Miguel Gomes Dinis
Veterano
Memória
nome feminino
1.
função geral de conservação de experiência anterior,que se manifesta por hábitos ou por lembranças; tomada de consciência do passado como tal
2.
lembrança; recordação
3.
monumento comemorativo
4.
nome; fama
5.
INFORMÁTICA unidade de armazenamento deinformação relativa a dados, instruções e programas
6.
dissertação científica, literária ou histórica
7.
exposição sumária
8.
memorando
9.
plural escrito narrativo em que se compilam factospresenciados pelo autor ou em que este tomou parte
Esta apresentação foi já feita duas vezes. Vem do início da história deste portal, e do Vitor Dinis Reis me ter oferecido um porta chaves, que prazerosamente conservo na minha vitrina de memorabilia, pouco depois de ter fechado negócio. No dia que o sprint veio morar comigo era um miúdo de 20 e poucos a sair da faculdade. Hoje sou um homem de quase 40 que ainda se sente quase que saído da faculdade... que vertigem. Estava o portal dos clássicos a dar os primeiros passos, e o gérmen de um prazer comum apurado por genuíno e bom espírito a fermentar. Nunca paguei essa lembrança ao Vítor. A forma desinteressada com que o fez também não esperava qualquer tipo de retorno. Mas um dia Vítor,... um dia...
E um dia foi também aquele com que me cruzei com este modelo. Não deveria ter mais de 4 ou 5 anos. O diesel era naqueles dias alimento de motocultivadores e carrinhas de caixa aberta. Mercedes era táxi, executivo de firma do norte ou novo rico na praça. Eléctrico eram torradeiras e termoventiladores. SUV's eram "jipes", ou carros todo-o-terreno. Charme, classe, estatuto ou qualquer outro jargão regional eram carros de 3 volumes, 4 portas, a gasolina, preferencialmente de grande cilindrada, de proveniência italiana, inglesa ou alemã. Os carros eram todos diferentes uns dos outros, as maçãs cheiravam, as ameixas tinham sumo, brincava-se na rua e tinha-se 2 canais de televisão. Lia-se livros, daqueles em papel. Via-se filmes, cinema europeu, francês da nouvelle vague, neo-realismo italiano, sueco até, Ingmar Bergman, e produções de pacotilha ou séries de grande porte gravadas na extinta Cine Città. Ouvia-se música, em vinil a 33 rotações daquela que o pai dizia que um dia viríamos a gostar "porque conhecimento nasce nos clássicos", e era chato de hoje ser tão bom. O Cavaco foi à Figueira rodar o BX e, golpe de teatro sai de lá presidente na antecâmara de profundas alterações na sociedade portuguesa, e a mulher entrava definitivamente num período de catarse, afirmando-se como elemento de paridade na sociedade moderna e no espectro laboral por mérito próprio. O video tape permitia escolher uma programação, desde que fossem filmes. De Bud Spencer a Gene Kelly, havia um pouco de tudo. Ia-se ao videoclube e escolhia-se pela capa ou pelo "ouvi dizer"... Betamax ou VHS, não sabíamos ainda qual o futuro. Os jovens compravam cassetes e ingressos para espectáculos na tubitec, ali em D. João I paredes meias com o Rivoli e os mais velhos comiam por tuta e meia gelados de máquina com 3 sabores, morango, chocolate ou baunilha como que se não fosse preciso mais escolha para se ser feliz. E se o charme era um pouco disto ou a mistura do que fica disto, "pinta" eram carros baixinhos, ligeiros, rápidos e sonoros. Tudo como hoje portanto...
(Continua...)
nome feminino
1.
função geral de conservação de experiência anterior,que se manifesta por hábitos ou por lembranças; tomada de consciência do passado como tal
2.
lembrança; recordação
3.
monumento comemorativo
4.
nome; fama
5.
INFORMÁTICA unidade de armazenamento deinformação relativa a dados, instruções e programas
6.
dissertação científica, literária ou histórica
7.
exposição sumária
8.
memorando
9.
plural escrito narrativo em que se compilam factospresenciados pelo autor ou em que este tomou parte
Esta apresentação foi já feita duas vezes. Vem do início da história deste portal, e do Vitor Dinis Reis me ter oferecido um porta chaves, que prazerosamente conservo na minha vitrina de memorabilia, pouco depois de ter fechado negócio. No dia que o sprint veio morar comigo era um miúdo de 20 e poucos a sair da faculdade. Hoje sou um homem de quase 40 que ainda se sente quase que saído da faculdade... que vertigem. Estava o portal dos clássicos a dar os primeiros passos, e o gérmen de um prazer comum apurado por genuíno e bom espírito a fermentar. Nunca paguei essa lembrança ao Vítor. A forma desinteressada com que o fez também não esperava qualquer tipo de retorno. Mas um dia Vítor,... um dia...
E um dia foi também aquele com que me cruzei com este modelo. Não deveria ter mais de 4 ou 5 anos. O diesel era naqueles dias alimento de motocultivadores e carrinhas de caixa aberta. Mercedes era táxi, executivo de firma do norte ou novo rico na praça. Eléctrico eram torradeiras e termoventiladores. SUV's eram "jipes", ou carros todo-o-terreno. Charme, classe, estatuto ou qualquer outro jargão regional eram carros de 3 volumes, 4 portas, a gasolina, preferencialmente de grande cilindrada, de proveniência italiana, inglesa ou alemã. Os carros eram todos diferentes uns dos outros, as maçãs cheiravam, as ameixas tinham sumo, brincava-se na rua e tinha-se 2 canais de televisão. Lia-se livros, daqueles em papel. Via-se filmes, cinema europeu, francês da nouvelle vague, neo-realismo italiano, sueco até, Ingmar Bergman, e produções de pacotilha ou séries de grande porte gravadas na extinta Cine Città. Ouvia-se música, em vinil a 33 rotações daquela que o pai dizia que um dia viríamos a gostar "porque conhecimento nasce nos clássicos", e era chato de hoje ser tão bom. O Cavaco foi à Figueira rodar o BX e, golpe de teatro sai de lá presidente na antecâmara de profundas alterações na sociedade portuguesa, e a mulher entrava definitivamente num período de catarse, afirmando-se como elemento de paridade na sociedade moderna e no espectro laboral por mérito próprio. O video tape permitia escolher uma programação, desde que fossem filmes. De Bud Spencer a Gene Kelly, havia um pouco de tudo. Ia-se ao videoclube e escolhia-se pela capa ou pelo "ouvi dizer"... Betamax ou VHS, não sabíamos ainda qual o futuro. Os jovens compravam cassetes e ingressos para espectáculos na tubitec, ali em D. João I paredes meias com o Rivoli e os mais velhos comiam por tuta e meia gelados de máquina com 3 sabores, morango, chocolate ou baunilha como que se não fosse preciso mais escolha para se ser feliz. E se o charme era um pouco disto ou a mistura do que fica disto, "pinta" eram carros baixinhos, ligeiros, rápidos e sonoros. Tudo como hoje portanto...
(Continua...)