Tesourinhos dos classificados

Pedro Seixas Palma

Pre-War
Premium
diz que está certificado pelo ACP...
A minha parca experiência com a certificação ACP: aqui há uns tempos fui a um stand ver um MGB, rubber bumper convertido para cromados, importado e com certificação ACP e matrícula d'época.
Olho para o carro, feito às quatro pancadas, e reparo no pormenor curioso da placa com o VIN. Era uma placa Austin-Morris, totalmente errada para o carro. As placas originais tinham dado sumiço, bem como todas as marcações do VIN. Pergunto ao fulano do stand, que me responde que o senhor engenheiro do ACP diz que não há problema...
 
OP
OP
JorgeMonteiro

JorgeMonteiro

...o do "Boguinhas"
Membro do staff
Premium
Portalista
Acho que o problema é que estas associações que estão a certificar carros pensam que se não os certificarem eles vão desaparecer. Eles não desaparecem se não forem certificados. Não precisam de meter tudo no mesmo saco.

O objetivo das certificações deveria ser precisamente separar o trigo do joio. Certificar aqueles que são realmente carros que mantiveram o interesse histórico e a sua originalidade. Aceito os restauros, mas não aceito os "restouros".

A rejeição deste tipo de "restouros" (ou das personalizações com acessórios fora de época), era uma excelente oportunidade para estas associações que se dizem "especialistas na matéria" incentivarem os proprietários a repor a originalidade. Quem não o quisesse fazer, apenas perdia o acesso à certificação.

Aos poucos o parque de clássicos poderia ir melhorando
 
Última edição:

João Pereira Bento

128coupe
Premium
Portalista
A minha parca experiência com a certificação ACP: aqui há uns tempos fui a um stand ver um MGB, rubber bumper convertido para cromados, importado e com certificação ACP e matrícula d'época.
Olho para o carro, feito às quatro pancadas, e reparo no pormenor curioso da placa com o VIN. Era uma placa Austin-Morris, totalmente errada para o carro. As placas originais tinham dado sumiço, bem como todas as marcações do VIN. Pergunto ao fulano do stand, que me responde que o senhor engenheiro do ACP diz que não há problema...

Deviam ter feito como no 600 apresentado antes! Pintaram sem tirar as placas. :)

Pagou, certificou…



A a Z... :p Eu desculpo por exemplo a mola do capot pintada, afinal o "W" só desde 1990 faz parte do nosso Alfabeto! :p


Um Beto com um Alfa é um AlfaBeto? :p
 
Última edição:

João Luís Soares

Pre-War
Membro do staff
Premium
Delegado Regional
Portalista
Coloco aqui este anúncio por 2 razões essencialmente que me saltaram à vista.
Primeiro as cores. Não creio que seja uma combinação de cores original e depois na descrição diz que está certificado pelo ACP...

FIAT 600
Ver anexo 1177409

Esse 600 é um compêndio de atropelos à originalidade...
Podia escrever uma lista maior que as que levo para o supermercado.

Deviam ter feito como no 600 apresentado antes! Pintaram sem tirar as placas. :)

Pagou, certificou…



A a Z... :p Eu desculpo por exemplo a mola do capot pintada, afinal o "W" só desde 1990 faz parte do nosso Alfabeto! :p


Um Beto com um Alfa é um AlfaBeto? :p

Esse 127 está quase risível.
A foto onde mostra a ponteira de direcção, a transmissão e a barra estabilizadora dá bem ideia do que é que o rebaixamento e as jantes ridiculamente largas provocam no carro.
 

Abílio Quintas

Portalista
Portalista
Coloco aqui este anúncio por 2 razões essencialmente que me saltaram à vista.
Primeiro as cores. Não creio que seja uma combinação de cores original e depois na descrição diz que está certificado pelo ACP...

FIAT 600
Ver anexo 1177409
Não me admirava nada que fosse daquelas certificações em que te esqueces de uma nota no cinzeiro...

Há uns anos, essas certificações tinham valor entre os entusiastas. Atualmente, servem mais para "vender" a "patos bravos" que outra coisa qualquer...
 

Guilherme Bugalho

BUGAS03
Portalista
Acho que o problema é que estas associações que estão a certificar carros pensam que se não os certificarem eles vão desaparecer. Eles não desaparecem se não forem certificados. Não precisam de meter tudo no mesmo saco.

O objetivo das certificações deveria ser precisamente separar o trigo do joio. Certificar aqueles que são realmente carros que mantiveram o interesse histórico e a sua originalidade. Aceito os restauros, mas não aceito os "restouros".

A rejeição deste tipo de "restouros" (ou das personalizações com acessórios fora de época), era uma excelente oportunidade para estas associações que se dizem "especialistas na matéria" incentivarem os proprietários a repor a originalidade. Quem não o quisesse fazer, apenas perdia o acesso à certificação.

Aos poucos o parque de clássicos poderia ir melhorando


Eu "estou" 110% contigo ….


Mas discussões (publicas) como esta podem levar as entidades responsáveis (???!!!!) a tomarem posição; e provavelmente não será do interesse dos proprietários de clássicos … como nós.

Vamos começar pelo inicio (é por aí que se começa, não é???) :wub: :wub: :wub:

Os carros não "certificados" não desaparecem … mas os donos vão para outra freguesia :wub: :wub: … quer dizer se o ACP ou o Caramulo não certificarem existe sempre o CPAA, que é o representante na FIVA que está na FIA :wub: :wub: :wub: (que palhaçada esta …) :ph34r:

Depois certificam o quê ???
- "Interesse histórico" resumido à idade do carro. Mas …. o carro tem não sei quantos anos ??!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Mas …. esse carro não está registado na conservatória ???!!!! Com a primeira matricula em Portugal ..... Mais um massacre dos meus neurónios :oops::oops:
- A "originalidade" de um carro ????
Agora foi mesmo ao fundo … como é que "eles" (inspectores) têm acesso à relação das peças com que os carros saíram de fabrica; para saberem se o carro está "original" ou não …. espantoso ... :cool::cool:

É caso para dizer que o proprietário de um "chasso" sabe mais (dele) que os inspectores .... e aqui começam os problemas ...
Agudizada com a ideia … "se pagou tem de certificar" ... ou então não pode receber.
Que "coisa do crl" ... eu vou ao médico e o gajo diz que eu estou doente ... então "eu não pago" ... :oo:oo:oo sim, ele tem de dizer que eu estou cheio de saúde …
Quer dizer … o trabalho do inspector não interessa, o que interessa é o resultado (certificado) por muita m€rd@ que esteja à vista …

Mais um genocídio de neuronios .... por causa desta transformação de valores da sociedade ... pois é. Tal como em outros locais, também aqui e nem só ... não é o "especialista na matéria" a pressionar o proprietário a colocar o "chasso" em conformidade ... mas a proprietário é que "pressiona" para que ele esteja "em ordem", despedindo e/ou contratando outro "especialista" ... :wub: :wub:

Já chega ... por agora, senão acabam-se os neuronios ..... :ph34r::ph34r:
 

Francisco Relvas

Clas-sick!
Acho que o problema é que estas associações que estão a certificar carros pensam que se não os certificarem eles vão desaparecer. Eles não desaparecem se não forem certificados. Não precisam de meter tudo no mesmo saco.

O objetivo das certificações deveria ser precisamente separar o trigo do joio. Certificar aqueles que são realmente carros que mantiveram o interesse histórico e a sua originalidade. Aceito os restauros, mas não aceito os "restouros".

A rejeição deste tipo de "restouros" (ou das personalizações com acessórios fora de época), era uma excelente oportunidade para estas associações que se dizem "especialistas na matéria" incentivarem os proprietários a repor a originalidade. Quem não o quisesse fazer, apenas perdia o acesso à certificação.

Aos poucos o parque de clássicos poderia ir melhorando
Cá pela oficina do meu pai já tivemos, várias vezes, um inspetor do Museu do Caramulo... comparado à ACP não tem nada a ver... o senhor era muito picuinhas (às vezes mesmo até com acessórios de época e etc) e até não deixou passar um 127 que lá foi por causa de ter várias coisas que não eram de época.

O senhor levava o seu trabalho muito a sério e creio que é muito bom inspetor.

Antes de vir cá o Caramulo o meu pai já tinha tentado contactar a ACP imensas vezes (por email e acho que até telefone) para fazerem cá inspeções e eles nunca levaram a proposta a sério... por isso não me admira que eles também não levem as certificações a sério.
 

Guilherme Bugalho

BUGAS03
Portalista
Cá pela oficina do meu pai já tivemos, várias vezes, um inspetor do Museu do Caramulo... comparado à ACP não tem nada a ver... o senhor era muito picuinhas (às vezes mesmo até com acessórios de época e etc) e até não deixou passar um 127 que lá foi por causa de ter várias coisas que não eram de época.

O senhor levava o seu trabalho muito a sério e creio que é muito bom inspetor.

Antes de vir cá o Caramulo o meu pai já tinha tentado contactar a ACP imensas vezes (por email e acho que até telefone) para fazerem cá inspeções e eles nunca levaram a proposta a sério... por isso não me admira que eles também não levem as certificações a sério.


Esse deve ser a excepção para confirmar a regra ..... :wub::wub:
 

Abílio Quintas

Portalista
Portalista
Cá pela oficina do meu pai já tivemos, várias vezes, um inspetor do Museu do Caramulo... comparado à ACP não tem nada a ver... o senhor era muito picuinhas (às vezes mesmo até com acessórios de época e etc) e até não deixou passar um 127 que lá foi por causa de ter várias coisas que não eram de época.

O senhor levava o seu trabalho muito a sério e creio que é muito bom inspetor.

Antes de vir cá o Caramulo o meu pai já tinha tentado contactar a ACP imensas vezes (por email e acho que até telefone) para fazerem cá inspeções e eles nunca levaram a proposta a sério... por isso não me admira que eles também não levem as certificações a sério.
Isto é como em tudo na vida... Por um profissional de determinada área ser mau ou desempenhar um mau trabalho, não significa que todos são assim...
 

João Paulo Ferreira

Portalista
Portalista
Esta discussão é um pouco como aquela sobre o sexo dos anjos.

As entidades autorizadas a certificar a conformidade dos veículos clássicos com a sua originalidade limitam-se a fazer uma observação visual dos mesmos não tendo muitas vezes condições, nos locais da inspecção, para verificar o bom funcionamento dos clássicos de acordo com as regras de segurança.

Por muito bons que os "inspectores" sejam é muito difícil que tenham de memória todos os pormenores correspondentes à infinidade de modelos clássicos existentes podendo assim ocorrerem erros de avaliação.

Dito isto, todos sabemos, porque já vimos carros certificados por estas instituições que se queriam mais rigorosas, em que "não casa a bota com a perdigota".

Haverá negligência ? Haverá favor ? Haverá, até por vezes, rigor fundamentalista ? Certamente tem dado para tudo.

Muitos carros, agora clássicos, foram mantidos em funcionamento com recurso ao engenho dos mecânicos "antigos" que os reparavam com as peças existentes, num tempo em que não havia meios de comunicação nem mercado global. Muitos ainda, foram restaurados com meios e orçamentos reduzidos e cingindo-se ao gosto dos proprietários do momento.

Haverá legitimidade para recusar a certificação de originalidade a um veiculo porque os faróis são da Bosch quando deviam ser da Lucas ? Ou porque a cor original era azul e agora é vermelho ? E os pneus que deviam ser diagonais e são radiais ? E uma ventoinha eléctrica para facilitar o arrefecimento ou um radiador de alumínio de maior capacidade ?

Parece-me mais adequado que o "certificado de interesse histórico" possua um "anexo" em que estejam registadas todas as inconformidades, com a originalidade, que for possível detectar no acto da inspecção e que a certificação possa ser dada de acordo com vários níveis de autenticidade e qualidade de restauro.

Voltando ao anuncio do Fiat 600 que despoletou esta conversa este é um dos últimos modelos vendidos em Portugal, montado na Somave, com base, creio, num CKD proveniente da Seat. Pela observação das fotos parece-me muito original, tanto exterior como interiormente, não vejo nada que não pudesse ser assim, quando vendido novo, com excepção de dois pormenores, a óbvia pintura de mau gosto, em dois tons, e a ausência de frisos nas embaladeiras o que geralmente remete para uma má reparação de chapa e obrigará a uma rigorosa inspecção dos fundos e chassis do carro. Os pneus são os diagonais correctos, mas aquela faixa branca só seria aceitável nos primeiros Fiat 600 do final dos anos 50 e inicio de 60.

Como disse no inicio "Esta discussão é um pouco como aquela sobre o sexo dos anjos" e não vai ficar por aqui.
 
OP
OP
JorgeMonteiro

JorgeMonteiro

...o do "Boguinhas"
Membro do staff
Premium
Portalista
Haverá legitimidade para recusar a certificação de originalidade a um veiculo porque os faróis são da Bosch quando deviam ser da Lucas ? Ou porque a cor original era azul e agora é vermelho ? E os pneus que deviam ser diagonais e são radiais ? E uma ventoinha eléctrica para facilitar o arrefecimento ou um radiador de alumínio de maior capacidade ?


Acho que há legitimidade para recusar uma alteração de mau gosto deliberadamente aplicada pelo proprietário. Uma pintura bicolor ou umas jantes especiais duas décadas mais recentes não me parece aceitável.

A troca de pneus ou de faróis faz-se por necessidade ou indisponibilidade de peças. Parece-me aceitável desde que não afete negativamente o desempenho do carro.

Quanto aos que "foram mantidos em funcionamento com recurso ao engenho dos mecânicos "antigos" que os reparavam com as peças existentes, num tempo em que não havia meios de comunicação nem mercado global", como é que poderiam ser beneficiados se não se conseguem distinguir dos que cairam nas mãos de comerciantes sem escrúpulos que reparam com folhas de jornal para vender com lucro rápido, mesmo que precisem de meter peças de outras séries ou de outros modelos??

Todos têm o direito de circular, não têm o direito de ser certificados.
 

João Paulo Ferreira

Portalista
Portalista
Acho que há legitimidade para recusar uma alteração de mau gosto deliberadamente aplicada pelo proprietário. Uma pintura bicolor ou umas jantes especiais duas décadas mais recentes não me parece aceitável.

A troca de pneus ou de faróis faz-se por necessidade ou indisponibilidade de peças. Parece-me aceitável desde que não afete negativamente o desempenho do carro.

Quanto aos que "foram mantidos em funcionamento com recurso ao engenho dos mecânicos "antigos" que os reparavam com as peças existentes, num tempo em que não havia meios de comunicação nem mercado global", como é que poderiam ser beneficiados se não se conseguem distinguir dos que cairam nas mãos de comerciantes sem escrúpulos que reparam com folhas de jornal para vender com lucro rápido, mesmo que precisem de meter peças de outras séries ou de outros modelos??

Todos têm o direito de circular, não têm o direito de ser certificados.

Jorge, o gosto é sempre subjectivo, a originalidade não. Se formos ser fundamentalistas então muito poucos clássicos estariam em condições de ser certificados, os inspectores teriam que ser especialistas em cada modelo e os erros continuariam a acontecer.

O que eu queria de facto ressalvar com o meu Post era isto: Parece-me mais adequado que o "certificado de interesse histórico" possua um "anexo" em que estejam registadas todas as inconformidades, com a originalidade, que for possível detectar no acto da inspecção e que a certificação possa ser dada de acordo com vários níveis de autenticidade e qualidade de restauro.

O interesse da certificação é dar um valor ao veiculo clássico no caso de sinistro ou transacção. Como é que é possível perante o teor do actual documento estabelecer a diferença entre quem gastou 5000€ no restauro do 600 ou 20000. O vendedor do Fiat 600 está a servir-se do documento de certificação para valorizar um produto manhoso. Nós, que já andamos nisto há muito tempo, sabemos ver a diferença, mas um perito de uma seguradora se se sentir enganado........ vai passar a avaliar os sinistros por baixo.
 

Moises Trovisqueira

MTrovisqueiraF
Portalista
Acho que há legitimidade para recusar uma alteração de mau gosto deliberadamente aplicada pelo proprietário. Uma pintura bicolor ou umas jantes especiais duas décadas mais recentes não me parece aceitável.

A troca de pneus ou de faróis faz-se por necessidade ou indisponibilidade de peças. Parece-me aceitável desde que não afete negativamente o desempenho do carro.

Quanto aos que "foram mantidos em funcionamento com recurso ao engenho dos mecânicos "antigos" que os reparavam com as peças existentes, num tempo em que não havia meios de comunicação nem mercado global", como é que poderiam ser beneficiados se não se conseguem distinguir dos que cairam nas mãos de comerciantes sem escrúpulos que reparam com folhas de jornal para vender com lucro rápido, mesmo que precisem de meter peças de outras séries ou de outros modelos??

Todos têm o direito de circular, não têm o direito de ser certificados.
Certificar para quê?!!!
 

José Olazabal

Viciado em Clássicos
Premium
Portalista
Pensava que a certificação servia para não ter de aturar os inspetores da IPO mais as suas minhoquíces com os números de chassis ausentes, ilegíveis, pertencentes a modelos de anos diferentes, colados com cuspo, bem como para evitar a realidade de que os carros não travam, não curvam e não têm amortecedores...
Bem, cada um terá as suas razões... LOL
 
Topo