João Dinis Pinho
Veterano
Pois é, meus caros entusiastas, finalmente adquiri o meu primeiro carro!
O gosto por automóveis sempre andou lá por casa, bem como as dezenas de revistas L'Automobile cuidadosamente guardadas no sótão.
Em miúdo lembro-me de me sentar ao volante do Peugeot 304 SL Break do meu avô, que orgulhosamente conduziu de França para Portugal. Na garagem, voltado para uma parede rosada, ali fingi viagens horas a fio. Acho até que foi este Peugeot que protagonizou uma das histórias caricatas dos tempos de emigração: após milhares de quilómetros serenos de França para Portugal, bateu ao entrar no portão de casa. Um belo dia, abro a garagem e estava vazia. O avô decidira vendê-lo ao desbarato, "para desocupar". Lembro de me virem as lágrimas aos olhos, com 11 ou 12 anos. Vi assim esvair-se o sonho de um dia o conduzir verdadeiramente. Na altura compravam-se carros antigos para dar para abate e receber apoios na compra de carros novos, seria esse o seu destino? Ao que parece não, pois foi avistado no centro da vila há dois ou três anos. Descobri o actual dono e disse-lhe para não o vender sem falar comigo.
Há uns meses atrás surgiu a ideia de comprar um carro para ter em Portugal para quando cá viesse - agora o emigrante sou eu.
Por algum motivo, mais depressa me via num carro clássico e duradouro do que num moderno e enfadonho. Tudo dentro do mesmo orçamento. Comecei por ver uns W123, de inquestionável fama: robustos, fiáveis, resistentes. Quis o destino que não encontrasse um negócio atrativo no momento, e os gostos foram evoluindo. Do W123 passei para o W201 (o famoso 190d) e desse para o E30, a concorrência da marca da Baviera.
Entre o coupé e o sedan, fui ganhando apreço pelo último: 1º tenho pena do ugly duckling, ainda que não o ache nada ugly; 2º sou da opinião que os sedan's vão voltar à ribalta, agora que os SUV's já se tornaram vulgares (a prova disso está nas recentes apostas em CLA's, Gran Coupé's e Limousine's); 3º Praticidade.
Após vários negócios falhados, finalmente fui avante com a compra de um E30 316i de 1990! Sou o seu 2º dono e com o passar dos dias - e à medida que vou encontrando algumas surpresas - vejo-o a habituar-se à nova vida. De carroçaria e motor parece-me bem, no entanto conto fazer uma revisão em breve, para poder andar descansado. Um dia volto aqui para enumerar os problemas que fui descobrindo e, espero, as suas soluções.
Por agora, ficam umas fotos do menino, que chamei Delfim - da sua cor BMW Delphin Metallic, e por ser o meu primogénito - mas que já ouvi chamarem de Quentin Tarantino, da matrícula QT.
Um abraço!
O gosto por automóveis sempre andou lá por casa, bem como as dezenas de revistas L'Automobile cuidadosamente guardadas no sótão.
Em miúdo lembro-me de me sentar ao volante do Peugeot 304 SL Break do meu avô, que orgulhosamente conduziu de França para Portugal. Na garagem, voltado para uma parede rosada, ali fingi viagens horas a fio. Acho até que foi este Peugeot que protagonizou uma das histórias caricatas dos tempos de emigração: após milhares de quilómetros serenos de França para Portugal, bateu ao entrar no portão de casa. Um belo dia, abro a garagem e estava vazia. O avô decidira vendê-lo ao desbarato, "para desocupar". Lembro de me virem as lágrimas aos olhos, com 11 ou 12 anos. Vi assim esvair-se o sonho de um dia o conduzir verdadeiramente. Na altura compravam-se carros antigos para dar para abate e receber apoios na compra de carros novos, seria esse o seu destino? Ao que parece não, pois foi avistado no centro da vila há dois ou três anos. Descobri o actual dono e disse-lhe para não o vender sem falar comigo.
Há uns meses atrás surgiu a ideia de comprar um carro para ter em Portugal para quando cá viesse - agora o emigrante sou eu.
Por algum motivo, mais depressa me via num carro clássico e duradouro do que num moderno e enfadonho. Tudo dentro do mesmo orçamento. Comecei por ver uns W123, de inquestionável fama: robustos, fiáveis, resistentes. Quis o destino que não encontrasse um negócio atrativo no momento, e os gostos foram evoluindo. Do W123 passei para o W201 (o famoso 190d) e desse para o E30, a concorrência da marca da Baviera.
Entre o coupé e o sedan, fui ganhando apreço pelo último: 1º tenho pena do ugly duckling, ainda que não o ache nada ugly; 2º sou da opinião que os sedan's vão voltar à ribalta, agora que os SUV's já se tornaram vulgares (a prova disso está nas recentes apostas em CLA's, Gran Coupé's e Limousine's); 3º Praticidade.
Após vários negócios falhados, finalmente fui avante com a compra de um E30 316i de 1990! Sou o seu 2º dono e com o passar dos dias - e à medida que vou encontrando algumas surpresas - vejo-o a habituar-se à nova vida. De carroçaria e motor parece-me bem, no entanto conto fazer uma revisão em breve, para poder andar descansado. Um dia volto aqui para enumerar os problemas que fui descobrindo e, espero, as suas soluções.
Por agora, ficam umas fotos do menino, que chamei Delfim - da sua cor BMW Delphin Metallic, e por ser o meu primogénito - mas que já ouvi chamarem de Quentin Tarantino, da matrícula QT.
Um abraço!