Ford Capri - Cl

Andre.Silva

Trapatony
Como a comercialização do Ford Mustang na Europa não era bem vista por causa do elevado preço e consumos altos devido as potentes motorizações, a Ford quis criar um coupê que tivesse o sucesso do seu primo Americano designado "o Projecto Colt".
Depois de um ano onde várias propostas e desenhos foram analisados, surgia a interpretação britânica daquele modelo de produção norte-americana. No início de 1966 tomaram forma os primeiros mock-ups à escala, mostrados em clínicas realizadas em várias cidades europeias, para em Julho desse ano a Ford dar o aval ao início do desenvolvimento do projecto, com um investimento inicial de 20 milhões de libras.

Em Novembro de 1967 apurava-se, em definitivo, o design da carroçaria e, em virtude da designação Colt estar registada por outro construtor, a Mitsubishi, o nome escolhido passava a ser Capri, proveniente da ilha sita ao largo de Itália e que a Ford já havia utilizado noutro modelo, o Consul Capri.

Quanto a conteúdos, muitos eram oriundos de outros modelos da marca, como os motores, do bloco 1.3 litros do Escort MKI, ao 2.0 do Corsair, passando pelo 1.6 do Cortina, de onde provinham também as transmissões.

No mesmo mês de 1968 arrancava na fábrica de Halewood em Inglaterra a produção do Ford Capri, de modo a assegurar que todos os concessionários tivessem pelo menos uma unidade em exposição nos seus stands no lançamento. O seu posterior sucesso faria com que passasse também a sair de Dagenham em Inglaterra, Genk na Bélgica, Colónia e Saarlouis na Alemanha, de modo a dar resposta às encomendas.

A apresentação pública do modelo far-se-ia, assim, a 24 de Janeiro de 1969, por ocasião do Salão de Bruxelas na Bélgica. Três dias antes o Ford Capri havia estado exposto numa pré-mostra em Bona na Alemanha, para um grupo restrito de convidados. Pouco tempo antes houvera outra em Chipre, só para a imprensa e com total embargo à publicação do que quer que fosse antes do seu lançamento ao público na abertura do salão automóvel.

Depois de três gerações – MKI, MKII e MKIII – a 19 de Dezembro de 1986 saía da linha de montagem na Alemanha o último dos Ford Capri, a unidade nº 1.886.647.

Daquele total produzido, 4.310 unidades foram matriculadas no nosso país. As primeiras 115 foram importadas de Inglaterra em 1969, para no ano seguinte se iniciar a produção do Ford Capri na Fábrica de Montagem de Azambuja, o que sucederia até 1976, último ano da comercialização do modelo em Portugal.

Em Portugal só se comercializaram variantes com motorizações de origem britânica, como sejam os Capri 1300, 1600, 1600GT e 3000GT, mas outras motorizações o equiparam como o 1.3 V4, 1.5 V4 e 1.7 V4 (Cologne-Alemão) que só foi comercializado na Alemanha e França o 2.0 V4 e 2.0 V6 e o 2.3 e 2.6 ambos V6 . Em 1973, no face-lift do modelo (que entre nós ficaria a conhecer-se como Capríssimo), foram introduzidos os motores de árvore de cames à cabeça, os conhecidos motores 'Pinto' para os modelos 1600, 1600GT, 2000GT e 3000GT.

Em 1974 surge o Capri MKII com as motorizações anteriores. Refira-se que neste ano é importado para Portugal – via Alemanha, para o gerente da Auto Neofor, então Concessionário Ford na Guarda – o único Capri 2600 RS Injection, a jóia da coroa da gama.

Algumas séries deste emblemático carro que foram comercializados como "série limitada".

O cabrio designado "The Crayford Capri"
Foi lançado em outubro 1971 . Apenas 30 Crayford capris foram feitos.
O carro foi equipado com motores 1600GT e 2000GT.

RS 2600
O milionésimo Capri foi um Ford Capri RS2600, e foi construído em agosto de 1973. Nunca foi oficialmente vendido no Reino Unido, embora alguns já foram importados. O RS2600 foi introduzido à Ford Motorsport em 1971, com o objectivo de levar a Dieter Glemser ao ETC Drivers Championship e em 1972 foi igualmente bem sucedida, mas em 1973 o BWM CSL foi o carro mais competente.
Foram produzidos o total de 3532 RS2600.
 
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