O melhor Rali do Mundo- Rali de Portugal

Re: Rally Portugal ( Sintra ) Tributo

Há quem não tenha emenda, e os problemas com o público vão continuar a suceder, já que vão haver sempre alguns que estão a marimbar-se se a nossa prova vai ter olhos especiais a ver-nos no que à segurança diz respeito, porque para quem manda, a FIA, nada melhor que ter sempre trunfos na mão, quando for necessário correr com alguém. Foi o que sucedeu em 2001, pois colocámo-nos a jeito.

Tenho muitas e saudosas recordações do Rally de Portugal...
Mas lembro-me particularmente bem da primeira.
Ano de 1985. Eu tinha 11 anos e fui com um amigo da mesma idade e com o pai dele assistir à passagem dos carros por Sintra. Claro está que jamais me esquecerei da emoção que foi ver e ouvir os Peugeots e Lancias. Ficámos de tal forma extasiados que, à passagem do primeiro carro (salvo erro era o do Salonen) corremos para o meio da estrada, para desespero do pai do meu amigo. A partir do segundo carro, ele agarrou-nos aos dois pelos cabelos, para não lhe voltarmos a escapar. Na altura, fiquei lixado, mas hoje (que sou pai) dou-lhe toda a razão.
Desde essa altura e até aos dias de hoje (cada vez com menos frequência, reconheço) segui in loco muitos rallyes de Portugal (baldei-me às aulas para ir ao Estádio Nacional e a Coruche, por exemplo), alguns Grandes Prémios de Fórmula 1 e, claro, o Dakar do ano passado... mas como não há amor como o primeiro, as imagens e sons de Sintra vão acompanhar-me para o resto dos meus dias. É que por muitos Grandes Prémios de Fórmula 1 que um tipo assista, nada é tão forte como ver passar um carro de Rally a fundo a menos de 1 metro.

Histórias de ralis é o que não me falta, são tantas que a data e ciscunstâncias específicas acabam por se perder na bruma. Desde perder um carro estacionado por causa do pó levantado em Abrantes, até andar sempre com uma lanterna à procura de um amigo que subia às árvores para ver o rali e lá adormecia...

Uma das mais emblemáticas passa-se na zona de Sintra, na curva d'água, no troço da Lagoa Azul.
Enquanto esperavamos a 1ª passagem de uma noite de Sintra, alguém apostou comigo que não era capaz de fazer a curva a correr e a fazer Vrrum, vrrum.
Não só o fiz, como fui mais longe: fiz a curva a fazer vrrum, vrrum, com o meu irmão ao lado a ditar-me notas, em contrabrecagem, para enorme gaudio de toda a plateia e arquibancada, reunida para assistir à passagem do rali.




Desde o início de 1985 que andava a dar uma cantada a uma rapariga da minha praceta, que tinha fama de ser difícil, já que não alinhava em comboios...

Segundo o que se sabia, o máximo que a malta lá da rua e da escola tinha conseguido eram negas, e namorados não se lhe conhecia, muito menos quem lá tivesse encostado a mão...
Mas a rapariga tinha um predicado nada comum à maioria das cachopas da altura: Gostava de automóveis...

Semana após semana, conversa após conversa, lá decidi usar outros argumentos, então convidei-a para ir ver o Rali de Portugal 1985 a Sintra.
Fomos no carro de dois amigos, irmãos, um Datsun 1200...

Deixámos o carro na zona de Sintra e lá fomos Serra acima, ainda era bastante cedo. Ficámos na zona do cruzamento do palácio, no início da descida para Sintra, depois de subir os ganchos todos a pé...

A rapariga estava visivelmente emocionada, e falava pelos cotovelos, nada habitual nela. Tudo foi melhorando quando começámos a beber o que estrategicamente levámos, e ela recusava uma, mas a seguinte já bebia, e assim foi.
Não ficou enjorminada, mas que estava alterada, isso tava.

Até que começam a ouvir-se os carros, no eco sda Serra e quando passa o primeiro, acho que um Peugeot, aquilo deu dois raters e fez um grande estardalhaço, e ela assustou-se um bocado...dizia que os carros se iam partir todos...até que passa o Audi sport Quattro, então é que foi o delírio....

A rapariga ficou histérica e ao mesmo tempo assustada. Agarrou-se a mim cheia de medo (tinha 15 aninhos, e eu 17, né) e depois foi só aproveitar a onda e fazer de protector...
No meio da Serra ainda levou uns chochos e apalpões, e no regresso já estava prontinha para algum marmelanço no banco de trás do 1200...

As lembranças são mais q muitas, o rali em Sintra era dia de festa e de balda ás aulas. Já vi mais ralies mas nada se compara ao que se vivia durante aquelas manhãs na serra de Sintra.
Era um exagero, mas acima de tudo era uma demonstração de paixão pelos ralis.
Quando vejo as fotos daquela altura penso em como gostava que o tempo voltasse para tras durante um bocadinho.

O rali de Portugal fez-se de muito suor e lágrimas , o ano que no troço de Montejunto cairam perto de 5 carros e todos no mesmo sitio foi hilariante , O primeiro ainda me lembro o José Miguel Leite Faria com o sierra.
Quem lá esteve nunca esqueceu.Saudades Temos todos dos troços de Sintra ,das idas á noite para os mesmos começando a caminhada na Estação de Sintra subir a serra até á lagoa Azul para ver o primeiro troço , Peninha e no fim Sintra.Os melhores anos para mim

Estes são alguns dos relatos tirados do site:
http://autosport.clix.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=as.stories/21071


Espero ter os vossos também. Mesmo para mim que não estive lá...provoca um sentimento..conheço bem as estradas de lá (sabe-se lá porquê:huh: já tive muitas aventuras de carro lá) e consigo imaginá-las cheias, e a ouvir o ecoar das máquinas.


Cumprimentos
 
Re: Rally Portugal ( Sintra ) Tributo

Desta vez não faltei! Também não tinha como, pois quase dava para ir a pé de casa...

Mas como é óbvio, a manta tapa dum lado e destapa do outro, pois não faltou logo quem desse pela minha falta no site e fizesse mesmo eco público disso. Mas isso são contas doutro rosário e o que interessa para aqui era a Romagem Sintra/Montejunto.

Diziam os meus pais quando eu era puto e ia para os ralis que era maluco da cabeça, e passados vinte e tal anos continua a haver quem não entenda o que é a paixão pelos ralis.

Ao falar com vários companheiros de estrada destes anos todos, uns dizem que um dia viram o Sainz a aqueçer pneus numa ligação e tiveram de fugir para a berma para não levarem com o carro e foi ai que nasceu a adrenalina dos ralis.

Outros, que nunca tinham visto nem ouvido, foram um dia a Sintra e ouviram o barulho do Audi Sport Quattro a ecoar na serra e não esqueçem esse som. Outros sentiram um dia o cheiro e a cor dos ralis, e nunca mais se deixaram disso.

Realmente não é fácil de entender para quem não liga, como é que alguém é capaz de passar dias e noites ao frio, à chuva, andar horas e horas a subir e descer serras, só para ver passar uns malucos a acelerar.

Não tem explicação, digo eu. Eu que sou um benfiquista dos sete costados, um dia tive de fazer uma terrível opção. O Benfica jogava em Roma, em 1984, e o rali passava em Sintra nesse dia.

Muito contrariado, lá fui de comboio para Sintra, subi a serra a pé, e esperei. Quando começaram a passar os Lancia 037 Martini e Audi Quattro que só conhecia da TV, esqueci tudo o resto. A sensação era indiscritível, e como qualquer paixão, houve ali um clique, que dura até hoje. E não vai passar nunca. AH! E houve quem levasse televisão a bateria (isso não vi ao vivo mas vi na TV), mas ouvi o relato. Grande Filipovic!! Dois golos em Roma!

Por isso é fácil explicar as noites ao frio, à chuva, as noite na Serra do Açor com uma fogueira a arder ao pé da pedra onde estava sentado para aliviar o frio, quem mesmo com toda a roupa possível, e um cobertor por cima não era suficiente para aqueçer.

Ouvir alguém dizer que está um nevoeiro do carças e logo outro dizer, que nada disso, é o fumo das lareiras que estão todas ligadas.

Durante anos a fio, e desde 1990 até 2001, uma semana de Março era certinho. Férias. Rali de Portugal.

Tudo começou em Sintra, claro. Obviamente só lá vi três anos de Rali de Portugal, pelos motivos que todos conhecem. Por causa do acidente.

Um acidente que só passados 21 anos fiquei a saber onde tinha sido. Sempre me tinham dito que tudo se tinha passado na Curva da Água. Essa conhecia bem, já lá tinha estado várias vezes depois disso. Muitas vezes fui passear para a Barragem do Rio da Mula, mas só agora soube que foi ali no acesso que tudo aconteceu. E todos vimos como aconteceu.

Como tudo seria diferente se não tem existido aquele fatídico acidente. Melhor? Pior? Ninguém sabe. Diferente certamente.

O que daria hoje para poder ver os WRC actuais a romper Serra acima, Serra abaixo. Bateriam os recordes? De certeza. Se não é difícil de perceber o que seria guiar 400, 450, 500 cavalos a subir a Lagoa Azul, já é mais complicado saber como passaram na Peninha, de tão estreita, com magotes de gente a balizar a estrada.

E Sintra? Falam das 10.000 curvas do antigo Rali da Córsega, mas se em Portugal todos os troços fossem com o de Sintra, teríamos um Rali com muitas mais.

Compararam-se fotos da altura e tentou-se perceber o que aconteceu e como aconteceu. O Alen perder a roda, o Rohrl bater no calhau que ainda lá está e irá continuar, porque se por Lei aqui é zona protegida, para os adeptos dos Ralis, é uma Catedral, e como Catedral que se preze, devia lá ‘rezar-se umas missas’ de vez em quando, leia-se, fazerem-se ralis. De preferência do Mundial.

Mas os nossos políticos não se importam de ter lá ao fim-de-semana milhares de turistas a passear, com os respectivos carros, mas fazer ralis, de vez em quando, é mau para o ambiente. Faziam assim, cobravam entradas para a Serra e o valor de cada bilhete seria para ajudar a preservar o Parque e plantar árvores onde fosse necessário. Já viram o que era 250.000 pessoas ou mais a pagar bilhetinho para ver o WRC em Sintra? Talvez o ‘meu’ Presidente Fernado Seara leia isto e queira avançar com um ralizito do Nacional...

Reabre-se a Secção de Motorismo do Sport Lisboa e Benfica, ou do Sporting, ou o 100 à Hora, ou os Belenenses, ou...seja quem for. Queremos ralis outra vez em Sintra.

Mas voltemos à Romagem...

Quem nunca teve oportunidade de ver ralis em Sintra não imagina o que eram aquelas bermas cheias de gente. No Rali de Portugal, estive sempre no troço de Sintra, no cruzamento do palácio ou na descida da Pena. O eco, o chiar dos pneus, o público. A humidade no piso era tanta que nas três passagens não havia um piloto que repetisse a forma como passava.

Enfim, quem viu Ralis em Sintra, especialmente os do Mundial, não esquece. Continuei a ver ralis em Sintra, penso que até 1991 nas Camélias ou na Volta a Portugal, por aí, já não tenho a certeza. É uma pena.

Mas pronto, as coisas evoluem, e Gradil e Montejunto também fizeram história. Por bons e maus motivos. No Gradil, estará certamente na memória de todos o triste acidente de Ramiro Fernandes, que ceifou a vida a duas pessoas. Qualquer um de nós pensa que está bem em cima duma casa, mas nunca num rali. Quase tudo o que é mais estranho pode acontecer. É um desporto muito perigoso, e o público português andou muitos anos a fintar o azar.

As coisas agora são muito diferentes, mas a verdade é que já não se goza o mesmo. É tudo muito politicamente correcto, mas a verdade é que ninguém de nós troca a segurança por nada. E ainda bem!

Na romagem, os locais obrigatórios de paragem foram a zona do acidente do Quim Santos, o gancho da Peninha, o local onde o Alen perdeu a roda, o salto, e já em Sintra, o local mais mítico é mesmo o cruzamento do Palácio. As imagens vídeo que existem também ajudam muito. Mas ao vivo era outra coisa.

O único ano em que aí fiquei foi 1986. Devo ter visto passar uma dezena de ‘Monstros’ do Grupo B. Três Lancia, dois Peugeot, dois Ford, dois Metro, um Audi..o 037 do Bica, e depois a espera. Uma hora depois já tinham lá chegado os ecos do acidente. Debandada. Tristeza. Mas tinha havido uma tragédia e nesse dia à noite quando se foi vendo o que sucedeu, o que ouvi de alguém resumiu anos e anos de ralis em Portugal: Um dia tinha de ser...

Presumo que a sensação de percorrer aqueles troços actualmente, já não é a mesma. Nem mesmo ir à Serra do Açor ou a Fafe. Depois de tantos aos lá a ver ralis, o impacto já não é o mesmo, ainda que tenha de concordar que é difícil aceitar o Rali de Portugal sem ser em Sintra, Arganil ou Fafe. Que grande rali seria, três etapas, uma em cada zona. Talvez um dia. Quem sabe. O Martin Holmes já disse que na FIA já perceberam que descaracterizaram demais os ralis e o que a ISC quis fazer para centralizar tudo, roubou o que os ralis tinham de melhor: a sua essência.

Rodar nas estradas por onde tantas vezes andaram campeões como o Alen, o Toivonen, o Sainz, o McRae, e reviver esses momentos é fantástico. Até porque todos têm uma , a sua, história para contar.

O que sentiram os adeptos portugueses no dia em que souberam que tinham perdido o Rali de Portugal foi indiscritível. Muito pior que a banhada que apanharam nos dias do Rali.

No Gradil, vivi algumas histórias giras, como por exemplo estar ao lado dum espanhol que me ‘lixou’ a foto do Sainz e levou um calduço como ‘paga’, ou parar num café na Murgeira, antes de ir para o troço e beber um cafézinho ao lado do Kenneth Erikkson, com o Mitsubishi estacionado ao lado do meu carro. O Sainz é que não parava pois os esapnhóis nunca mais o largavam.

Mas entre optar por ir para o Gradil ou Montejunto, sempre preferi, este último. Os acidentes de 1988 vi na TV, e em 1989 fui para esse local, e só quando já me ia embora é que um se despistou...

São bons troços, mas Sintra é Sintra. Tenho um amigo fotógrafo que tem um...amigo que vai para lá às vezes, no seu Subaru Impreza dar gás, mas sempre entre as 3 e 4 da manhã. Nunca antes, nunca depois. E já mandou umas belas frutas. Tambérm, ele não se rala, e a conta bancária também não...

Eu gostava mesmo era de fazer os troços ao lado do Gigi Galli, por exemplo, num Focus ou num C4 WRC. Ou mesmo do Armindo ou do Bruno nos carros actuais.

Quem sabe um dia ainda vamos ver o IRC ali...

Como disse o José Torres pela selecção portuguesa um dia: Deixem-me sonhar...

Assim que puder, hei-de colcoar videos dos sítios por onde andámos.

Abraços a todos e agora venham as vossa crónicas.

José Luis Abreu


Retirado de:
http://nautosport.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=as.stories/37782
 
Re: Rally Portugal ( Sintra ) Tributo

Posso dizer, garantidamente, que esta 2ª Romagem foi plena de sucesso, pois não só correu tudo bem, como eu e os "mais nortenhos" conseguimos fazer o troço do Montejunto, já no turno da noite. MISSÃO CUMPRIDA.

O meu dia começa bem cedo, levantei me ás 3.40h da madrugada, saio do PORTO ás 4 da manhã, pois queria ir nas calmas até Óbidos, onde ia ter com o JUXPOT e posteriormente TOIVONEN e HELDER, amigo do Toivonen.

Já todos os 4, vamos ter com a restante malta na PRACETA AYRTON SENNA DA SILVA, ou seja Autódromo do Estoril.
Já lá estavam os meus conhecidos BREDA e o AGUILAR, além do grande ZAKSPEED, o grande organizador desta 2ª Romagem, e os novos romeiros JLA ( Finalmente, sr. Abreu, custou mas foi ! ), o FISH, um tipo impecável, JOÃO COSTA, o expert dos rallies, tal como o ALEN, outro especialista, o CIRNE ( uma lenda viva dos rallies, que nos ajudou a descortinar as zonas importantes dos troços ).
Os outros romeiros, peço desculpa, não me recordo dos nomes, ajudaram a colorir a festa.

Saídos do autódromo, seguimos para os troços, controlados a rigor, metro a metro, sem mácula.

Passamos pelo mítico troço da Peninha, a zona do grave e famoso acidente do grande campeão Joaquim Santos, analisamos a fundo a zona, e encontrei monelhos de cavelo ( lolol sarcastico, desculpem lá, não levem a mal ).
É impressionante aquela zona ser uma zona terrivelmente inclinada, e ver a velocidade que iam e aquele publico ali juntinho à estrada... Incrivel.

Ver a zona do Salto, o sítio onde morreram 2 espectadores ( rali das camélias ), aquelas 2 curvinhas a descer junto à placa SINTRA ), tudo isso me fez ver como devem sentir todos os apaixonados pelos rallis.
Eu que sou um curioso, tive o privilégio de estar com gente que entende da matéria.

Bem, chegou a minha altura de escrever qualquer coisita. Primeiro uma palavra para a cronica do JLA que esta fabulosa, resume todos os nossos desejos e recordaçoes. E o video também é muito bem escolhido, já o vi umas 10/15 vezes hoje .

Bem vamos então à crónica, e vamos a ver se fica bem feita porque eu nao tenho muito jeito para isto.

Para começar a manhã nada melhor que um atraso, nao muito caracteristico da minha pessoa, fui o ultimo a chegar ao autodromo com 15 minutos de atraso, prometo que nao se volta a repetir. Mal sai do carro senti logo o friozinho que se fazia sentir, bendito o casaco que levei comigo. Um a um cumprimentei todos os presentes e a imaginar quem seria quem, pronto aqueles que ja conhecia, já conhecia.

Depois de uns minutos ali ao frio, e das respectivas apresentações, que para mim nao serviram de muito, visto que agora, exceptuando o JLA, o laserlombo e o Alen, já nao me lembro quem era quem (desculpem-me ok?), lá partimos em direcçao a Alcabideche.

Das vezes que fiz aquele troço, nunca tinha sabido onde era a partida do mesmo. Ora graças ao Jorge Cirne fiquei a saber onde era o controlo e a partida para o troço. Alcabideche nunca foi um troço que tenha feito completo, tinha sempre virado algures a meio para a Lagoa Azul. Desta vez fui até final e fiquei agora a saber onde era o seu final.

Depois da segunda paragem cultural, a primeira tinha sido no inicio do troço, fizemos a primeira paragem gastronomica, num antro benfiquista ali em Janes, onde os estomagos mais desprotegidos poderam forrar-se de sandes e cafes. Foi ai que pela primeira vez discutiamos todos sobre aquele sitio e o outro, e onde era e nao era.

Passados largos minutos, lá abandonamos o sitio em direcçao ao inicio da Lagoa Azul. Nova explicaçao do Jorge Cirne acerca do exacto local da partida do troço – o marco do km 1 que esta em frente da entrada para a Penha Longa (apartir de agora já sei de onde arrancar eheheh). Proxima paragem, a Curva da Agua, local onde muitos, inclusive eu, julgavam ter sido o terrivel acidente do Joaquim Santos em 1986.

Depois de muita discussao e comparação entre arvores e pinheiros e pedras para comprovar que era mesmo aquele sitio, eu de foto na mão, lá descobri um poste de electricidade que nao estava ali, e que fazia parte da paisagem em 1986. “Pode ter sido retirado” diziam alguns. Abalamos entao para comprovar se o dito poste estava no cruzamento para a Barragem da Mula, e estava, logo ai vimos que as nossas convicçoes acerca da curva da agua se iam desvanecendo.

Novamente, depois de largos minutos a comparar a foto e as arvores, o Toivonen de portatil na mao comparava o video do You Tube com o meio envolvente, tentando identificar o sitio exacto onde o camaramen de 1986 tinha filmado o acidente. Após as habituais fotos “antes-depois” da praxe, e de se ter juntado a nos o JoaoM, seguimos caminho até ao final do troço onde o Jorge Cirne com a mão de fora do carro do Zakspeed indicava, “Era aqui!!”.

Depois de percorridos os 900 metros ou quase, que separavam a Lagoa Azul com a Peninha, lá entramos troço a dentro, sendo a primeira paragem o gancho famossisimo da Peninha, onde novamente se comparou com as fotos, e tirou-se as fotos da praxe. Lá seguimos, depois de um reagrupamento com o carro do Zakspeed que se tinha adiantado no caminho e que estava parado junto ao cruzmento para Sintra, a nossa proxima paragem foi em poucos metros a frente no local onde em 1981 o Markku Alen, bateu e perdeu a roda dianteira do lado do pendura.

Novamente relatos, fotos, comparaçoes, discussões e avancemos que se está a fazer tarde, proxima paragem o salto da Peninha, onde depois de parados fomos presenteados com pó de uns jipes que andavam ali a passear gente. Diga-se que apesar de, julgo eu, não se saltar muito naquele sitio, a curva a esquerda no fundo da recta, também nao permitia abusos por parte dos pilotos.

Peninha feita, siga para Sintra, que a semelhança com 1986 também necessitava de muitos cuidados por parte dos “pilotos” de sabado, devido a evasao pacifica de ciclistas da estrada daquele troço. Primeira, e quase unica paragem neste troço foi no cruzamento da Pena, local mitico do troço, onde novamente e a semelhança do que fizemos no Autodromo, tiramos uma fotografia de grupo para a posteridade.

Avançamos um pouco mais no troço ate à curva da “Santa”, onde novamente e nao me canso de repetir todo o ritual das romagens foi repetido, fotos, comparaçoes, discussoes, historias e por ai a fora. Realmente esta parte do troço é unica, de um unico ponto ante da dita curva, consegue-se ver parte da descida, o que inclui uns 4/5 ganchos, fantastico.

Depois de retomar a marcha, apenas paramos no suposto sitio onde o Toivonen teve o acidente em 1984. Ainda hoje continuamos com duvidas visto que nao tinhamos nada para comparar com aquilo que encontramos no local. Esta foi a ultima paragem, antes da unica neutralizaçao no Sobreiro, junto a Mafra, para almoço.

Neste capitulo, uma grande homenagem ao Zakspeed que sobe escolher o restaurante, a que tenciono voltar proximamente. Aqui se folheou revistas, viu-se fotos, trocou-se historias, e ainda tivemos tempo para ir a internet, para ao mesmo tempo que comiamos, acompanharmos em directo o que acontecia na Irlanda.

Depois do repasto, onde eu enchi realmente a barriga, retomamos a marcha em direcçao ao Gradil, onde paramos principalmente em 2 sitios. No gancho/cruzamento junto aos Sobral da Abelheira, e ainda na zona do salto do Gradil, onde em 1988 morreram duas pessoas. Eu já tinha lá passado um vez, mas só agora que tinha parado e relamente olhado para o salto é que vi que aquilo era um sitio jeitoso. Graça ao JLA fiquei com a noçao exacta do sitio, aproximadamente, onde os carro aterravam depois de levantar voo.

A meio da versao 90-94 viramos em direcçao a Murgueira, onde, depois de lá chegar, voltamos a descer para percorrer, e até ao fim, o troço de 84-86 de 6,5 quilometros.

No final deste troço, deu-se um pequeno reagrupamento onde uns partiram para Montejunto, outro para Alcabideche, outro para Lisboa, e outros ainda, como é o meu caso , do Zakspeed, do amigo Filipe Rodrigues e ainda de Jorge Cirne, fomos para um tasco junto a igreja do Gradil, para finalizar com dois dedos de conversa o dia, que foi sem duvida um grande grande dia.

Depois de toda esta conversa, restanos agora a proxima romagem que espero ser tao proveitosa como esta, que será entre Sao Pedro de Moel e a Lousa, naquilo que será um sprint e que nao pode ter tantas paragens, porque senao não fazemos nada nesse dia .

Abraços a todos, e espero ter dito tudo, porque como e normal, lembro-me de muitas coisas depois de clicar “Submeter”.

João Costa
 
Re: Rally Portugal ( Sintra ) Tributo

Foi um dia excelente que também irá fazer parte do meu álbum de memórias dos Rallyes. Primeiro pelo percalço inicial que nos (eu e a Maggie) fez atrasar o início da nossa 'etapa', mas permitiu ao mesmo tempo por-mos à prova as notas/road book do Rallye. Tínhamos o despertador apenas configurado para as 7:30 mas...para os dias de semana, e obviamente que os telefones estavam completamente adormecidos e não nos acordaram à hora prevista.

Ao arrebitar a pestana em perfeito sobressalto ás 8:30 rapidamente nos fizemos à estrada e graças a viver-mos perto do Autódromo e às notas e road book disponibilizados aqui pelo João (Tks man ;-), conseguimos encontrar o pessoal sem não esquecer os diversos momentos na lagoa azul e pena/peninha em que por e simplesmente não há rede nos telefones LOL.

Sabendo de ante-mão que tínhamos falhado o início da primeira pec LOL - Alcabideche - à hora que passamos o Autódromo - 9:15 - nada nos restou senão pôr o trip a zero e iniciar-mos nós dois a nossa odisseia, por estes esplendorosos troços, de encontrar o resto da comitiva.

Seriam 10:15 e após - sem saber ao momento quem eram e em que carros vinham - nos cruzar-mos (nós a subir eles a descer pela primeira vez já LOL) a Lagoa Azul nós tínhamos acabado os troços da Lagoa Azul, Pena, Peninha e estávamos já a caminho de colares quando ao fim de muito tempo sem vermos alguém parado - desconhecendo mas suspeitando que nos tínhamos cruzado antes - parámos para abastecer e tentar ligar com rede. Com cortes na chamada e a cair subitamente, ao final de 14 tentativas lá consegui falar 5 seg. com o Zak e finalmente percebemos, confirmando o que suspeitávamos, que ainda estavam na Lagoa Azul.
 
Re: Rally Portugal ( Sintra ) Tributo

LAGOA AZUL:

Andamos em pelotão cerca de dois quilómetros, mas o Zak e o Jorge Cirne seguem na frente e não param na mítica «Curva da Água», ao contrário dos restantes romeiros.

A paragem neste ponto muito conhecido da Lagoa Azul, prende-se com o facto de haver convicção generalizada (mas nunca certezas...) que era ali o preciso local onde se havia dado, em 1986, o fatídico acidente do Joaquim Santos ao volante do lendário e «eterno» Ford RS 200.

O espectáculo dado ao comparar-se o «antes & depois» através de fotos e vídeo, a emoção de nos colocarmos nos exactos locais das fotografias que ali tinhamos, a carga histórica de estarmos em locais onde milhares de pessoas outrora tinham presenciado os mais emotivos momentos da história do nosso Rali, fez-nos perder uma boa meia-hora, havendo opiniões divergentes sobre se aquele era, de facto, o exacto local do acidente do «Quinsan». Não era...

Lá avançamos, de encontro ao Zakspeed e vimos os nossos companheiros uns bons 200 metros antes do cruzamento para a barragem do Rio da Mula, onde o Jorge Cirne nos fez uma explicação detalhada daqueles que poderão ter sido os motivos para o despiste (estavamos antes de uma direita/esquerda a descer em lomba, feitas completamente de pé em baixo)...

Paramos os carros mais à frente, justamente no dito cruzamento, e recrudesceu o espectáculo antes dado na «Curva da Água», agora ainda com mais fervor, com as belíssmas fotos do Alen tiradas há 21 anos no local, com o Toivonen a embrenhar-se pelo silvedo com o portátil em riste, apenas e tão só para se colocar no exacto ponto de onde foi filmado tão trágico momento, ao mesmo tempo que o computador debitava tais imagens...

Muita discussão em tono deste tema, mas um poste de electricidade numa das fotos veio desvanecer as dúvidas e demonstrar cabalmente que agora sim, sem mácula, estavamos no local certo.

Voltamos aos nossos carros com algum silêncio que, ainda que inconscientemente, terá sido uma homenagem aquelas 3 pessoas que pereceram há 21 anos, afinal de contas, como nós, adeptos de Ralis e com uma devoção incondicional a esta causa...

Fizemo-nos de novo à estrada, para apenas sinalizarmos o final do troço da Lagoa Azul justamente ao lado do marco do quilómetro 6, como muito bem precisou Jorge Cirne...

Uma pequena ligação, cruzamento à direita, eis que estamos no ínicio do troço da:

PENINHA:

O troço da Peninha é muito estreito e tem uma primeira fase a subir onde o já inevitável Zak ia aproveitando para, em andamento, ir tirando fotografias (posso assegurar que houve vários slides à berma da estrada e várias curvas foram «cortadas», ainda que não propositadamente, hihihihihihi)...

Paramos no cruzamento para Sintra, onde esperamos que os nossos demais companheiros chegassem, pois tinham parado na curva (uma esquerda fechada...) onde o Rohrl tinha batido, a qual ficara mais para trás...

Eles chegam, continuamos o percurso, e a próxima paragem é no lendário local onde o Markku Alen perdeu a roda do seu Fiat Abarth em 1981 (objecto até de uma divertida reportagem recente nas TV, que circula por aí pela net...).

Mais uma vez as fotos do Alen (o forista), retratando o exacto momento do embate do Alen (piloto...) nos fizeram perder largas de dezenas de minutos, ao fazermos uma restituição o mais fidedigna possível do acidente, e tergiversarmos sobre as causas que terão conduzido ao mesmo (possivelmente ter sido cortada em demasia a esquerda anterior que tem uma berma «alta» e invisível pela relva que por ali há...).

O tempo decorria num ápice e, voltando aos carros, cumprimos mais um pouco do troço, parando na zona do Parque das Merendas, logo após o famoso salto da Peninha (que curiosamente não é feito totalmente a direito, sendo uma sequência de 2 saltos, como referiu Jorge Cirne...), onde voltamos a evocar algumas das melhores memórias daquele local.

Voltamos aos carros e, sempre em andamento, ainda sinalizamos o local a descer onde ocorre a montagem fotográfica que o tal «infiltrado» aqui deu à estampa hoje, e que foi capa do AutoSport na edição do Rali de Portugal de 1984...

Finalizada a Peninha, cruzamento à direita, curta ligação pela Estrada Nacional, novo corte à direita e início de...

Voltando a Sintra, a manhã começou cedo, cerca das 8 horas no Autódromo do Estoril. Após cumprimentar os colegas já presentes, e enquanto esfregava as mãos para combater o frio que finalmente chegara para abrir caminho ao Natal, não pude deixar de imaginar aquele local repleto de Alpines, 131 Abarth, Escort RS, Stratos, Quattros ou Deltas.

Depois da foto de família, foi um pequeno passo até ao início de Alcabideche. Deixo aqui uma palavra de agradecimento para o ex-navegador de campeões, Jorge Cirne, que muito contribuiu para lembrar onde tinham inicio e terminavam os troços percorridos.

A percorrer o rápido mas exigente troço de Alcabideche, imaginei dois Fiat 124 Abarth, com Markku Alen e Hannu Mikkola aos comandos, em 1975 a lutar segundo a segundo, pela primazia no primeiro Vinho do Porto.

Findo o troço com sucesso, era hora de um Glorioso café, a premiar os Campeões que se levantaram de madrugada para marcar presença neste importante acontecimento.

Quando chego à Lagoa Azul, começo por recordar o co-drive que dois jornalistas da nossa praça fizeram ao Lancia Stratos de Munari, em 76, após a vitória do Italiano. Ao volante, Arnaldo Bernachinni, então co-piloto de Rafaelle Pinto, que aproveitou para contar como ele e Pinto perderam mais de 20 minutos naquele troço, com problemas eléctricos.

A Curva da Água foi a paragem seguinte e aí iniciou-se a profunda investigação acerca do local do fatídico acidente de 86. Após consultar alguma documentação, concluiu-se que o mesmo ocorrera no cruzamento do Rio da Mula, onde parámos novamente.

No trajecto que se seguiu até ao final deste segundo troço, imagino apenas Grupo B a abrir entre os magotes de publico que teimava em pisar os mesmos centímetros de asfalto que qualquer borracha Michelin ou Pirelli. É arrepiante imaginar fazer aquela estrada e atingir 200Km/h a um palmo da multidão.

Seguiu-se a estreita e sinuosa Peninha e a primeira paragem deu-se no famoso gancho à esquerda onde Rohrl fez um téte em 1975, ainda em terra. Aí, e com a ajuda de fotos tiradas no local, dei comigo a imaginar Munari a curvar, dando, em seguida gás ao motor Ferrari do seu Stratos; tento mentalmente reconstituir o slide de Vatanen, no RS 1.8 ou as curvas mais precisas de Mouton e Mikkola, ao volante dos poderosos Quattro.

Algumas centenas de metros depois, nova investigação sobre o local onde Markku Alen teria perdido a roda em 1981. Uma vez mais, recorrendo a material fotográfico, concluiu-se onde teria sido exactamente a maldita pedra que por momentos, arrancara as esperanças do Finlandês. Acreditem que fiz o resto do troço, incluindo o salto e até aos ganchos finais a imaginar a arte daquele senhor a percorrer, no meio do entusiasmado público, todas aquelas curvas em marcha-atrás. É obra…

E chegámos a Sintra. Para mim, o troço por excelência daquela ronde. Uma parte inicial mais rápida a anteceder o interessantíssimo final, entre muros. A emoção atingiu um dos seus níveis mais elevados com a paragem obrigatória no cruzamento do Palácio. Aí e enquanto nos preparávamos mais uma foto de grupo, imaginei uma vez mais Munari a iniciar a descida da Pena, Salonen a passar a poucos centímetros do rochedo ou ainda o Audi Quattro a seguir em frente, quase não conseguindo fazer aquele exigente curva.

Imagino ainda os adeptos incondicionais do nosso rallye a protestar com um cameramen que, em 1977 e enquanto registava imagens da ronda nocturna, encandeava os pilotos com o enorme holofote que dava luz ao seu trabalho.

A curva da Santa foi a próxima paragem. Novas imagens me invadiam a mente. Carlos Torres e Pedro de Almeida faziam ali chiar os Pneus na noite de 79. Chiar esse que complementava os ruídos dos motores, entoando toda a Serra, graças à excelente acústica daquele aglomerado de pedra, qual anfiteatro privilegiado para a prática de Rallyes.

No final do troço de Sintra, não consigo deixar de imaginar a azáfama dos jornalistas da Renascença ou da Comercial a registar e a partilhar os tempos nas longas maratonas em directo, com pilotos e elementos do público, interessados em saber quem levava a melhor em 78: Alen ou Mikkola.

Nesse ano, e exactamente nessa recta final do troço, Markku Alen chegara ao final da 3ª Passagem pelo troço e aguardava, junto aos repórteres da Renascença, pela chegada de Mikkola, para saber o tempo do seu adversário. Nesse instante, o director da Ford, Peter Aschoft, vendo o rosto exausto do piloto da Fiat dirige-se a este e oferece-lhe uma garrafa de água. O director da Fiat, Daniele Audetto, apressou-se a interceptar o gesto, gritando, “Markku, não aceites! Tu bebes apenas a nossa água!”

Enfim, um leque de episódios que Sintra fará questão de eternizar. Depois do aconchegante repasto, houve ainda tempo para recordar o troço do Gradil, nas versões Anos 80 e 90, com o célebre salto de má memória para Ramiro Fernandes.

O Sol, escapava-se já no horizonte e para os Romeiros do Sul, a aventura terminava aqui. O cair da noite não inibiu os Amigos do Norte de percorrer ainda a versão asfaltada do também célebre troço de Montejunto.

Feita esta singela partilha de emoções, gostaria de destacar alguns pontos:

- A admirável resistência do companheiro Laser, que, não sendo um verdadeiro apaixonado pelos Rallyes, saiu do Porto às 4 da manhã, para estar à partida no Autódromo.

- Ao Autosport, o meu agradecimento pelo simples facto de existir. Se o seu fórum não tivesse visto a luz do dia, certamente, este encontro também não teria tido lugar.

- Ao Zakspeed, o meu abraço pelo sucesso na organização do evento, valorizado pela contingência de encontrar um Restaurante alternativo no último minuto, mas que não inviabilizou a excelente qualidade do repasto.

- A todos os outros, sem excepção, que comigo partilharam este inesquecível dia, também o meu muito obrigado pela excelente companhia. Teria dado muito jeito, conhecer-vos a todos há alguns anos atrás, quando ainda vivia em casa dos meus pais e estes achavam que eu era doidinho com essa coisa dos rallyes. Certamente que não havia mais ninguém assim, apanhado como eu. Tivesse esta Romagem acontecido nessa altura, e eu teria levado cada um de vós lá a casa…
 
Re: Rally Portugal ( Sintra ) Tributo

Provavelmente com tantos e tão longos relatos muitos nem devem ter lido tudo. Mas espero que invoque sentimentos e histórias antigas a serem divulgadas.


Cumprimentos
 
Nelson muito obrigado por estas imagens, porque me fizeram lembrar os belos momentos que passei, como fazendo parte da equipa Renault Gest Galp estou na pagina 14 a dar assistencia ao carro do grande Sr. senhor Piloto que foi Joaquim Moutinho e Edgar Fortes O carro e o Renault 5 Tour de corse NG-81-41 que sempre tratei com muito carinho. tal como todos os outros carros que passaram pela equipa como por Ex R11, Clio Maxi, Megane Maxi etc... obrigado Luis Vitorino
 
OP
OP
Nelson Lopes

Nelson Lopes

Clássico
Luís Filipe Vitorino disse:
Nelson muito obrigado por estas imagens, porque me fizeram lembrar os belos momentos que passei, como fazendo parte da equipa Renault Gest Galp estou na pagina 14 a dar assistencia ao carro do grande Sr. senhor Piloto que foi Joaquim Moutinho e Edgar Fortes O carro e o Renault 5 Tour de corse NG-81-41 que sempre tratei com muito carinho. tal como todos os outros carros que passaram pela equipa como por Ex R11, Clio Maxi, Megane Maxi etc... obrigado Luis Vitorino

Se tivesse algo que pudesse colocar, de maneira a partilhar com a malta, acho que todos agradeciam !

Sejam fotos ou algumas histórias porreiras !

É sempre termos por aqui malta especializada !:D
 
Nelson Lopes disse:
Se tivesse algo que pudesse colocar, de maneira a partilhar com a malta, acho que todos agradeciam !

Sejam fotos ou algumas histórias porreiras !

É sempre termos por aqui malta especializada !:D
Bom dia a todos
Vi agora este tópico, que acho muito interessante. Vivi o Rali de Portugal há alguns anos em diferentes perspectivas, como espectador nos anos 70, participante no final dessa década e princípios da década de 80, e nos últimos tempos como espectador novamente, mas agora pela televisão.
Têm aqui sido contadas algumas histórias interessantes, várias fotos e alguns filmes que de um modo ou outro demonstram o que era, e porque era o melhor rali do mundo. Penso que falta falar um pouco sobre os pilotos portugueses, que foram muitos os que ao longo de todos estes anos participaram no TAP, Vinho do Porto, e mais recentemente Rali de Portugal. Claro que antigamente, e falando como espectador, a maioria das pessoas, na qual me incluo, iam para ver os Vatanen, Allen ou Hannu Mikkola, e mal passavam os primeiros dez pilotos saltava-se logo para outro troço para os voltar a ver passar, mas não nos podemos esquecer que nessa altura, o que também contribuia para que fosse considerado o melhor rali do mundo, é que havia mais de 100 inscritos, sendo a maioria portugueses, o que ajudou a projectar a dimensão ao rali.
Os filmes e algumas fotos mostram a indisciplina do público, mas também é verdade que havia falta de espaço para tanta gente ver de perto aquelas "máquinas voadoras". Por vezes pode-se pensar que aqueles aglomerados de gente só estavam nas curvas perto do início ou perto do fim das classificativas, mas posso dizer que não era assim, pois como concorrente via milhares de pessoas ao londo de practicamente toda a classificativa. Claro que muitas vezes mal posicionadas, ou até no meio da estrada. Lembro-me de uma vez a descer a parte final do troço da Lousã, que quando saimos de uma das últimas curvas e entramos numa recta onde no final tinha a tomada de tempo, deparei com uma multidão no meio da estrada, e que só por sorte, a travar a fundo e a escorregar pelo meio das pessoas, só terei tocado e de raspão em algumas, mas lembro-me de na altura ter apanhado um enorme susto, e ter pensado em abandonar o rali. Lembro-me também de quando capotamos em Montejunto para cima de um muro com cerca de meio metro de altura, o tejadilho "aterrou" em cima do muro, e vi quando iniciamos o capotamento, que esse muro estava completamente cheio de gente. Penso que ninguém se terá magoado, mas foi muita gente pelo monte abaixo.
Não sei se haverá pilotos, ou antigos pilotos a participar neste forum, mas se houver, seria interessante que contassem as suas histórias, desde a obtenção de patrocínios ou a falta deles, o nível de preparação dos carros, e como eram preparados, as imensas peripécias que sempre aconteciam nos treinos e durante a prova, para além daquelas que por vezes apareciam depois, como por exemplo, um espectador que passadas duas semanas do rali, reclamava que lhe pagasse os tratamentos de um ferimento na testa, porque a minha roda de trás do lado direito lhe atirou uma pedra no gancho da Candosa.
 
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