Frascofilia & Garrafas

Amaro Pereira

Clássico




" Fábrica Estrela "



Apresento hoje mais uma garrafa duplamente marcada.



Trata-se de uma garrafa dos refrigerantes Schweppes ( Cola Drink ), gravada em alto relevo nas 2 faces, bem como acompanhada de 2 rótulos de papel ( rótulo+gargantilha ), em estado razoável.


Apesar de eu não dar muita importância a garrafas com rótulo de papel ( esta tem um papel importante ), e é mais uma excepção, mas só pelo facto de também estar gravada em alto relevo . DSC06588.JPG DSC06589.JPG DSC06586.JPG DSC06585.JPG DSC06587.JPG DSC06590.JPG DSC06591.JPG DSC06592.JPG Foi manufacturada e fabricada pela Sociedade Central de Cervejas, na fábrica Estrela, Avenida Sacadura Cabral nº 40 em Lisboa.

Na altura esta garrafa pagava o imposto sobre o consumo no valor de $50 centavos, pago por meio de guia ( art. nº 8 do decreto nº 43788 de 26 Agosto de 1961 ).


Apesar de já ter sido postada anteriormente uma garrafa destas neste tópico ( Sr. João Barroca ), a mesma apresentava-se sem rótulo e gargantilha, por isso achei oportuno apresentar esta ( pode ajudar a perceber a quem pertenceu e o que continha ).





E assim acontece
Amaro Pereira
 

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Amaro Pereira

Clássico



" Novidade "

Dados relevantes.


Finalmente aconteceu aquilo que eu esperava ( procurava ) a algum tempo.



Tenho estado atento às garrafas de pirolito da ilha da Madeira, quer sejam gravadas em alto relevo ou com rótulo de papel. Em qualquer dos casos, são muito raras, porque em qualquer dos casos estamos a falar de garrafas centenárias, e se em relação às garrafas gravadas em alto relevo, não há problema em as identificar devido à sua gravação, o mesmo não podemos dizer em relação às garrafas com rótulo de papel, porque como é sabido, este estraga-se com muita facilidade. E garrafas lisas ( sem rótulo ), são difíceis de identificar ( associar ).


H.P.Miles

A empresa H.P.Miles, foi muito provavelmente a primeira empresa a comercializar refrigerante ou agua gaseificada, em garrafas de pirolito na ilha da Madeira e quiçá em Portugal.

Para os que ainda não sabem, e principalmente para todos aqueles que dão importância aos ( pequenos ) pormenores, informo que apesar de já ter na minha colecção a algum tempo uma garrafa de pirolito de 10 onças ( grande ), lisa, supostamente comercializada na ilha da Madeira, e também supostamente comercializada pela empresa H.P.Miles das pioneiras, ou seja da criação original do Inglês Hiram Codd ( as primeiras garrafas têm apenas um aperto num dos lados da garrafa ), isto reforça a ideia de que estas garrafas são centenárias, e do século 19 ( portanto ainda mais antigas ).

Para suportar esta conclusão, e porque adquiri recentemente a prova física que me faltava, ou seja uma garrafa de pirolito de 10 onças com um resto de rótulo de papel da empresa H.P.Miles com apenas um aperto num dos lados, fica assim quase a certeza de que a empresa H.P.Miles comercializou na ilha da Madeira garrafas de pirolito no século 19, e assim sendo coloca estas garrafas no patamar das garrafas de pirolito mais antigas comercializadas em Portugal, e ainda por cima com rótulo de papel.


Apesar de eu já ter à bastante tempo uma garrafa de pirolito com um resto ( parte ) de rótulo de papel da H.P.Miles, na minha colecção, mas como é uma garrafa com 2 apertos, que poderá ser de finais do século 19, princípios do século 20, no entanto não é tão antiga como esta agora encontrada. Quero chamar a vossa atenção também para o facto de estas garrafas estarem numeradas no fundo com referencias diferentes ( sequência de números ), sendo a mais antiga ( original com apenas um aperto ), com o numero 4546 e a outra ( com 2 apertos ) com o numero 4664.


Outra certeza, as garrafas de pirolito de fabrico nacional, conhecidas até à data têm todas 2 apertos ( um de cada lado ), e ainda todas as garrafas com apenas um aperto de um lado quer sejam com rótulo de papel quer sejam gravadas em alto relevo, tipo o pirolito de " Estremoz " são de fabrico Inglês ( encomendadas para serem comercializadas em Portugal ).

Outra conclusão a que eu cheguei é que a empresa H.P. Miles, para além de ser das primeiras a comercializar as garrafas de pirolito em Portugal ( Madeira ), é também das que o fez durante mais tempo.

Atendendo ao acima exposto, e até prova em contrario, será que podemos deduzir que as garrafas de pirolito com rótulo de papel mais antigas do país serão mesmo as da H.P.Miles? Fica a pergunta no ar, e pela parte que me toca vou continuar a procurar dados e factos!


Não sendo eu um coleccionador de garrafas com rótulo de papel ( salvo raras excepções ), mas, e neste caso por razões óbvias ( para prova e memoria futura ), faço muita questão de as ter na minha colecção.

Se nalguns casos uma imagem vale mil palavras, neste caso muito particular, achei conveniente fazer o relato dos factos tidos por necessários para melhor entendimento dos coleccionadores em geral.


As imagens que se seguem reforçam e complementam este post.


Nota: A garrafa com 2 apertos encontra-se no estado em que foi encontrada.





E assim uma vez mais acontece
Amaro Pereira
 

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Boa Tarde a todos.

Aqui no Brasil, como não poderia deixar de ser, encontramos muitas garrafas portuguesas, principalmente as de vinho, tanto as de vidro, como as de grés. Entre as décadas de 1880 e 1910 a grande maioria das garrafas é de vinho e de vidro, principalmente as de vidro “preto”. Deste período colecionamos apenas uma garrafa de grés: do Vinho Verde do Lavrador.

Tenho outras garrafas de grés todas mais recentes, talvez, em razão da sua maior resistência e do reuso que era feito delas, como revelara o artigo “Grés, vinho e imigração: arqueologia de uma produção vitivinícola, São Paulo, 1920-1950” (disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-81222013000100003&lng=pt&nrm=iso>).

Além das garrafas de vinho tenho outras seis garrafas inequivocamente portuguesas. A mais antiga (uma botija de cerâmica não vidrada recuperada ainda nos anos 1970 dos restos do galeão Santíssimo Sacramento, naufragado em Salvador, Bahia, em 1668), um frasco de vidro incolor da “Pharmacia Ultramarina” de Lisboa, uma garrafinha de vidro escuro da água “Pedras Salgadas”, duas da “Água de Inglaterra” (por aqui “Água Inglesa”) de Ribeiro da Costa & Cia. e uma da “Água de Inglaterra” de André Lopes da Costa.

As “águas inglesas” de origem portuguesa foram bastante comuns por aqui e garrafas ou fragmentos delas foram encontradas em escavações de norte a sul do país. As garrafas da água de Ribeiro da Costa & Cia. que eu tenho são um exemplo interessante.

Uma delas, a de vidro verde claro, foi fabricada em molde duplo (provavelmente do tipo cup-bottom mold) e tem gargalo aplicado. Com 22,8 cm de altura e 8,1 cm de diâmetro na base foi encontrada aqui no litoral do Estado de São Paulo, em contexto (lixão) datável entre 1890 e 1910.

A outra, mais recente, de vidro verde oliva, é de fabrico automático ou semiautomático como revelam as marcas deixadas pelo molde no gargalo e junto à base. Tem 22,0 cm de altura, 7,7 cm de diâmetro na base e foi encontrada no interior do Estado da Bahia. Traz junto à base a marca do fabricante do frasco “ILVC”, que não consegui identificar. Alguém sabe alguma coisa a respeito?

Abraço a todos. Obrigado.

Daury

RC1A.jpg RC1B.jpg RC1C.jpg RC1D.jpg RC2A.jpg RC2B.JPG RC2C.jpg RC2D.JPG RC2E.jpg
 

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Amaro Pereira

Clássico
Boa Tarde a todos.

Aqui no Brasil, como não poderia deixar de ser, encontramos muitas garrafas portuguesas, principalmente as de vinho, tanto as de vidro, como as de grés. Entre as décadas de 1880 e 1910 a grande maioria das garrafas é de vinho e de vidro, principalmente as de vidro “preto”. Deste período colecionamos apenas uma garrafa de grés: do Vinho Verde do Lavrador.

Tenho outras garrafas de grés todas mais recentes, talvez, em razão da sua maior resistência e do reuso que era feito delas, como revelara o artigo “Grés, vinho e imigração: arqueologia de uma produção vitivinícola, São Paulo, 1920-1950” (disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-81222013000100003&lng=pt&nrm=iso>).

Além das garrafas de vinho tenho outras seis garrafas inequivocamente portuguesas. A mais antiga (uma botija de cerâmica não vidrada recuperada ainda nos anos 1970 dos restos do galeão Santíssimo Sacramento, naufragado em Salvador, Bahia, em 1668), um frasco de vidro incolor da “Pharmacia Ultramarina” de Lisboa, uma garrafinha de vidro escuro da água “Pedras Salgadas”, duas da “Água de Inglaterra” (por aqui “Água Inglesa”) de Ribeiro da Costa & Cia. e uma da “Água de Inglaterra” de André Lopes da Costa.

As “águas inglesas” de origem portuguesa foram bastante comuns por aqui e garrafas ou fragmentos delas foram encontradas em escavações de norte a sul do país. As garrafas da água de Ribeiro da Costa & Cia. que eu tenho são um exemplo interessante.

Uma delas, a de vidro verde claro, foi fabricada em molde duplo (provavelmente do tipo cup-bottom mold) e tem gargalo aplicado. Com 22,8 cm de altura e 8,1 cm de diâmetro na base foi encontrada aqui no litoral do Estado de São Paulo, em contexto (lixão) datável entre 1890 e 1910.

A outra, mais recente, de vidro verde oliva, é de fabrico automático ou semiautomático como revelam as marcas deixadas pelo molde no gargalo e junto à base. Tem 22,0 cm de altura, 7,7 cm de diâmetro na base e foi encontrada no interior do Estado da Bahia. Traz junto à base a marca do fabricante do frasco “ILVC”, que não consegui identificar. Alguém sabe alguma coisa a respeito?

Abraço a todos. Obrigado.

Daury

Ver anexo 325447 Ver anexo 325448 Ver anexo 325449 Ver anexo 325450 Ver anexo 325451 Ver anexo 325452 Ver anexo 325453 Ver anexo 325454 Ver anexo 325455

Muito boa noite caro Daury de Paula Júnior

Começo por agradecer a partilha das fotos e a informação prestada, esperamos poder continuar a contar com sua presença, eu muito particularmente e porque comungo do mesmo tipo de colecção ( apesar de ter apenas 2 anos ) , espero aprender com os seus muitos anos de experiência.

Um grande abraço da ilha da Madeira
Amaro Pereira
 

Amaro Pereira

Clássico
Boa Tarde a todos.

Aqui no Brasil, como não poderia deixar de ser, encontramos muitas garrafas portuguesas, principalmente as de vinho, tanto as de vidro, como as de grés. Entre as décadas de 1880 e 1910 a grande maioria das garrafas é de vinho e de vidro, principalmente as de vidro “preto”. Deste período colecionamos apenas uma garrafa de grés: do Vinho Verde do Lavrador.

Tenho outras garrafas de grés todas mais recentes, talvez, em razão da sua maior resistência e do reuso que era feito delas, como revelara o artigo “Grés, vinho e imigração: arqueologia de uma produção vitivinícola, São Paulo, 1920-1950” (disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-81222013000100003&lng=pt&nrm=iso>).

Além das garrafas de vinho tenho outras seis garrafas inequivocamente portuguesas. A mais antiga (uma botija de cerâmica não vidrada recuperada ainda nos anos 1970 dos restos do galeão Santíssimo Sacramento, naufragado em Salvador, Bahia, em 1668), um frasco de vidro incolor da “Pharmacia Ultramarina” de Lisboa, uma garrafinha de vidro escuro da água “Pedras Salgadas”, duas da “Água de Inglaterra” (por aqui “Água Inglesa”) de Ribeiro da Costa & Cia. e uma da “Água de Inglaterra” de André Lopes da Costa.

As “águas inglesas” de origem portuguesa foram bastante comuns por aqui e garrafas ou fragmentos delas foram encontradas em escavações de norte a sul do país. As garrafas da água de Ribeiro da Costa & Cia. que eu tenho são um exemplo interessante.

Uma delas, a de vidro verde claro, foi fabricada em molde duplo (provavelmente do tipo cup-bottom mold) e tem gargalo aplicado. Com 22,8 cm de altura e 8,1 cm de diâmetro na base foi encontrada aqui no litoral do Estado de São Paulo, em contexto (lixão) datável entre 1890 e 1910.

A outra, mais recente, de vidro verde oliva, é de fabrico automático ou semiautomático como revelam as marcas deixadas pelo molde no gargalo e junto à base. Tem 22,0 cm de altura, 7,7 cm de diâmetro na base e foi encontrada no interior do Estado da Bahia. Traz junto à base a marca do fabricante do frasco “ILVC”, que não consegui identificar. Alguém sabe alguma coisa a respeito?

Abraço a todos. Obrigado.

Daury

Ver anexo 325447 Ver anexo 325448 Ver anexo 325449 Ver anexo 325450 Ver anexo 325451 Ver anexo 325452 Ver anexo 325453 Ver anexo 325454 Ver anexo 325455

Muito bom dia caro Daury Júnior

Ainda sobre o seu ultimo post, onde agrada-me particularmente a garrafa transparente da " Água de Inglaterra " do comerciante Ribeiro da Costa & Cia, que eu desconhecia. Agradeço que me confirme se faz favor se o selo é aplicado.

Abraço
Amaro Pereira
 
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Francisco J. L.

YoungTimer
Encontrei hoje esta garrafa: Garrafa de soda PH. CHARVOZ ST MICHEL (Savoie)
alguém sabe o seu enquadramento histórico, idade?
 

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antonio arruda

Veterano
Encontrei hoje esta garrafa: Garrafa de soda PH. CHARVOZ ST MICHEL (Savoie)
alguém sabe o seu enquadramento histórico, idade?
boa tarde
porque a sua garrafa me pareceu muito interessante fiz uma pesquisa no google na qual só encontrei um antigo folheto publicitário do qual deixo a imagem 490_001.jpg


cumprimentos
Antonio Arruda
 

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antonio arruda

Veterano
boa noite
as garrafas de agua Inglesa postadas pelo senhor Daury principalmente a mais antiga com o selo aplicado
foram para mim uma enorme e agradável surpresa pois as unicas garrafas nacionais com selo aplicado de
que tinha conhecimento eram algumas garrafas de porto e uma da fabrica ancora e claro está que iniciei
uma pesquisa usando os nomes dos fabricantes pesquisa que não deu nenhum resultado de relevo
mudei então o tema da pesquisa para o conteúdo das garrafas que erroneamente pensava ser algum tipo de agua mineral modificada e desta vez obtive alguns resultados interessantes que passo a descrever de forma abreviada
a agua inglesa terá sido intrudozida em Portugal cerca de 1681 por Fernando Mendes (1645 - 1724 )
médico Portugues residente em Londres
conhecida por agua de Fernão Mendes agua inglesa ou agua de Inglaterra hera e é um medicamento feito a partir de ervas amargas com propiedades medicinais como a quina amarela,calumba,carqueja,losna,e camonila é usada em casos de má digestão ou falta de apetite entre outros
um dos primeiros fabricantes em Portugal terá sido André Lopes de Castro ( 1735 - 1803 ) as garrafas da foto que suponho estejam em algum museu ou outra instituição nacional tem todas selo aplicado
jacob-de-castro-sarmento-16911762-e-a-conversao-a-ciencia-moderna-47-728.jpg

cumprimentos
Antonio Arruda
 

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Amaro Pereira

Clássico
boa noite
as garrafas de agua Inglesa postadas pelo senhor Daury principalmente a mais antiga com o selo aplicado
foram para mim uma enorme e agradável surpresa pois as unicas garrafas nacionais com selo aplicado de
que tinha conhecimento eram algumas garrafas de porto e uma da fabrica ancora e claro está que iniciei
uma pesquisa usando os nomes dos fabricantes pesquisa que não deu nenhum resultado de relevo
mudei então o tema da pesquisa para o conteúdo das garrafas que erroneamente pensava ser algum tipo de agua mineral modificada e desta vez obtive alguns resultados interessantes que passo a descrever de forma abreviada
a agua inglesa terá sido intrudozida em Portugal cerca de 1681 por Fernando Mendes (1645 - 1724 )
médico Portugues residente em Londres
conhecida por agua de Fernão Mendes agua inglesa ou agua de Inglaterra hera e é um medicamento feito a partir de ervas amargas com propiedades medicinais como a quina amarela,calumba,carqueja,losna,e camonila é usada em casos de má digestão ou falta de apetite entre outros
um dos primeiros fabricantes em Portugal terá sido André Lopes de Castro ( 1735 - 1803 ) as garrafas da foto que suponho estejam em algum museu ou outra instituição nacional tem todas selo aplicado
Ver anexo 325949

cumprimentos
Antonio Arruda

Muito boa noite amigo António Arruda

Felicito-o por mais este excelente trabalho ( Muito bem elaborado e bem documentado ), é por este tipo de garrafas que eu corro, em boa hora o nosso " Irmão " entusiasta Daury de Paula Júnior aderiu ao tópico " Frascofilia & Garrafas " do Portal dos Clássicos. E com ele trás excelentes garrafas e boas pistas.

Confesso que a cada dia que passa sinto que este tópico está cada vez mais forte e interessante. Valeu!

E assim acontece
Amaro Pereira
 

Amaro Pereira

Clássico
Boa Tarde a todos.

Aqui no Brasil, como não poderia deixar de ser, encontramos muitas garrafas portuguesas, principalmente as de vinho, tanto as de vidro, como as de grés. Entre as décadas de 1880 e 1910 a grande maioria das garrafas é de vinho e de vidro, principalmente as de vidro “preto”. Deste período colecionamos apenas uma garrafa de grés: do Vinho Verde do Lavrador.

Tenho outras garrafas de grés todas mais recentes, talvez, em razão da sua maior resistência e do reuso que era feito delas, como revelara o artigo “Grés, vinho e imigração: arqueologia de uma produção vitivinícola, São Paulo, 1920-1950” (disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-81222013000100003&lng=pt&nrm=iso>).

Além das garrafas de vinho tenho outras seis garrafas inequivocamente portuguesas. A mais antiga (uma botija de cerâmica não vidrada recuperada ainda nos anos 1970 dos restos do galeão Santíssimo Sacramento, naufragado em Salvador, Bahia, em 1668), um frasco de vidro incolor da “Pharmacia Ultramarina” de Lisboa, uma garrafinha de vidro escuro da água “Pedras Salgadas”, duas da “Água de Inglaterra” (por aqui “Água Inglesa”) de Ribeiro da Costa & Cia. e uma da “Água de Inglaterra” de André Lopes da Costa.

As “águas inglesas” de origem portuguesa foram bastante comuns por aqui e garrafas ou fragmentos delas foram encontradas em escavações de norte a sul do país. As garrafas da água de Ribeiro da Costa & Cia. que eu tenho são um exemplo interessante.

Uma delas, a de vidro verde claro, foi fabricada em molde duplo (provavelmente do tipo cup-bottom mold) e tem gargalo aplicado. Com 22,8 cm de altura e 8,1 cm de diâmetro na base foi encontrada aqui no litoral do Estado de São Paulo, em contexto (lixão) datável entre 1890 e 1910.

A outra, mais recente, de vidro verde oliva, é de fabrico automático ou semiautomático como revelam as marcas deixadas pelo molde no gargalo e junto à base. Tem 22,0 cm de altura, 7,7 cm de diâmetro na base e foi encontrada no interior do Estado da Bahia. Traz junto à base a marca do fabricante do frasco “ILVC”, que não consegui identificar. Alguém sabe alguma coisa a respeito?

Abraço a todos. Obrigado.

Daury

Ver anexo 325447 Ver anexo 325448 Ver anexo 325449 Ver anexo 325450 Ver anexo 325451 Ver anexo 325452 Ver anexo 325453 Ver anexo 325454 Ver anexo 325455

Muito bom dia caro Daury Júnior

Gostava de saber se é possível enviar fotos da garrafa da " Água de Inglaterra " do fabricante André Lopes da Costa ou de Castro.

Como gostava de trocar emails consigo para trocar ideias sobre garrafas sopradas à mão, envio o meu endereço, e aguardo o seu. [email protected]

Um grande abraço da ilha da Madeira
Amaro Pereira
 

Amaro Pereira

Clássico
A água de Inglaterra


“A partir da década de 1730, Jacob de Castro Sarmento montou uma autêntica organização comercial em Portugal para a venda da sua “água”, importada de Inglaterra. Tinha para isso uma rede de correspondentes espalhada pelo País. Entre os seus clientes contava-se membros proeminentes da sociedade portuguesa. Montou uma rede de distribuição, com correspondentes em Coimbra, Lisboa, Évora, Porto, Faro, Estremoz, Vila Viçosa, Portalegre, Benavente, Abrantes e Rio de Janeiro, no Brasil.

Não era, porém, o único a vender o produto, pois já a Gazeta de Lisboa dizia, em 1720, que a “água de Inglaterra” era vendida em Portugal há 40 anos. Mas a “água” de Sarmento impôs-se e ganhou fama de ser melhor que as outras.

Para o final da sua vida, deverá ter tido o desgosto de ver surgir um concorrente, donde menos esperaria: um seu sobrinho-neto, André Lopes de Castro. Nasceu este em 1734 ou 1735, filho de Diogo Lopes de Castro e, segundo tudo indica, de Violante de Almeida. Em 1750, a mãe dele escreveu para Londres ao tio, pedindo-lhe que lhe acolhesse o filho em Londres, e o educasse para a vida, dando-lhe uma profissão. Resignado, Sarmento recebeu-o em sua casa e pô-lo a estudar, mas ele fugiu ao fim de dois meses. A mãe suplicou ao tio que o recebesse de novo em Londres, o que aconteceu, mas pouco tempo lá esteve. Regressado a Portugal, gabava-se de ter obtido a fórmula da “água de Inglaterra” dizendo umas vezes que o tio lha tinha dado, outras que a roubara, outras ainda que lha dera sua tia Isabel Inácia.

O negócio não terá sido florescente enquanto o tio foi vivo, mas, pouco a pouco, foi crescendo, pois em 1774, foi autorizado legalmente a fabricar a “água de Inglaterra”.

Diz-nos o Prof. José Pedro Sousa Dias na sua monografia que, em 1784, tinha André Lopes de Castro uma rede de 33 correspondentes que daí a pouco se elevou a 48. O mesmo autor explica assim o êxito da “água” por ele vendida:

- Em 1759, dera-se a expulsão dos Jesuítas, desaparecendo assim um concorrente, o P.e Alexandre Botelho, que vendia a “água febrífuga”.

- Em 1762 morre seu tio Jacob de Castro Sarmento, a viúva não deve ter tido condições para gerir o negócio e os filhos eram ainda crianças de 14 e 4 anos.

- O Dr. João Mendes Sachetti Barbosa, que também fabricava a “água”, deixou de o fazer quando foi nomeado Físico-Mor do Reino, também em 1762.

- O medicamento chegava ao consumidor em melhores condições, já que não tinha de viajar tanto como o que vinha de Inglaterra.

André Lopes de Castro faleceu a 25 de Fevereiro de 1803, com 68 anos, de gota, de que sofria desde 1784, pelo menos. Continuou o negócio seu filho José Joaquim de Castro, que foi feito Cavaleiro da Ordem de Cristo em 1804, com dispensa das “provanças”.

As disputas sobre a "Água de Inglaterra” chegaram mesmo às Cortes Constitucionais de 1820-1822. Foi o caso que um António José de Sousa Pinto requereu às Cortes que se retirasse a José Joaquim de Castro o privilégio de, em exclusivo, chamar ao seu preparado de quina “água de Inglaterra”, já que a que o requerente fabricava era melhor e mais pura que a dele. Depois de variadas discussões que se prolongaram desde 7 de Abril de 1821 até 23 de Maio do mesmo ano, foi dada razão ao requerente, permitindo-se a todos os preparadores que dessem ao produto o nome de “Água de Inglaterra”, indicando-se a seguir o nome do fabricante. Ficou assim revogado o privilégio da família Castro, que vinha do Decreto Real de 2 de Outubro de 1811”.


Fonte : Internet


Atenciosamente


José Coelho

Muito boa noite Sr. José Coelho

Agradeço pessoalmente mais esta grande ajuda, informação deveras interessante e oportuna, para uma matéria que me diz muito. São garrafas como estas, cheias de história que me dão animo e entusiasmo para continuar a coleccionar. É bom começar a ver alguma evolução para garrafas desta natureza.

E assim uma vez mais acontece
Amaro Pereira
 

Amaro Pereira

Clássico
Boa noite a todos,

Hoje apenas uma rápida passagem para complementar os excelentes apontamentos aqui partilhados pelos colegas António Arruda e José Coelho.

Assim, deixo fotografias (frente e verso) de um rótulo adquirido há anos em leilão (num lote com cartas várias e outros documentos do século XIX), para o qual nunca encontrei a respectiva garrafa e que creio ilustrar um pouco mais o percurso da família Castro no comércio da AGUA D'INGLATERRA em Portugal.

Passo a descrever:

No topo pode ver-se o brasão do Rei D. Pedro IV (Pedro, o primeiro, Imperador do Brasil) que reinou em Portugal de 1826 a 1828 com o cognome de Rei Soldado.
Por aqui é possível datar o rótulo, onde se lê

"REAL FABRICA
DE
AGUA D'INGLATERRA
de
José Joaquim de Castro

Na Rua Nova de S.Mamede
hindo do Largo do Caldas para o Cor-
reio Velho, porta Nº 25

Na Cidade de Lisboa" Ver anexo 325973 Ver anexo 325974

Saudações continentais, atlânticas e intercontinentais,
Ricardo Bruno

Não posso deixar de comentar mais este apontamento importante ( físico ), do sr. Ricardo Bruno. É a tudo isto que eu chamo de " partilhar fotos e informação ", e com a participação de cada um e de todos, este tópico vai ficar cada vez mais forte ( tanto cá dentro como lá fora ).

Amaro Pereira
 
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Muito boa noite a todos.

Agradeço os comentários ao meu post sobre as garrafas de “Água de Inglaterra”.

Em resposta ao questionamento do Sr. Amaro Pereira, confirmo que, na garrafa mais clara, o selo de fato é aplicado.

Também com selo aplicado é a garrafa que eu tenho da “Água de Inglaterra” de André Lopez de Castro, muito semelhante àquela de vidro claro mostrada na imagem postada pelo Sr. Antonio Arruda.

É uma garrafa interessante - e gostaria de comentários dos senhores à respeito - porque embora possua o corpo bastante retilíneo, com leves ondulações e um pequeno amassado junto ao ombro, que é ligeiramente assimétrico, não apresenta qualquer indício de uso de moldes indicando o fabrico por sopro livre. O pescoço, terminado em gargalo aplicado, apresenta leve inclinação no sentido oposto ao do selo, também aplicado. O gargalo, também apresenta extravasamento junto à base e fissuras decorrentes da diferença de temperatura entre o vidro do pescoço e o vidro utilizado para a confecção do gargalo. A base traz leve marca de ponteio do tipo que a bibliografia norte-americana denomina iron ou graphite pontil. A garrafa tem 21 cm de altura e 8,2 cm de diâmetro na base e creio que tenha sido fabricada em meados do século XIX, embora a região onde foi encontrada - Chapada Diamantina - tenha sido povoada desde o fim do século XVIII.

As garrafas de André Lopez de Castro de vidro escuro - ainda um sonho de consumo -, também se acham por aqui. Encontrei uma delas em uma exposição com artefatos encontrados em escavação na Rua do Ouvidor, no Centro do Rio de Janeiro.

Cumprimentos,

Daury de Paula Júnior

(e-mail: [email protected])
ALC (1).jpg ALC (2).jpg ALC (3).jpg ALC (4).jpg ALC (5).jpg
 

Anexos

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antonio arruda

Veterano
Muito boa noite a todos.

Agradeço os comentários ao meu post sobre as garrafas de “Água de Inglaterra”.

Em resposta ao questionamento do Sr. Amaro Pereira, confirmo que, na garrafa mais clara, o selo de fato é aplicado.

Também com selo aplicado é a garrafa que eu tenho da “Água de Inglaterra” de André Lopez de Castro, muito semelhante àquela de vidro claro mostrada na imagem postada pelo Sr. Antonio Arruda.

É uma garrafa interessante - e gostaria de comentários dos senhores à respeito - porque embora possua o corpo bastante retilíneo, com leves ondulações e um pequeno amassado junto ao ombro, que é ligeiramente assimétrico, não apresenta qualquer indício de uso de moldes indicando o fabrico por sopro livre. O pescoço, terminado em gargalo aplicado, apresenta leve inclinação no sentido oposto ao do selo, também aplicado. O gargalo, também apresenta extravasamento junto à base e fissuras decorrentes da diferença de temperatura entre o vidro do pescoço e o vidro utilizado para a confecção do gargalo. A base traz leve marca de ponteio do tipo que a bibliografia norte-americana denomina iron ou graphite pontil. A garrafa tem 21 cm de altura e 8,2 cm de diâmetro na base e creio que tenha sido fabricada em meados do século XIX, embora a região onde foi encontrada - Chapada Diamantina - tenha sido povoada desde o fim do século XVIII.

As garrafas de André Lopez de Castro de vidro escuro - ainda um sonho de consumo -, também se acham por aqui. Encontrei uma delas em uma exposição com artefatos encontrados em escavação na Rua do Ouvidor, no Centro do Rio de Janeiro.

Cumprimentos,

Daury de Paula Júnior

(e-mail: [email protected])
Ver anexo 326015 Ver anexo 326016 Ver anexo 326017 Ver anexo 326018 Ver anexo 326019
bom dia
caro senhor Daury permita-me que o felicite pelas magnificas garrafas que tem na sua colecção e tambem agradeço o ter-nos dado o conhecimento das garrafas da agua da Inglaterra que me eram desconhecidas
relativamente a garrafa que hoje nos apresenta penso que não é de sopro livre mas antes feita em molde fundo (deep mold ) o tipo de molde mais primitivo que se conhece e que só formava o corpo da garrafa sendo o ombro e o gargalo formados unicamente pela habilidade do operário e digo isto baseado na sua descrição das ondulções no corpo da garrafa
que suponho não existirem acima do ombro da garrafa e tambem por o fundo ser demasiado simétrico para uma garrafa de sopro livre

se precisar de mais informação relativamente aos moldes fundos embora o meu conhecimento seja limitado estou inteiramente ao seu dispor aqui no portal ou pelo email ( [email protected] )

cumprimentos
Antonio Arruda
 
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