Novas matrículas.

João P Simões

Clássico
olá, pessoal

aparentemente o tema das matrículas suscita bastantes e diferentes opiniões entre a comunidade

todas as opiniões contam; e mesmo que tenhamos uma opinião diferente e não concordemos com as opiniões dos outros devemos sempre respeitar da mesma maneira que esperamos que nos respeitem a nós

tendo dito isso aqui vai a minha/os meus 2 cêntimos, como os anglo-saxónicos dizem

relativamente às matrículas, acho que já deveria ser possível personalizá-las, com as devidas ressalvas, como nos EUA e Inglaterra - no mínimo seria mais uma fonte de receita para o Estado

depois, concordo com a remoção da tarja amarela no lado direito que não servia para nada senão criar confusões

o que eu não concordo com as matrículas actuais/novo formato é a remoção dos tracinhos separadores entre conjunto de dígitos/letras "00-AA-00" - não percebo a razão - mesmo que tenha sido para ganhar espaço (actual e futuro) acho que dava na mesma para conservar os tracinhos; já que tornam as matrículas mais legíveis a meu ver - da maneira como está "00AA00" mais parecem matrículas inglesas ou espanholas

para mim, um sistema ideal para as matrículas seria este:

- 3 números iniciais: 2 digitos para o ano de fabrico do veículo + 1 dígito para o 1º ou 2º semestre do ano
- tracinho
- letra do Distrito onde o veículo foi originalmente registado em Portugal (podia até ter o logótipo do Distrito ou Concelho, ao estilo alemão ou francês)
- tracinho
- 4 números de série (sequencial e crescente)

por exemplo, um carro fabricado em 2020, registado no 2º semestre de 2020, em Lisboa teria a matrícula 202-L-1234
image.png

assim, bastava olhar para os primeiros 2 números da matrícula para ver de que ano era o carro; e olhando para a (única) letra no meio sabíamos logo de que Distrito ele era originário (que eu saiba não há discriminação de Distritos, mas posso estar enganado)

mas o sistema que temos é o actual; e relativamente a alguém substituir as matrículas da série anterior pela série nova não tenho nenhuma crítica a fazer: quem sou eu para julgar alguém, quer o faça por necessidade (matrícula anterior deteriorada, roubada ou até perdida) ou por gostar de ter uma matrícula da série nova

o que eu não concordo é tentar imputar-se ao dono do veículo a responsabilidade das medidas exactas das novas matrículas - que eu saiba ninguém as faz em casa na mesa da cozinha!

se eu vou a uma loja de matrículas, que à partida está devidamente autorizada e certificada para produzir chapas de matrícula; e se numa operação stop me passam uma multa porque a matrícula não tem as medidas correctas então é muito simples - era passar a multa não ao dono do veículo (uma vez que não foi ele quem fez a matrícula) mas sim à loja das matrículas que a fez

para mais devia haver um número de série único e sequencial nas chapas de matrícula (em letras pequenas) que identificaria quem fez a matrícula - e depois a GNR/PSP tomava nota desse número, identificaria a loja e enviaria a multa (ou outra multa adicional) para eles - assim sim, havia justiça

porque se eu vou fazer uma nova matrícula, seja por que motivo for, tenho uma factura da loja descrevendo o que foi feito - matrícula X nova - portanto se não está de acordo com as medidas legais exigidas pelo Governo; então o único responsável é a loja, não sou eu... as matrículas não são propriamente um acessório que se produz em série e que se compra numa área de serviço e se coloca no carro... é algo personalizado que é feito de propósito para o carro

e se eu como dono sou inteiramente responsável pelo veículo que conduzo, eu mandei fazer a matrícula na boa fé sabendo que a loja - devidamente legal e certificada para o efeito - fez a matrícula também de boa fé e respeitando todas as leis, regulamentações, materiais e medidas relativamente às matrículas - portanto nessa parte da matrícula quem é o responsável é a loja

ou então, que o Governo retirasse por decreto oficial o poder dos privados fazerem chapas de matrícula; e havia apenas uma entidade única nacional e produzir as matriculas - tipo a Casa da Moeda com os DUAs - e as pessoas recebiam as matrículas em casa - aí já ninguém (GNR/PSP) ia passar multas pela matrículas não estarem de acordo com a lei (acho eu) :p

cumprimentos

Concordo, menos com um ponto:
A matrícula ter a data de fabrico do carro. Sempre achei isto uma bimbalhice que em Portugal funciona muito bem porque todos gostam de comentar o que tem o vizinho ou mandar sempre aquelas larachas tipo "pois, tem mas é importado", "pois, tem mas é dos primeiros modelos" etc etc etc.

A matrícula é a identificação de um carro e do seu proprietário. Nada se ganha em ter o ano ou o mês. Ainda bem que saiu a barra amarela.

Agora, o pior foi ter saído o traço. Totalmente desnecessário e faz com que muitas fiquem desalinhadas.

Preferia um sistema tipo Alemanha, em que a matrícula muda constantemente.
Quando se compra um usado pode-se pedir para manter a matrícula ou pedir uma nova. A nova é aleatória ou personalizada, depende do que a pessoa escolher.

Eléctricos levam um "E" no fim da matrícula, clássicos certificados levam um H. Simples.
Em Portugal há discriminação de carros "porque têm matrícula recente/nova". Isto é uma parvoíce.
Até pedir uma matrícula de época é um processo moroso. Não faz sentido.
Na Alemanha se a "B - KL 1234" hoje for descontinuada, amanhã já pode ser usada. Está tudo informatizado e está, não entendo tanta intransigência num país tão pequeno como o nosso.

Continuo a achar que se podiam manter matrículas de época, para carros antigos, para ajudar ao interesse histórico.
E na mesma senda, permitir matrículas pretas a todos os carros fabricados na altura em que se usavam. Se eu tenho um carro nacional da época, pode ser. Se tenho o mesmo carro mas importado já não posso e levo multa. Se encontrei um carro sem documentos e com sorte consegui fazer um novo registo, também não posso e também levo multa. Isto é absolutamente patético.
 
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