Magnífico Blog - Restos de coleção

Um MAGNÍFICO Blog português que é verdadeiramente digno de perdermos horas a fio a mergulhar na nossa história e património Nacional com todos os detalhes a que temos direito.
Para passar o conhecimento vou postar aqui as histórias que acho interessantes
 
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Gasogénios em Portugal

Apesar da neutralidade de Portugal na II Grande Guerra Mundial (1939-1945), o país sofreu com racionamentos de bens essenciais (açúcar, arroz, bacalhau, massas, leite, café, etc.) e matérias primas, onde estavam, naturalmente, incluídos os combustíveis. Em 1942 a situação era dramática com as importações reduzidas entre 60 a 90%.

1942
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Com a proibição do consumo privado de gasolina, em 1942, os veículos a motor (automóveis e camionetes) passam a utilizar os incómodos e enormes gasogénios, aparelhos que transformam, por combustão incompleta, o carvão ou a madeira em gás combustível capaz de mover veículos automóveis.

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A partir desta altura, táxis, autocarros e alguns veículos particulares, passam a circular apenas com "trambolho" traseiro (gasogénio), tornando-se quotidiano em 1942. Em alternativa regressa, como opção, a tracção animal, que havia começado a ser extinta quatro décadas antes.

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Apesar de não ser a esta tracção animal que me referia ... o projecto "Auto-Hipo", originário de Mangualde. Quando a gasolina acabava, entrava o cavalito em acção.

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Em 25 de Novembro de 1942, aparece o primeiro táxi em Lisboa a gasogénio. Foi um "Peugeot" 402 com 1.991 cm3 e 55 hp. A propósito o jornal "Diario de Lisbôa» noticiava:

«Hoje, a meio da tarde, apareceu na baixa o primeiro taxi movido a gasogeneo. É equipado com um "Rema-Gás", construído nos laboratorios "Rema-Radio", utilizando um aspirador da Electro-Rapida, do Largo do Andaluz.
Fez o trajecto daquele largo até aos Restauradores sem que alguem o pretendesse - tal é já a descrença em encontrar um taxi "livre" ... a valer! E só perto do Avenida-Palace teve o primeiro cliente.

Os carros equipados com este gasogeneo desenvolvem mais de 1.300 calorias - quando o limite minimo é de 1.000 - e arrancam com um minuto, podendo arrancar imediatamente mesmo depois de estarem um quarto de hora parados. Trata-se, poi, do aparelho ideal para taxis.»


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Respectiva publicidade ao fabricante do gasogénio em anúncio de 25 de Novembro de 1942
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Por outro lado num texto de Ana Pago no site "Notícias Magazine", pode-se ficar a saber a origem do epíteto "fogareiro":
«(...) era o chamado «gás pobre» produzido pelos gasogénios que mantinha os veículos a andar como Ferraris, entre nuvens de fumo e chispas ao acelerar, dando um novo sentido ao epíteto de «fogareiros».

Mas como nesta vida «nem tudo são rosas" ... em 22 de Agosto de 1942 ...


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Autocarro de passageiros da "AVIC", da carreira Viana do castelo-Arcos de Valdevez, alimentado por gasogénio




Alguns anúncios publicitários de fabricantes de gasógenios



24 de Dezembro de 1942










29 de Agosto de 1942







24 de Dezembro de 1942









10 de Setembro de 1942





19 de Setembro de 1942



1943




Esta situação de racionamentos e mercado negro, em Portugal, só seria extinta em 1947 quando o recente Ministro da Economia Dr. Daniel Barbosa recorre ao ouro e divisas do Estado, acumulados durante a Guerra, para efectuar uma importação maciça de géneros que espelha por postos de venda tabelados, entretanto abertos nas ruas.

1944

fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Mário Novais), Almanaque Silva, Diário de Notícias
 
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Castanheira, Lima & Rugeroni

A firma "Castanheira, Lima & Rugeroni, Lda." foi constituída em 1913, e inaugurou o seu luxuoso stand de automóveis e acessórios na Praça D. Pedro IV (Rossio), em Lisboa, a 23 de Junho de 1913. O escritório e sede da empresa localizava-se no nº 82 da Rua 1º de Dezembro.

Stand da "Castanheira, Lima & Rugeroni, Lda." na esquina na Praça D. Pedro IV com o , ainda, Largo do Camões


Anteriormente nesta loja, tinha estado instalada a tipografia-editora, papelaria e livraria"Mattos Moreira & C.ª". Pelo que consegui apurar, já em 1873 esta editora aqui estava instalada, conforme testemunha anúncio publicado a seguir.

Livraria Editora e Tipografia "Mattos Moreira & C.ª"


Anúncio na contra-capa do "Almanach de Caricaturas" de Raphael Bordallo Pinheiro, para 1874



25 de Dezembro de 1879



A "Castanheira, Lima & Rugeroni, Lda." foi a primeira empresa importadora, para Portugal, das marcas de automóveis inglesas "Rolls-Royce"e "Napier", e da belga "La Metallurgique", assim como dos pneus "Goodrich". O seu sócio principal foi José Rafael Alexandre Garcia Rugeroni (1885-1940), genro de José Joaquim da Silva Graça (1858-1931), proprietário e diretor do jornal "O Século".

José Garcia Rugeroni (1885-1940)



José Rugeroni num "Napier" numa gincana em Cascais a 25 de Outubro 1909


Grande adepto dos automóveis, os seus negócios situavam-se em várias áreas como: carvão, gasolina, transportes marítimos (através da firma "José Garcia Rugeroni, Lda."), hotelaria, etc.

José Garcia Rugeroni tinha iniciado a sua actividade no comércio automóvel em 1908, com a firma "The British Automobiles, Lda.",localizada no Largo de São Carlos que importava os automóveis ingleses "Napier" e "Adler". Recordo que a "Adler" tinha sido representada pela "Casa Columbia" (Rua Garrett) em 1906 e 1907, e a "Napier" tinha sido representada pela "SPA - Sociedade Portugueza de Automoveis" (Rua Jardim do Regedor) em 1907.

"The British Automobiles, Lda." (dentro da elipse desenhada) no Largo de S. Carlos, em 1911



Seria com um automóvel "Napier", de 40 cavalos, 6 cilindros, e com pneumáticos anti-derrapantes
"Kempshall", que José Rugeroni chegou a fazer uma viagem Lisboa-Madrid. Guiado pelo condutor inglês Cundy, levava José Garcia Rugeroni, Carlos Malheiro Dias e o fotógrafo Arnaldo Fonseca. Partiriam de Lisboa, junto à estação fluvial da "Parceria dos Vapores Lisbonenses" no Cais do Sodré, a 28 de Janeiro de 1909 às 4 horas da tarde.




Gravura gentilmente cedida por Francisco Rugeroni Saldanha, da sua colecção particular disponível em João Saldanha
Chegaram a Madrid às 3 horas da manhã do dia 30 de Janeiro. «Havia apenas vinte e sete horas que deixáramos Setúbal, com quatorze horas effectivas de marcha e numa despeza de 23.200 em gazolina. O Napier abrandou o seu impeto vertiginoso, atravessou a ponte de Toledo, fez a ascensão da cidade, parando à porta do hotel Paris, na calle de Alcalá.
Uma hora depois de haver cumprido a sua ardua tarefa, uma candeia apagada traiçoeiramente o sepultava n'uma cova, onde o seu vigoroso organismo de aço, animado por uma maravilha de mechanica, ia ingloriamente paralysar-se.»



Quanto à inauguração do stand da firma "Castanheira, Lima & Rugeroni, Lda.", no Rossio em 23 de Junho de 1913 ...

Notícia da inauguração na revista "Illustração Portugueza"





1913



Entretanto, e quanto à "Rolls Royce", já José Garcia Rugeroni, agente da marca em Lisboa, tinha importado um modelo "Silver Ghost",em 1911, com o chassis número 1707, (patente na colecção do "Museu do Caramulo"), tendo sido o primeiro a ser importado para Portugal. Posteriormente, seria vendido a um cidadão inglês, de seu nome Franz Pidwell, morador em Santiago de Cacém, que o registaria a 17 de Novembro de 1911, com a matrícula S-323.

"Rolls-Royce" Silver Ghost de 1911 exposto no "Museu do Caramulo"


«Na época, os modelos de luxo eram vendidos em chassis, sendo a carroçaria posteriormente escolhida e paga pelos clientes, que preferiam o distinto processo de personalização. Desconhece-se onde e por quem foi carroçado este Rolls-Royce, na elegante forma de Open Touring Phaeton, com um original pára-brisas ondulado e recebendo grandes e potentes faróis niquelados, com gerador de acetileno incorporado. Baptizada de Spirit of Ecstasy, a conhecida figura de radiador da Rolls-Royce só passou a equipar todos os modelos à saída da fábrica em meados de 1911, pouco depois deste exemplar ser produzido» in: Museu do Caramulo.

Quanto ao stand na Praça D. Pedro IV, em 1915 já aparecia em anúncios como propriedade da firma "Castanheira & Rugeroni, Lda" (tendo saído o sócio Lima) e em 1916 passaria para a posse da firma "Rugeroni & Rugeroni, Lda." constituída por José Rafael Garcia Rugeroni e seu irmão Rafael José Garcia Rugeroni (1895-1958). Esta nova firma aparecia em anúncios publicitários como sendo representantes da marca de automóveis americana "Cadillac", da inglesa "Rolls-Royce" e dos pneus "Fisk" e "Goodrich".



Estes dois anúncios publicitários são de 1915



Voltando ao renovado stand na Praça D. Pedro IV, e já propriedade da firma "Rugeroni & Rugeroni, Lda.", em Agosto de 1916, o jornal "A Capital" escrevia:

«A renovação da casa, a sua decoração cheia de arte, aquelle aspecto de modernismo que aos proprios "touristes" encanta tudo isso, porem foi obra da iniciativa arrojada verdadeiramente americana, da actual firma Rugeroni Limitada que nos ultimos annos installaria ali uma garage para venda de automoveis e de todos os seus accessorios, no mesmo tempo que se relacionavam largamente com os melhores fabricantes n'este ramo, da America, da Belgica e da França.
Tem sido esta firma que nos tem dado a conhecer as principaes marcas de automoveis de luxo, taos como Rolls-Royce, Napier e Metallurgique que sempre foram montados nas inimitaveis carrosseries Vanden Plas.
Segundo opiniao dos principaes sportsmen a firma Rugeroni & Rugeroni Limitada conseguiu ter em Lisboa uma salão de exposição de luxo como não se veem melhores em qualquer capital da Europa, e, com respeito accessorios teem sempre em deposito um numero bastante elevado dos indispensaveis ao automobilista.





Esta firma tambem representa em Portugal os celebres camions americanos Kelly-Springfields tendo vendido ultimamente algumas centenas para os ministerios da guerra, belga, francez e portuguez, bem como a diversos industriaes portuguezes.
Para ainda melhor poder desenvolver-se com a confiança da clientella do paiz, e não se poupando a despezas, adquiriu a firma Rugeroni & Rugeroni Ltd. os serviços do conhecido perito de automoveis europeios o nosso amigo José Aguiar e para os camions e automoveis americanos que representam taes como Scripps-Booth Jeffery e Kelly, teem ao seu serviço o engenheiro norte-americano sr. Crossbie.
Os automobilistas lisboetas e o Rocio podem pois felicitar-se de ter a mais bonita garagem da Europa, graças aos esforços da firma Rugeroni & Rugeroni Limitada.»


Anúncio à filial em Coimbra da "Rugeroni & Rugeroni, Lda." na "Gazeta de Coimbra" em 27 de Junho de 1918




Em 10 de Junho de 1921 ...



Em 22 de Janeiro de 1922



Não consegui apurar ao certo o fim deste stand na Praça D. Pedro IV. Apenas consegui saber que neste stand, em 1926, funcionava a nova firma "J. G. Rugeroni, Lda.", que além de automóveis comercializava produtos da "Vacuum Oil Company", como fogões, candeeiros, calorífos, etc. Esta empresa reservara as montras 1 e 2 que davam para a Praça D. João da Câmara.

26 de Dezembro de 1926


1 de Maio de 1926


1 de Novembro de 1927


Aquando da "Semana dos Artistas", em 27 de Janeiro de 1928


A "Vacuum Oil Company", ali se manteria até finais de 1930, ano em que trespassaria a loja à "The Anglo-Portuguese Telephone, C.º Ltd." (APT), que em 1931 abriria a sua loja com as primeiras 15 cabines públicas de telefones em Lisboa. De referir que esta empresa não alteraria, em nada, a decoração interior e exterior criada em 1913 pela "Castanheira, Lima & Rugeroni, Lda." e posteriormente renovada pela "Rugeroni & Rugeroni".

Loja da "APT- Anglo Portuguese Telephone" a partir de 1931



Quanto a José Garcia Rugeroni, adquiriria em 1919, o "Palacete Silva Graça" na Avenida Fontes Pereira de Melo, a seu sogro José Joaquim da Silva Graça, proprietário e diretor do jornal "O Século". Em 1931, iniciaria a conversão do mesmo no famoso "Aviz Hotel" com projecto do arquitecto Vasco Regaleira (1897-1968). Viria a ser inaugurado em 24 de Outubro de 1933 e cuja história ilustrada poderá ser consultada neste blog no seguinte link: "Aviz Hotel".

Automóvel de José Garcia Rugeroni, com carroceria desenhada pelo próprio, com o seu "Aviz Hotel" em fundo

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Gravura gentilmente cedida por Francisco Rugeroni Saldanha, da sua colecção particular disponível em João Saldanha
Para finalizar deixo algumas fotos actuais do belíssimo "Rolls-Royce" Silver Ghost 67RB. Este carro impecavelmente restaurado, tem uma história interessante, pois foi adquirido através do distribuidor francês da "Rolls-Royce" para o cliente português, a firma "Castanheira, Lima & Rugeroni Limitada". A família Rugeroni ficou claramente impressionada com o Silver Ghost e mais tarde encomendou outro Ghost para adicionar à sua colecção. O 67RB foi enviado em segurança para Portugal, felizmente pouco antes das invasões alemãs da Bélgica e França. Terá sido encontrado na Inglaterra em 2009 na condição original com baixa quilometragem e foi comprado pelo proprietário actual. Infelizmente, a carroceria "Kellner" original já não existia, e no seu lugar estava instalada uma outra tipo station wagon. Depois de ter sido encontrado, na Holanda, outro Silver Ghost com a carroceria original "Kelner", esta foi retirada e montada no 67RB procedendo-se de seguida à respectiva, e belíssima, restauração, como as fotos seguintes testemunham






As fotos anteriores, e a cores, foram retiradas dum prospecto publicitário, aquando da venda desta viatura, pela firma inglesa "Fiskens" Fine Historic Automobiles - (Londres)

fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Mário Novais), Hemeroteca Digital de Lisboa, Biblioteca Nacional Digital
 
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"Palace Stand" e a "Chevrolet" em Portugal

O “Palace Stand” , da firma “Mantero & Mendonça, Lda.” abriu as suas portas em 1920, na Praça dos Restauradores, em Lisboa, passando a ser o primeiro concessionário, e agente exclusivo, para Lisboa, da marca de automóveis americana “Chevrolet”, a partir da “General Motors Peninsular, S.A.” sediada em Barcelona. A "Mantero & Mendonça, Lda." mantinha as suas oficinas e armazéns na Praça Sá da Bandeira, em Lisboa.

"Palace-Stand", na Praça dos Restauradores (dentro da elipse desenhada)





Anúncio publicitário de 30 de Maio de 1920



Oficinas e armazénsda "Mantero & Mendonça, Lda.", na Praça Sá da Bandeira , em 12 de Abril de 1927



Automóveis "Chevrolet" de partida para o Porto em 12 de Abril de 1927



Lembro que a “Chevrolet Motor Car Company”, foi fundada pelo piloto de corridas e engenheiro de automóveis suiço Louis Chevrolet e por William C. Durant, fundador da “General Motors”, em 1911. A estes juntar-se-iam os parceiros de investimento, William Little (fabricante do automóvel “Little”), Edwin R. Campbell (genro de Durant) e, em 1912 o canadiano R.S. McLaughlin.

Louis Chevrolet ao volante do protótipo de 1911, carro que se tornaria no “Classic Six”, o primeiro “Chevrolet” a ser produzido em 1912



Anos mais tarde, William Durant viria a utilizar a “Chevrolet Motor Car Company” para adquirir uma participação maioritária na “General Motors”, com uma fusão reversa ocorrida em 2 de Maio de 1918 e impôs-se à presidência da mesma. Após a segunda expulsão de Durant em 1919, Alfred Sloan, com sua máxima «um carro para cada bolsa e propósito», escolheria a marca “Chevrolet” para se tornar a líder de volume da família “General Motors”, vendendo veículos convencionais para competir com o “Ford Model T” de Henry Ford. Em 1929 a GM ultrapassava a “Ford Motor Company” como o carro mais vendido nos Estados Unidos.

Dois anos depois da abertura do "Palace Stand", Justino Ferreira dos Santos, pioneiro no ramo automóvel que tinha começado a sua vida profissional a comercializar chassis para camions, pneus "Dunlop" e"Goodyear" e gasolinas e óleos "Shell", funda a "Garagem Justino", em Oliveira de Azeméis, a em 27 de Outubro de 1922.


Entretanto já Justino dos Santos tinha iniciado, em 1922, a representação da marca "Chevrolet", para o distrito de Aveiro, nas instalações da "Casa Africana", na Rua Bento Carqueja, em Oliveira de Azeméis, a partir, também, da “General Motors Peninsular, S.A.”.

Agência Oficial para o distrito de Aveiro na "Casa Africana" em Oliveira de Azeméis



“General Motors Peninsular, S.A.”, em Barcelona



Entretanto a "General Motors Overseas Corporation" instala, em 1925, um subsidiária em Portugal com a denominação de "General Motors Overseas Corporation - Lisbon Branch", e cujo seu percurso pode ser consultado neste blog no seguinte link: "General Motors em Portugal".

Camionete da "General Motors Overseas Corporation - Lisbon Branch"



Reclamo luminoso na Praça D. João da Câmara, em Lisboa



Em 1926, a "Senha d'Ouro de D. Tavares sorteava um "Chevrolet" ...


E em Outubro de 1926 ...



O "Palace Stand" ofereceria para 1º prémio do "Concurso Gente de Teatro", cujo sorteio se realizou no "Teatro São Luiz" a 20 de Janeiro de 1928, um "Chevrolet" Touring que seria ganho por Raúl Ferreira Galinha.

"Chevrolet" Touring em exposição no Jardim de Inverno do "Teatro São Luiz"


O vencedor Raúl Ferreira Galinha, junto ao seu belo carrinho



Táxi "Chevrolet" na Avenida da Liberdade, em Lisboa a 17 de Julho de 1927, durante a "Semana dos Hospitais"



Em 5 de Março de 1928 é inaugurado o novo "Palace Stand", na Rua Eugénio dos Santos no "Palácio dos Condes Povolide" (pertença de Henry Burnay), ocupando o espaço outrora arrendado pelo "Depósito de Carruagens Anastacio Fernandes & C.ª". A inauguração deste novo stand, propriedade da firma "Alexandre de Mendonça Alves, Lda.", teve a presença do Chefe de Estado, o General Óscar Carmona.

"Palace Stand", na Rua Eugénio dos Santos e antes da sua inauguração




Alexandre de Mendonça Alves



Cerimónia de inauguração com a presença do Chefe de Estado General Óscar Carmona








Publicidade em 5 e 6 de Março de 1928


Modelos e preços da "Chevrolet" nos Estados Unidos da América, em 1928




16 de Fevereiro de 1929






O Chefe de Estado, General Óscar Carmona seria agraciado com uma singela oferta ... um Chevrolet Imperial Landau Convertible

Quanto às antigas instalações do "Palace Stand", - no edifício contíguo ao Cinema e Teatro "Éden" - viriam a ser ocupadas pela famosa "Taverna Imperial", inaugurada em 31 de Dezembro de 1930, e que ainda existe.

"Taverna Imperial" (dentro da elipse desenhada) já a funcionar nas antigas instalações do "Palace Stand"



Em 21 de Janeiro de 1929 a firma "Alexandre de Mendonça Alves, Lda.", inaugura uma filial em Setúbal.



Quanto à representação da "Chevrolet" na cidade do Porto, só encontrei dois anúncios publicitários na revista "Guiauto", que curiosiosamente ... em 31 de Julho de 1929 a firma "Diniz & Mendonça, Lda." publicita a sua representada "Chevrolet" e no anúncio seguinte de 31 de Agosto seguinte, lê-se « Dirija os seus pedidos ao antigos agentes Diniz & Mendonça, Lda.» ....
31 de Julho de 1929




31 de Agosto de 1929


No mesmo ano de 1929 a "Chevrolet" era representada em Coimbra pela firma "Simões Figueiredo & C.ª, Lda.".

19 de Janeiro de 1929



Igualmente em 1929 em Santarém o representante da marca era a firma "Supardo, Ltd.".

12 de Outubro de 1929

Contudo, a existência do "Palace Stand" foi efémera e terá encerrado em 1931. Quanto à firma "Alexandre de Mendonça Alves, Lda." manteve-se arrendatária do espaço e creio ter sido a proprietária do Dancing "Arcádia"que ali se instalou, e que seria inaugurado em 5 de Fevereiro de 1932. Digo isto porque no Arquivo Municipal de Lisboa, existem pedidos de licenciamento para obras, em 7 de Abril de 1932, antes da inauguração do "Arcádia" e nos anos posteriores. Inicialmente, o "Arcádia" pouco alterou a decoração deixada pelo "Palace Stand" como se pode ver na foto seguinte.


Em 1930 a "Auto-Industrial" era nomeada sub-agente da "Chevrolet" para Coimbra, passando, a partir de 1932, a ser concessionária oficial.

19 de Fevereiro de 1956


Expositor da "Chevrolet" no "Salão Automóvel de Lisboa de 1934", no "Pavilhão de Exposições e Festas"



Quanto à região de Lisboa só consegui saber que em 1937 a firma "Diniz d'Almeida & Freitas, Lda." localizada na Avenida da Liberdade, era concessionária, juntamente com as marcas "Opel" e "Blitz". No mesmo stand funcionava a firma "Diniz M. d'Almeida" que já era representante da marca americana de automóveis "Buick", desde 1927.



Stand na Avenida da Liberdade das "Diniz d'Almeida & Freitas, Lda." e "Diniz M. d'Almeida"

Em 19 de Janeiro de 1947 a "Sorel, Limitada" é nomeada concessionária da "General Motors Overseas Corporation - Lisbon Branch" para o distrito de Lisboa, passando a comercializar os automóveis e camions da "Chevrolet", além das outras marcas do grupo GM, "Oldsmobile" e "Cadillac".


Instalações na Rua Vasco da Gama, em Lisboa



1947


No final de 2015, devido às complicações contínuas do mercado europeu e uma "Opel" em dificuldades, levaram a GM a decidir retirar a "Chevrolet" da União Europeia. Quanto a Portugal a assistência técnica e peças "Chevrolet" ficou assegurada pelos seus antigos concessionários.

fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Mário Novais), Hemeroteca Digital de Lisboa, Biblioteca Nacional Digital, Arquivo Nacional da Torre do Tombo
 
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Curiosidades Automobilísticas (30)

Inauguração do stand da firma "H. Queiroz, Lda - Engenheiros", na Rua Braancamp, em 1 de Setembro de 1928, representante dos automóveis "Willys Knight"




Inauguração do stand da firma "Freitas, Filho & C.ª", na Rua Alexandre Herculano, em 16 de Janeiro de 1929, representante dos automóveis "Marmon"





Inauguração do stand da firma "Seter, Lda", na Rua S. Pedro de Alcântara, em 1 de Setembro de 1929, representante dos automóveis e camionetes "Talbot"







Entretanto, em 28 de Dezembro de 1922 ...



Inauguração do stand da firma "F. H. d' Oliveira & C.ª, Lda", na Avenida 24 de Julho, em 2 de Janeiro de 1931, representante dos automóveis "De Soto" e camionetes "Fargo"




Nota: De referir que a empresa "F. H. d' Oliveira & C.ª, Lda.", fundada em 1895, iniciava-se desta forma no negócio automobilístico, já que tinha começado a sua actividade no ramo dos materiais para a construção, com instalações, igualmente na Avenida 24 de Julho (quase esquina com a futura Avenida Infante Santo). Na continuação da diversificação dos seu negócios inauguraria em 28 de Maio de 1957 o "Hotel Residencial Infante Santo", no terreno, sua propriedade, esquina com a, já existente, Avenida Infante Santo.



Inauguração do stand da firma "Henrique Lehrfeld" na Travessa do Carmo, em 4 de Maio de 1929, represente dos automóveis e camions "Opel" e respectiva publicidade








fotos in: Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Hemeroteca Digital de Lisboa
 
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Automóvel "Mercedes-Benz" em 1933

Este artigo tem por base a reprodução duma raríssima série de quatro fotos dum automóvel "Mercedes-Benz" Stuttgart 200 W21 de 1933, que ainda existe restaurado, e que foi importado para Portugal pela firma "Sociedade Comercial Mattos Tavares, Limitada." com sede na Rua dos Sapateiros, em Lisboa.

"Mercedes-Benz" Stuttgart 200 W21, de 1933



A série "Stuttgart" 200, foi uma versão do modelo 8/38 hp, revisto e desenvolvido pelo Dr. Hans Nibel, exibido pela primeira vez na Exposição Internacional de Automóveis e Motos, em Berlim, em 1928. A partir de Janeiro de 1929, já era possível ser encomendado com um motor de 2,6 litros e a partir de Agosto de 1930, todos os modelos do "Stuttgartt" 200 passavam a estar disponíveis com overdrive opcional, com um custo extra.





A "Sociedade Comercial Matos Tavares, Limitada.", fundada em Novembro de 1920, representava e comercializava produtos tão diversos como papel para impressão de jornais, aparelhos de raios X, películas para fotografia "Ilford", desodorizantes "Bac-Stick" (anos 50), etc. A sua última actividade, já como Sociedade Anónima, foi o fabrico de motores, geradores e transformadores eléctricos, com sede na Rua Gregório Lopes, em Lisboa.

Anúncio em Novembro de 1934


O texto da página do catálogo do concurso de restauro e elegância realizado na Quinta da Marinha, em Outubro de 1987, e que publico a seguir, descreve técnica e historicamente esta viatura:

«Benz - Primeiro construtor de automóveis do mundo. Apresentou o seu primeiro modelo em 1886. O Stuttgart é o primeiro modelo Mercedes-Benz que se apresenta com o radiador liso, pois que todos os modelos anteriores eram fabricados em quilha. Equipado com um motor de seis cilindros, com 1.990 cc., foi o 100º a ser construído.
Importado pela firma Soc. Com. Mattos Tavares com sede e estabelecimento em Lisboa, que o registou em seu nome a 21 de Agosto de 1930 e que posteriormente o vendeu à família A. M. Almeida.
Em 1978 a família A. M. Almeida, por sua vez, vendeu-o ao seu actual proprietário Fernando dos Santos Martins. Recuperado pelo chefe mecânico Vítor Serras, este modelo encontra-se totalmente original.»

Publicação do Concurso de Restauro e Elegância, na Quinta da Marinha em Outubro de 1987




A referir que este automóvel já tinha participado no "II Raid D.Ravioli" em 30/31 de Março de 1985, e inscrito por Carlos Oliveira, de Belas.

Lembro aqui com fotos (gentilmente cedidas por Pedro Ferreira), a participação deste "Mercedes-Benz" Stuttgart 200 W21 de 1933, numa exposição na Base Aérea nº 1, em Sintra, em Setembro de 2010.





Seria à "Sociedade Comercial Mattos Tavares, Limitada" que a "Polícia de Vigilância e Defesa do Estado" (PVDE) encomendaria, a 27 de Outubro de 1937, dois "Mercedes-Benz" Stuttgard Type 770 Grosser com carroçaria blindada Pullmansteel, após o inconsequente atentado à bomba levado a cabo no Domingo 4 de Julho de 1937, quando o Professor Dr. Oliveira Salazar se encaminhava para assistir à missa da manhã na Avenida Barbosa du Bocage.

Os dois carros foram expedidos para Lisboa em 12 de Abril de 1938. Ambos foram matriculados em Junho de 1938 em nome da "Polícia de Vigilância e Defesa do Estado", e foram postos a disposição dos Presidentes da República e do Conselho, General Óscar Fragoso de Carmona (AL-10-71, chassis nº: 182 067) e Prof. Dr. Oliveira Salazar (DA-10-72, chassis nº: 182 066), respectivamente.


O Prof. Dr. Oliveira Salazar, que não tinha sido consultado sobre a aquisição destes automóveis, logo manifestou o seu descontentamento, recusando-se a utilizar o "Mercedes-Benz" que lhe fora atribuído. Este automóvel viria a ser utilizado oficialmente apenas uma vez, por ocasião da visita do Generalíssimo Franco, em 1949. Este automóvel encontra-se, actualmente, no "Museu do Caramulo", depois de ter sido adquirido por João de Lacerda, em hasta pública, a 16 de Junho de 1956.

Nota: Este artigo teve a preciosa colaboração de Pedro Ferreira, a quem, mais uma vez, e publicamente, agradeço a sua habitual colaboração e disponibilidade.

fotos in: Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Mário Novais), Hemeroteca Digital de Lisboa
 
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Curiosidades Automobilísticas (29)

Stand da “A. M. Almeida, Lda.”, em 1924, dias antes da abertura, na Rua da Escola Politécnica, em Lisboa

Stand da “Sociedade Portuguesa de Automóveis, Lda.”, em 1929, na Avenida da Liberdade em Lisboa

Stand da firma “Rios d’Oliveira”, na Avenida da Liberdade em Lisboa

Linha de montagem da “Ford Lusitana, S.A.R.L.”, inaugurada por Henry Ford II em 6 de Janeiro de 1964, na Azambuja
fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
 
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Francisco Batista Russo & Irmão

A empresa “Sociedade Comercial e Industrial de Automóveis Francisco Batista Russo & Irmão, S.A.R.L.” teve a sua origem na firma “Francisco Batista Russo e Irmão”, fundada na Rua das Picoas, em Lisboa em 1926, por Francisco Baptista Russo (pai), iniciando a sua actividade com a importação de pneus da marca inglesa “Avon”. De referir , e a título de curiosidade, que este senhor - natural de Vila de Aldeia Galega do Ribatejo, actual Montijo - antes de se dedicar ao ramo automóvel, dedicou-se à indústria de panificação, e numa Sociedade com um irmão, possuía também debulhadoras para descasque do trigo.
“Francisco Batista Russo & Irmão, S.A.R.L.” na Rotunda de Cabo Ruivo em 1970
Em 1954, com a empresa já nas mãos dos irmãos Francisco e Horácio Batista Russo, inicia a importação dos camiões “MAN” de origem alemã, com a sua sede instalada na Avenida António Augusto de Aguiar, 19 r/c. E pouco tempo depois, inicia a comercialização da scooter de marca alemã “Diana”.
18 de Maio de 1957
O ano de 1956 será um ano de viragem da “Francisco Batista Russo & Irmão”, ao iniciar a importação exclusiva de automóveis e motos, da marca bávara “BMW”. O primeiro modelo a ser comercializado em Portugal seria o famoso e original “Isetta” seguindo-se-lhe os “BMW 503” e “BMW 507”.
1956

6 de Outubro de 1956

17 de Novembro de 1957


BMW “Isetta” no Aeroporto de Lisboa em 1960
É neste ano, ao comemorar os seus 30 anos, que a “Francisco Batista Russo & Irmão” inaugura, em 6 de Maio, o seu stand de automóveis e motos “BMW”, e camiões “MAN”, na Avenida António Augusto de Aguiar, 3, no edifício contíguo ao Hotel Eduardo VII”.
Recordo que anos mais tarde os irmãos Horácio Batista Russo e Fernando Batista Russo, por desavenças sepraram-se e Horácio continuou com o império Batista Russo, já representante das marcas “BMW”, “MAN”, “Steyr”e “Saviem”, chegando a importar os primeiros automóveis da marca japonesa “Toyota” para Portugal. O Francisco fundaria, ainda nos anos 60 do século XX, com outros sócios a empresa “Univex”, com as representações das marcas “Fiat”, “Steyr” e “Fuso”, comércio e reparação de camiões.
28 de Junho de 1960

21 de Julho de 1962
Em 1958 decidem construir o seu “ex-libris”, as oficinas da “Francisco Batista Russo & Irmão” na Rotunda de Cabo Ruivo, em Lisboa, cujo projecto de arquitectura da autoria do arquitecto Joaquim Ferreira daria entrada na CML em 6 de Setembro de 1958. Iniciada a sua construção em finais de 1960 ficaria concluída em 1962, ano da sua entrada em funcionamento, tendo como seu director técnico José do Couto Nogueira. Foi em 1960 que esta empresa passaria a “Sociedade Comercial e Industrial de Automóveis Francisco Batista Russo & Irmão, S.A.R.L.” .
Por esta altura, constroem uma instalação fabril em Vendas Novas, a “VN - Montagem e Reparação de Automóveis Batista Russo Lda.”, para montagem dos camiões “MAN”, “Steyr” e “Atkinson” que iniciaria a sua laboração em Dezembro de 1963, mesmo antes da sua inauguração oficial. Mais tarde seriam, também, montados nesta unidade fabril, os automóveis “BMW” dos modelos 1600 e 2002.
5 de Dezembro de 1963

Linha de Montagem em Vendas Novas




BMW-3.0-S_thumb3

Concurso da pasta dentífrica “Signal” num anúncio de 1969

Nos ano 90 do século XX, a “Sociedade Comercial e Industrial de Automóveis Francisco Batista Russo & Irmão, S.A.”, entra em insolvência.
Quanto à linha de montagem da “VN - Montagem e Reparação de Automóveis Batista Russo Lda..”, seria utilizada para a montagem dos veículos todo o terreno “UMM - União Metalo-Mecânica”, modelo “Alter II”, iniciada Janeiro de 1993 e finalizada em Dezembro do mesmo ano. No ano 2000 ainda seria retomada a montagem deste modelo já renovado.
No século XXI esta unidade industrial passa a montar veículos comerciais da marca japonesa “Izuzu”, chegando a ocupar, em 2013, o 4º lugar entre as montadoras de veículos comerciais, ligeiros e pesados, em Portugal. Por deslocalização desta linha de produção da “Izuzu” para Itália, em Dezembro de 2013, esta unidade industrial encerraria definitivamente em 2014 e seria pedida a sua insolvência em 2015.
Quanto às instalações de Cabo Ruivo, actualmente ao abandono à espera de algum projecto de reconversão ou substituição do edifício … pela sua importância no comércio automóvel, muito pela importação exclusiva de marcas conceituadas europeias, mas também pela venda de produtos portuguesas, o edifício ficaria para sempre associado ao esplendor económico e industrial dos anos 60 do século XX, tornando-se emblemático referência ao local, que ficaria popularmente conhecido, até hoje, como "Rotunda do Batista Russo".
2015
 
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Curiosidades Automobilísticas (28)
“Semana Citroën” em 1931, no stand da firma “Automóveis Citroën, S.A.P.R.L..” na Avenida da Liberdade, em Lisboa

1929

Garagem e stand da “Soc. Portuguesa de Automóveis, Lda.” na Rua da Escola Politécnica, em Lisboa

Posto de estrada da “PVT- Polícia de Viação e Trânsito” e respectivos agentes motorizados na estrada, em 1964

“Simca” 90A Aronde, produzido entre 1955 e 1958
fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Mário Novais), Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Municipal de Lisboa
 
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Curiosidades Automobilísticas (27)

II Circuito do Campo Grande”, em 3 de Abril de 1932. Carro “Ford” do vencedor Gaspar Sameiro

IV “Salão Automóvel de Portugal” (primeiro de Lisboa) no “Coliseu dos Recreios” de Lisboa, em 1925

Acerca deste Salão Automóvel consultar, neste blog, os seguintes links: I Salão Automóvel de Lisboa (1) e I Salão Automóvel de Lisboa (2)
“Lincuri” na Avenida da República, em Lisboa

Chegada do “Rallye de Monte Carlo” a Lisboa dos concorrentes que se apresentaram à partida, a partir de Lisboa, para o Rallye de Monte Carlo. “Simca” de Jorge de Mello e Faro (Conde de Monte Real) na Rua Rosa Araújo junto à Sede do ACP, em em 22 de Janeiro de 1952

fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
 
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Eu conforme for lendo vou colocar aqui para partilhar, espero não ser chato. Mas o trabalho de investigação e compilação é deliciosa :p
Agora a GRANDE questão? Onde estão estás autênticas preciosidades? Ainda por Portugal???????
 
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Motor Palace FIAT em Lisboa


O edifício da “Motor Palace Fiat”, propriedade da “FIAT Portugueza, S.A.” e localizado na Avenida da Liberdade, 253 (actual 249), em Lisboa, foi inaugurado pelo Chefe de Estado General Óscar Carmona em 20 de Junho de 1929. O projecto foi da responsabilidade do arquitecto José Cottinelli Telmo (1897-1948), tendo a obra sido promovida pela “Sociedade Comercial Luso-Americana”.
Na elipse desenhada, o terreno que viria a ser ocupado Na elipse desenhada, o “Motor Palace Fiat” já construído
Oficinas e anexos nas traseiras Vista nocturna do stand

“Motor Palace Fiat” à direita na foto
Quanto à sua inauguração, no mesmo dia, o jornal “Diario de Lisbôa”noticiava:
«Realizou-se hoje, solenemente, a inauguração do novo Palacio da "Fiat", ao alto da Avenida da Liberdade.
O sr. Presidente da Republica compareceu acompanhado de seus ajudantes. Estavam tambem o sr. ministro da Marinha e os srs. ministros de Italia. A Camara Municipal estava representada pelo seu presidente, sr. coronel Mardel Ferreira. Centenas de pessoas de distinção, nos nossos meios industriais e automobilisticos.
O Palacio, que é uma esplendida representação da industria italiana de automoveis, oferece, ás 16 horas, um belo aspecto.
O sr. general Carmona, ao Champagne, brindou pelas prosperidades da Fabrica Italiana de Automoveis de Turim e pela Italia, assinalando que era com prazer que assistia áquela festa de inauguração de um "stand" da industria de um país amigo de Portugal.
O sr. ministro de Italia respondeu, afirmando-se cativado com a visita presidencial, pelo que ela significa de amizade italo-portuguesa.»

Pequena notícia acerca da inauguração na revista “Ilustração”


Fotos de 16 de Outubro de 1931

No jornal “A Vanguarda” de 28 de Junho de 1929

Interior do stand e gabinete com o mapa indicando os agentes “Fiat” em Portugal, em 28 de Agosto de 1930

Página publicitária na “Ilustração” a seguir à inauguração, na revista de 1 de Julho de 1929
Este edifício do “Motor Palace FIAT” viria a ser demolido e no seu lugar construído, em 1959, o edifício-sede da petrolífera holandesa “SHELL” - “Royal Dutch Shell” - em Portugal, projectado pelo arquitecto Fernando Silva.
Tendo a “FIAT” sido fundada em 1899, a publicidade em Portugal em 1910 era a seguinte
Este edifício viria a ser demolido em 1955, passando a “Fiat Portuguesa, S.A.R.L.” para as suas novas instalações na Avenida Engenheiro Duarte Pacheco, em Lisboa, (foto seguinte).
fotos in: Hemeroteca Digital, Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca Nacional Digital, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
 
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Curiosidades Automobilísticas (26)

Oficinas da “C. Santos Lda.” na Rua de Campolide, em Lisboa


“Garagem São Cristóvão”, em Castelo Branco

Firma “Rios D’Oliveira” na Avenida da Liberdade, em Lisboa, e em duas épocas diferentes

Estação de Serviço da firma “Combustíveis do Alto Alentejo, Lda.”
Curiosidades Automobilísticas (25)

“Stand República” de “A.R. Garcia, Lda.”

Stand e oficinas da “Sociedade Comercial Guérin, SARL” na Rua José Estevão, em Lisboa e inaugurado em 2 de Dezembro de 1964


Acerca da história da “Sociedade Comercial Guérin, SARL” , consultar neste blog o seguinte link: Guérin, Lda.”.
Oficinas e linha de montagem do modelo “Unimog” da firma “C. Santos, Lda” em Sete-Rios

Oficinas da “Sorel, Limitada” na Rua Vasco da Gama (actual Rua D. Luiz I), em 1947
 
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Curiosidades Automobilísticas (24)
Stand da “Guerin, Limitada”, na Praça dos Restauradores, em 1930

Bomba da “Shell” na Avenida Ribeira das Naus, junto ao edifício da “Administração do Porto de Lisboa”
CFT003 111132 002 CFT003 111134 003
Stand da firma “C. Santos, Lda.” na cidade do Porto
Stand da C. Santos.9 (Porto)
Novo edifício da “Garagem Conde Barão”, inaugurado a 5 de Abril de 1955, na Avenida 24 de Julho, em Lisboa
fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Arquivo Municipal de Lisboa
Curiosidades Automobilísticas (23)

Linha de montagem de automóveis “Ford”, da “Ford Lusitana” e inaugurada em 6 de Janeiro de 1964, na Azambuja


Stand da firma “Mário Baptista Coelho, Lda”, em Lisboa, e distribuidores dos automóveis alemães “DKW”
Na foto anterior, da esquerda para a direita e em primeiro plano:
“DKW” Junior, de 1957
”DKW” F5 Front Luxus Cabriolet, de 1938
”DKW” 1000 Coupé, de 1958
Stand da firma “C. Santos, Lda.”, em 1961, na Avenida da Liberdade, em Lisboa

Stand da “Sociedade Portuguesa de Automóveis, Lda.” na Avenida da Liberdade com automóveis “Renault” modelos “Dauphine” e “Floride” (em primeiro plano) em exposição em 1958
fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
 
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Curiosidades Automobilísticas (22)

Apresentação dos automóveis “Vanguard” na “Feira Popular de Lisboa” em 1948

Um stand da “A.M.Almeida, Lda.”, em 1956
Na foto anterior: em primeiro plano o primeiro “Wolseley” voiturette, vencedor da medalha de ouro na prova das “1.000 miles” de 1900. Atrás, e de cor clara, um “MG” Magnette ZA Saloon. Atrás deste um “Riley” Big Four, e à esquerda na foto um “Wolsely” 15/50 todos de 1956.
Oficinas da “C. Santos, Lda.” na Rua de Campolide que prestava assistência técnica ás marcas “Rolls-Royce” e “Bentley”, além da “Mercedes-Benz”

“Studebaker” Commander de 1958, no Stand da “C. Santos, Lda.” na Avenida da Liberdade, em Lisboa
Fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
Curiosidades Automobilísticas (21)

Stand da “Auto-Aero,Lda.” na Rua Augusta, representante dos automóveis “Ford” e “Lincoln”

Stand da “Automóveis Citroën, S.A.P.R. Lda.” na Avenida da Liberdade

1927

Stand da Firma “Contreras & Garrido, Lda.” , na Avenida da Liberdade e representante dos automóveis “REO”

1928

“Palace Stand” da firma “Alexandre de Mendonça Alves, Lda.”, na Rua Eugénio dos Santos e representante da “Chevrolet”

1929
Estas instalações depois de terem albergado ao club “Arcádia”, foi ocupado pelo restaurante-cervejaria “Solmar”, que ainda hoje aqui funciona, e cuja história pode ser consultada neste blog no seguinte link: Restaurante-Cervejaria Solmar
fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Arquivo Nacional da Torre do Tombo
 
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Centro Mobil de Trânsito

O "Centro Mobil de Trânsito", foi construído no "Jardim Zoológico de Lisboa" por iniciativa da Mobil Oil Portuguesa”, junto ao "Jardim dos Pequeninos", tendo sido inaugurado a 10 de Maio de 1963, pelo Ministro das Comunicações e pelo Subsecretário de Estado da Educação Nacional.
Este Centro tratava-se de uma instalação fixa, destinada a permitir o ensino das regras de trânsito à população infantil e à aquisição, por esta, de hábitos de segurança rodoviária. Em visitas sucessivas, as crianças recebiam ensinamentos, por meio de jogos, exercícios, concursos e breves lições, teóricas e práticas. Para tal estava equipado de uma sala de aula com capacidade para 30 crianças, sala de recepção, instalações sanitárias e um pequeno posto de socorros, além de um armazém de material.

gentilmente cedido por Carlos Caria


4 fotos anteriores gentilmente cedidas por Carlos Caria
Para a prática de conhecimentos ministrados na aula, existia uma pista concebida por forma a incluir o maior número possível de problemas de circulação, com recurso à maioria dos sinais de trânsito, pista essa constituída por ruas alcatroadas, passeios empedrados, passagens de peões devidamente assinaladas, passagens superiores e inferiores, parques de estacionamento, paragens de transportes colectivos, etc. A isto tudo, juntavam-se 4 semáforos luminosos, de comando manual, que permitiam aos orientar o trânsito de peões e "automobilistas" na avenida principal. Todos os sinais estavam montados em bases fixas, mas com a possibilidade de serem deslocados e trocados de lugar de forma a serem criados diferentes esquemas de circulação.

Para tal o "Centro Mobil de Trânsito" dispunha de material circulante composto por pequenas réplicas de "karts", movidas a pedais, além de um camião-tanque miniatura e outras viaturas especiais.
Segundo a sua organização: «É também objectivo do Centro Mobil de Trânsito servir de "laboratório", para ensaio de métodos de ensino infantil da segurança rodoviária, posto à disposição dos metodólogos e professores aos quais é, quase sempre, difícil improvisar materiais e locais que lhes permitam reproduzir, ou recriar, o trânsito verdadeiro, da maneira mais convincente e atraente.»
Nota:
Acerca da história da “Mobil Oil Portuguesa” consultar neste blog o seguinte link: “Mobil Oil Portuguesa”.
Instalações da “Mobil Oil Portuguesa” em Cabo Ruivo, em Lisboa
 
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Mobil Oil Portuguesa

A “Mobil Oil Portuguesa”, subsidiária da norte-americana “Mobil”, foi, até ao ano 2000, a empresa mais antiga a operar em Portugal. A sua actividade, no nosso país, remonta em 1896 quando se instalou em Portugal sob a primitiva designação “Vacuum Oil Company, Inc.”, fundada em 1866 por Matthew Ewing e Bond Hiram Everest, de Rochester, em New York.

Resultado de diversas fusões entre a “Vacuum Oil Company, Inc.” com outras congéneres, foi mudando de designação, como aconteceu com a fusão desta empresa com a americana “Standard Oil”, de que resultou a “Socony-Vacuum Corporation”, permanecendo assim até 1931, ano em que passa a designar-se “Socony Mobil Oil Company”.

A partir de 1963, passa a designar-se como “Mobilgas” - em Portugal “Mobilgás” - e pouco tempo depois, apenas como “Mobil”.

Em Portugal, após a primeira designação com que aqui apareceu, “Vacuum Oil Company”, passou para “Socony-Vacuum Oil Company”, em 1941. Depois passa a “Socony Vacuum Portuguesa” em 1952 e finalmente, em 1955, adoptou a actual designação de “Mobill Oil Portuguesa”.
Sede da “Vacuum Oil Company” e mais tarde da “Mobil Oil Portuguesa” até 1971, na Rua da Horta Sêca
1926 1927

1928
Desde os seus primeiros anos de actividade em Portugal que apoiou as provas desportivas automobilistas aqui realizadas, e edita também as suas primeiras cartas itinerárias do País bem assim como o primeiro Guia do Automobilista Português. Entre 1920 e 1928, a “Vacuum Oil Company”ficou largamente conhecida, pois instalou, por sua própria conta, milhares de sinais de trânsito nas estradas portuguesas.
1927 Vila Real de Santo António

Primeiros sinais de trânsito e patrocinados pela “Vacuum Oil Company”
Placas de Sinalização
Colaborando activamente com diversos organismos e organizações em Portugal, - “ACP - Automóvel Clube de Portugal”, “Diário de Notícias”, “CSV - Conselho Superior de Viação” - principalmente em 1928 ano em que, a 1 de Junho, se fez a inversão do sentido de marcha nas nossas estradas, da esquerda para a direita, tendo o “Diário de Notícias” publicado um anúncio de primeira página, durante uma semana, a “Vacuum” ter instalado milhares de panos de lona onde se podia ler “PELA DIREITA”, e o “CSV” ter enviado cartas a todos os padres e curas do País, para que estes elucidassem e avisassem os paroquianos que o transito passava a ser feito pela direita e não pela esquerda, como até então.

1 de Junho de 1928

A “Mobil Oil Portuguesa” foi também a primeira a fazer a distribuição de petróleo a granel em barris de madeira, utilizando carros de tracção animal, a que se chamavam «galeras». Em 1924 inicia em Portugal a distribuição de produtos por carro-tanque.
Entretanto, já em 1910 tinham começado a ser distribuídos, pela empresa concorrente “The Lisbon Coal and Oil Fuel Company”, combustíveis e lubrificantes com a marca “Shell”. Passados 4 anos instala-se no nosso país a própria “Shell”, com a construção e operação dum parque de armazenagem. Em 1930 a “Lisbon Coal and Oil Fuel Company” muda de nome para “Shell Company of Portugal”.
Depósitos de armazenagens de combustíveis em Lisboa, da “Vacuum Oil Company”
Em 1919 é constituída a firma “Costa & Ribeiro”, dedicada à comercialização de combustíveis e que estará na origem da comercialização dos produtos petrolíferos das marcas “Atlantic” e da “BP”, sucessivamente. A actividade da “BP” remonta a 1929 quando é criada em Portugal a “Companhia Portuguesa dos Petróleos Atlantic”. Em 1955 muda para “BP” abrindo o primeiro posto de venda a retalho em 1956.
A “Vacuum Oil Company” foi, também, a primeira a instalar bombas de fornecimento de gasolina auto-medidoras, - com indicativo “Auto-Gazo” - primeiramente manuais e depois eléctricas, bem assim como uma vasta rede de distribuição de combustíveis e lubrificantes para quase todas as finalidades. Foi também através desta empresa que se abasteceram os primeiros aviões a jacto nas suas ligações regulares entre a Europa e a América.
Dois postos da abastecimento com bombas “Auto-Gazo” na Avenida da Liberdade, em 1930 e 1939 respectivamente

Stand da “Vacuum Oil Company” no “I Salão Automóvel de Lisboa” em 1925

Abastecimento de um avião “Douglas DC-6 Super Clipper” no Aeroporto de Lisboa
Em 1933 é constituida a “SONAP - Sociedade Nacional de Petróleos” que inicia operações de distribuição. Instala um terminal no Norte do país e instalações industriais nos arredores de Lisboa. Cerca de 40 anos mais tarde a “SONAP” virá a ser integrada na “Petrogal” resultado da onda de nacionalizações em 1975.
Corria o ano de 1935 quando se desencadeia um «guerra de preços» envolvendo as concorrentes, “Vacuum”, “Shell” e “Atlantic”, que só terminaria com a fixação dum preço oficial (superior ao dobro do preço então vigente no mercado), pelo Ministro das Finanças de então, Dr. Oliveira Salazar.
Lista publicada em 1937

Em 28 de Julho de 1937 é fundada a SACOR - Sociedade Anónima de Combustíveis e Óleos Refinados, SARL, passando a ser a primeira empresa petrolífera portuguesa a dominar todo o processo, desde a importação, transporte, refinação e distribuição de produtos petrolíferos.
Presença nos Caminhos de Ferro Portugueses
1953 1964

Em 20 de Julho de 1956 a “Mobil Oil Portuguesa” inaugura as novas instalações em Cabo Ruivo, junto à refinaria da “Sacor”, para abastecimento de viaturas de transporte de combustíveis, manutenção e armazenagem de todo o tipo de equipamento para fornecimento e distribuição de produtos refinados.
“Mobil Oil Portuguesa” em Cabo Ruivo, junto à refinaria da “Sacor”












Presença da “Mobil Oil Portuguesa” na cidade do Porto
1963


Terminal de “Gás Mobil” no rio Douro
Mais recentemente, a “Mobil” foi líder na instalação de uma rede de postos de abastecimento no estilo “self-service”, oferecendo aos consumidores uma gama integrada de lubrificantes sintéticos para o automóvel, aviação, marinha e indústria. Foi esta empresa também a primeira a abrir uma “Área de Serviço” em auto-estradas portuguesas, mais concretamente na Mealhada. Nos anos 80 do século XX volta a ser pioneira e lança no nosso mercado a gasolina sem chumbo.
Postos de abastecimento “Mobil”
Sobral de Monte Agraço em 1961 Pedrouços em 1957
Setúbal em 1957 Ramalhão (Sintra) em 1957
Montijo em 1958 Avenida Almirante Gago Coutinho em 1961
Em 1960, a “Mobil Oil Portuguesa” e a “Shell” iniciam a comercialização do gás doméstico e industrial, utilizando o “GPL - gases de petróleo liquefeitos” produzidos na refinaria da “Sacor” em Cabo Ruivo, que tinha arrancado com a produção de GPL em Outubro de 1958, a partir da unidade de “cracking catalítico”. Seguira-se-lhes a “BP” em 1964 e a “Esso” em 1968.
A “Mobil Oil Portuguesa” foi a primeira petrolífera a obter a certificação do “Instituto Português da Qualidade”, em Fevereiro de 2004, garantindo, assim, uma maior credibilidade aos produtos que apresenta nos mercados, nacional e estrangeiro.
No ano 2000 a “BP Portuguesa” compra a “Mobil Oil Portuguesa”, com a qual em 1996 havia estabelecido uma «joint-venture». Desta aquisição ficaram excluídos a marca “Mobil” bem como os negócios de Aviação e Marinha, todos absorvidos pela “Esso Portuguesa”. Alguns meses antes a “Exxon” e a “Mobil” haviam-se fundido, a nível mundial, criando a gigante “ExxonMobil” inviabilizando a continuação da anterior «joint-venture» entre a “Mobil” e a “BP”.
Nova sede da “Mobil Portuguesa” em construção na Rua Castilho em Lisboa

Em 29 de Julho de 1971 é inaugurada a nova sede da “Mobil Portuguesa”



Mais tarde em 2008, a “Galp” assinaria um acordo com a “ExxonMobil”para a compra dos negócios da “Esso” em Portugal e Espanha, e com a italiana “Agip” para aquisição da sua rede de postos de abastecimento, também na Península Ibérica.
fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Digital, Bic Laranja, Arquelologia Industrial, Biblioteca Nacional Digital, Rua dos Dias que Voam
 
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Sacor

Sendo Cabo Ruivo uma zona industrial por excelência, situada entre a Matinha e Beirolas (onde se encontrava o Depósito Geral de Material de Guerra), aqui foi inaugurada a 11 de Novembro de 1940 a refinaria da SACOR, com um potencial de refinação de 300.000 toneladas/ano. Esta refinaria estava ligada, por pipelines, a uma ponte-cais, no rio Tejo, com 300 m de cais acostável para os petroleiros que abasteciam a mesma.
Fundador da SACOR, Martin Saim, na inauguração da Refinaria de Cabo Ruivo


1940 1955
1940 Sacor
Esta refinaria produzia os seguintes produtos: Gasolina, Gasóleo, GPL (gás de petróleo liquefeito), Fuelóleo, Nafta, Jet fuel (combustível para aviões), Betume (para asfaltos e isolante) e Enxofre (para produtos farmacêuticos, agricultura e branqueamento da pasta de papel).

A “SACOR - Sociedade Anónima de Combustíveis e Óleos Refinados”, fundada em 28 de Julho de 1937, por um romeno radicado em França, Martin Saim, foi a primeira empresa petrolífera portuguesa a dominar todo o processo, da importação, transporte, refinação e distribuição dos produtos petroliferos.
1957 1960


fotos anteriores in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Mário Novais)
Até então todos os combustíveis e produtos derivados do petróleo eram importados pela “Shell Company of Portugal, Ltd.”, “SONAP - Sociedade Nacional de Petróleos”, “Socony-Vacuum Oil Company” e a “Companhia Portuguesa dos Petróleos – Atlantic”.
Lembro que já em 1933 tinha sido criada a “SONAP-Sociedade Nacional de Petróleos’” que nunca passou de mais uma distribuidora até ser integrada na futura Petrogal em 1975 a quando da nacionalização do sector.
Curiosidade: na foto original da bomba de gasolina da SONAP, em finais dos anos 50, vi que o preço da gasolina estava em 4$00 o litro (2 cêntimos de €) …. e na altura a bomba vendia gasolina “super” e “normal”
A 13 de Junho de 1947 é criada a “Soponata - Sociedade Portuguesa de Navios Tanques’” empresa para transporte marítimo do crude, e detida pelas cinco empresas petrolíferas de então, e pelas Companhia Nacional de Navegação, e Sociedade Geral de Comércio, Indústria e Transportes, e pelas cinco empresas que operavam em Portugal como importadoras e distribuidoras de combustíveis líquidos atrás referidas.
Navio-Tanque “Neiva” (1976-1984), 323.114 toneladas e 346 metros

Cartaz de 1950
A SACOR manteve sempre uma posição dominante na distribuição dos produtos refinados do petróleo, introduzindo em 1958 a "gasolina Super", e fundado a Gazcidla para a distribuição de gás butano (doméstico) e propano (industrial).
Carros de distribuição da “Gazcidla
Em 1959 a SACOR cria a sua própria empresa de navegação, A “Sacor Marítima”, para transporte dos seus produtos.
Navio “Sacor” em 1962
Esta refinaria de Cabo Ruivo foi sendo ampliada ao longo da sua existência até entrada em funcionamento da Refinaria de Sines em 1979, que originou a sua desactivação.

1959 1960

Posto de abastecimento em Évora Bomba da Sacor

Posto de abastecimento na Parede
“Sacor” abastecendo um “Caravelle” da TAP Camiões-Tanque da SACOR na portagem de Sacavém

Stand da SACOR na “FIL - Feira das Indústrias de Lisboa”, em 1963, por ocasião dos 25 anos da refinação em Portugal
6 fotos anteriores in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Mário Novais)
Foi desmantelada por ocasião da Expo'98, restando no seu lugar apenas a torre de cracking da refinaria (na foto seguinte).
Torre de cracking Título de 1 acção de 1973
A refinaria de Sines é responsável por 70 % da refinação em Portugal e a sua capacidade actual é de 220.000 barris de crude refinados por dia.
1959 1975
Outra grande refinaria é a do Leça da Palmeira, inaugurada em 1970 apesar de ter iniciado a sua laboração ainda em 1969, com capacidade para 90.000 barris de crude refinados dia. É uma refinaria simples sendo o seu complexo constituído por 3 fábricas: aromáticos, óleos base e lubrificantes.
Inauguração da refinaria da SACOR em Leça da Palmeira
A SACOR foi nacionalizada em 1975 e integrada na nova empresa, então criada, “Petrogal – Petróleos de Portugal, S.A.”, que mais tarde deu origem à “Galp Energia” que hoje conhecemos.
Em 1978 a “Petrogal – Petróleos de Portugal, S.A.” inaugura a Refinaria de Sines em 15 de Setembro de 1978. A construção desta refinaria integrava-se numa estratégia de exportação para o mercado dos EUA, numa conjuntura internacional de expansão do consumo de produtos petrolíferos. Após as crises do petróleo, a refinaria de Sines acomodou a sua produção às necessidades do mercado doméstico, atualizando o nível tecnológico do seu aparelho por forma a torná-lo competitivo em cenário de crise.

A refinaria de Sines é uma das maiores da Europa, com uma capacidade de destilação de 10,8 milhões de toneladas por ano, ou seja, 220 mil barris por dia
 
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