena de rádio.
Da minha parte, que sempre vi manuais de reparação nas muitas oficinas para as quais trabalhei ao longos dos anos e nas quais tive acesso a programas especiais para mecânica que incluíam o Autodata, e lá temos que dar uma certa razão ao fabricante, mas por outra razão temos também direito à informação que nem sempre é cedida.
Mas após anos a cumular informação, outros amigos de outros fóruns, lá me mandaram o texto que abaixo transcrevo para informação e que acho útil:
Como as empresas estão a esconder os manuais de reparação dos aparelhos
Vivemos na era da informação, onde a maioria do conhecimento está à distância de um simples clique. Porém, existem cada vez mais maneiras de manter a informação oculta do público. Uma destas maneiras é o copyright – o direito à cópia.
São estes direitos que as grandes empresas tecnológicas estão a usar para ocultar do domínio público os manuais de reparação, que permitem ao consumidor ou centros de reparação reparar um produto. A ocultação destes guias práticos está a ter consequências, já que afecta a economia circular, que assenta numa lógica da reutilização.
Sem os manuais de reparação, o ciclo de vida dos equipamentos torna-se mais pequeno já que não podem ser reparados e reutilizados novamente. É esta lógica da descartelização que agrada às empresas, já que potencia os grandes lucros.
Este fenómeno, apelidado de obsolescência programada – decisão de um produtor desenvolver, fabricar e distribuir propositadamente um produto para consumo que rapidamente se irá tornar obsoleto ou não funcional, de maneira a forçar o consumidor a adquirir a nova geração dos seguintes produtos – foi criado na década de 1920, tendo a sua maior expressão nas décadas de 1940 e 1950 e ressurgiu recentemente com o grande impulso da era tecnológica.
Utilizando o direito à cópia, as empresas advogam que os manuais de instruções são criações próprias, protegendo-os do acesso público, logo da disponibilização para consulta e da cópia. A violação copyright é punida legalmente na maioria dos países.
A utilização do copyright permite assim alimentar a obsolescência programada das grandes empresas. Duas grandes tecnológicas que não facultam o acesso aos seus manuais de reparação são a Apple e a Toshiba.
No ano passado, a Toshiba foi notícia por ter obrigado Tim Hicks, um reparador de computadores, a apagar todos os manuais de reparação de produtos Toshiba do seu site, escreve o The Guardian. A página desde jovem australiano – a Future Proof - contém vários manuais de reparação de computadores portáteis, que podem ser consultados gratuitamente.
Segundo a gigante tecnológica japonesa, os manuais de reparação pertencem exclusivamente à Toshiba e contêm informação que só a marca e técnicos reparadores podem aceder. Tal como a Toshiba e Apple, muitas outras empresas não permitem o acesso a estes guias – Acer, Sony… São poucas as empresas tecnológicas que disponibilizam os manuais aos consumidores e entre estas marcas destacam-se empresas como a Dell ou a HP.
Caso os manuais de reparação das empresas que os ocultam sejam divulgados na internet, as marcas valem-se do copyright para retirarem as cópias de circulação.
A economia circular
A economia circular é um modelo económico que se opõe ao modelo linear. O modelo linear industrial assenta na premissa “comprar, usar e descartar”. O modelo circular é baseado na premissa da Lei de Lavoisier – “nada se perde, tudo se transforma” -, já que pressupõe uma reutilização dos produtos, onde o ciclo biológico e técnico estão combinados reciclar e reutilizar os produtos, permitindo criar novo capital.
O conceito de economia circular tem várias décadas e não pode ser atribuído a um único autor. O conceito foi evoluindo ao longo dos anos e estudado por várias escolas. Porém, foi nos finais da década de 1970 que os seus efeitos práticos nos sistemas económicos modernos e nos processos industriais começaram a ser aprofundados por um pequeno número de académicos.
O modelo circular económico está interligado com a sustentabilidade do planeta. Ao pressupor-se a reutilização dos produtos espera-se que os processos de produção necessitem de menos matéria-prima e que não seja criado tanto desperdício.
Caso para se dizer: “Nada há de encoberto que não venha a ser descoberto, nem de oculto que não venha a ser revelado” (Evangelho de Mateus 10,26).
Desde há alguns anos até aqui que tenho recolhido uma boa e imensa informação em vários tipos (PDF, Word, Bmp. Jpeg, etc.) que por fim acabo algumas vezes a tratar em termos de cor (usando um programa com o qual lido há mais de 17 anos para os fazer ter menos fundo azul e outras cores de fundo a que quem as meteu no scanner não percebia mesmo nada de imagem) e acumulei assim uma quantidade de boa informação sobre muitas viaturas, peças, artigos diversos que ao longo de anos a fio tem sido uma boa fonte de consulta oportuna.
A título de exemplo, eu tive que desmontar um jipe Land Rover Santana 109 S Carzola (onde veio com matricula espanhola e depois teve que ser restaurado 100% e passar a ter matricula portuguesa) e sobre o qual tive que consultar qualquer coisa (durante 3 meses do total restauro por inteiro peça a peça) como 860 páginas de esquemas ilustrados com as devidas referências em peças que por sua vez tinham uma posição começada em 1 e terminada em 90 e tal e que me foi enviado por um amigo situado na Índia e que me mandou ainda mais qualquer coisa como 30 manuais completos de outras viaturas Land Rover de diferentes modelos fazendo assim uma conta de 1.860 páginas de manuais de oficina e dos quais muitos cedi a um colega também restaurador de jipes.
Depois disso tive o restauro inteiro de um VW Carocha 1300 (com motor 1600) e alterado e legalizado para descapotável que me levou 12 a 14 horas diárias de muito bom trabalho para o fazer 10 estrelas e sobre o qual tive que voltar aos manuais acumulados em CD e DVD para poder perceber alguns esquemas, outra vez, de A até Z ao longo de muitas ilustrações. No tempo actual estou a restaurar um Opel Corsa GT em 100% e a consulta de manuais vai continuar aqui e ali consoante os problemas aparecidos.
Sem me referir a marcas, porque seria o mesmo que fazer propaganda grátis a cada uma delas, a maioria da acumulação de diversos manuais sobre carros antigos e modernos, máquinas de vários usos em muitas áreas, electrodomésticos e artigos de uso industrial e uma carga de outros itens que incluem motores, carburadores, suspensões, centralinas, tetos de vidro e lona, calhas de vidros, borrachas, capotas e transmissões automáticas, GPS, sensores de estacionamento, alarmes e uma certa maluqueira que termina na antena de rádio.
Da minha parte, que sempre vi manuais de reparação nas muitas oficinas para as quais trabalhei ao longos dos anos e nas quais tive acesso a programas especiais para mecânica que incluíam o Autodata, e lá temos que dar uma certa razão ao fabricante, mas por outra razão temos também direito à informação que nem sempre é cedida.
Mas após anos a cumular informação, outros amigos de outros fóruns, lá me mandaram o texto que abaixo transcrevo para informação e que acho útil:
Como as empresas estão a esconder os manuais de reparação dos aparelhos
Vivemos na era da informação, onde a maioria do conhecimento está à distância de um simples clique. Porém, existem cada vez mais maneiras de manter a informação oculta do público. Uma destas maneiras é o copyright – o direito à cópia.
São estes direitos que as grandes empresas tecnológicas estão a usar para ocultar do domínio público os manuais de reparação, que permitem ao consumidor ou centros de reparação reparar um produto. A ocultação destes guias práticos está a ter consequências, já que afecta a economia circular, que assenta numa lógica da reutilização.
Sem os manuais de reparação, o ciclo de vida dos equipamentos torna-se mais pequeno já que não podem ser reparados e reutilizados novamente. É esta lógica da descartelização que agrada às empresas, já que potencia os grandes lucros.
Este fenómeno, apelidado de obsolescência programada – decisão de um produtor desenvolver, fabricar e distribuir propositadamente um produto para consumo que rapidamente se irá tornar obsoleto ou não funcional, de maneira a forçar o consumidor a adquirir a nova geração dos seguintes produtos – foi criado na década de 1920, tendo a sua maior expressão nas décadas de 1940 e 1950 e ressurgiu recentemente com o grande impulso da era tecnológica.
Utilizando o direito à cópia, as empresas advogam que os manuais de instruções são criações próprias, protegendo-os do acesso público, logo da disponibilização para consulta e da cópia. A violação copyright é punida legalmente na maioria dos países.
A utilização do copyright permite assim alimentar a obsolescência programada das grandes empresas. Duas grandes tecnológicas que não facultam o acesso aos seus manuais de reparação são a Apple e a Toshiba.
No ano passado, a Toshiba foi notícia por ter obrigado Tim Hicks, um reparador de computadores, a apagar todos os manuais de reparação de produtos Toshiba do seu site, escreve o The Guardian. A página desde jovem australiano – a Future Proof - contém vários manuais de reparação de computadores portáteis, que podem ser consultados gratuitamente.
Segundo a gigante tecnológica japonesa, os manuais de reparação pertencem exclusivamente à Toshiba e contêm informação que só a marca e técnicos reparadores podem aceder. Tal como a Toshiba e Apple, muitas outras empresas não permitem o acesso a estes guias – Acer, Sony… São poucas as empresas tecnológicas que disponibilizam os manuais aos consumidores e entre estas marcas destacam-se empresas como a Dell ou a HP.
Caso os manuais de reparação das empresas que os ocultam sejam divulgados na internet, as marcas valem-se do copyright para retirarem as cópias de circulação.
A economia circular
A economia circular é um modelo económico que se opõe ao modelo linear. O modelo linear industrial assenta na premissa “comprar, usar e descartar”. O modelo circular é baseado na premissa da Lei de Lavoisier – “nada se perde, tudo se transforma” -, já que pressupõe uma reutilização dos produtos, onde o ciclo biológico e técnico estão combinados reciclar e reutilizar os produtos, permitindo criar novo capital.
O conceito de economia circular tem várias décadas e não pode ser atribuído a um único autor. O conceito foi evoluindo ao longo dos anos e estudado por várias escolas. Porém, foi nos finais da década de 1970 que os seus efeitos práticos nos sistemas económicos modernos e nos processos industriais começaram a ser aprofundados por um pequeno número de académicos.
O modelo circular económico está interligado com a sustentabilidade do planeta. Ao pressupor-se a reutilização dos produtos espera-se que os processos de produção necessitem de menos matéria-prima e que não seja criado tanto desperdício.
Caso para se dizer: “Nada há de encoberto que não venha a ser descoberto, nem de oculto que não venha a ser revelado” (Evangelho de Mateus 10,26).