Clássicos Do Ultramar

Amigo Rogério Amorim,

Vi e tenho gravado em cassete VHS esse documentário apresentado pela SIC e vejo-o repetidamente, acho que já o vi umas 20 vezes, adoro o trabalho que desenvolveu e a coragem que tiveram na altura dessa grande aventura.

Fiquei muito contente por ter aparecido por aqui, e agora que está por cá diga-me : Onde posso comprar o seu livro, ou vende-me directamente ?

Sabe que eu tenho uma viatura classica que há quase certeza de ter estado nessa viagem aventureira, e que acabou por chegar à África do Sul até Cape Town e andei muito tempo a ver se descobria o dono que viveu essa grande viagem, descobrio-o a semana passada e deixou-me completamente abismado com a história que viveu com o carro que agora é meu.

Um grande abraço de mais um ex-patriado de África, no meu caso de Lourenço Marques, Moçambique.

Aguardo resposta sua.
 
Amigo Rogério,

Através da mensagem anterior do colega Francisco Lemos Ferreira, entrei no site Wook, registei-me e comprei um exemplar do livro "Costa dos Esqueletos" fácil e rápido, agora espero pela entrega dos CTT custou 17,87 + 2,56 de envio.:D
 
Amigo Rogério Amorim, vou adquirir o seu livro, pois com apenas 13 anos vivi algo semelhante. Nós saimos de Angola, partindo de Nova Lisboa, rumo a Silva Porto, Serpa Pinto e depois pelas "terras do fim do mundo", fomos pelo mato até ao Calai. Aí ficamos durante 9 meses num acampamento com mais de 3.000 pessoas até nos deixarem atravessar a fronteira para o Rundo.
Foi uma grande aventura, pena não haver fotos, pois aquilo era sempre a fugir para aqui e para ali e não havia tempo para fotos.
 

Helder Manuel Oliveira

Pre-War
Premium
Portalista
Bem-vindo caro Rogério Amorim.
Afinal o Mundo é pequeno e o meu amigo veio ao encontro desta grande comunidade.
Tomei a liberdade de divulgar o seu livro há tempos atrás, porque também deixei Angola (Porto Alexandre) em 1976 naquela aventura em que participaram muitas traineiras e o navio Silver Sky, até Walvys Bay.
Bem-haja e vá aparecendo por aqui.
Grande Abraço.
 

Rogerio Amorim

YoungTimer
Jose M P Santos disse:
Amigo Rogério Amorim,

Vi e tenho gravado em cassete VHS esse documentário apresentado pela SIC e vejo-o repetidamente, acho que já o vi umas 20 vezes, adoro o trabalho que desenvolveu e a coragem que tiveram na altura dessa grande aventura.

Fiquei muito contente por ter aparecido por aqui, e agora que está por cá diga-me : Onde posso comprar o seu livro, ou vende-me directamente ?

Sabe que eu tenho uma viatura classica que há quase certeza de ter estado nessa viagem aventureira, e que acabou por chegar à África do Sul até Cape Town e andei muito tempo a ver se descobria o dono que viveu essa grande viagem, descobrio-o a semana passada e deixou-me completamente abismado com a história que viveu com o carro que agora é meu.

Um grande abraço de mais um ex-patriado de África, no meu caso de Lourenço Marques, Moçambique.

Aguardo resposta sua.

Amigo José Santos
O livro pode ser adquirido em qualquer livraria, mas se esta o tiver esgotado, pode comprar directamente à minha editora. Aqui vai o link: - http://www.europa-america.pt/.
Estou a acabar o Livro “Adeus África” é uma antologia de como se vivia em Angola, antes e depois do 25 de Abril de 1974, assim como outras fugas dignas de registo. Pequenos Atuneiros e Traineiras que tiveram a audácia de atravessar a Costa dos Esqueletos por mar, assim como o assalto ao navio mercantil “Silver Sky”, na altura acostado no porto de Moçâmedes, e que serviu, no desespero dos últimos que queriam abandonar essa cidade, porque o movimento da UNITA vinha de Sá da Bandeira para aniquilar os que ainda se encontravam em Moçâmedes. Se por acaso alguém, neste fórum, souber de pormenores, agradecia, pois é uma forma de o livro ficar mais consistente.
Um abraço
Rogério Amorim
 

Rogerio Amorim

YoungTimer
Se este fórum permitir, irei inserindo textos soltos do meu próximo Livro, “O Adeus a África”. Espero que gostem.
Um abraço a todos.
Rogério

Maio de 1967
O paquete “Vera Cruz está de largada do cais da Rocha Conde de Óbidos com mais um contingente militar. Ao som da fanfarra e de gritos de: “Angola é Nossa”, o navio larga a ultima amarra que o prendia ao cais e afasta-se, deixando no porto uma floresta de lenços brancos com muitas lágrimas à mistura. Bem lá no alto, no varandim da ponte do comando do barco, assistia àquela carga de emoção que se ia desfazendo à medida que o paquete se afastava. Eu tinha conseguido o lugar de músico A imponência e beleza do navio, de linhas elegantes, eram motivo de registo, numa era onde a supremacia de transportes de passageiros se fazia mais por mar. No entanto, só duraria até 1974. Tirando os cruzeiros de férias, os porta contentores, navios tanques e navios de carga, seriam quase os únicos a sulcar os quatro oceanos. De avião era tudo mais rápido. África iria mudar. O mundo iria mudar. As pessoas iriam mudar.

Após sete dias de viagem, chegamos ao porto de Luanda. Os militares foram desembarcados sem a pompa do embarque. Taciturnos, de olhos postos no chão, eram encafuados em camiões que os levariam a Grafanil, um quartel de transição, até serem distribuídos por terras de Angola. Quando pus os pés em solo angolano não fazia a menor ideia de que me iria apaixonar por aquela terra. Depois de comer um prego no bar do cais, com bastante jindungo, que me pôs as tripas em “fogo”, e ter passeado com o meu amigo Vítor, conferente do paquete “Vera Cruz”, pela ilha de Luanda, beber um fino, onde um pires de camarão, ou um prato de dobrada com feijão branco, era oferecido como aperitivo, senti-me num outro mundo, muito diferente do meu, a metrópole.
Fui a pé até ao fundo da Ilha. Quantos quilómetros fiz? Não sei, não me apercebi, tão encantado estava com toda aquela envolvência que os meus olhos conseguiam abarcar. O cheiro da terra, misturado com o do mar, deixava no ar uma fragrância que nos inebriava os sentidos. Pareço um pouco lamechas, mas foi assim que me senti. Quando nos apaixonamos por alguém, diz-se que o cheiro é um dos principais responsáveis por isso acontecer. Hoje, volvidos trinta e quatro anos, estou convicto de que assim é. Ainda sinto nas narinas o cheiro de África.

Descontraídas, grupos de pessoas passeavam pela única rua da ilha de Luanda. De ambos os lados, os restaurantes e bares sobrepunham-se, um, após outro. Todos a comerem, ou a refrescarem-se, após mais um dia de trabalho. Estava a mais de 5.500 quilómetros da minha terra, mas sentia-me em casa. Sentei-me na areia da praia. A lua, com os seus tons prateados, reflectia-se nas águas calmas do oceano. Este também devolvia aos meus olhos a imagem das estrelas cintilantes Respirei fundo. Deixei que aquele ar puro me entrasse nos pulmões. Mas ele não entrou só nos pulmões, também se estendeu pela alma. Estava decidido. Não descansaria enquanto não me mudasse para África. Uma África que dera conta de mim em apenas poucas horas.
 

Rogerio Amorim

YoungTimer
Helder Manuel Oliveira disse:
Bem-vindo caro Rogério Amorim.
Afinal o Mundo é pequeno e o meu amigo veio ao encontro desta grande comunidade.
Tomei a liberdade de divulgar o seu livro há tempos atrás, porque também deixei Angola (Porto Alexandre) em 1976 naquela aventura em que participaram muitas traineiras e o navio Silver Sky, até Walvys Bay.
Bem-haja e vá aparecendo por aqui.
Grande Abraço.

Estava em Walvis Bay quando as traineiras e os pequenos atuneiros chegaram. Eu, e outros, que lá se encontravam, andamos pelos supermercados madeirenses a pedir tabaco, leite, e outros géneros alimentícios, que depois, num pequeno bote, íamos distribuindo pelas embarcações. Quando chegou o “Silver Sky”, foi um drama, porque as pessoas se amontoavam num espaço sem as mínimas condições. Mesmo assim, ainda estiveram ao largo (quarentena) por uns dias. Todas as pessoas que empreenderam esta aventura, esperando ficar próximo da “sua” África, foram repatriadas. Eu consegui ficar a trabalhar para a empresa “Pesca Nova”, em Walvis Bay, sendo mais tarde transferido para Cape Town.
Um abraço
Rogério Amorim
 

Rogerio Amorim

YoungTimer
Jose M P Santos disse:
Amigo Rogério,

Através da mensagem anterior do colega Francisco Lemos Ferreira, entrei no site Wook, registei-me e comprei um exemplar do livro "Costa dos Esqueletos" fácil e rápido, agora espero pela entrega dos CTT custou 17,87 + 2,56 de envio.:D

Tendo o livro tão poucas páginas, acho que a minha editora exagerou no preço. Começou por € 15,00 e aumentou, há pouco tempo, para € 17,00. É assim que se promove a leitura no nosso país. Lamento o facto.
Um abraço
Rogério Amorim
 
OP
OP
C

Conta apagada 31475

Antes Francisco Lemos Ferreira
As fotos são de Samuka1960 in mazungue

Namibia
 

Anexos

  • photo-1156-be64f764.jpg
    photo-1156-be64f764.jpg
    126 KB · Vistos: 45
  • photo-1157-6f021d93.jpg
    photo-1157-6f021d93.jpg
    43.5 KB · Vistos: 51
  • photo-1158-a656a819.jpg
    photo-1158-a656a819.jpg
    53.4 KB · Vistos: 55
  • photo-1159-fb45533e.jpg
    photo-1159-fb45533e.jpg
    51.4 KB · Vistos: 47

Carlos Antão

YoungTimer
Olá, e boa noite, já tinha dito, que gostava deste tópico... Apesar de nunca ter ido a angola. A minha família ,viveu lá, 18 anos, e como diz , o meu avô... "sempre de férias " aqui deixo duas imagens de dois carros, entre muitos... , que o meu tio, e o meu avô, tiveram em angola... Um dia destes ponho mais algumas.... Abraço.
 

Anexos

  • lotus europa e karmen ghia.jpg
    lotus europa e karmen ghia.jpg
    95.4 KB · Vistos: 56
OP
OP
C

Conta apagada 31475

Antes Francisco Lemos Ferreira
sliderolo1421.jpg



sliderolo1426.jpg

Fotos: Manuel Carvalho
 
Topo