Restauro/recuperação - Carrinha VW de 1968

Bom trabalho, parabéns...
Quanto à caixa de direcção, nas minhas carrinhas de 72 numa a caixa estava com um pequeno "saltar" como tinha uma caixa a mais resolvi trocar, resultado a outra caixa tinha folga......:(:(:(
Peguei numa caixa e fui levar a Braga, demoraram uns meses, com um custo de reparação a passar uns trocos as duas notas de cem, apliquei numa carrinha, ficou uma maravilha.....no outro dia fui lá levar outra para reparar................a indicação que em deram foi para aplicar um aditivo anti fricção, e comprei um da Liqui Molly que aproveitei e coloquei também numa caixa de velocidades e por incrível que pareça resolveu um problema, por vezes raramente, a 4ª saltava em esforço após aplicação do aditivo, nunca mais voltou acontecer......
 
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outra coisa que era preciso fazer, era tratar das transmissões e das juntas homocinéticas, tendo em conta que a transmissão do lado da porta de correr, tinha apresentado um problema que aparecia de vez em quando e que acabou por se manifestar de forma mais ostensiva quando a carrinha foi para Viseu. Nesse dia, passei pelo Álvaro (Bidoeira de Cima) e a junta ficou arranjada, pelo que o resto da viagem correu sem incidentes:

Restauro/recuperação - Carrinha VW de 1968

Como já as tinha trazido para baixo, comecei a mexer nelas:

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O estado nesta zona é em geral bom e as peças que foram mexidas no Álvaro, saíram sem qualquer dificuldade:

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... no entanto, agora que mexo nelas, verifico que foram alteradas para além do que me lembrava. Estas juntas homocinéticas, não são as originais, porque são diferentes das que estão na transmissão que não foi mexida. Mas já lá vamos....
Entretanto, segui com a desmontagem e estas peças, pela velocidade de rotação a que são sujeitas, têm toneladas de massa.... e para desmanchar isto, faz-se uma "cagada"....

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Entretanto, como também tinha trazido para Lisboa as transmissões da carrinha amarela (a que aparece nas primeiras páginas deste tópico), aproveitei e desmanchei-as também. Estas, ao contrário das que estavam montadas na carrinha de 68, estavam bem mais sujas. A camada de javardice tinha vários milimetros de espessura:

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.... e, para além disso, um ressalto que as minhas não têm:

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... e do outro lado ....

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Ao mesmo tempo que ía desmontando, fui tirando fotografias para poder saber remontar tudo:

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O que me faz mais confusão aqui, é que tenho peças diferentes nos dois conjuntos e que mesmo dentro dos conjuntos, sendo que cada conjunto é composto por duas transmissões, as peças são diferentes entre lados.
Umas têm ressaltos, outras não .... :roll:

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Inclusivamente, os braços que estavam montados na amarela, também são diferentes entre si. Um é mais espesso do que outro e tem mais ressaltos para prender a borracha. Na de 68, os braços que estavam montados, são dos mais finos:

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Outra coisa curiosa, é que depois de bem limpas, o material em que são feitas, não me parece ter tido o mesmo tratamento. As mais antigas são mais escuras e as que estavam na amarela, são feitas de um material muito mais reluzente, mais claro e brilhante, mas ao mesmo tempo, estão mais danificadas. Não é um desgaste como nas mais escuras, é mesmo uma falha de material, uma espécie de fractura.... :roll:

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outra coisa que comecei a fazer, foi mexer nos motores de arranque:

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Já lhes tinha passado areia, faz vários anos, mas a areia entrou para sítios onde não era suposto entrar....

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Sendo assim, tenho que os limpar por dentro, como deve ser. A primeira coisa a fazer é desmontar tudo. Para isso, tive que retirar a peça que impede que se consiga desmontar o motor para além do que se vê na 1ª foto deste post. Para isso, usei uma chave de caixa e com um martelo, dei-lhe umas pequenas pancadas....

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.... fazendo com que a peça se desloque para baixo do freio que a prende no sítio, permitindo que se retire este do veio e, consequentemente, a peça em questão:

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Ok, José. Obrigado.

... afinal, ainda precisava de desmontar algo mais. Cheguei à conclusão que entrou areia (ou pó) para mais alguns sítios. Sendo assim, tive que separar este conjunto:

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Como se pode ver nesta foto, existe areia (quase em pó) que, em princípio, não devia haver:

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Como estas peças estavam cheias de areia, ou melhor, de areia tão fina que mais parecia pó, tive então que as desmontar por completo.... e quando digo completo, é mesmo por completo :(.
Sendo assim e uma vez que a areia limpou-as totalmente, achei que era chegada a altura de fazer algo que já estava para ser feito há algum tempo. Resolvi usar estas peças como cobaias de um método que vou empregar, daqui para a frente, para tratar algumas das peças que ainda faltam montar.
Vou passar a fazer as galvanizações em casa.... até porque a empresa que eu usava para as fazer, deixou de prestar este serviço. Sendo assim, depois de muita leitura e pesquisa, meti as mãos na massa.... e até que, este primeiro passo, e para uma primeira vez, nem ficou nada mal.
Bom, para fazer uma zincagem com um bocado mais de qualidade, comecei por aplicar uma cobreagem:

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A meio do processo, este era o aspecto:

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Uma coisa que é extremamente necessário fazer, é limpar a peça totalmente. Não pode haver ferrugem, nem qualquer tipo de contaminantes. Por isso, é imprescindível passar as peças por um banho desengordurante:

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No fim desta primeira fase e depois de alguns ajustes, até que ficaram com muito bom aspecto:

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Próximo passo a ser dado é a zincagem, daqui a uns dias. Até lá, abraços!
 
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Nuno Ferraz

Veterano
Premium
Portalista
Uma coisa que é extremamente necessário fazer, é limpar a peça totalmente. Não pode haver ferrugem, nem qualquer tipo de contaminantes. Por isso, é imprescindível passar as peças por um banho desengordurante:

IMG_0818.jpg


No fim desta primeira fase e depois de alguns ajustes, até que ficaram com muito bom aspecto:

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IMG_0823.jpg
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Próximo passo a ser dado é a zincagem, daqui a uns dias. Até lá, abraços!

Trabalhos de grande qualidade que já são conhecidos há muitos anos, desta e de outras casas.

Um tutorial do processo de tratamento destas peças era um grande acrescento à literatura técnica deste fórum.

Podemos fazer o pedido?
 
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Trabalhos de grande qualidade que já são conhecidos há muitos anos, desta e de outras casas.

Um tutorial do processo de tratamento destas peças era um grande acrescento à literatura técnica deste fórum.

Podemos fazer o pedido?

Olá Nuno. Desculpa mas não percebi... "desta e de outras casas"? :unsure:

Deixa-me dar mais uns passos e quando tiver o processo afinado, faço isso sem qualquer problema.
 
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(...)
Por exemplo, terminei as transmissões. Percorri os processos todos, desde a desmontagem, limpeza, tratamento e montagem.... e fiquei a saber como funcionam. Esta parte do desmontar, limpar e voltar a montar, tem sido uma grande parte do divertimento de todo este processo. Teria sido muito mais rápido passar isto para alguém, mas não iria aprender nada e face a algum problema que possa eventualmente surgir no futuro, como já aconteceu com estas peças, iria ficar às aranhas e teria que recorrer a ajuda exterior, como o fiz, há uns anos atrás:

Carrinha no Álvaro

Bom, depois da desmontagem, comecei com a limpeza. Primeiro, uma passagem no berbequim, para retirar a maior parte dos resíduos:

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.... depois de uns mergulhos em produtos de limpeza e mais passagens com o escovilhão, foram ficando mais limpas, até ficarem limpas na totalidade:

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Depois da passagem pelo cobre, o aspecto final era este:

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.... e durante o processo de zincagem:

VÍDEO - Zincagem

O aspecto de outras peças depois das passagens pelo cobre, era este:

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.... e após uma passagem pelo escovilhão, para retirar o excesso de cobre....

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VÍDEO - Retirar o excesso de cobre
depois de retirar o excesso de cobre que fica sobre a superfície da peça, o aspecto era este:

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e em seguida, uma limpeza e a zincagem. No fim, este é o aspecto:

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... e após ter as peças todas zincadas, a montagem:

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depois de montadas e uma vez que as peças são de anos diferentes, juntei-as aos pares.

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Depois disto, avancei para os braços e usei precisamente o mesmo processo, ou seja, limpei-os e galvanizei-os (cobre e zinco). No fim, pintei-os:

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.... e desta vez, protegi devidamente as áreas que não deviam levar tinta :mrgreen: :oops: :

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... e no fim:

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Para acabar, foi só preciso juntar tudo e usar os "foles" que comprei ao Hugo Frazão (Hugo Peças):

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e depois de fechar as braçadeiras (ou abraçadeiras) com uma ferramente própria, ficaram assim. Antes de as montar, tenho que lhes meter a massa que veio com os foles, coisa que ainda não fiz. Têm alguma, mas não é a suficiente.
Assim, disto....

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... para isto:

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Outra coisa que também se começou a fazer, foram os bancos de trás. Para começar, já tenho a estrutura feita, à semelhança do que existia anteriormente:

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.... e os tampos, que terão a capacidade de se dobrar/ desdobrar:

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.... e respectivos pés:

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após alguns ajustes e uma vez que as madeira não são homogéneas, a decisão foi pintar todas as superfícies:

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... no entanto, a cor não é bonita, mas para servir de base, de primeira camada, pareceu-me uma boa ideia.
 
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