Volkswagen VW Tipo 1 1300L 1970-04

Diários de Bordo

Volkswagen VW Tipo 1 1300L 1970-04

José H Almeida

Portalista
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P1140084_fs.jpg
Vou aqui iniciar descrição da evolução deste carro que foi amor à primeira vista da minha mulher em 2017 e que o comprou, com alguma surpresa minha e passou a usar com alguma regularidade, por vezes partilhada comigo. Os pequenos arranjos sobraram para mim.
Os VW nunca me disseram muito até porque lá por casa, nos anos 60 e parte dos 70 o meu pai "era mais minis e FIAT's". Mas com a manutenção e arranjos que tenho feito ganhei um grande respeito por estes VW e derivados, que em termos de qualidade e coisas bem pensadas não têm nada a ver com um 127 ou 128. Mas confesso que estes últimos eram bem mais divertidos de guiar... quando estavam afinados.
É um carro que é usado, faça chuva ou faça sol, pelo que não sendo um exemplar de grande interesse histórico (o esquema de cores é de um descapotável, mas o verde está correcto para 1970 - L60D Ulmengrün - e as jantes não são as de origem), faz mais divulgação pelos clássicos no dia a dia que outros que estão a maior parte do tempo fechados. Começo a detetar uma grande percentagens de jovens que se entusiasma, pergunta coisas sobre o carro e nem faz ideia do que é - dá uma boa reflexão, para outro tópico :).
Sei quase nada sobre este carro e toda a informação é bem vinda. Tanto quanto sei deve ter sido pintado e colocado no estado geral que aparenta na foto lá para 2007-2008, há dois donos atrás lá para os lados de Lamego. Antes disso sei pelo registo das IPO que andava pelo Porto.
Da pintura não me queixo que ainda hoje está boa e têm-me dito que o trabalho está muito bom, no resto, vou descobrindo os pequenos detalhes que lhe faltavam e que por vezes fazem diferença e percebemos que afinal a ideia que os clássicos funcionam mal porque antigamente os carros eram muito maus, não é tão verdade quanto isso.
Bom, vai ser uma viagem diferente dos grandes restauros, mas onde aprendi e ainda continuo a aprender muito e espero que possa trazer alguma informação a alguns sobre detalhes que muitas vezes não são valorizados.
Uma nota final nesta introdução, sobre vw tipo 1, vulgo carocha. Todos sabem tudo e depois vamos a ver e não é bem assim. De início andava "deprimido" porque supostos especialistas me disseram que a tampa do motor não era original porque lhe faltavam umas grelhas de ventilação. Felizmente não mudei e percebi mais tarde que sendo este um carro com "motor de admissão simples" 40hp, não terá essa ventilação extra ao contrário dos de admissão dupla com 44hp que penso começaram a ser produzidos na Europa a partir de setembro de 1970. A tal lógica alemã a funcionar :). Depois os que têm 50hp ainda mais ventilados são na tampa. O que aprendi nestes anos: os carros feitos na Europa, Brasil e México, mesmo tendo saídos no mesmo ano não são necessariamente iguais. Em cada um destes locais, estes carros sofriam alterações todos os anos, foram evoluído :). Isto tudo para dizer que o que vou colocar pode ser útil para outros VW, mas pode haver coisas específicas e eu não o sei, mas haverá quem sabe no Portal dos Clássicos. Atenção que este carro foi produzido em [Abril] corrigido para Maio de 1970 (obrigado Moisés Trovisqueira) e vendido em 18 de Agosto de 1970 em Portugal, mas um que tenha sido produzido em agosto já é considerado de 1971 em termos de produção. Os anos de produção começam no dia 1 de agosto e terminam no fim de julho ( a Porsche faz ou fazia o mesmo), isto por causa da discussão de que ano é determinado carocha (depende do que estamos a falar). Tem vidros Covina pelo que foi montado em Portugal.
 
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Guilherme Bugalho

BUGAS03
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Ver anexo 1265174
Vou aqui iniciar descrição da evolução deste carro que foi amor à primeira vista da minha mulher em 2017 e que o comprou, com alguma surpresa minha e passou a usar com alguma regularidade, por vezes partilhada comigo. Os pequenos arranjos sobraram para mim.
Os VW nunca me disseram muito até porque lá por casa, nos anos 60 e parte dos 70 o meu pai "era mais minis e FIAT's". Mas com a manutenção e arranjos que tenho feito ganhei um grande respeito por estes VW e derivados, que em termos de qualidade e coisas bem pensadas não têm nada a ver com um 127 ou 128. Mas confesso que estes últimos eram bem mais divertidos de guiar... quando estavam afinados.
É um carro que é usado, faça chuva ou faça sol, pelo que não sendo um exemplar de grande interesse histórico (o esquema de cores é de um descapotável, mas o verde está correcto para 1970 - L60D Ulmengrün - e as jantes não são as de origem), faz mais divulgação pelos clássicos no dia a dia que outros que estão a maior parte do tempo fechados. Começo a detetar uma grande percentagens de jovens que se entusiasma, pergunta coisas sobre o carro e nem faz ideia do que é - dá uma boa reflexão, para outro tópico :).
Sei quase nada sobre este carro e toda a informação é bem vinda. Tanto quanto sei deve ter sido pintado e colocado no estado geral que aparenta na foto lá para 2007-2008, há dois donos atrás lá para os lados de Lamego. Antes disso sei pelo registo das IPO que andava pelo Porto.
Da pintura não me queixo que ainda hoje está boa e têm-me dito que o trabalho está muito bom, no resto, vou descobrindo os pequenos detalhes que lhe faltavam e que por vezes fazem diferença e percebemos que afinal a ideia que os clássicos funcionam mal porque antigamente os carros eram muito maus, não é tão verdade quanto isso.
Bom, vai ser uma viagem diferente dos grandes restauros, mas onde aprendi e ainda continuo a aprender muito e espero que possa trazer alguma informação a alguns sobre detalhes que muitas vezes não são valorizados.
Uma nota final nesta introdução, sobre vw tipo 1, vulgo carocha. Todos sabem tudo e depois vamos a ver e não é bem assim. De início andava "deprimido" porque supostos especialistas me disseram que a tampa do motor não era original porque lhe faltavam umas grelhas de ventilação. Felizmente não mudei e percebi mais tarde que sendo este um carro com "motor de admissão simples" 40hp, não terá essa ventilação extra ao contrário dos de admissão dupla com 44hp que penso começaram a ser produzidos na Europa a partir de setembro de 1970. A tal lógica alemã a funcionar :). Depois os que têm 50hp ainda mais ventilados são na tampa. O que aprendi nestes anos: os carros feitos na Europa, Brasil e México, mesmo tendo saídos no mesmo ano não são necessariamente iguais. Em cada um destes locais, estes carros sofriam alterações todos os anos, foram evoluído :). Isto tudo para dizer que o que vou colocar pode ser útil para outros VW, mas pode haver coisas específicas e eu não o sei, mas haverá quem sabe no Portal dos Clássicos. Atenção que este carro foi produzido em Abril de 1970 e vendido em Agosto de 1970 em Portugal, mas um que tenha sido produzido em agosto já é considerado de 1971 em termos de produção. Os anos de produção começam no dia 1 de agosto e terminam no fim de julho ( a Porsche faz ou fazia o mesmo), isto por causa da discussão de que ano é determinado carocha (depende do que estamos a falar).
Se foi pintado (bem) em Lamego ... o mais natural é que tenha sido o Serafim (pintor) das Teixeiras ... :xD::xD::xD:

Os anos de produção dos carros alemães têm em conta as datas das feiras de apresentação (na Alemanha) dos modelos.
 

João Luís Soares

Pre-War
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Delegado Regional
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Ver anexo 1265174
Vou aqui iniciar descrição da evolução deste carro que foi amor à primeira vista da minha mulher em 2017 e que o comprou, com alguma surpresa minha e passou a usar com alguma regularidade, por vezes partilhada comigo. Os pequenos arranjos sobraram para mim.
Os VW nunca me disseram muito até porque lá por casa, nos anos 60 e parte dos 70 o meu pai "era mais minis e FIAT's". Mas com a manutenção e arranjos que tenho feito ganhei um grande respeito por estes VW e derivados, que em termos de qualidade e coisas bem pensadas não têm nada a ver com um 127 ou 128. Mas confesso que estes últimos eram bem mais divertidos de guiar... quando estavam afinados.
É um carro que é usado, faça chuva ou faça sol, pelo que não sendo um exemplar de grande interesse histórico (o esquema de cores é de um descapotável, mas o verde está correcto para 1970 - L60D Ulmengrün - e as jantes não são as de origem), faz mais divulgação pelos clássicos no dia a dia que outros que estão a maior parte do tempo fechados. Começo a detetar uma grande percentagens de jovens que se entusiasma, pergunta coisas sobre o carro e nem faz ideia do que é - dá uma boa reflexão, para outro tópico :).
Sei quase nada sobre este carro e toda a informação é bem vinda. Tanto quanto sei deve ter sido pintado e colocado no estado geral que aparenta na foto lá para 2007-2008, há dois donos atrás lá para os lados de Lamego. Antes disso sei pelo registo das IPO que andava pelo Porto.
Da pintura não me queixo que ainda hoje está boa e têm-me dito que o trabalho está muito bom, no resto, vou descobrindo os pequenos detalhes que lhe faltavam e que por vezes fazem diferença e percebemos que afinal a ideia que os clássicos funcionam mal porque antigamente os carros eram muito maus, não é tão verdade quanto isso.
Bom, vai ser uma viagem diferente dos grandes restauros, mas onde aprendi e ainda continuo a aprender muito e espero que possa trazer alguma informação a alguns sobre detalhes que muitas vezes não são valorizados.
Uma nota final nesta introdução, sobre vw tipo 1, vulgo carocha. Todos sabem tudo e depois vamos a ver e não é bem assim. De início andava "deprimido" porque supostos especialistas me disseram que a tampa do motor não era original porque lhe faltavam umas grelhas de ventilação. Felizmente não mudei e percebi mais tarde que sendo este um carro com "motor de admissão simples" 40hp, não terá essa ventilação extra ao contrário dos de admissão dupla com 44hp que penso começaram a ser produzidos na Europa a partir de setembro de 1970. A tal lógica alemã a funcionar :). Depois os que têm 50hp ainda mais ventilados são na tampa. O que aprendi nestes anos: os carros feitos na Europa, Brasil e México, mesmo tendo saídos no mesmo ano não são necessariamente iguais. Em cada um destes locais, estes carros sofriam alterações todos os anos, foram evoluído :). Isto tudo para dizer que o que vou colocar pode ser útil para outros VW, mas pode haver coisas específicas e eu não o sei, mas haverá quem sabe no Portal dos Clássicos. Atenção que este carro foi produzido em Abril de 1970 e vendido em Agosto de 1970 em Portugal, mas um que tenha sido produzido em agosto já é considerado de 1971 em termos de produção. Os anos de produção começam no dia 1 de agosto e terminam no fim de julho ( a Porsche faz ou fazia o mesmo), isto por causa da discussão de que ano é determinado carocha (depende do que estamos a falar).

Espero gostar tanto deste Diário de Bordo ao longo do tempo quanto gostei desta introdução.

Espera-se por novos relatos.

Quanto a VW, residem por cá alguns "agarrados" que sabem mesmo muito sobre esses carros. Assim para começo, o @nuno granja e o @José Manuel Amado são dois bons exemplos...
 
Parabéns pelo seu VW Carocha, aparenta estar muito bem cuidado.
Efetivamente, em Julho de cada ano eram introduzidas as evoluções do carro, nuns anos menor evolução, noutros anos maior. O meu Carocha é de 1966, mas por ter sido fabricado em Setembro é considerado Modelo de 67. Por curiosidade o meu VW é considerado um modelo "one year only", pois foi o ano de transição entre o modelo pré 67, e pós 67. Esse ano marca a maior evolução dos VW Carochas com diferenças consideráveis nos modelos pós 67.
Gostaríamos de ver mais fotos do seu carro, inclusive do interior.
 
Parabéns pelo Carocha , essas jantes que tens nas fotos são de um Fusca e o retrovisor exterior equipava o fusca e o Brasília .
Parece estar em excelente estado . O Que queres dizer com admissão simples e dupla ?
 
OP
OP
José H Almeida

José H Almeida

Portalista
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Obrigado pelo acolhimento e comentários. Tinha pensado colocar umas coisas na semana passada mas tive o computador de molho....
Volto a lembrar que não sou especialista, pelo que corrijam se estiver mal.
1) "O Que queres dizer com admissão simples e dupla ?"
Pelo menos no 1300 e 1600 há os iguais ao meu que na cabeça dos dois cilindros têm uma entrada comum para os dois cilindros (são so de 40hp) e os que têm duas entradas (são os 44hp). Os que respiram melhor têm mais potência. Aqui vão duas imagens (single/uma, dual/dupla):
1183835d1388243156-1970-vw-beetle-restoration-delivered-intakemanifolddifferencessp.jpg

IntakePortDifferences40vsSPvsDP2.jpg

2) As jantes - ouvi muitas vezes chamar-lhes as jantes Brasília e de facto quando era jovem lembro-me de ver os VW Brasília com estas jantes. Já investiguei em parte este assunto e, por exemplo, no Brasil os VW Brasília não eram vendidos com estas jantes. Fiquei intrigado, fui mais a fundo e descobri que são umas jantes da marca alemã Kronprinz, penso que 5.5J 15 sport, que tem uma grande ligação à VW e há relatos de diferentes modelos de jantes desta marca colocadas pelos concessionários. Será que a VW em Portugal usou estas jantes nos VW Brasília como mais um argumento de venda?
Também já descobri que as minhas não estão como de origem. O "copo" central deve ser cromado e o centro é preto com KPZ em fundo branco.

7305077_S.jpg 1644077_s.jpg

Já tentei encontrar centros originais mas está difícil. Pesquisado muitas imagens lá consegui torcê-las para fazer umas impressões em papel, que depois cobri com fibra de vidro para ficar tipo plástico. Em tendo tempo retiro a tinta preta e colo estes centros.
A base de impressão (tenho com melhor qualidade para quem quiser).
KPZ_template_s.jpg
O processo para fazer sos centro. Nesta fase a sandwich começa com uma placa de madeira para dar rigidez, um bocado de folha de acetato (para a fibra+epóxi não se agarrar à madeira), fibra, papel, fibra, acetato, madeira. Tudo por cima do aquecedor, porque aqui por Vila Real faz frio e a epóxi gosta de temperaturas acima dos 24ºC e se for nos 40ªC melhor.
PC070006_s.jpg
Depois de abrir:
PC080007s.jpg
A seguir é tirar o acetato e cortar as rodelas. Na imagem abaixo a simulação ainda com os centros pretos.
PC060002s.jpg

Hoje fico por aqui, a ver se no próximo capítulo começo a colocar o que fui alterando/corrigindo neste carro. Vão ver que são essencialmente aqueles detalhes (como este do centro da jante) a que a maioria não liga e bem, porque isto são só coisas que interessam em carros que estejam a cem por cento e andem nos concursos de elegância. Mas é assim, eu tenho um pancada forte e perco-me com estas coisas, estou sempre a tentar saber mais e a verter o conhecimento no carro.
 

Anexos

  • IntakePortDifferences40vsSPvsDP.jpg
    IntakePortDifferences40vsSPvsDP.jpg
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João Pereira Bento

128coupe
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Um tópico sobre um Carocha onde se começa por falar num Fiat 128, é um óptimo presságio. :)

O que me fascina nos Carochas é a sua evolução, os detalhes e diferenças dos mercados. Parece quase que não há dois iguais.

Temos tópico. :)
 
OP
OP
José H Almeida

José H Almeida

Portalista
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Já vi que atrai o pessoal dos carochas e dos FIATs :). Pelo menos há um 1303 e não desfazendo neste, o 1967 do Ricardo Nunes, que é o ano mítico :). A noção que tenho é que enquanto a maioria dos modelos tinha evolução por saltos (mk1,mk2, etc) como é o caso dos FIAT's (embora por vezes haja pequenos acertos dentro de cada série) nos VW e Porsches é uma evolução contínua, que no caso dos VW é mais complicada pela evolução diferente em função do país de fabrico/montagem.
FIAT's, bom está-me na genética, o primeiro carro do meu avô paterno nos anos 30 foi um FIAT 514 Torpedo.
Interior. Tenho avançado com algumas coisas.
Na imagem abaixo o interior do carro, neste momento há dois botões da ventilação que já foram acrescentados (imagem seguinte) e o rádio, um Pioneer dos anos 80 (está guardado) foi substituído pelo que vêm na segunda imagem. Não me batam! Isto não é o VW de 1967 do Ricardo Nunes, a pintura não é original e o motor também não, embora seja igual ao original (deve ter sido substituído lá para os aos 80 ou 90). Este carro tem algumas coisas estranhamente originais (um filtro de óleo com o símbolo da VW ainda estampado), mas deve ter sido usado e abusado a determinada altura.
P6200015_fs.jpg
Foto com os botões, os originais, que não sei se são originais já não se viam os "bonecos", mas não os deitei fora. Tudo o que sai deste carro anterior à minha posse vai para uma caixa por segurança,
PB060029_f_1200.jpg
Os botões "N", são novos. Os "O" supostamente são originais embora o do cinzeiro acho que nunca vi com este aspecto. Os da ventilação (setas em circulo) estão ligados ao mecanismo (que também comprei) atrás, mas tudo o resto não funciona. Para quem não é dos VW, o botão em baixo à direita serve para ligar os quatro piscas e o que está ao centro para ver se está tudo bem com os travões. Fui eu que coloquei aquele revestimento no volante, como se usava na altura, porque sem direcção assistida a estacionar é complicado, o volante tem bom diâmetro, mas escorrega um bocado, caro que há os braços do volante mas são só dois e com o revestimento facilita.
Dúvidas:
- Já me disseram que o volante não é o correcto porque devia ter uma buzina com aro. Se formos ao que está no Samba é correcto, mas já não digo nada, pois este deve ter sido montado em Portugal e por vezes há coisas que se ninguém registar se vão esfumar com o passar do tempo. Lembro-me de ter lido aqui no fórum a propósito de um FIAT montado em Vendas Novas que tinha uns faróis traseiros diferentes. Todos diziam que estavam mal até que um antigo funcionário da fábrica disse que houve uns que sairam com aqueles por rotura de stock... Mas quem sabe anallise.
- Supostamente este carro teria já um tablier revestido a plástico. Será? Parece-me que sim mas depois não sei...
- O manómetro da gasolina não será o deste modelo, pois tem a reserva marcada a vermelho que será posterior (ando a arrastar a alteração).
Nesta zona do interior faltam mais três coisas que não se vêem.
- No porta luvas coloquei uma abertura com chave (parece que o L tinha e o normal não).
porta-luvas.jpg
Como o porta bagagens da frente (tem dois como o Tesla) só se abre com uma alavanca no interior do porta-luvas, mesmo que partam o vidro depois têm de dar cabo da fechadura do porta luvas - interessante!
- O sistema de abrir o tampão da gasolina estava como se vê em baixo à esquerda, deve-se ter partido parte do sistema. Comprei só a argola e inventei com um parafuso. Pode ser que um dia compre o mecanismo que ainda custa dinheiro e de cabeça há pelo menos três modelos diferentes e antes do meu era abrir o capô à frente e meter gasolina.
gasolina.jpg
- Recuperei o cinzeiro, que é onde a dona coloca o comando da garagem :) se calhar nunca tinha pensado nesta utilidade.
_cinzeiro.jpg
cinzeiro_antes_depois.jpg

Estou a colocar as fotos pequenas para não serem muitos MB. Qualquer comentário sobre a dimensão avancem.
 

António José Costa

Regularidade=Navegação, condução e cálculo?
Portalista
Excelente inicio de tópico e continuação.
Parabéns pela máquina e pela utilização.
curiosamente utilizo os cinzeiros dos carros para o mesmo, portão de garagem. Útil e uma utilização muito mais limpa e saudável.
Continuação de boa recuperação calma, e de excelentes Km.
 

Guilherme Bugalho

BUGAS03
Portalista
Excelente inicio de tópico e continuação.
Parabéns pela máquina e pela utilização.
curiosamente utilizo os cinzeiros dos carros para o mesmo, portão de garagem. Útil e uma utilização muito mais limpa e saudável.
Continuação de boa recuperação calma, e de excelentes Km.
Utilização limpa pode ser... mas não seria mais saudável sair do carro e abrir o portão à unha ???

:xD::xD::xD::xD::xD::xD:
 
OP
OP
José H Almeida

José H Almeida

Portalista
Portalista
Detalhe, é o portão de um prédio, que por dentro ainda dá para abrir carregando num botão, mas por fora sem comando não dá, ou seja, na vinda não dá para ser mais saudável :)
Já agora, é que os comandos ficam mesmo ali aconchegados na zona do lado esquerdo entre a parede, a mola da tampa e a zona de apagar o cigarro e mesmo a curvar no limite, para aí 0,8G:), não sai do sítio - não desvalorizem a capacidade de curvar de um carro com centro de gravidade tão baixo e pneus de tecnologia moderna - a descer com curvas não há quem os acompanhe :xD: .
 
OP
OP
José H Almeida

José H Almeida

Portalista
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Está frio aqui por estas bandas e com o carro a ser usado logo pela manhã, repesquei uma "invenção" que tentei quando ainda tinha um tubo de aquecimento da admissão entupido.
O que se passa com estes carros de motor de cilindros opostos com um único carburador central, é que estando o carburador longe do calor, ao funcionar faz vácuo e a temperatura da mistura baixa brutalmente, podendo mesmo congelar, com o carro a andar aos solavancos. No inverno, com temperaturas abaixo do zero estão a ver o problema.
Mas os VW estão preparados para isso com um sistema genial e simples. Há um tubo que passivamente vai buscar ar quente ao escape, aquece, no seu trajecto está encostado ao tubo de admissão que é aquecido. Vejam o esquema que fiz:
escape_esquema.jpg
A parte importante é no escape da direita, quando os gases de escape saem, criam pressão negativa na zona do tubo de aquecimento, que por sua vez vai forçar a que o ar sai aí e entre na outra extremidade. Portanto, já estão a perceber a lógica dos dois escapes nos VW com carburador central. Detalhe, o escape (direito, mas já vi sistemas que é o esquerdo) deve estar devidamente ajustado. Tirado do manual de fábrica da VW:
VW_ajuste.jpg
Na coluna da esquerda o tamanho da ponteira e na da direita a distância do tubo de aquecimento à ponteira.
Eu não uso uma régua, mas sim
a alavanca do macaco, na qual fiz uma marca, funciona na perfeição!
ponteira.jpg
Este tubo de aquecimento, com o tempo pode entupir e era o que se passava com o meu. Ainda comprei um sistema eléctrico de aquecimento da admissão mas não melhorou muito. Coloquei uma admissão nova e ficou bem até às temperaturas baixas deste ao início da manhã. Ou melhor, como ligo e quero andar logo com o carro (se esperasse uns minutos a coisa ficava operacional). Bom, resolvi reforçar com o aquecedor eléctrico, mas que agora está ligado a um temporizador que o liga uma hora antes de eu sair. Como não tenho electricidade na garagem e não quero abusar da bateria do carro, uso uma bateria velha externa. Não sei se é efeito psicológico, mas acho que melhora :)
O aquecedor, na imagem à direita está por baixo do carburador:
1674940398706.png 1674940406751.png 1674940413437.png
Um fio fica ligado à terra e o outro à bobina ou quando está parado ligado ao temporizador.
1674940477383.png
Estou sempre a inventar e em tempos li que a VW tinha um kit para climas muito frios com isolamento dos tubos de admissão, pensei fazer o mesmo com umas fitas que há, mas depois olhei para umas placas de cortiça que cá tenho e pensei que com cortiça ficava à época :). Ainda estou em ensaios porque é preciso dobrar a cortiça em tubo. Depois dou notícias. Nota final: tenho a funcionar o sistema de aquecimento do ar no filtro e os flaps com termostato para não arrefecer o motor enquanto está frio, coisas que instalei porque faltavam. Se quiserem um dia destes mostro como recuperei as peças em segunda mão e como funciona.
Finalmente, os 2CV também têm algo parecido, penso que mais simples.
 

Guilherme Bugalho

BUGAS03
Portalista
Está frio aqui por estas bandas e com o carro a ser usado logo pela manhã, repesquei uma "invenção" que tentei quando ainda tinha um tubo de aquecimento da admissão entupido.
O que se passa com estes carros de motor de cilindros opostos com um único carburador central, é que estando o carburador longe do calor, ao funcionar faz vácuo e a temperatura da mistura baixa brutalmente, podendo mesmo congelar, com o carro a andar aos solavancos. No inverno, com temperaturas abaixo do zero estão a ver o problema.
Mas os VW estão preparados para isso com um sistema genial e simples. Há um tubo que passivamente vai buscar ar quente ao escape, aquece, no seu trajecto está encostado ao tubo de admissão que é aquecido. Vejam o esquema que fiz:
Ver anexo 1266402
A parte importante é no escape da direita, quando os gases de escape saem, criam pressão negativa na zona do tubo de aquecimento, que por sua vez vai forçar a que o ar sai aí e entre na outra extremidade. Portanto, já estão a perceber a lógica dos dois escapes nos VW com carburador central. Detalhe, o escape (direito, mas já vi sistemas que é o esquerdo) deve estar devidamente ajustado. Tirado do manual de fábrica da VW:
Ver anexo 1266403
Na coluna da esquerda o tamanho da ponteira e na da direita a distância do tubo de aquecimento à ponteira.
Eu não uso uma régua, mas sim
a alavanca do macaco, na qual fiz uma marca, funciona na perfeição!
Ver anexo 1266405
Este tubo de aquecimento, com o tempo pode entupir e era o que se passava com o meu. Ainda comprei um sistema eléctrico de aquecimento da admissão mas não melhorou muito. Coloquei uma admissão nova e ficou bem até às temperaturas baixas deste ao início da manhã. Ou melhor, como ligo e quero andar logo com o carro (se esperasse uns minutos a coisa ficava operacional). Bom, resolvi reforçar com o aquecedor eléctrico, mas que agora está ligado a um temporizador que o liga uma hora antes de eu sair. Como não tenho electricidade na garagem e não quero abusar da bateria do carro, uso uma bateria velha externa. Não sei se é efeito psicológico, mas acho que melhora :)
O aquecedor, na imagem à direita está por baixo do carburador:
Ver anexo 1266406 Ver anexo 1266407 Ver anexo 1266408
Um fio fica ligado à terra e o outro à bobina ou quando está parado ligado ao temporizador.
Ver anexo 1266409
Estou sempre a inventar e em tempos li que a VW tinha um kit para climas muito frios com isolamento dos tubos de admissão, pensei fazer o mesmo com umas fitas que há, mas depois olhei para umas placas de cortiça que cá tenho e pensei que com cortiça ficava à época :). Ainda estou em ensaios porque é preciso dobrar a cortiça em tubo. Depois dou notícias. Nota final: tenho a funcionar o sistema de aquecimento do ar no filtro e os flaps com termostato para não arrefecer o motor enquanto está frio, coisas que instalei porque faltavam. Se quiserem um dia destes mostro como recuperei as peças em segunda mão e como funciona.
Finalmente, os 2CV também têm algo parecido, penso que mais simples.
Cuidado com a cortiça no tubo de escape ... é que ela arde e segundo algumas fábricas do norte arde bastante bem ...
 
OP
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José H Almeida

José H Almeida

Portalista
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Relativamente à cortiça arder é um bom alerta/comentário! Obrigado!
Só um detalhe, não será no tubo de escape, mas na admissão que é aquecida pelo escape, que não atinge temperaturas tão elevadas, principalmente no inverno. Com excessão do tubo que sai da panela e encosta à admissão, no resto do sistema eu não me queimo se colocar lá a mão, isto depois de fazer uns bons quilómetros.
Fui ver esta questão da resistência térmica da cortiça. Andei pela internet e comecei a não confiar no que lia, valores variados de página para página e depois o mesmo texto replicado me várias páginas. Face a isto decidi ir ver se encontrava publicações científicas sobre o assunto. O que encontrei e acredito que seja informação fidedigna é que até aos 200ºC a cortiça é estável, acima desta temperatura começa a degradar-se libertando compostos voláteis e alterando-se (mas ainda se arder) e começará a arder sem chama e lentamente a partir dos 315°C.
Relativamente ao escape não há nada como medir, mas vi valores médios de 150 a 260°C (panelas de escape incluídas), mas à saída do motor 650°C ou mais e no catalizador num carro em que consigo registar em tempo real estabiliza nos 800°C.
Portanto, ambos temos razão :) vai arder no escape onde as temperaturas são altas, mas pode ser usada como isolante em locais onde as temperaturas não sejam muito altas. É claro que Verão em Portugal no pino do calor + carros antigos, é toda uma outra dinâmica :)
Guilherme, fica prometido, quando der uma volta maior vou medir a temperatura deste sistema do VW com um termómetro de infravermelhos.
 

Guilherme Bugalho

BUGAS03
Portalista
Relativamente à cortiça arder é um bom alerta/comentário! Obrigado!
Só um detalhe, não será no tubo de escape, mas na admissão que é aquecida pelo escape, que não atinge temperaturas tão elevadas, principalmente no inverno. Com excessão do tubo que sai da panela e encosta à admissão, no resto do sistema eu não me queimo se colocar lá a mão, isto depois de fazer uns bons quilómetros.
Fui ver esta questão da resistência térmica da cortiça. Andei pela internet e comecei a não confiar no que lia, valores variados de página para página e depois o mesmo texto replicado me várias páginas. Face a isto decidi ir ver se encontrava publicações científicas sobre o assunto. O que encontrei e acredito que seja informação fidedigna é que até aos 200ºC a cortiça é estável, acima desta temperatura começa a degradar-se libertando compostos voláteis e alterando-se (mas ainda se arder) e começará a arder sem chama e lentamente a partir dos 315°C.
Relativamente ao escape não há nada como medir, mas vi valores médios de 150 a 260°C (panelas de escape incluídas), mas à saída do motor 650°C ou mais e no catalizador num carro em que consigo registar em tempo real estabiliza nos 800°C.
Portanto, ambos temos razão :) vai arder no escape onde as temperaturas são altas, mas pode ser usada como isolante em locais onde as temperaturas não sejam muito altas. É claro que Verão em Portugal no pino do calor + carros antigos, é toda uma outra dinâmica :)
Guilherme, fica prometido, quando der uma volta maior vou medir a temperatura deste sistema do VW com um termómetro de infravermelhos.
Upsssss
Deduzo que a resposta é para mim ... :xD::xD:

1 - No fundo do post tem três hipóteses ... "Like", "Citar" e "responder"; ora bem se "clicares" no citar vai copiar o que está escrito para uma zona que depois vais poder concluir uma resposta e o pessoal fica a saber que estás a responder àquela questão. No fim é só clicar em responder.

2 - Não era minha intenção fazer-te/obrigar a essa pesquisa toda. Mas pronto sempre se aprende mais qualquer coisa .. :xD::xD:

3 - O carro é teu e fazes o que quiseres com ele; eu pessoalmente não colocava lá nenhuma cortiça; ela é boa para alguns encherem o bolso e para rolhas de garrafas. Mas nem toda ela é boa para tapar garrafas de vinho ... :cool::cool::cool:
 
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José H Almeida

José H Almeida

Portalista
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2 - Não era minha intenção fazer-te/obrigar a essa pesquisa toda. Mas pronto sempre se aprende mais qualquer coisa .. :xD::xD:
Já aprendi a citar :) obrigado!
Eu agradeço, porque se todos só escreverem que está tudo bem e só colocarem likes, eu não vou aprender coisas novas e não vou evoluir. Mais uma vez obrigado!
Hoje medi as temperaturas e tive o seguinte:
2362_0b.jpg
Atenção que não foram muitos quilómetros. O tubo da esquerda é que é o complicado a tinta até já saiu nessa zona, vou ter de pintar com uma tinta que aguenta temperaturas elevadas.
 

Mario_Marques

Veterano
Estava a navegar nos "tubes" e vi este vídeo que me lembrou este tópico.

É assim que me recordo deles, tive um na família e aquilo era ligar e andar, não estará a precisar de outros cuidados mais importantes que uma mantinha? :)
Como anda a compressão? A folga de válvulas? A ignição no geral? O carburador?
O problema desses carros é que são tão bons que nos fazem esquecer que as vezes precisam de cuidados.
Abraço
 
OP
OP
José H Almeida

José H Almeida

Portalista
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Como anda a compressão?
Penso que bem, porque quando controlo o ponto de ignição não é fácil girar o motor na fase de compressão. De qualquer forma o motor foi tudo refeito há cerca de 6mil quilómetros. Numa das fotos, as setas indicam o sistema de aletas para controlar o arrefecimento do motor, algo que falta em muitos e faltava neste. Mais à frente mostro vou colocar as questões técnicas envolvidas e a recuperação profunda que fiz de um sistema comprado em segunda mão.
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Já ficou aqui a parte da recuperação do motor.
A folga de válvulas? A ignição no geral? O carburador?
Vai agora rever novamente. O carburador está ligeiramente alterado por causa do etanol (porque agora a gasolina tem etanol) que tem menos poder calorifico que a gasolina (é assim que se diz?) Para não alongar este post fica para outra altura quando abordar outras questões do motor.
O problema desses carros é que são tão bons que nos fazem esquecer que as vezes precisam de cuidados.
Pois, o problema é mesmo serem muito resistentes e não se queixarem, depois são mal mantidos e qualquer um acha que sem conhecimentos se consegue arranjar com um martelo e uma chave de fendas...Tenho descoberto que do pontos de vista mecânico são máquinas simples mas ao mesmo tempo complexas.
Por resistência, em 1955 Fernando Laidley e José Guerra com um VW Carocha em segunda mão sairam de Lisboa e regressaram dando a volta a África. Quando estavam a regressar pela costa ocidental, penso que já perto de Marrocos o caro perdeu potencia e começou a fazer um barulho esquisito. Andaram assim quase 300Km para descobrirem que estavam em 3 cilindros e o que não funcionava era porque tinha partido uma válvula. Temos de perceber que na altura não havia assistência em viagem pelo que os carros eram pensados para se irem aguentando. Hoje, o paradigma é o oposto, o carro tenta salvaguardar a sua integridade mesmo que à custa de pelo menos o incómodo de quem lá vai dentro, qualquer coisa fora do esperado, acende a luz e pára. Portanto cuidado malta nova, os carros antigos são estóicos, tratem-nos bem e não se esqueçam da manutenção :)
 

Anexos

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