Obrigado Filipe, pelas suas palavras e pela foto.
Deixo aqui um relato sobre este Rallye, e, para mais tarde, ficarão algumas fotos do Parque Fechado.
Para saciar a curiosidade de alguns intervenientes, esclareço que inicialmente tínhamos perspectivado que o Naturtejo Geo.Park Classic Team fosse integrado exclusivamente por albicastrenses. Mas, dada a impossibilidade do Carlos Gomes em participar, o Paulo propôs, e muito bem, ao J. P. Martinho (com grandes afinidades e amizades em Castelo Branco), que o acompanhasse nesta prova em Espanha. É que no que se refere a Rallyes na Extremadura é complicado andar sempre a desafiar o “tripeiro” do J. P. a fazer 600 kms de ligação (Porto – C. Branco) para participar nestas provas. De qualquer forma, para satisfazer as tais curiosidades alheias, posso adiantar que está combinado que o J. P. Martinho fará equipa comigo nos Rallyes integrados na Challenge Ibérica de Rallyes de Regularidade 2011.
Saímos de Castelo Branco às 7:30 horas, com tempo mais do que suficiente para fazermos a viagem até Almendralejo sem stress, aferir, realizar as verificações administrativas, fazer o check-in no Hotel, colocar os automóveis no Parque Fechado e almoçar. A aferição foi realizada, de facto, com rapidez e eficácia, mas no meu caso cometi um erro, ao não alterar a parametrização do Blunik que se veio a revelar nociva no decorrer da prova. Explicarei mais à frente porquê.
A recepção quer por parte da Organização, quer por parte das restantes equipas espanholas à participação das 3 equipas portuguesas foi muito agradável e cordial. No fundo, constituía a grande novidade da edição deste ano, ou seja, a internacionalização do Rallye.
A região de Almendralejo, com grandes planícies não oferece condições óptimas, no que a estradas se refere, para organizar um Rallye de Regularidade, mas, o Carlos Casas, com arte e engenho, conseguiu, ainda assim desenhar um traçado muito interessante, tendo tornado o Rallye muito técnico e competitivo através de uma grande diversidade de modalidades e variantes de regularidade, como o Paulo já explicitou no seu post, que colocaram muitos desafios às equipas. Todavia, foi pena que o Rallye não tivesse um pouco mais de ritmo com “tramos” mais longos e com “enlaces” (ligações) mais curtos.
Estando a fazer o primeiro Rallye com o Óscar tivémos alguma dificuldade, no início, em sintonizar a comunicação dentro do carro em prova, mas, aos poucos fomos melhorando nesse aspecto. Porém, tanto eu como o Óscar, ambos padecemos de alguma ansiedade, existindo um contraste enorme entre a calma do J. P. Martinho e o comportamento mais agitado do Óscar. Mas, havia sintonia em fazer ambos o melhor que podíamos e sabíamos com o espírito de entreajuda sistemática. E, o resultado desse entendimento veio a revelar-se determinante para a classificação obtida.
O Paulo Almeida / J. Paulo Martinho entraram no Rallye de “faca nos dentes”, ganhando logo o primeiro tramo, ex-equo com o António Conceição / Rui Santos mais 2 equipas espanholas. Nós ocupámos a 6º posição com mais um segundo. O tramo 2, à figura, muito exigente, ganhámos nós, sendo premiada tal vitória com mais um “jamón” espanhol. Passámos a liderar a classificação geral daí até, salvo erro, o Tramo 4, altura em que o Almeida e o Martinho passaram para a frente, estilo “lebres”, sem que mais ninguém lhes dessa caça ou guerra ao 1º lugar. E, portanto, não nos restou outra alternativa, se não a de nos contentarmos com o 2º lugar, contribuindo assim para a dobradinha portuguesa por terras da Extremadura.
Terminado o Rallye ao verificar as penalizações nos Tramos, constatei que começava sempre bem os Tramos, com 0 penalizações, evoluindo depois para 1 segundo e consequentemente para 2 segundos… Isto deixou-me a pensar que o Blunik me estava a falhar pela primeira vez na sua fiabilidade, até que me dei conta que montei jantes 14” no Golf GTi em substituição das 13” e que não alterei o parâmetro do diâmetro da jante no Blunik, entre outros pormenores!...
E, para finalizar deixo o retrato de um episódio passado entre o Paulo Almeida / J. P. Martinho e a Guardia Civil. Ele irá desculpar-me, mas terei de contar este episódio, ao qual tive muita pena de não ter assistido e que só sei dos pormenores do mesmo, pelo relato que eles me fizeram da ocorrência. A determinada altura vínhamos 3 ou 4 carros em fila, na ligação do último tramo ao CHC e eis senão quando, que numa aldeia, uma distância menos rigorosa nos induziu em erro, afastando-nos do trajecto traçado. O Paulo e o J. P. tomaram uma decisão e eu e o Óscar outra diferente para sair do imbróglio. Tivemos mais sorte e conseguimos sair mais cedo do labirinto. A determinada altura na passagem por uma localidade, quase no final da mesma, visualizámos 2 carros da Guardia Civil e para aí uns 6 agentes! Eu como ia sossegadinho, ou seja, devagarinho, discreto, passei incólume. Mais tarde vêm de lá o Paulo exuberante a dar umas aceleradelas no Porsche, contentíssimo com a vitória que se anunciava, e o J.P. agarrado ao inevitável cigarro, saindo um fumo intenso pela janela do lado direito do 911 SC. Conclusão, a Guardia Civil mandou-os parar e desconfiou que eles eram traficantes de droga!!... Revistaram-nos a eles, ao carro e sabe-se lá mais a quê?!... Segundo rezam as crónicas, a determinada altura, o Paulo Almeida terá levantado mesmo os braços e afastado as pernas!... Estão a ver a cena, não é verdade?!...
Enfim, não deixou de ser mais um prémio para memória futura dos brilhantes vencedores da III Clásica Ciudad de Almendralejo.
O Naturtejo Geo.Park Classic Team voltará à Extremadura, nos dias 7 e 8 de Maio para participar na Clásica de Villuercas, onde o Paulo Almeida / Óscar Romão fizeram o ano passado 2º lugar, tendo sido 3º’s classificados o António Segurado acompanhado pelo Fifé.