Honda N600 - Contagem decrescente (abortada)

Diários de Bordo

Honda N600 - Contagem decrescente (abortada)

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Rui Durão

Rui Durão

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Uma questão para as mentes mais inclinadas para a engenharia. Como referi lá atrás, vou meter 4 rolamentos novos na frente (e na traseira também, mas isso agora interessa pouco). Os rolamentos (a verde no esquema abaixo) entram aos pares na manga de eixo, um por cada lado, ficando com um espaçador (a laranja) entre eles. Os rolamentos assentam num ressalto dentro da manga de eixo, não dependendo desse espaçador para assentar. rolamentos.png

Os rolamentos que estavam no carro só tinham vedantes na parte exterior, ficando toda a zona entre os dois rolamentos inundada de massa, incluindo o espaçador. Sem o vedante interior, cada rolamento beneficiava também da lubrificação dessa massa que ficava na parte central, entre os dois rolamentos.

Agora a tal questão: os rolamentos novos trazem vedantes dos dois lados. É fácil retirar o vedante de um dos lados, mas a questão é se ganho alguma coisa com isso. Assumo que os rolamentos modernos (e são SKF, portanto não duvido da qualidade) vêm devidamente lubrificados para muitos anos de uso, e portanto não preciso de reforçar essa lubrificação (do rolamento) abrindo o vedante para que ele aproveite também a massa que fica no centro. Ou está-me a escapar alguma coisa?
 
Uma questão para as mentes mais inclinadas para a engenharia. Como referi lá atrás, vou meter 4 rolamentos novos na frente (e na traseira também, mas isso agora interessa pouco). Os rolamentos (a verde no esquema abaixo) entram aos pares na manga de eixo, um por cada lado, ficando com um espaçador (a laranja) entre eles. Os rolamentos assentam num ressalto dentro da manga de eixo, não dependendo desse espaçador para assentar. Ver anexo 1230734

Os rolamentos que estavam no carro só tinham vedantes na parte exterior, ficando toda a zona entre os dois rolamentos inundada de massa, incluindo o espaçador. Sem o vedante interior, cada rolamento beneficiava também da lubrificação dessa massa que ficava na parte central, entre os dois rolamentos.

Agora a tal questão: os rolamentos novos trazem vedantes dos dois lados. É fácil retirar o vedante de um dos lados, mas a questão é se ganho alguma coisa com isso. Assumo que os rolamentos modernos (e são SKF, portanto não duvido da qualidade) vêm devidamente lubrificados para muitos anos de uso, e portanto não preciso de reforçar essa lubrificação (do rolamento) abrindo o vedante para que ele aproveite também a massa que fica no centro. Ou está-me a escapar alguma coisa?

No Renault 6 é tal e qual o mesmo sistema! Eu retirei o vedante de cada um dos lados virados para dentro dos rolamentos e enchi esse espaço entre o casquilho e a manga de eixo de massa! Os meus Rolamentos eram da FAG, ao abrir até achei que traziam pouca massa para o "trabalho pesado" que executam...
 

Pedro Seixas Palma

Pre-War
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Tricky...
Primeiro que tudo, o espaçador é a peça mais importante aí e não pode faltar.
Os rolamentos modernos são selados e não requerem lubrificação (os que são). A minha dúvida é que do catálogo da SKF não constam rolamentos para o N600, pelo que esses podem ser rolamentos SKF com as dimensões corretas para um N600 sem serem rolamentos automóveis.
Resumindo, a lubrificação de fábrica pode não ter sido pensada para esta utilização. Acho que os abria e enchia de massa...
 

Fabio Brochado

Veterano
Vou dar os meus 2 cêntimos de raciocínio à coisa: 1ºdeveriam ser cónicos ou de agulhas para aquentar mais carga mas se não forem usa pelo menus massa de alta temperatura a massa que vem da SKF é muito boa mas não
é para pressões/carga+temperatura=:blink: arranja massa de alta-temperatura em cobre.
Abre os rolamentos de lado interior enche com massa de cobre! dura mais uns 15 anos :thumbs up:

A massa que falo podes comprar na Sove ;)
 
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Rui Durão

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Obrigado pelas ideias. Na verdade esta discussão é algo académica, porque estamos a falar de um carro que pesa menos de 600kg em ordem de marcha, que só dará mais de 130km/h numa descida com vento de traseira, com 4 rolamentos na frente que têm uma classificação de carga dinâmica básica de 23kN, e que não fará milhares de quilómetros por ano. Dito isto, vou abrir o vedante e meter a massa! ;)
 
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Rui Durão

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Tem havido progresso no pequeno Honda. Com a entrada no pintor ainda pendente, tenho-me entretido a abrir as caixas de peças que estão empilhadas num canto da garagem, e surpreendendo-me com o que encontro lá dentro. A última que abri tinha lá dentro a bomba de gasolina, de que já tinha falado aqui. O ponto de partida era este:

1641290704942.jpg


Desmontei a bomba para a limpar, e a certa altura caiu lá de dentro um conjunto de pequenas peças - pensei que as minhas hipóteses de reconstruir aquela bomba tinham sido reduzidas a zero. O cenário não era animador, mas fui seguindo com o trabalho.

1641290704939.jpg

No fim consegui voltar a montar tudo, a parte metálica foi limpa com escova de arame, o autocolante foi cuidadosamente retirado e esfregado com um dodot de limpar rabinhos de crianças, as peças de plástico foram levemente lixadas e pintadas de preto. Ainda me falta acabar de limpar a tinta do fio positivo, mas não correu mal:

1641290704936.jpg

Um teste de bancada mostrou que a bomba até estava a funcionar, mas faltava testar o débito. O manual de oficina diz que a bomba tem de ter um débito mínimo de 500 ml/min utilizando uma mangueira com 6mm de diâmetro interior (ou 250ml/min utilizando uma mangueira de 1,4mm de diâmetro interior). Abusei da outra velha senhora lá da garagem para testar:

1641290704929.jpg

No fim consegui retirar 1,5l de gasolina da mota em 58s com uma mangueira de 6mm de diâmetro interior. Fui festejar.

Faltam 481 dias.
 
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João Luís Soares

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Tem havido progresso no pequeno Honda. Com a entrada no pintor ainda pendente, tenho-me entretido a abrir as caixas de peças que estão empilhadas num canto da garagem, e surpreendendo-me com o que encontro lá dentro. A última que abri tinha lá dentro a bomba de gasolina, de que já tinha falado aqui. O ponto de partida era este:

Ver anexo 1233280


Desmontei a bomba para a limpar, e a certa altura caiu lá de dentro um conjunto de pequenas peças - pensei que as minhas hipóteses de reconstruir aquela bomba tinham sido reduzidas a zero. O cenário não era animador, mas fui seguindo com o trabalho.

Ver anexo 1233279

No fim consegui voltar a montar tudo, a parte metálica foi limpa com escova de arame, o autocolante foi cuidadosamente retirado e esfregado com um dodot de limpar rabinhos de crianças, as peças de plástico foram levemente lixadas e pintadas de preto. Ainda me falta acabar de limpar a tinta do fio positivo, mas não correu mal:

Ver anexo 1233278

Um teste de bancada mostrou que a bomba até estava a funcionar, mas faltava testar o débito. O manual de oficina diz que a bomba tem de ter um débito mínimo de 500 ml/min utilizando uma mangueira com 6mm de diâmetro interior (ou 250ml/min utilizando uma mangueira de 1,4mm de diâmetro interior). Abusei da outra velha senhora lá da garagem para testar:

Ver anexo 1233277

No fim consegui retirar 1,5l de gasolina da mota em 58s com uma mangueira de 6mm de diâmetro interior. Fui festejar.

Faltam 481 dias.

Adoro quando um clássico ajuda nos trabalhos de outro!
 
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Rui Durão

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Neste caso, o estímulo para restaurar é redobrado: numa busca rápida consegui encontrar bombas destas novas a estrear (são mitsubishi), mas nenhuma a menos de 120 USD. O motivo para festejar também veio daí...;)
 

João Pereira Bento

128coupe
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Seguindo a sugestão do @Edgar.Guerra, levei o charriot à SLM, ali perto do Trancão. Um antes:
Ver anexo 1231706

E o depois:

Ver anexo 1231707
Gostei do resultado, gostei do atendimento, vou voltar.

Nunca mais se estraga. :)

Já lá deixei muitas centenas de euros. Curiosamente o ano passado não fiz nada, este ano necessito voltar a carga.

Muita gente relatou más experiências, comigo foram sempre impecáveis.

Por quanto ficou essa peça? Curiosidade apenas, creio que os preços tenham levado uma boa atualização.
 
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Rui Durão

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Fui buscar o eixo e os pratos dos travões (ft e tr) à lacagem, um bom trabalho como no caso anterior.

1642275142972.jpg

1642275142967.jpg

A juntar aos parafusos que já tinha zincado anteriormente, o eixo traseiro já pode ser montado de novo (e está quase, depois partilho fotos). E como gosto muito de puzzles, já passei umas boas horas a organizar e a tentar descobrir onde pertence cada parafuso (e já descobri quase todos...).

1642275142954.jpg


Seguindo uma dica da Bopil, fui ao Costa Peças (perto do Campo Pequeno) à procura de vedantes para reconstruir os travões. Consegui tudo, e os bombitos de trás já estão reconstruídos e prontos a montar.

1642275142961.jpg

Pelo meio (sim, as tarefas andam dispersas, tenho 4 ou 5 coisas em curso ao mesmo tempo) comecei a reconstruir as transmissões. Foram já limpas da massa antiga, e aguardam pelo foles novos para voltarem a ser montadas. Claramente não estão novas, não têm qualquer folga radial, mas uma delas tem uma ligeira folga axial. Só quando forem montadas no carro poderei confirmar a sua saúde, mas até lá mantenho uma perspetiva positiva.

1642275142984.jpg
Pelo nível de detalhe com que estou a fazer este restauro, e já sem pensar no atraso da pintura, começo a duvidar do cumprimento do prazo de 30 de abril de 2023 - os tais 50 anos da matrícula do pequeno Honda. Vamos ver como correm os próximos meses...

Faltam 468 dias.
 
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Rui Durão

Rui Durão

Veterano
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Por curiosidade, que sobresselentes Yamaha é que o Honda leva?
Ver anexo 1234025
Bem apanhado... São vedantes do veio seletor das mudanças da mota, que estão por montar há quase um ano... E sim, também estão lá as dobradiças da mala de que falei atrás, junto com a Araldite que usei para fazer testes - e ainda não acabei isso também... E a folha que se vê por baixo de tudo é o relatório de testes do alternador do Saab que troquei há muitas luas atrás...
 
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