SAAB 900 GLE

Diários de Bordo

SAAB 900 GLE

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josecarlosromao

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Parabéns pela bela aquisição, parece estar muito direitinho.
Da marca Saab o pouco que conheço deve-se em parte ao Amigo António Calhanas que além de ser um entendido nos Saab o é também nos Volvo, aliás o único em que andei e conduzi era dele.
Sim ele deve ser um dos maiores experts neste modelo em Portugal. Acho que já teve quase todas as variantes :). Agora de Saabs tem um 900 Turbo e um 99 automático.
 
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Romão já percebeste que este é o tópico do momento?
Trabalho e família são sempre a prioridade, os carrinhos são os da infância só que maiores.
Abraço
Huuum eu não quero criar muita expectativa nem para vocês nem para mim outra vez... Vamos ver. Enquanto o carro andar eu prometo ir atualizando isto. A vida dá muitas voltas. No meu caso e até agora, para melhor. :)
 
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Quando relatei os vários pequenos problemas do Saab (sobretudo elétricos) a minha mulher impôs que tinha de resolver um antes de voltar a pegar no carro: não chegava corrente ao pisca direito traseiro.
Como tinha de ir a Peniche, aproveitei para tirar de um dos meus Saabs o suporte das lâmpadas e a cablagem que liga um farol ao outro.

IMG_20230430_184507.jpg

Do lado direito tinha uma enxada para afastar um bode que gosta de marrar (na verdade não foi preciso porque pus a minha mulher na linha da frente). Não tirei mais fotos porque estava mortinho para sair dali mas deixo uma com outro caprino que tirei há mais tempo:

IMG_20221204_125639~2.jpg

Tive a surpresa de receber uma mensagem de um familiar do antigo dono do Saab (já falecido) a dizer que tinham encontrado umas peças a fazer limpezas e que eu podia ficar com elas. Fui por isso à Praia da Barra em Aveiro e a família do antigo dono despediu-se do carro. Foi um momento muito especial e que me deixa uma enorme responsabilidade em assegurar a conservação deste carro.

Já em casa, troquei a cablagem e o pisca até funcionou na altura, mas depois voltou a falhar. Tentei remover a oxidação superficial dos conectores, e o pisca ficou a funcionar. Para esta tarefa tive a ajuda do meu assistente, uma novidade em relação ao tempo do outro Saab.

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Esta semana fui de Saab todos os dias para o trabalho! Estou completamente apaixonado pelo carro. Parece que fiz o impossível e comprei um carro antigo de que gosto e que não está completamente destruído. Vamos ver quanto tempo isto dura...

O carro vinha com o manual original! Em espanhol porque não deve ter havido em português, porque o carro é nacional. 2 pormenores saltaram-me à vista:

IMG_20230505_175721~2.jpg

A instrução após o procedimento de que "a veces hay que...". É um comentário que eu acrescentaria em relação a qualquer operação relativa a um carro antigo, mas não estava à espera que já estivesse assim descrita no manual de fábrica.

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E depois esta foto da traseira do mesmo modelo do meu Saab antigo em que não há uma aresta que esteja alinhada entre cada peça. Mais uma vez, bate certo com o meu Saab antigo, mas eu não sabia que isto já vinha assim. Afinal o carro não estava assim tão mal...
 

Anexos

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Parabéns!
Continuo a gostar muito dos Saabs, não sei se saabiam.
Eu sou como tu um apaixonado pelos hidropneumáticos... Mas foi um Saab que o meu pai comprou originalmente, e acabei por ficar com ligação emocional a este modelo.
Eu agora ainda considerei comprar um Citroen, mas a mulher não gosta dos BX e os outros que apareciam em boas condições estavam acima do meu orçamento. Os maiores cuidados requeridos na manutenção também me deixam um pouco de pé atrás... Mas pode ser que um dia se concretize :)
 

Antonio Valerio

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Gosto muito ! Não tivesse 4 Saabs ! Um deles é um 900 GLs !

Parabéns por o regresso, e parece que em grande a um Saab !

Nas peças que tem por acaso não tem os carburadores do GLs ?



Cumprimentos
 
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Este fim de semana o Saab foi o nosso carro de serviço. Foi a primeira oportunidade de andarmos os 4 no carro, espero que a primeira de muitas. Deu-nos muito jeito ter levado o Saab, já com uma bicicleta e um carrinho de bebé as compras couberam todas. Na minha Volvo V50 alguns sacos teriam de ter ido connosco à frente.

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Ter uma família para partilhar a experiência de ter um carro antigo é melhor do que os constrangimentos de falta de tempo que isso provoca.
O mais velho gostou do teto de abrir:
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A minha mulher gostou de conduzir:
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Hoje o tema para reflexão é esta versão em específico do 900 e do seu antecessor 99, a GLE. Em 1974 a gama da Saab era a seguinte:
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Em 1976, foi introduzida a versão GLE como topo de gama. Com esta versão, a Saab queria apelar aos consumidores mais endinheirados que exigiam um produto mais premium. Um caso parecido foi o lançamento do Volvo 262 C, neste caso com modificações na carroçaria:
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O catálogo põe a ênfase no luxo (por meios de mais equipamento e melhores acabamentos) associado a esta versão:

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Este texto publicitario tenta desmascarar o público alvo, conforme se pode ler no primeiro parágrafo:

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A verdade é que quem quer somente praticalidade compra um Dacia. O Classe A é dos carros mais vendidos em Portugal, tal como eu para carro do dia a dia comprei uma Volvo V50 e não um Ford Focus somente porque queria um produto mais exclusivo, mas, conforme o anúncio diz, não o assumimos. Talvez uma diferença em relação há 40 anos seja que hoje o luxo seja mais o status conferido por determinadas marcas que os extras que cada versão traz (porque já não precisamos de muito mais num automóvel...?)

Em 1978 a designação GLE transita para o sucessor 900 (igual ao 99 mas com uma frente nova e mais tarde uma nova traseira nas versões de 2 e 4 portas). Esta era a gama da Saab em 1983:
IMG_20230508_222617.jpg

Aproximadamente pelo mesmo valor que o GLE, podia-se comprar:
Giulietta 1.6 (109 CV),
BMW 320 (122 CV),
CX 2.0 (106 CV) ,
Golf GTi (112 CV)

Nesta altura a BMW ainda não tinha conquistado completamente o estatuto premium, daí ter um preço muito razoável. Acredito que o Golf GTI desse bastante lucro, afinal trata-se de um carro de um segmento abaixo, apesar de compreender a sua atratividade, que se traduz por uma aceleração 0 aos 100 de 9,2 segundos contra 12,5 do Saab. Por curiosidade, hoje em dia o valor de referência de um Golf GTI em boas condições é 13810 euros contra 3452 de um 900 GLE.

O topo de gama era agora a versão Turbo, introduzida em 1977 ainda no 99. A designação GLE é mantida mas a lógica que levou à sua criação deixa de fazer sentido agora que a Saab encontrou a sua identidade como fabricante de berlinas desportivas (e não de luxo).

A propósito, enquanto estava à procura dos preços encontrei este anúncio com crítica social:

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Por esta altura o país já tinha saído do PREC, senão a reação poderia ter sido nacionalizar os importadores de automóveis de luxo. Em 1984, as designações são alteradas e cai a versão GLE. Para trás ficou o tempo em que o topo de gama da Saab se distinguia pelo equipamento e acabamentos e não pela potência, como passou desde então a acontecer.

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Por fim, e já não tendo nada a ver com o 900, deixo um anúncio típico da Saab como penso ser recordada hoje:

IMG_5376+copy.jpg

As cores vibrantes e os motivos representados transmitem uma sensação de jovialidade e dinamismo. Tinham ficado muito para trás os tempos em que a Saab se tentava impor como um fabricante de carros de luxo.
 
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Confirmo que a mala do 900 é uma autêntica caverna, muito maior do que a da maioria dos carros modernos...
Fui apanhado de surpresa. Achei que era mais pequena que a do meu de 5 portas mas por mais coisas que eu pudesse lá não acabava o espaço. Nos nossos carros do dia a dia é sempre um stress conseguir encaixar tudo.
 
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4 dias para o encontro

Estava a namorar o carro e a ver até onde conseguia ir com a mão, sem mais motivo nenhum, quando por acaso sinto que os conectores da bobine da chamada estão mal apertados.
O acesso não é fácil, pois o motor de arranque fica por baixo do coletor de escape, pelo que tirei esta foto para tentar perceber o que se passava:

IMG_20230530_160336.jpg

Um dos parafusos que segurava a tampa da bobine não estava sequer no sítio, e o outro estava completamente desapertado. Era uma questão de pouco tempo até a peça sair (pelo menos seria o problema mais fácil de diagnosticar de sempre). Apertei o parafuso restante. Quando for a Peniche vou ver quais as dimensões do que falta, pode ser que tenha para lá alguma bobine de chamada já desmontada, ou em último caso, terei de tirar o motor de arranque do outro Saab.

O teto de abrir ficava mais baixo de um dos lados do carro. O nivelamento é assegurado em cada lado do carro pelo contacto da peça 29 (solidária com o teto de abrir) com a peça 5 (solidária com o tejadilho). Aliás, parte da peça 29 caiu-me no colo um dia.
IMG_20230530_215831.png
Depois de remover o teto de abrir, o que é muito fácil (estava com medo que fosse preciso tirar o forro do teto e por aí fora), deu para ver que mesmo no outro lado a peça já estava partida.

IMG_20230530_111844.jpg

Eu não tenho teto de abrir nos meus outros Saabs, pelo que estive a considerar as minhas opções. A primeira seria fazer uma peça em impressão 3d, mas esse material é muito frágil pelo que acho que esta técnica só faz sentido em peças com um objetivo meramente estético. Depois pensei em mandar maquinar uma peça, mas provavelmente ia sair me caro. Acabei por fazer uma peça de chapa aproveitando a forma da peça original.

IMG_20230530_112820.jpg

E este assunto ficou arrumado! Ou não... Ao apertar demasiado um parafuso vinquei o teto de abrir, o que razoavelmente me levou a
sacar de um martelo e desatar a bater na chapa que nem um perdido o que por sua vez fez lascar um bocado de tinta. Por outro lado, a ajustar a montagem também risquei um bom bocado o teto de abrir. Mandei fazer tinta pelo código da cor, e levei o teto de abrir para afinar e no transporte para a loja de tintas fiz mais uma série de riscos.
Agora a tinta está a repousar, depois quero seguir o procedimento deste vídeo:



E são estes os problemas de primeiro mundo que este Saab me deu até agora. Desta vez acho mesmo que temos fortes hipóteses de sobreviver ao encontro! Até porque vou aceder aos pedidos da minha mulher e não me vou pôr a arranjar mais nada até ao fim de semana.
 
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Estive agora a ler o db. Parabéns pela compra irracional :D

Adoro o 900. É indubitavelmente um (para mim, o) SAAB.

Em relação às peças em plástico 3D, a força depende do material, do design e um pouco do KdU de quem mexe na impressora, se bem que nunca chegará à força de uma peça de injecção. Ainda sou muito maçarico, mas o objetivo é, ainda este ano, fazer peças com qualidade para estas situações em que é muito difícil encontrar material.
 
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O Saab mais icónico é o 900, mas na versão Turbo e com 3 portas:
saab_900_turbo_large_22736.jpg

A carroçaria de 4 portas é o patinho feio dos 900, mas por isso é também a mais acessível.

Tenho más experiências com peças de plástico em carros velhos, sobretudo a desmontar, pois parto-as invariavelmente. Creio que neste caso esse material foi escolhido por uma questão de ruído, pois são peças que entram em contacto de forma pouco suave, mesmo que seja um trinca espinhas como eu a fechar o teto. A Saab (como provavelmente outras marcas, eu é que conheço melhor os Saabs) tem mais histórias de materiais escolhidos com o critério do ruído que devido a isso não cumpriram tão bem outros requisitos, como o veio da bomba de água se danificar ao ser removido na geração anterior do motor do 900.
 
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Uma hora até que a tinta estivesse seca, dizia o vídeo que eu partilhei. Pois bem, hoje comecei a lixar e a tinta afinal estava ainda muito fresca. Uma bela porcaria, foi como ficou tudo. Passei mais uma pincelada em cima e pus o carro na rua a ver se secava mais rápido. Mas não parece que vá fazer sol nos próximos dias... Enfim, relativizar.
 
A carroçaria de 4 portas é o patinho feio dos 900, mas por isso é também a mais acessível.

Tenho más experiências com peças de plástico em carros velhos, sobretudo a desmontar, pois parto-as invariavelmente. Creio que neste caso esse material foi escolhido por uma questão de ruído, pois são peças que entram em contacto de forma pouco suave, mesmo que seja um trinca espinhas como eu a fechar o teto. A Saab (como provavelmente outras marcas, eu é que conheço melhor os Saabs) tem mais histórias de materiais escolhidos com o critério do ruído que devido a isso não cumpriram tão bem outros requisitos, como o veio da bomba de água se danificar ao ser removido na geração anterior do motor do 900.

Suecos, what else :lol:

Uma hora até que a tinta estivesse seca, dizia o vídeo que eu partilhei. Pois bem, hoje comecei a lixar e a tinta afinal estava ainda muito fresca. Uma bela porcaria, foi como ficou tudo. Passei mais uma pincelada em cima e pus o carro na rua a ver se secava mais rápido. Mas não parece que vá fazer sol nos próximos dias... Enfim, relativizar.

Humidade e tempo frio condicionam muito a coisa. E é diferente de estar "seca" ao toque e seca para trabalhar.
 
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