Andre Jacinto disse:
O carro inglês que acho verdadeiramente um aborto, é em nada Inglês. Acaba por ser um Tata.
E, claro, o Reliant Robin.
Mas claro, eu sou suspeito.
Por exemplo, eu nunca na vida compraria uma "lata italiana", sendo que a ovelha negra da família é um espanhol disfarçado.
Se bem que, graças a certos membros "papa-mustanguistas" do Portal, já não odeio tanto o Seat
Mas são gostos...
Caro André,
Não vamos discutir a questão da fiabilidade, pois aqui entre ingleses e italianos da década de 80 venha o diabo e escolha... não queria nenhum, pelo menos dos generalistas!
O Seat Marbella é descendente do Panda, e não o contrário. Diga-se ainda que o Panda foi um design (do Giugiaro) premiado, e tem o seu quê de
urban chic, ao contrário do Metro, por exemplo, na mesma categoria. E o Metro nem sequer é dos mais feios (ocorrem-me assim de repente algumas outras ofensas à vista como o Austin 1300, o Princess, ou o LandCrab...), diga-se de passagem. Mesmo o City Rover da figura não é assim tão feio quanto isso, e estamos a falar de design, não de engenharia.
Em design, os italianos batem os ingleses aos pontos. Claro que há excepções (como em tudo), mas o balanço geral é favorável aos italianos. Aliás, basta ver que muitos dos britânicos verdadeiramente belos ou foram comissionados aos italianos (Aston DB4, Triumph TR4/5...) ou pelo menos tiveram uns toques... assumidos ou não. A Pininfarina fez muito trabalho encoberto para grupos ingleses.
Há que admitir que os ingleses, por mais méritos que tenham (e têm bastantes), não são uma nação de paixões arrebatadoras (costuma-se dizer que os ingleses só se divertem enquanto angariam fundos para uma caridade qualquer). E é isso que conduz a um grande design. Sim, até pode não funcionar muito bem por vezes, mas... bolas, que é bom de olhar!
E se alguns carros não forem entusiasmantes de olhar, que lhes resta? Conseguem sentir verdadeiro entusiasmo com um Austin Montego? Há pedras mais excitantes que isso na calçada do meu quintal...
Para mim, isto faz diferença. Não consigo conceber um carro que não me entusiasme de alguma forma. Talvez seja por isso que até hoje nunca tive um carro inglês meu (já conduzi vários, mas nunca comprei um do meu dinheiro), e de franceses também duvido que venha a ter algum comprado por mim (já tive, mas foram dádivas dos pais, e quando somos novos, dessas não se diz que não, pelo menos até ver... e depois vendem-se!
). Também posso incluir aqui japoneses, coreanos...
Como o Clarkson disse uma vez e muito bem, o pior crime que um carro pode ter é não ter carácter. Partilho da mesma opinião, e sou muito vincado na aplicação dela em todos os meus automóveis, especialmente em termos de mecânica e design.
Para muitos, um automóvel é um meio de transporte. Eu respondo, parafraseando um já falecido piloto de Fórmula 1 (David Purley): "Isto pode ser o vosso transporte do dia-a-dia, mas é o meu hobby!". Para mim, mesmo no dia-a-dia, se não der gozo, não interessa, e não entra.
Um abraço!