Magnífico Blog - Restos de coleção

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Curiosidades Automobilísticas (13)

Vencedor do Grande Prémio da Curia, em 1927, Alfredo Marinho Júnior em “Bugatti”

“MG” TC de Joaquim Filipe Nogueira em 1950, no Circuito da Parada (Cascais) e na Estrada Marginal Lisboa-Cascais
1950 Filipe Nogueira.1 1950 Filipe Nogueira.2
Joaquim Filipe Nogueira, neste ano de 1950, seria vencedor absoluto da II Grande Volta a Portugal em automóvel.
Lembro que Joaquim Filipe Nogueira além de ter sido dos maiores pilotos portugueses de automóveis, em diversas categorias, ficou igualmente conhecido por um programa que manteve na RTP durante os anos 60 do século XX, chamado “Sangue na Estrada”, dedicado à prevenção rodoviária. Outros dois programas, o “TV-Motor” e “Ida e Volta” foram da sua responsabilidade. Seu filho José Filipe Nogueira na foto abaixo, estreou-se em competições em 1976, ao volante de um Mini Cooper S.
Filipe Nogueira exibindo os troféus ganhos por este carro até Dezembro de 1952, e o mesmo carro actualmente no Porto, e o filho de Filipe Nogueira, José Filipe Nogueira
1950 Filipe Nogueira.4 1950 Filipe Nogueira.6
Estas 4 fotos anteriores foram gentilmente cedidas por Pedro Bragança a quem, mais uma vez, agradeço
Camioneta “Adler”


SPAL - Acessórios para automóveis, na Avenida da Liberdade em Lisboa em 1954
fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Arquivo Municipal de Lisboa
 
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Grande Prémio da Curia

Em 30 de Junho de 1927 teve lugar na estância termal da Curia o “Grande Prémio de Turismo”, em automóvel.

O percurso era circular começando na Curia, passando pela Mealhada, Luso, Anadia e terminando na Curia. Isto realizado em 4 vezes o que perfazia um total de 105 quilómetros de distância percorrida. Diga-se que esta competição neste trajeto em estrada de terra batida, mais se assemelhava ao tipo de competição automobilística que anos mais tarde, se chamaria de “Rally”.

Esta prova na “Categoria Sport” teve a particularidade de só haver um piloto inscrito, pelo que Carlos Moniz Pereira, director do Automóvel Clube de Portugal, abandonou a sua função de júri e alinhou no seu FN (na 1ª foto e na próxima ao lado do vencedor) para partir um minuto após o primeiro. No final foi batido por, Alfredo Marinho Júnior num Bugatti, por 13 minutos e 31 segundos.
O vencedor: Alfredo Marinho Júnior em “Bugatti”

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
 
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“Kilometro Automovel de Vallada”

A prova automobilística do "Kilometro Automovel de Vallada", organizada pelo "Real Automovel Club de Portugal", foi realizada em Valada do Ribatejo em 18 de Março de 1906, a fim de ser batido o record de velocidade dessa distância.
Como se pode ler na foto da página do jornal “Tiro e Sport” publicada de seguida, o record seria obtido por José d'Aguiar, num automóvel «FIAT» de 24/40 hp, pertença de Charles Henri Bleck. O percurso foi efectuado em 43",3 a uma velocidade de 82,568 Km/h.

Director do "Real Automovel Club de Portugal" Francisco de Heredia e António de Heredia

«Os campinos do Ribatejo saudando a Familia Real à sua chegada ao das provas»
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Duas fotos da «Corrida do quilómetro lançado em que tomou parte o Sr. Infante D. Afonso, em Fiat.». Na foto da esquerda «O Sr. Infante D. Afonso junto do De Dion-Bouton, carro de ligação entre o juri e os organizadores da prova.» Na foto da direita «O Sr. D. Afonso depois da prova, entre o povo, como o mais modesto dos cidadãos.» legendas in: ACP

«S.M. El-Rei Senhor D. Carlos e a Familia Real assistindo ao desenrolar das provas automobilisticas de Valada»

Participantes:​
«S.A. o Senhor Infante D. Affonso em FIAT, 1905 16/24 cavallos - Caetano da Silva Pestana em Renault, 1905 14/20 cavallos - João Christino da Silva em Renault, 1905 10/14 cavallos - Carlos Bleck em FIAT, 1905 24/40 cavallos - Estevam d'Oliveira Fernandes em Zust, 1905 28 cavallos - D. Vicente (Conde da Ribeira) em de Dion Bouton, 10 cavallos - Victor Marques Caretão em Decauville, 30/35 cavallos - José Perestrello em Panhard, 10 cavallos - Robert Talone em Peugeot, 10 cavallos - Dr. Antonio Maria de Souza em Darracq, 15 cavallos - Dr. Antonio Maria em Brazier, 20 cavallos - Vasco Infante da Camara em Bayard, 12 cavallos - José d'aguiar em Renault, 14 cavallos - Eduardo Abreu Loureiro em Peugeot, 25 cavallos - A. Beauvalet em peugeot, 20 cavallos - Domingos Pinto Barreiros em Peugeot, 8 cavallos - Eduardo Ferreira Pinto em Panhard, 7 cavallos - Homero Machado Junior em Decauville, 16 cavallos - Carlos de Mello, em Isotta Fraschini, 24 cavallos.» in: jornal “Tiro e Sport”
Fotos na revista “Illustração Portugueza”

Fotos (algumas de fraca qualidade) de automóveis e concorrentes



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Gravuras do vencedor da prova José d’Aguiar e respectivo troféu

«N'estas corridas venceu o automovel Fiat de 24-40 cavallos, do sr. Carlos Bleck, que fez o percurso em 43 segundos, guiado pelo chauffeur sr. José Aguiar.
O automóvel Zust do sr. Esteves Fernandes de Oliveira, fez o percurso em 50 segundos.
Houve tambem corrida de motocycletas, ficando vencedora a do sr. Raul Buisson, de 12 cavallos, que fez o percurso em 36 segundos.» in: Revista “Occidente”


Resultados
fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Digital, Automóvel Clube de Portugal
 
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Garage Beauvalet

O edifício da “Agence Générale d’Automobiles”, mais conhecida por“Garage Beauvalet”, e pertença da firma “A. Beauvalet & Cta., Engenheiros”, foi inaugurado em Março de 1906, na praça dos Restauradores em Lisboa.

Segundo José Carlos Barros Rodrigues no livro “O Automóvel em Portugal - 100 anos de história” …
“Em 1899, a Empreza Industrial Portugueza dirigida por Fernando Baerlein, convidou um engenheiro francês, Albert Beauvalet, para dirigir a concepção e o processo de produção de um automóvel nacional. … Quanto a Beauvalet fixar-se-ia definitivamente no nosso país, garantindo nessa mesma altura a representação da Peugeot.”

Umas fontes afirmam que a experiência da EIP não teve sucesso (pelo menos conhecido), outras fontes permitem concluir que o carro foi construído e chegou a rodar. O problema é que a indústria portuguesa não tinha máquinas-ferramentas nem operários especializados para prosseguir o projecto. Provavelmente também faltou o necessário financiamento.
O Palácio Castelo-Melhor, localizado na Praça dos Restauradores, na fase anterior às obras introduzidas pelo Marquês da Foz, possuía o muro, visível à esquerda da foto seguinte, e que dava acesso aos jardins, onde se instalou o Circo Recreios Whyttoine. Mais tarde, no início do século XX, já tinha sido acrescentado um piso (2ª foto).


No edifício das antigas cocheiras, visível na foto anterior, ainda chegou a funcionar entre 27 de Janeiro de 1889 e 29 de Dezembro de 1891, o “Grande Museu Universal Artistico Historico e Oleopatico”. No ano de 1890, chegou a chamar-se de “Grandiosa Galeria Universal Parisiense”, tendo, ainda no final do mesmo ano, voltado á antiga designação retirado o “Oleopatico”.
27 de Janeiro de 1889 29 de Dezembro de 1891
Mais tarde, em 1902 as antigas cocheiras deste palácio seriam alugadas e transformadas na “Garage Beauvalet”. Parte do rés-do-chão seria cedido a um "Music-Hall", mais ou menos improvisado e que seria o primeiro de Lisboa.
1904

1905
Em Março de 1906 seria inaugurado um novo edifício no mesmo local, destinado à venda e reparação de automóveis importados pela “Albert Beauvalet & Cª”. À inauguração estiveram presentes o Rei D. Carlos, e Armand Peugeot, fundador da marca «Peugeot» e representada por Albert Beauvalet.
Garage da “Albert Beauvalet & Cª” à esquerda na foto

«Os srs.Albert Beauvalet & Ctª acabam de inaugurar a sua nova garage no terrasse do Palacio Foz, sito na Praça dos Restauradores, um dos pontos mais centraes de Lisboa.
Foi por esta occasião, Beauvalet, alvo d'uma justíssima manifestação de apreço e sympathia, por parte de todos quanto em Portugal se interessam pelo automobilismo e que viram n'aquella grandiosa installação, o quanto vale a iniciativa e persistencia d'um verdadeiro homem de trabalho.
Desde o Augusto Chefe da nação portugueza ao humilde chauffeur, todos quiseram n'essa ocasião manifestar o seu applauso ao grande emprehendedor. El-Rei dignando-se visitar e elogiar a sumptuosa garage de Albert Beauvalet, deu um nobre exemplo de justiceiro e do apreço que liga a todos quanto se distinguem pelo trabalho. O representante da França, patria de Beauvalet, honrou tambem a festa com a sua presença e teve palavras de incitamento e louvor para galardoar o seu compatriota.

Uma das demonstrações que mais deveria ter calado no animo do sr. Beauvalet, foi a vinda expressa a Lisboa de mr. Armand Peugeot, hoje representante em chefe da prestigiosa fabrica conhecida pelo seu nome, e patriarcha da industria do automovel. A casa Peugeot, quiz assim distinguir o seu representante em Portugal e mr. Armand Peugeot, que na sua visita era acompanhado de sua gentilissima filha, levará para França a convicção de qua a sua marca de automoveis está perfeitamente cotada no nosso paiz.

A recpeção que os srs. Albert Beauvalet & Ct.ª prepararam aos seus convidados foi verdadeiramente fidalga e as honras da casa gentilmente prestadas por madame Beauvalet e seu esposo e pelo nosso amigo José Vicente Gomes Cardoso.
Os brindes, ao champagne, eram terminados ao som dos hymnos portuguez e francez e da festa compartilhou tambem todo o innumero pessoal da garage, amigos dedicados dos seus directores.


Um dos brindes que mais se nos tornou significativo foi o do sr. Beauvalet aos seus operarios, frisando que todos eram portuguezes e protestando a sua admiração pelo muito que o teem ajudado.» in: jornal: “Tiro e Sport”

Albert Beauvalet em Peniche em Setembro de 1908, num Lion Peugeot Voiturette de 1907.

Postal publicitário


Em Junho de 1909 o stand de Albert Beauvalet seria transferido para uma das lojas do Avenida-Palace Hotel, também na Praça dos Restauradores”. Nas suas instalações instalar-se-ia o “Recreios Music-Hall” que a revista “Serões” noticiava, em Dezembro de 1909, da seguinte forma:

Em 1914 seria construído, no seu lugar, o “Eden Teatro

O novo stand, no edifício do “Avenida Palace Hotel

Anúncio de 1928

E por ocasião da “Rampa da Ponte Nova à Cruz das Oliveiras” outro anúncio em Março de 1910
Lembro que Albert Beauvalet teve um papel pioneiro na introdução dos transportes de passageiros em automóveis. Duas marcas - e, consequentemente - dois importadores, destacaram-se no apoio à divulgação dos transportes utilizando automóveis: a «Peugeot», com “A.Beauvalet & Cta., Engenheiros” e a «De Dion Bouton», com a Sociedade Portuguesa de Automóveis. O seu papel não se limitou ao de um revendedor: estudaram as melhores propostas sob o ponto de vista mecânico (número de cilindros e potência) em conjunto com a capacidade instalada dos veículos e fizeram inúmeros testes práticos, medindo consumos e velocidades. Na realidade, neste campo, foram fundamentais para ajudar os empresários a decidir, efectuando trabalho que, em tese, teria de ser desenvolvido pelos últimos.
“Companhia Portugueza de Transportes em Automoveis” em 1903

Na foto seguinte um carro de transporte colectivo, numa saída de «experiência» da Auto-Palace já propriedade da “The Anglo Portuguese Motor & Machinery Company Limited” sucessora da SPA. No carro pode-se ler: “Passageiros, Bagagens e Mercadorias”.

Já em 1913 a representação da marca de automóveis «Peugeot» tinha passado para a firma “A. Contreras & Cª, Lda.”, com stand na Avenida da Liberdade, em Lisboa.

Já agora, em 1926 …

Nota. Muito agradeço a colaboração do sr. Pedro Ferreira para a elaboração deste artigo
fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Digital
 
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Curiosidades Automobilísticas (11)

Museu do Caramulo - Fundação Abel de Lacerda

O Dr. João de Lacerda abriu ao público a sua colecção de viaturas em 1959, sendo provavelmente esta imagem anterior a Setembro de 1970. No dia 19 de Setembro deste ano foi inaugurado o novo edifício especialmente desenhado para “Museu do Automóvel do Caramulo”.
Automóveis expostos na foto anterior:
- «De Dion-Bouton» de 1906, 8 HP. Foi oferecido em 1906 pela Rainha D. Amélia ao General Fernando Serpa de Pimentel, administrador da Casa Real.
- «Darracq» de 1902, 12 HP, carroçado por “A. Verdine et C.e.” Foi importado pelo agente em Portugal - “Empresa Automobilística Portuguesa- Leão, Moreira & Tavares”. Teve inicialmente a licença camarária "Coimbra 1". Foi vendido a Francisco Augusto Pereira Gonçalves, de Tentúgal, pela importância de 2.050$000 e matriculado em 1903. Receberia em 1911 a matricula "S 177" atribuída pela circunscrição do Sul e finalmente em 1937 a matricula actual "AA-01-77" pela DGV de Lisboa.
- «FIAT» de 1909, 12 HP. O primeiro proprietário foi o Dr. Carlos Joaquim Tavares.
- «Renault» de 1912, 20 HP. Adquirido em França pelo Conselheiro João Franco.
- «Benz» de 1910, 15/20 HP. O primeiro proprietário foi o Dr. António de Matos Cid que o adquiriu ao representante em Portugal - José da Silva Monteiro, no Porto.
Nota: Informação gentilmente prestada pelo Sr. Pedro Ferreira
Dois stands da “Sociedade Portuguesa de Automóveis, Lda.” o seguinte na Rua da Escola Politécnica

Stand da Avenida da Liberdade, em 1958

Nas 2 fotos anteriores os «Renault» Dauphine e Floride . Este último, com características mais desportivas, foi lançado na Europa em 1958 e de seguida nos Estados Unidos e Canadá sob a designação de «Renault» Caravelle. O «Renault» Dauphine tinha sido lançado em 1956, em substituição do «Renault» 4 CV.
«Cadillac» Eldorado no stand da “Sorel” na Rua Tomás Ribeiro, em Lisboa em 1956

Artigo da firma “F.H. d’Oliveira & Cª, Lda.” na Avenida 24 de Julho em Lisboa, e anúncio no “Notícias” Ilustrado de 1931

Fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
 
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Sorel

A "Sorel, Limitada" foi fundada, em Lisboa em 1942, para comercialização de automóveis a gasogénios.
Automóvel a gasogénio em 1942 comercializado pela "Sorel"

Em 19 de Janeiro de 1947 é nomeada concessionária da "General Motors", passando a comercializar as marcas: Opel, Oldsmobile, Cadillac, Vauxhall, Chevrolet, Bedford, Buick e GMC. Quanto a camiões passou a ser representante da Chevrolet, Bedford e GMC.
Anúncio em 20 de Janeiro de 1947


Em 6 de Fevereiro de 1947 inaugura o seu stand de vendas de automóveis na Avenida António Augusto de Aguiar

Instalações na Rua Vasco da Gama (actualmente Rua D. Luis I) inauguradas em 6 de Maio de 1947



1947

Interior das instalações na Rua Vasco da Gama (actualmente Rua D. Luis I), em fotos de 1947


Anúncio de 1947


A propósito de estar publicitado na furgoneta da GM na foto anterior a marca de frigoríficos "Frigidaire", publico a seguir duas fotos, datadas de 1947, de um stand da GM cuja sua localização não sei precisar.
Stand da "General Motors" em Lisboa. Frigorífico «Frigidaire», e «Pontiac Fastback Torpedo Sedan Coupe»

Interior das instalações na Rua Vasco da Gama (actualmente Rua D. Luis I), em fotos de 1947 (continuação)


Anúncios de 1955


Além de possuir um stand de vendas na Avenida António Augusto de Aguiar 21 em Lisboa, em 26 de Julho de 1956 inaugura as suas instalações principais com stand de vendas, oficinas, lubrificação, venda de peças e acessórios, e sede no novo edifício projectado pelo arquitecto Porfírio Pardal Monteiro. Com frente para a Avenida Tomás Ribeiro onde ficava o stand de vendas, e outro com frente para a Rua Filipe Folque onde ficavam os restantes serviços, unidos internamente.
Por ocasião da inauguração destas novas instalações o jornal “Diario de Lisbôa” escrevia:
«Receberam os convidados, aos quais foi oferecido um lanche, os srs. Manuel Queirós Pereira, Carlos Rodrigues, Dr. Nuno Barroso e engº António Vasconcelos, director técnico, nãos estando presente, por se encontrara ausente no estrangeiro, o director sr. Manuel Bullosa, cuja personalidade foi por várias vezes recordada.»
Entrada para as oficinas da Sorel na Rua Filipe Folque, em fotos de 1956


Stand da Sorel na Avenida Tomás Ribeiro


Cadillac Eldorado

Vauxhall, Chevrolet e Opel Chevrolet Bel Air


Estação de serviço e stand de vendas na Avenida Engenheiro Duarte Pacheco

Interior das instalações na Rua Filipe Folque, em fotos de 1956





Anúncio de 1963

Em 1964 a "Sorel" cria a empresa "Licar, S.A.R.L." para comercialização da marca de automóveis "Vauxhall’". Os modelos «Vauxall Viva A» e «Vauxhall Viva Station Wagon» eram produzidos na fábrica da "General Motors" na Azambuja a partir desse ano. Outros modelos da "Opel" como o «Kadett»(desde 1963) «Rekord» e «Kapitan» eram produzidos também nesta fábrica.
Fábrica de "General Motors" na Azambuja e automóveis «Vauxhall Viva A» em 1964

Anúncio em 1964

Publicidade em 1964 … … e em 1965 …

… e em 1966

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Hemeroteca Digital
O "Opel Kadett" do primeiro anúncio, de 1964, foi o primeiro modelo desta marca, a ser produzido pela fábrica da "General Motors" na Azambuja a partir de 1963.
Excerto da brochura da "General Motors Portugal" para comemoração do 40º aniversário da fábrica na Azambuja

Anúncio em 1971

No ano de 1972 a "Sorel’" viria a inaugurar as maiores oficinas automóveis da Europa, na Rua Dr. José Ricardo Espírito Santo na zona de Cabo Ruivo em Lisboa.
Presentemente o "Grupo Sorel’", é concessionário das marcas de automóveis Opel/Chevrolet ("Sorel Comercial"), Ford ("Stand Moderno"), e a através da empresa "Multiauto Galilei" sua associada comercializa as marcas: Audi, Dacia, Mercedes-Benz, Mazda, Mitsubishi, Peugeot, Renault, Volkswagen.
Instalações em Cabo Ruivo actualmente


O stand de vendas na Avenida Casal Ribeiro pertence hoje a uma cadeia de supermercados e as antigas oficinas na Rua Filipe Folque são estacionamento para automóveis dos clientes do mesmo supermercado. O stand de vendas na Avenida António Augusto de Aguiar foi demolido há muitos anos. As instalações na Rua Dom Luís I (ex-Rua Vasco da Gama) encontram-se abandonadas …
 
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Guérin, Lda.

A fundação da firma “Guérin, Lda.” importadora de automóveis, remonta a Janeiro de 1918. Mais tarde, em 1957, passaria a sociedade anónima e passaria a designar-se por “Sociedade Comercial Guérin, SARL” , altura em que já era famosa pela representação dos automóveis “Volkswagen”.
Loja da “Guérin, Lda.” em 1930

Stand da “Guérin, Lda” na Praça dos Restauradores em fotos de 1950

Automóvel «Plymouth» Special Deluxe em exposição


Edifício onde esteve instalada a “Guérin, Lda.” e nesta foto a já denominada “Sociedade Comercial Guérin, SARL”
O seu stand de vendas, e sede da empresa, localizavam-se na Praça dos Restauradores, onde permaneceu até 1960, ano em que inaugurou, a 7 de Dezembro, o seu grande stand na Avenida da Liberdade - projectado pelo arquitecto Alexandre Teixeira Bastos - junto ao cinema “Condes”. Para conhecer este stand no ano da sua inauguração consultar neste blog o artigo respectivo, no seguinte link: Stand da Sociedade Comercial Guérin”.
Novo Stand da Sociedade Comercial Guérin, SARL na Avenida da Liberdade, inaugurado em 7 de Dezembro de 1960
Stand Guerin.5
Entretanto a “Guérin, Lda.” até iniciar a importação da marca “Volkswagen”, em 1950, era representante das marcas americanas de automóveis e camiões “Plymouth” e “Chrysler” e “Fargo”, tendo as suas oficinas localizadas na Rua Dom Luiz I em Lisboa. Estas marcas tinham sido anteriormente comercializadas pela firma “A. Baeuvalet” .
Oficinas da “Guérin, Lda.” na Rua Dom Luís I em fotos de 1950




Este edifício ainda existe e alberga actualmente o “Grupo Cultural e Desportivo do Banco Espírito Santo”
De referir que nesta mesma Rua D. Luís I, em frente a estas oficinas da “Guérin, Lda.”, se encontravam as oficinas da Sorel, Limitada”,inauguradas em 6 de Maio de 1947. Esta empresa era representante das marcas de automóveis, do grupo General Motors : Opel, Cadillac, Oldsmobile, Chevrolet, Buick, GMC e Bedford.
Instalações da Sorel, Limitada”, exteriormente similares às da “Guérin, Lda.”
A “Sociedade Comercial Guérin, S.A.R.L.” inauguraria uma nova Estação de Serviço (nº 12), na Rua José Estevão, em Lisboa, no dia 2 de Dezembro de 1964.

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian (estúdio Mário Novais)
 
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Stand da Sociedade Comercial Guérin

Depois de ter tido um stand no mesmo prédio da sua sede, na Praça dos Restauradores nº 74, a “Sociedade Comercial Guérin, S.A.R.L.”, cuja sua fundação remonta a Janeiro de 1918 ainda como sendo Guérin, Lda.”, inaugurou em 1960 o seu novo stand na Avenida da Liberdade nº 12, junto ao cinema “Condes”. Esta empresa era importadora, para Portugal, dos automóveis “Volkswagen” e “Porsche” e ainda as motorizadas “Vespa”.
Stand da “Guérin, Lda.” na Praça dos Restauradores


Exterior do stand da “Sociedade Comercial Guérin, S.A.R.L.” na Avenida da Liberdade, inaugurado em 7 de Dezembro de 1960 e projectado pelo arquitecto Alexandre Teixeira Bastos

Edifício e antigo stand da “Guérin” nos Restauradores Edifício do futuro stand da “Guérin” ao lado do “Condes”

Obras de construção do Stand podendo-se ver o Restaurante e Salão de Chá “Vera Cruz” no 1º andar

Exterior e área envolvente do novo stand da “Sociedade Comercial Guérin, S.A.R.L.” na Av. da Liberdade
Lembro que, foi no dia 17 de Abril de 1950 que a “Volkswagen” chegou a Portugal com o famoso “Carocha”, sendo importada pela “Guérin, Lda.”. A sua chegada agitou o mercado automóvel nacional, até então completamente dominado pelas marcas inglesas. O modelo “VW 11 Sedan”, viria a ter a seguinte matrícula: DE-16-36. O modelo “VW 11 Convertível” teria a matrícula: DE-16-38.
“Carocha” exposto no stand da “Guérin, Lda.” na Praça dos Restauradores em 1950

Volkswagen modelo 11 Sedan, de 1950
«...a firma Guérin Lda, com sede na praça dos Restauradores 74 Lisboa, requereu à então Direcção Geral dos Serviços de Viação (Ministério das Comunicações) a aprovação das referidas viaturas (processos 24301 e 24312 respectivamente), tendo tal pretensão sido atendida, pela 2ª Repartição, 2º Sessão a 21 de Abril de 1950, estando os respectivos modelos aprovados provisoriamente. Os catálogos foram registados em 27 do mesmo mês, pelo grémio de Importadores / Agentes / Vendedores de automóveis e acessórios do sul, com os números 331 e 330. A Guérin decidiu colocar à venda o 11-sedan forrado a pano por 44000$00 e a pele 45 000$00, e o 11-A Convertível .Para este modelo o preço fixado foi de 56 000$00, apresentando idênticas características técnicas, excepto a tara em vazio que era de 765 kg.»

No primeiro mês de comercialização, a “Volkswagen” vendeu em Portugal 36 unidades do seu único modelo, e o progresso crescente das suas vendas foi um fenómeno sem comparação com nenhuma outra marca na altura. Rápidamente, começou a aproximar-se dos líderes de mercado. Na década de 60 do século XX, as vendas do “Carocha” ascendiam já a 30.000 unidades e, no início dos anos setenta, 50.000 “Carocha” tinham sido vendidos em Portugal.
Os novos Volkswagen trouxeram consigo um novo conceito de economia ao mercado automóvel do nosso país, traduzido não só nos seus baixos consumos mas também nas baixas despesas de manutenção. Por outro lado, o argumento da suspensão de quatro rodas independentes ajudou a consolidar a “Volkswagen” e o seu “Carocha” como uma marca de inovação e conforto, característica facilmente assimilada pelo condutor.
Interior do stand da “Sociedade Comercial Guérin, S.A.R.L.” na Avenida da Liberdade, em 1961


1957 1964
1964 Ambulância Volkswagen


A “Sociedade Comercial Guérin, S.A.R.L.”, nesta época possuía, um stand na Avenida António Augusto de Aguiar, em Lisboa, para comercialização de automóveis usados.
Stand na Avenida António Augusto de Aguiar

1954 1957
Depois de encerradas as instalações da Avenida da Liberdade, como stand de automóveis, e mantendo a sede da empresa no 1º andar do mesmo edifício, o espaço foi convertido no “Centro Comercial Guérin” , tendo sido inaugurado em 1981 com 21 lojas. Hoje este espaço encontra-se devoluto (salvo erro).​
Em 1987, a importação e comercialização das marcas “Volkswagen” e “Audi” passariam para a “SIVA - Sociedade Importadora de Veículos Automóveis, S.A.” de Pereira Coutinho, que viria a ocupar as instalações da “Guérin” em Alfragide.
fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian (estúdio Mário Novais), Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Digital, Publisite, VW A AR
 
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General Motors em Portugal

A “General Motors Corporation” GM, foi fundada em 1908 sendo na altura a empresa proprietária da marca “Buick”. No ano seguinte a GM adquiriu as marcas “Cadillac”, “Oldsmobile”, “Pontiac” e a “Chevrolet”, totalizando mais de 30 empresas até 1930. Em 1923, Alfred Sloan Jr. assumiu a presidência do grupo, na altura responsável pela comercialização de 10% no mercado americano. Quando saiu, em 1956 a GM era já a maior montadora de automóveis do mundo.
Em Portugal a “General Motors Overseas Corporation” , instalou uma subsidiária a “General Motors Overseas Corporation - Lisbon Branch” na Rua Particular no bairro de Alcântara, em Lisboa.
Nas cinco fotos seguintes: o Stand da “General Motors Overseas Corporation - Lisbon Branch” em 1947, e concebido por José Rocha sócio da “ETP - Estudio Técnico de Publicidade”. Em exposição um automóvel “Pontiac” Fastback Torpedo Sedan Coupé.


1947 1948
Stand dos frigoríficos “Frigidaire” na Feira Popular de Lisboa




1956

A sua marca de automóveis “Buick” passou a estar representada, a partir dos anos 20 do século XX, pela firma “Diniz M. D’Almeida” na Avenida da Liberdade em Lisboa. Representava além dos automóveis “Buick” os motores diesel “General Motors” e os frigoríficos “Frigidaire” .
Stand da “Dinis M. d’Almeida” na Avenida da Liberdade 1928

A outra marca da GM, a “Chevrolet” era representada pela firma “Alexandre de Mendonça Alves, Lda. onde expunha e comercializava os automóveis e camions desta marca, no seu “Palace Stand”, na Rua Eugénio dos Santos também em Lisboa.
1929 “Palace Stand” na Rua Eugénio dos Santos

A “Buick” e a “Chevrolet”, marcas de automóveis pertencentes à “General Motors Corporation” , estiveram presentes no
I Salão Automóvel de Lisboa, organizado pelo Automóvel Club de Portugal”, e que se realizou entre 4 e 13 de Julho de 1925. Publiquei 2 artigos alusivos a este acontecimento que poderão ser visitados nos seguintes links:
I Salão Automóvel de Lisboa (1) e I Salão Automóvel de Lisboa (2).
“Buick” presente no “I Salão Automóvel de Lisboa” em 1925

1935
Em 19 de Janeiro de 1947, a “Sorel, Limitada” é nomeada concessionária da "General Motors Overseas Corporation", passando a comercializar as marcas: Opel, Oldsmobile, Cadillac, Vauxhall, Chevrolet, Bedford, Buick e GMC. Quanto a camiões passou a ser representante da Chevrolet, Bedforde GMC.
Sorel” na Rua Vasco da Gama (actual Rua D. Luís I) em 1947, e na Avenida Tomás Ribeiro a partir de 1955


fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
1947 1949

Publicidade da “General Motors” em 1955


1956

Em 17 de Setembro de 1963 a “General Motors Overseas Corporation” inaugurou a sua fábrica de montagem de automóveis e pequenos camiões “Bedford” em Portugal, em Vila Nova da Rainha na Azambuja, pertença da sua subsidiária "General Motors de Portugal, Lda."

Foram montados ao longo dos quarenta e três anos de existência desta fábrica veículos das seguintes marcas subsidiárias da "General Motors Corporation" : "Opel", "Vauxhall" e "Bedford" (subsidiária da britânica "Vauxhall Motors" ). Esta fábrica viria a ser encerrada em 21 de Dezembro de 2006 às 23h 10m, e ao fim de 43 anos de laboração.
Opel Kadett Vauxhall Viva em 1963


Sobre esta fábrica consultar o seguinte artigo neste blog: General Motors na Azambuja (link)
 
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I Salão Automóvel de Lisboa (1)

O primeiro “Salão Automóvel de Lisboa”, e o primeiro a ser considerado verdadeiramente oficial, foi organizado pelo “Automóvel Clube de Portugal” e teve lugar entre os dias 4 e 13 de Julho de 1925 no Coliseu dos Recreios de Lisboa. Como foi referido no artigo Salões Automóvel em Portugal , o primeiro Salão Automóvel em Portugal, não oficial, foi na cidade do Porto em 22 de Junho de 1914. Seguiram-se mais três Salões até ao de Lisboa, que foi o quarto a realizar-se no nosso país.
Panorâmica da sala principal da Exposição

Este “Salão Automóvel de Lisboa” estava aberto das 14h às 24h, com eventos culturais como Jazz Band, do “Club Mayer”, das 15h às 19h e concerto das 21h às 24 h. A decoração deste evento ficou a cargo de Augusto Pina e contou com mais de cem carros expostos, entre a sala de espectáculos do Coliseu e as suas dependências e salas secundárias. Nos camarotes de 1ª ordem, os visitantes eram contemplados com serviço de chá, almoços e jantares. Este serviço era disponibilizado pela tradicional e aristocrática “Pastelaria Ferrari” da Rua Nova do Almada.
Jazz Band

Algumas das 60 marcas representadas com 100 carros expostos:
Isotta-Fraschini, Renault, De Dion-Bouton, Hudson, Berliet, Fiat, Alfa-Romeu, Amilcar, Salmson, Sizaire Fréres, …
… Peugeot, Citröen, Chrysler, Chandler, Buick, Mercedes, Talbot, Studebaker, Délage, etc ….






Notícias do evento: No “Diário de Lisboa” com comentários extremamente favoráveis e simpáticos, mas a do “Domingo Ilustrado” com opinião bem oposta e arrasadora …
“Diário de Lisboa”, 4 de Julho de 1925 “Domingo Ilustrado”, 12 de Julho de 1925

Apesar do aparente sucesso deste Salão foi lamentada a ausência dos «carrosiers», empresas portuguesas fabricantes de carroçarias para automóveis. «Nem um só concorreu à exposição e só muito tinham a lucrar se tivessem apresentado qualquer coisa ... com o confronto e comparação é que o público pode avaliar o nosso progresso neste ramo que assim é como se não existisse».
As oficinas de automóveis também estiveram ausentes, com a única excepção dos "Grandes Armazéns do Chiado". «é um bom reclame, especialmente como um paiz como o nosso, em que não há fábricas construtoras de automóveis e que, portanto, se tem de recorrer constantemente a estas pequenas industrias».




fotos in: Hemeroteca Digital, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
Anúncio da Citröen relativo ao evento

alão Automóvel de Lisboa (2)

Na continuação do artigo anterior intitulado I Salão Automóvel de Lisboa (1), publico mais fotos alusivas ao evento. Lembro que esta Exposição teve lugar no Coliseu dos Recreios de Lisboa entre 4 e 13 de Julho de 1925.









fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
 
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Ford Lusitana

A marca Ford em Portugal, apareceu a partir de 1908, com a “Garage Americana’” a “Albino
A marca Ford em Portugal, apareceu a partir de 1908, com a “Garage Americana’” a “Albino Moura & Cª”, no Porto, e mais tarde a “Auto-Aero”, “Manuel Araújo Meneres” e o “Palácio Ford”, que importavam directamente os automóveis dos EUA, até fundação da “Ford Lusitana”, em Lisboa, em 22 de Junho de 1932.

A sede da “Ford Lusitana, SARL” , situava-se na Rua Castilho em Lisboa, e foi projectada pelo arquitecto Porfírio Pardal Monteiro em 1930, e cuja construção seria concluída em 1932. Pertença, então, da “Ford Motor Ibérica”, seria mais tarde adquirido pela primeira, quando a sua congénere cessou as suas actividades. As fotos relativas a este edifício, neste artigo, são de 1941.



A organização da “Ford Lusitana, SARL” manteve-se até 1963, data em que se iniciou a montagem de unidades em Portugal. Mesmo durante a grave crise económica, durante e após a 2ª Guerra Mundial, a Fordmanteve as suas operações, embora o fecho de muitas empresas afectasse gravemente o emprego no país. Embora não totalmente imune, a Ford foi uma das poucas empresas, senão a única, que conseguiu manter o seu quadro de pessoal sem ter que recorrer a despedimentos, suspensões ou reduções dos dias de trabalho, apesar da quase paralisação das suas actividades.


“Lincoln” Zephyr V-12 de 1941


Um dos ex-libris da “Ford Lusitana, SARL’” foi a fábrica de montagem de automóveis “Ford” na Azambuja, tendo sido inaugurada em 6 de Janeiro de 1964, por Henry Ford II. O primeiro carro a ser montado foi o “Anglia Fascinante”, ao que lhes seguiram os modelos “Cortina” “Taunus”.

A situação económica da “Ford Lusitana, SARL” era então sólida, já que tinha adquirido as instalações à Ford Motor Ibérica e ultrapassado a crise do pós-guerra. O passo seguinte passou por decidir construir a primeira linha de montagem automóvel em Portugal. O arranque das obras teve lugar em 1961, dois anos depois far-se-iam os primeiros testes de produção e em Janeiro de 1964 era inaugurada oficialmente por Henry Ford II. O primeiro veículo montado na Azambuja foi o FordAnglia Fascinante”.

Em termos de Rede Ford, ela é actualmente composta por 33 concessionários, 61 reparadores autorizados, e 33 fornecedores autorizados de peças, que cobrem a totalidade do território nacional. A entidade mais antiga da actual estrutura é a “Garagem Lopes”, em Viseu. Fundada em 1910, esta empresa de aluguer de veículos motorizados viria, em 1924, a tornar-se no primeiro concessionário autorizado da marca no país.
Este edifício da “Ford Lusitana, SARL”, em Lisboa, viria a ser parcialmente demolido em 1967, e definitivamente em 1974. No seu lugar viria a ser construído o hotel “Le Meridien”.
A actual “Ford Lusitana, SA” mantém a sua sede na Avenida da Liberdade, em Lisboa.
fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Mário Novais)
 
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Curiosidades Automobilìsticas (9)

Dos primeiros automóveis da "Escola de Condução do ACP" em 1938

Automóvel «Nash» atolado (1927), e reparação da estrada Lisboa-Vila Franca de Xira, na zona da Póvoa em 1909

«Lincoln» Zephyr V-12 de 1941 e comercializado pela “Ford Lusitana

"Auto-Industrial Lda.", representante, a par da "Sorel", dos automóveis e camions do grupo "General Motors"

«Cadillac» Fleetwood Sixty Special de 1955 de A. Medeiros e Almeida fundador da "A.M. Almeida, Lda."
fotos in: Centro de Documentação do ACP, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
 
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Curiosidades Automobilísticas (8)

Cartazes de provas automobilísticas no “Circuito da Boavista” na cidade do Porto




cartazes in: Circuito da Boavista
Aconselho a visita ao artigo “Fórmula 1 na Boavista em 1958”, publicado em 31 de Maio de 2013, para conhecer este circuito e a prova de fórmula 1 que lá se disputou nesse ano, no seguinte link: Fórmula 1 na Boavista em 1958
Fórmula 1 na Boavista em 1958

A 24 de Agosto de 1958, a Fórmula 1 chegava finalmente a Portugal, no Circuito da Boavista na cidade do Porto. Esta prova que foi organizada pelo ACP - Automóvel Club de Portugal”, foi uma estreia acompanhada com a vinda de nomes como Stirling Moss, Mike Hawthorn, Jack Brabham, Graham Hill e a primeira mulher a pilotar um Fórmula 1 - Maria Teresa de Filippis -, entre muitos outros. À época, existiam várias provas extra-campeonato, mas o nosso país teve direito ao pacote completo: o Grande Prémio de Portugalseria a nona prova a contar para os Campeonatos do Mundo de Pilotos e de Construtores (este último instituído pela primeira vez nessa temporada).


Dados do Grande Prémio de Fórmula 1:
Comprimento do Circuito: 7,5 Kms
Distância do GP: 375 Kms
Voltas: 50
Concorrentes: 15
Qualificados:15
Volta mais rápida: Mike Hawthorn com 2’ 32”.37

O Circuito da Boavista vivia então um dos momentos mais altos da sua história, com toda a euforia que este evento merece. Anunciada pelo ACP - Automóvel Club de Portugal e patrocinada pelo piloto argentino Juan Manuel Fangio, foi levada a cabo, sem sucesso, uma iniciativa já realizada noutros países e que visava apadrinhar novas marcas e pilotos, chamada: Fórmula Júnior. No entanto, as diferenças entre os 11 automóveis que participaram eram evidentes e a polémica acabou por se sobrepor às potencialidades e aspectos positivos que esta fórmula poderia conter. Neste ano, Mike Hawthorn e Stirling Moss lutavam de forma acesa pelo título de campeão, com o Porto a assistir a uma emocionante corrida, com Moss a levar a melhor sobre o rival e a manter-se na luta pelo título.

Stirling Moss (1929 - ) Maria Teresa de Filippis (1926 - )




A esta corrida de 1958, segundo relatos da época, terão assistido mais de 100 mil pessoas. De registar ainda a presença, no Porto, do então herdeiro ao trono de Espanha, o jovem Juan Carlos, futuro Rei de Espanha, neste evento.
Juan Carlos futuro Rei de Espanha
GP FI Porto 1958.16
Stirling Moss foi o mais rápido (seguido de muito perto por Jean Behra e Tony Brooks) na primeira sessão de treinos, que ficou marcada pelos acidentes de Cliff Allison e Maria Teresa de Filipis, que derrubaram postes de cimento curiosamente colocados na Avenida da Boavista pouco antes da prova. Na segunda sessão de treinos, Moss continuou a assegurar a melhor posição da grelha de partida, com a linha da frente a contar ainda com Mike Hawthorn e Lewis-Evans, os mais rápidos dos 15 participantes.
Mike Hawthorn (GBR) no “Ferrari” 246

Partida para a 1ª volta

Roy Salvadori (GBR) e seu “Cooper-Climax” T45

Perspectiva da prova e na foto da direita Stirling Moss (GBR) no “Vanwall”

Mike Hawthorn (GBR) no “Ferrari” 246

Roy Salvadori (GBR) no “Cooper-Climax” T45 Maurice Trintignant (FRA) no “Cooper-Climax” T45

Moss dominou no início, mas Hawthorn tomou o comando na segunda volta, por aí se mantendo, enquanto o terceiro posto apresentava grande luta, com Von Trips a levar a melhor mas sendo passado por Behra. Moss passou para o comando na sétima volta, para não mais o perder.
Graham Hill despistou-se na 27. ª volta e pouco depois era a vez de Tony Brooks desistir; quanto a Hawthorn, teve de visitar as boxes, atrasando-se, mas acabando por recuperar novamente, relegando Lewis-Evans para o terceiro posto. A última volta de Hawthorn foi complicada, com uma “atravessadela” na entrada para a Rua do Lidador. O motor foi abaixo e Hawthorn teve de fazer uma manobra que foi considerada como rodar em sentido contrário ao da prova, obrigando a uma maratona de várias horas para os organizadores chegarem a conclusões sobre a desclassificação ou não do piloto inglês, até porque Moss não se mostrou interessado na desclassificação de Hawthorn, num gesto de desportivismo que era normal na época. Afinal Hawthorn não foi desclassificado e viria a sagrar-se campeão nesse ano apesar de Moss ter ganho na Argentina, Holanda, Portugal e Marrocos e Hawthorn apenas ter vencido em França.
Jean Behra (FRA) no “BRM” P25 Stirling Moss (GBR) no “Vanwall”

Graham Hill (GBR) no “Lotus-Climax” 16 (20) e Jo Bonnier (SWE) no “Maserati” 250F (32)

Maria Teresa de Filippis (ITA) no “Maserati” 250 F Carroll Shelby (USA) no “Maserati” 250 F

Jean Behra (FRA) no “BRM” P25

Acidente de Graham Hill (GBR) no “Lotus-Climax” 16

Stirling Moss (GBR) no “Vanwall”

Desistência de Maria Teresa de Filippis (ITA) no “Maserati” 250 F, e Maurice Trintignant (FRA) no “Cooper-Climax” T45

Classificação final: 1. º Stirling Moss (Vanwall), 50 voltas em 2h11m27, 80s, média de 169, 028 km/h; 2. º Mike Hawthorn (Ferrari), 2h16m40, 55s; 3. º Stuart Lewis-Evans (Vanwall), a 1 volta; 4. º Jean Behra (BRM), a 1 volta; 5. º Wolfgang Von Trips (Ferrari), a 1 volta, etc. Volta mais rápida - Stirling Moss, 2m32, 58s, média de 174, 762 km/h.
Quadro com os resultados finais da corrida


Stirling Moss no seu “Vanwall” ao cortar a meta em 1º lugar

Jack Brabham no “Cooper-Climax” T45 cortando a meta no 7º lugar

Volta de honra dos 3 primeiros classificados Stirling Moss, Mike Hawthorn e Stewart Lewis-Evans

Notícia do GP de F1 no “Diário de Lisboa”

O britânico Mike Hawthorn viria a ganhar o campeonato de Mundo de Fórmula 1 em 1958, tendo-se retirado das competições no final do mesmo ano. Viria a morrer num acidente de automóvel em 22 de Janeiro de 1959.
Mike Hawthorn no GP do Porto, e no seu Ferrari 246 no GP de Marrocos (2º lugar), a última prova de 1958
Mike Hawthorn.2 Mike Hawthorn.1
Em 1960 realizar-se-ia mais uma, e a última, prova de Fórmula 1 neste “Circuito da Boavista”, o “IX Grande Prémio de Portugal”.Esta prova marcaria a despedida do circuito dos palcos do automobilismo nacional e internacional.

«Ainda assim, pode dizer-se que foi uma despedida em grande, pois os espectadores tiveram o privilégio de assistir à quinta vitória consecutiva de Jack Brabham nesse ano, a qual se traduziu na conquista antecipada do seu segundo título mundial. Depois do acidente na Bélgica, Stirling Moss participou no GP de Portugal, tendo sido desclassificado por ter circulado em sentido contrário (no mesmo local em que Hawthorn se despistou e muito provavelmente por fazer o mesmo tipo de acção). Mas Moss, primeiro pelo seu intocável comportamento e depois por ainda não se encontrar no melhor da sua forma física, aceitou sem sequer argumentar.
O primeiro piloto português, Mário Araújo “Nicha” Cabral, teve neste ano a segunda oportunidade de pilotar o seu Fórmula 1 em Portugal, mas acabaria por desistir devido a uma avaria técnica.» in Circuito da Boavista.

“Nicha” Cabral (1937 – )

“Cooper Maserati” T51 de “Nicha Cabral

Mário Veloso de Araújo Cabral, conhecido por Nicha” Cabral tinha feito a sua estreia no Grande Prémio de Portugal de 1959, disputado no circuito de Monsanto. Ao volante de um «Cooper- Maserati» T51 da Scuderia Centro Sud, "Nicha" viria a obter o 14º tempo nos treinos de qualificação, batendo os dois «Lotus» de Graham Hill e Innes Ireland. Terminou a prova em 10º lugar a seis voltas do vencedor Stirling Moss. Viria a disputar, ao todo, 4 provas de Formula 1 - 1959, 1960, 1963 e 1964 - a última das quais, em Itália ao volante de um Derrington Francis «ATS», depois de disputar as três primeiras sempre ao volante de um «Cooper Maserati».
fotos in:
Circuito da Boavista
 
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C. Santos, Lda.

Apenas uma breve referência histórica, à empresa “C. Santos, Lda.”, uma das mais conhecidas e importantes concessionárias de automóveis em Portugal no século XX, principalmente pela representação da marca alemã de automóveis e camiões “Mercedes-Benz”, fundada em 28 de Junho de 1926.
A firma “C. Santos, Limitada” foi fundada em 20 de Dezembro de 1912 por Carlos Santos em Lisboa, com instalações na Rua Nova do Almada, e na Praça da Liberdade na cidade do Porto. As suas representações eram a americana “Studebaker” e a “Erskine” ,marca esta produzida pela “Studebaker”.
Instalações da “C.Santos, Lda.” na Rua do Crucifixo em Lisboa


Guia de 1937

Gentilmente cedida por Carlos Caria
1927

1927 1928

Stand da C. Santos, Lda no “I Salão Automóvel de Lisboa” no Coliseu dos Recreios em 1925

A sua representada “Studebaker” no mesmo Salão

Oficinas em Sete-Rios em décadas diferentes
Em 1933, já nas suas novas instalações em Lisboa, na Rua do Crucifixo, inicia a comercialização de automóveis da sua nova representada britânica “Standard” pertença da “Standard Motor Company”. Anos mais tarde, junta a esta a representação da marca, também britânica, “Triumph”.
1933 1950

Publicidade no “Teatro da Trindade” em 1938 «Studebaker» Dictator Cruising Sedan
Em 1936 a “C. Santos, Lda.” , ficaria com a representação da marca alemã “Mercedes-Benz” para Portugal. Esta representação começou por incluir apenas os automóveis passando posteriormente a representar todos os veículos produzidos por esta empresa alemã. O relacionamento entre estas duas empresas foi sempre estreito, mesmo durante a II Guerra Mundial (1939-1495), altura em que surgiram problemas graves devido às circunstancias. Mas, logo após o fim da guerra em 1945, a venda destes veículos aumentou significativamente não só a particulares, mas também para a frota de automóveis de aluguer, táxis, veículos de carga, serviços públicos, sociais e exército.
Exposição da “C. Santos, Lda.” no “Pavilhão de Exposições e Festas” no Parque Eduardo VII em Lisboa
«Studebaker» Dictator Cruising Sedan «Studebaker» President Cruisng Sedan
Dois «Studebaker» anteriores «Standard» Flying 12

Acessórios para automóveis
Em 11 de Janeiro de 1946, seria constituída a “Sociedade Comercial C. Santos, Lda.”. Inicia a sua actividade tendo como sócios, entre outros, a “C. Santos Limitada”, detentora da representação da marca “Mercedes-Benz”, com sede em Lisboa e então detida, maioritariamente, pela família Mendes de Almeida, tendo o Senhor Conde de Caria outorgado a escritura de constituição da sociedade, em sua representação.
«Nova remessa» em 1950

A sede social da empresa situou-se no Porto na Rua de Santa Catarina, com o capital social de 600.000$00 (Seiscentos mil escudos), local onde permaneceu durante 42 anos, mais concretamente até 1988. As oficinas funcionariam na Rua de Santos Pousada, também no Porto até 1958.
Esta sociedade chegou a fazer parte do grupo de empresas que, mais tarde, passou a ser detido pela holding ”Eminco” que, em determinado momento, abrangia áreas tão diversas como importação e venda a retalho de produtos das marcas “Mercedes-Benz”, “British-Leyland”, “Castrol” e “Massey-Fergusson”, aluguer de viaturas através da “Avis Rent-A-Car”, etc. Porém, em 1988 é adquirida a totalidade do capital social à “Eminco”.
1956

Festa dos 50 anos da empresa na “FIL - Feira das Indústrias de Lisboa

Stand da “C. Santos, Lda,” na Avenida da Liberdade, em Lisboa




Oficinas na Quinta das Laranjeiras, em Lisboa


Stand da “C. Santos, Lda.”, na Rua de Santa Catarina na cidade do Porto
Em Abril de 1989, “Sociedade Comercial C. Santos”, foi adquirida pelo então denominado “Grupo Daimler-Benz”, que marcou o início das actividades da recém criada “Mercedes-Benz Portugal”, com sede na Abrunheira em Mem Martins.

A “Sociedade Comercial C. Santos” é, actualmente, um concessionário e oficina autorizada para comercialização de viaturas, peças e prestação de serviços após venda das marcas “Mercedes-Benz”, “Smart” e “AMG”composta por: uma unidade na Maia, pelo salão de exposição da Avenida da Boavista (Porto) e o de Felgueiras.
fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Delcampe.net, Hemeroteca Digital, Soc. Com. C. Santos
 
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