Músicas para conduzir à sexta à tarde

HugoSilva

"It’s gasoline, honey. It’s not cheap perfume."
Eventos Team
Sim, aquele que é unanimemente apontado como o melhor dia útil da semana. Aquele em que saltamos da cadeira e como dizia a minha avó materna, "até os calcanhares nos batem no cú", em direção ao parque!
Para muitos é primeira vez nos últimos dias, em que podemos pegar no bólide e ir dar uma volta mais longa e conduzir com a alegria própria de quem vislumbra no horizonte aquelas quarenta e oito horas que idealmente servem para recarregar baterias (ou estragá-las ainda mais!).
O som que a chave faz durante a viagem que lhe impomos enquanto a empurramos pelo canhão da ignição é diferente, mais metálico, mais melodioso, uma aproximação análoga àquele "chiripiti" que se saboreia após o café, um cálice de Moscatel Roxo ou um bagaço artesanal da casa.

Depois cometemos um pecado, decidimos que hoje não nos apetece ouvir o ronco do que se esconde por baixo do capot até porque durante a semana a menos que tenhamos as chaves anexadas a um porta-chaves em forma de serpente ou de trevo de quatro folhas provavelmente nem vale a pena... :xD: ... picardias à parte, apetece-nos ouvir umas músicas e as vossas são?...

Começo eu com a primeira sugestão...

 
Uma vez ouvi Slipknot enquanto conduzia a R1... não recomendo!! Para mim música (rápida) e motos rápidas não devem combinar.

Para o dia a dia, incluindo sexta-feira, sou mais de ouvir Tool, desde os albuns mais antigos até aos mais recentes.

 
...e já que ontém arranquei com o Bernardo, fecho hoje com:



Ouçam por favor. Para dar espessura a uma noite de outono. Um legado magnífico que faz vivo quem hoje não está.
 

JorgeMonteiro

...o do "Boguinhas"
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Não posso entrar no espírito do tópico, porque o meu "bólide" não permite apreciar outra banda sonora que não seja a do biciclindrico.

De qualquer forma, gosto de algumas das sugestões anteriores, como U2 e The Cure.

Algumas musicas convidam mesmo a rolar sem destino. Para mim, esta é uma delas. Em modo repeat dava a volta a Portugal.

 

Pedro Teixeira

Portalista
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Whitesnake - Here I Go Again '87 (Official Music Video)


 


La Campanella é uma obra do compositor barroco Paganini adaptada por Liszt a piano o que resulta nisto que se ouve e que se vê.

Digo que se vê, porque existe efectivamente uma dimensão exibicionista do intérprete sob a forma de execução e de tempo (e logo com quem. O Lang Lang está longe de ser dos meus pianistas favoritos, apesar do imenso virtuosismo)

O Sequeira Costa dizia aos seus alunos que queria pianistas, e não "Lang Langs".

Dito isto, e independentemente do pouco intimismo da peça com este tipo de interpretação, é quase com que, e perdoando - se a grosseria da comparação, um troço em estrada de terra com um Alfa GTV6 às mãos do Yves Loubet.

Quem disse que música clássica não pode ser agitada?
 
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António_Vidal

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La Campanella é uma obra do compositor barroco Paganini adaptada por Liszt a piano o que resulta nisto que se ouve e que se vê.

Digo que se vê, porque existe efectivamente uma dimensão exibicionista do intérprete sob a forma de execução e de tempo (e logo com quem. O Lang Lang está longe de ser dos meus pianistas favoritos, apesar do imenso virtuosismo)

O Sequeira Costa dizia aos seus alunos que queria pianistas, e não "Lang Langs".

Dito isto, e independentemente do pouco intimismo da peça com este tipo de interpretação, é quase com que, e perdoando - se a grosseria da comparação, um troço em estrada de terra com um Alfa GTV6 às mãos do Yves Loubet.

Quem disse que música clássica não pode ser agitada?

Só uma pequena correcção. São os dois compositores românticos. Paganini morre em 1840 e Liszt morre 46 anos depois.
MAS!!!
Venha o violino de Arese sem sombra de dúvida :cool:;)
 
@António_Vidal tens toda a razão.

A minha razão prende-se com o facto de não do ponto de vista de estilo, mas de enquadramento cronológico Paganini estar quase justaposto com o início do período romântico e o barroco tardio. (estava a pensar no Vivaldi enquanto escrevia, e ao mesmo tempo a pensar no 3° movimento da moonlight sonata do Beethoven que é algo que por textura acaba por se assemelhar à Campanella)

Naturalmente que quanto ao estilo não tem rigorosamente nada a ver. O Paganini, que era uma figura muitíssimo particular, foi muito moderno na abordagem compositiva e ao instrumento, e conseguiu de facto dar solo ao violino conseguindo retirá-lo do papel habitual de elemento de orquestra e atribuir-lhe um protagonisto completamente inovador e inusitado à época relativamente a cordas.

Existe ainda assim uma ponte com o barroco e com um violinista a quem foi beber inspiração, esse sim barroco, o Pietro Locatelli.

No caso, da campanella, fica apenas a passagem da obra entre 2 especialistas de diferentes instrumentos.

Coisa diferente, e aqui sim com origem no barroco, na raiz, no ícone do barroco a obra adaptada de Bach a teclas pelo Busoni, magistralmente interpretada, e aqui sim por um dos meus pianistas favoritos, cujo repertório de interpretação era reduzidíssimo, mas elevado de forma maniacal ao expoente máximo da perfeição, o Arturo Benedetti Michelangeli... que tem umas histórias interessantes associadas ao automóvel, aliás, foi piloto. Voltarei ao tema.
 
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António_Vidal

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@Miguel Gomes Dinis não conhecia.. Vou investigar o pianista que mencionou.
Quanto ao concerto para instrumento solo, já é recorrente no Barroco, mas é no Clássico que a coisa muda de forma a começar pelos sopros. Há menos individualidades na orquestra, aumentando o número de vozes com "apenas" função harmónica combinado com uma série de virtuosos que escreviam os próprios concertos e percorriam a Europa toda. Vemos exploração do âmbito como primeiro detalhe. Os sopros já permitem registo mais agudo, há um desenvolvimento da técnica tanto dos dedos assim como expressiva sem esquecer a crescente duração das frases que obrigam a maior resistência física do músico. Nas cordas surge o espigão para o violoncelo (ainda que muito pequeno) e o formato dos arcos já é mais parecido com os modernos do que com os barrocos.
Já nos fins do Clássico, transição para o Romântico, finalmente os músicos especializam-se apenas num instrumento. (no Clássico, destacando Haydn, em que o 1º e 3º andamento duma sinfonia são escritos para oboé enquanto que o 2º é escrito para flauta mas são escritos para o mesmo músico, mas há mais exemplos)

Esta especialização era o que faltava para o desenvolvimento do virtuosismo técnico e com posicional que ainda hoje nos encanta.
A revolução industrial, o que fez aos instrumentos e, consequentemente aos músicos, fica para outro dia
 
Falando neste período e do violino como protagonista, e no Viotti que foi aluno de um e mestre de outro, num prelúdio allegro de Gaetano Pugnani (que kreisler tomou como seu) inspirado em Bach. Não em Joahn Sebastian, mas em Johan Christian Bach. Numa interpretação magistral de um violinista de outro mundo. Itzhak Perlman.



Quanto ao piano existem dois pilares contemporâneos. Normalmente quem gosta de um não gosta do outro. Glenn Gould e Arturo Benedetti Michelangeli. Gosto dos dois, mas prefiro o intimismo e o rigor do desenho a esquadro do Benedetti. É fascinante!!

@António_Vidal (por favor trata-me por tu!!) ouve isto:

 
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E já que falámos em barrocos, o único compositor de época não italiano ou alemão com obra verdadeiramente interessante. Henry Purcell.



E daqui podíamos partir para Handel...Para o Lied alemão, para a opera francesa e glorificar com ópera, italiana ou escola dela. O meu género musical (teatral e cénico) favorito. E tanto para dizer apreciar, mas tanto que ficará para futuras intervenções.

E com isto me lembro que participo aqui mais com música do que com automóveis ultimamente.

Mas muito se explica da raiz das minhas preferências por isto mesmo. Pela música. Neste limbo de vibrato. E sobretudo em Itália. Pelo que tudo se liga pela origem.
 
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