Não sei quanto gastei exactamente no total com cada um dos meus clássicos. Tenho ideia dos custos principais (aquisição, reparação chapa e pintura, reparações mecânicas) mas nunca me irei atrever a fazer contas mais completas (apesar de guardar todos os recibos).
Dou apenas o exemplo do meu primeiro clássico, o Triumph Spitfire: foi adquirido em 1992 por 1100 contos mais 50 contos do Hard Top (um total de cerca de 5750 €). Teve duas reparações principais: de chapa e pintura (cerca de 3500 € em 1997) e no motor (teve de ser aberto por ter um cavilhão solto, em 2007, com um custo de cerca de 500 €). Nos entretantos teve de levar algumas peças (dois escapes, uma bomba dos travões, uma embraiagem, uma lona nova para a capota) e tive de adquirir algumas peças que não eram originais (volante, frisos posteriores, etc), que já deverão ter ultrapassado os 2000 €. Temos assim cerca de 12000 €, para além dos custos normais de circulação, como óleo, filtros de ar e de óleo, velas e, obviamente gasolina.
O carro já percorreu cerca de 30.000 Km desde 1992 e actualmente valerá cerca de 7500 €. Os custos do carro nestes 15 anos poderão ser estimados em 4500 € (=12000 € - 7500 €).
Se em 1992 tivesse decidido dar os 1150 contas por um carro novo em vez de comprar o Spitfire, apenas conseguiria comprar um Seat Marbella Sport (por 1134 contos, que era na altura o carro da minha esposa), um Panda 750 L (1150 contos), um Wartburg (999 contos, será que houve algum em Portugal ?) ou um Yugo 55, ou fazia um esforço um pouco maior e comprava um Citroen AX Ten (pelo preço de 1333 contos, cerca de 6660 €). Imaginemos que tinha sido esta a minha escolha. Tinha hoje um AX com 15 anos, que valeria no máximo 1500 €. Imaginemos que não tinha tido nenhuma reparação de maior (será possível com um AX ?) e apenas os custos normais de manutenção (pode gastar menos gasolina que o Spitfire mas paga mais 6 a 8 vezes de seguro). Os custos do carro seriam de 5160 €.
Os custos com o Spitfire talvez sejam inferiores ao que teria se tivesse comprado um AX e, sobretudo, não há qualquer comparação se se pudesse contabilizar em euros o gozo de conduzir o Spitfire