O clássico mais potente da Humanidade!

Mike Silva

O aprendiz
Que dizer de um veículo que pesa 109 toneladas na descolagem capaz de voar a 27.500 km por hora, com uma potência de 25 milhões de cavalos, e dá a volta a terra em poucos minutos?

Iniciado nos anos setenta com o vaivém Enterprise, o antecessor do Columbia, esse sim o primeiro Shuttle a efectuar uma missão tripulada ao Espaço, o programa Space-shuttle ofereceu ao Mundo a possibilidade de sonhar mais além , possibilitando a colocação em órbita de satélites com diversos fins e a criação de uma estação espacial internacional, a 380 Km de altitude.

O que mais me desmotivou em puto, era o Space Shuttle se parecer decepcionantemente com um avião. "Ora bolas! Um avião que apenas voa mais alto que os outros-pensei." E naquela manhâ de Sábado de 1981, lá estava eu colado ao Segundo canal da RTP ( No primeiro estava a dar a TV Rural...) a ver especialistas em estúdio a flar sobre o Space-Shuttle. O facto de este " avião" ser forrado a placas de grafite, levou-me a sentar no sofá e a não responder à minha mãe que me chamava para almoçar.


( Continua em www.saladasmaquinas.blogspot.com)
 

António Barbosa

Red Line
Portalista
Já é um clássico por ano de 'matricula', mas ainda serve como poucos...

Será que se pintar um automóvel com um vulgar lápis preto adianta de alguma coisa?
 

Jose Manuel S Lopes

ESCORT79
Delegado Regional
É verdade, também eu assisti ao lançamento pela televisão estava a trabalhar na altura como ajudante de pasteleiro numa pastelaria em Campo de Ourique (Lisboa), parámos só para assistir a esse programa, mas não deixámos queimar os bolos:DD:D Já desapareceram 2 infelizmente, um deles o próprio Columbia, é sem dúvida um clássico gigantesco.
 
OP
OP
Mike Silva

Mike Silva

O aprendiz
As fotos, e o artigo na íntegra, estão em

www.saladasmaquinas.blogspot.com

Achei por bem não estar aqui a "encher" espaço, pois é algo extenso. Mas aqui vai a continuação:

A descolagem , iniciada por um "Ignition" proferido banalmente por um engenheiro qualquer na sala de controle do Kennedy Space Center ( De onde partem todas as missões), levou aquele "avião" de pernas para o ar lá para o alto, enquanto milhares de americanos em carros fatelos e vestidos como o "Dallas" e de barba por fazer em cima das caravanas em cape Canaveral observavam de Budweiser na mão aquele rasto de lume que fazia o Sol parecer uma candeia de azeite. O culto pelo Space Shuttle tinha nascido.


Curiosidades sobre o lançamento:


Com uma dimensão de 37 metros de comprimento e 24 de envergadura, o Space Shuttle pouco menor é do que um Airbus A320. Mas o problema é que para lançar 109 toneladas a 27.500 KM por hora na vertical, tem as suas pôrras: Por exemplo, não podem estar nuvens a menos de 20 km da rampa, pois o rasto de lume com algumas centenas de metros costuma criar relâmpagos, o que não convém nada quando se tem ,basicamente, uma bilha de gás de seis andares de altura aparafusado à gente. Obviamente, se houver relâmpagos ou trovoada, a missão é abortada,e os astronautas vão para casa ver o CSI ou outra coisa qualquer. Não existe missão do Shuttle entre Dezembro e Janeiro,porque o programa de computador, desenhado nos anos setenta, pode ter dificuldade em interpretar a passagem do ano, e deixar o Space Shuttle em maus lençois.


A nove minutos do lançamento, o GLS ( Ground Launch Sequence) começa iniciado por um computador, e a tripulação só tem de esperar sentadinha ( deitadinha), a pensar se não se esqueceu de nenhuma cláusula importante no testamento. Anedotas sobre sogras e musica country ajudam, mas volta e meia vem á cabeça que realmente, estão dentro do veículo mais potente que alguma vez alguém ousou construir, e dentro em breve, vão sentir qual é a sensação de serem empurrado para cima por 25 milhões de cavalos. A tripulação do Shuttle varia entre cinco e oito pessoas, mas em emergência pode comportar doze.

quando faltam apenas 16 segundos para o lançamento, potentes bombas enchem toda a plataforma de descolagem com 1100 metros cúbicos de água,para proteger o Shuttle de fissuras originadas pelo choque térmico e sonoro. Se uma Sachs faz barulho, imaginem 20 milhões de Sachs!

A seis segundos do "zero", os motores dos SRB , os foguetes atarrachados ao Shuttle, são postos em funcionamento, e têm de estar com 100 por cento de potência faltando três segundos para a descolagem. Caso contrário, o programa RSLS aborta a missão, e nesse fim-de-semana os astronautas vão ter de se contentar em pescar trutas no Missouri. Nestes três segundos, toda a plataforma do Shuttle se contorce e encolhe cerca de DOIS METROS, devido á força que aquele bicho raivoso faz na estrutura. Mas quando o " Zero " aparece, a estrutura já recuperou da fadiga, e dispositivos pirotécnicos libertam a estrutura que ainda segura o Space Shuttle à terra. Milhares de litros de água, são então empurrados para Sul, como se fosse uma bisnaga de carnaval gigante, enquanto uma tonelada de combustível é queimada POR SEGUNDO.


Apesar de parecer que o Space Shuttle voa na vertical, e principalmente na HORIZONTAL que ele sai de órbita em direcção ao espaço, descrevendo uma trajectória tangente á superfície terrestre. A 126 segundos de ter levantado vôo, e de ter deixado mais uns milhões de putos de oito anos a querer ser astronautas, parafusos explosivos atiram para longe os tanques agora vazios de combustível, bem como os foguetes SRB. Agora, apenas os motores SSME ( Space Shuttle Main Engines) Rocketdyne II A propulsionam a nave pelo Infinito. Curiosamente, o comandante da missão tem mesmo de "tirar o pé" do acelerador, para não entrar em excesso de velocidade e poupar combustível. Chega mesmo a DESLIGAR os motores, quando a força atinge menos de 3G, e para evitar ter os motores em funcionamento em seco_O combustível é então poupado para o regresso.

O procedimento de regresso, é efectuado DO OUTRO LADO DO MUNDO, de cabeça para baixo e a sequência OMS ( Orbital Manoeuvre System ) é iniciada. Disparando os motores e apontando o nariz para cima ( O que neste caso significa, em direcção á terra), o Space Shuttle entra em òrbita terrestre a cerca de MACH 25, o que significa basicamente 12 vezes e meia a velocidade de um caça de combate a acelerar a fundo. Como convém, a esta velocidade o processo é comandado por computador, e apenas a 100000 pés de altitude, o comandante tem acesso manual à aterragem, operando os travões aérodinâmicos e o trem de aterragem . O Space Shuttle aterra como um avião de papel, sem motor. A velocidade de aterragem na pista, auxiliada por um pára-quedas de doze metros de abertura, é pouco superior à de um avião de passageiros normal, cerca de 350 Km por hora.


A tripulação tem de esperar alguns minutos, para o gás venenoso Hidrazyne, utilizado para propulsionar os geradores internos se dissipar. O Space Shuttle tem pistas de aterragem alternativas à base de Edwards, como por exemplo a base das Lajes e a de Zaragoça, em Espanha. Entre 40 outras. Existem rumores, de que alguém algures durante toda a missão, possui um dispositivo que destrói o Shuttle com uma explosão, caso o mesmo se dirija para alguma zona densamente populada.


O programa do Space Shuttle, terminará em 2010, e "qualquer pessoa" poderá comprar um destes pássaros de alumínio, se assim o desejar, por 42 milhões de Dólares. Desde que tenha nacionalidade americana. Sem motores, que custarão "apenas" mais 800 mil. Mas não terminará a lenda de uma máquina colossal,impensável,apaixonante, brutal e fascinante que fez sonhar gerações por todo o Mundo.
 
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