Guiar um clássico torna-nos melhores condutores?

José Olazabal

Viciado em Clássicos
Premium
Portalista
Já tive várias carros, muitos deles considerados apenas como carros velhos na altura e com os quais me desleixava, quer em termos de aspecto, quer pela própria condução, entre eles um Renault 12 bege de 1981 que não durou mais que um ano nas minhas mãos, pois despistei-me e bati noutro carro e lá foi o Renault para a sucata; um Peugeot 205 CJ branco que adorava por ser cabrio e que vendi com muito que arranjar; um Citroën Visa Club II castanho que acabou também vendido, depois de ter sido recuperado todo vandaiizado após um roubo, para além dos danos dum acidente anterior...:confused: Hoje teria tido mais cuidado com todos eles:rolleyes:
Isto para dizer que desde que tenho, há um ano, o Fiat 126 dei por mim.a conduzir de forma diferente: muito mais atento, muito mais preocupado em antecipar qualquer manobra ou situação perigosa, mais cuidadoso com os buracos e irregularidades do piso, a prever constantemente os maus comportamentos de outros condutores (malditos telemóveis e écrans tácteis:mad:) e sobretudo sem pressa, mesmo que a tenha;) Esta reflexão surgiu-me após ver um video interessante sobre isto dum tipo Inglês (vou partilhar aqui).
Agora quero ouvir a vossa opinião, o que vos apraz dizer sobre este assunto?
 
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Abílio Quintas

Portalista
Portalista
Já tive várias carros, muitos deles considerados apenas como carros velhos na altura e com os quais me desleixava, quer em termos de aspecto, quer pela própria condução, entre eles um Renault 12 bege de 1981 que não durou mais que um ano nas minhas mãos, pois despistei-me e bati noutro carro e lá foi o Renault para a sucata; um Peugeot 205 CJ branco que adorava por ser cabrio e que vendi com muito que arranjar; um Citroën Visa Club II castanho que acabou também vendido, depois de ter sido recuperado todo vandaiizado após um roubo, para além dos danos dum acidente anterior...:confused: Hoje teria tido mais cuidado com todos eles:rolleyes:
Isto para dizer que desde que tenho, há um ano, o Fiat 126 dei por mim.a conduzir de forma diferente: muito mais atento, muito mais preocupado em antecipar qualquer manobra ou situação perigosa, mais cuidadoso com os buracos e irreguladades do piso, a prever constantemente os maus comportamentos de outros condutores (malditos telemóveis e écrans tácteis:mad:) e sobretudo sem pressa, mesmo que a tenha;) Esta reflexão surgiu-me após ver um video interessante sobre isto dum tipo Inglês (vou partilhar aqui).
Agora quero ouvir a vossa opinião, o que vos apraz dizer sobre este assunto?
Melhor condutor, não diria... Uma vez azelha, sempre azelha.
Agora que me tornou mais cuidadoso, isso tornou. Um conjunto de procedimentos e cuidados que anteriormente não tinha, surgiram e espalharam-se ao outros carros.

Acaba por ser uma extensão de nós. Um parceiro de aventuras. É uma relação, uma "boa" amante.
Não um mero objeto para me deslocar de A para B.

E se nós cuidamos bem de quem gostámos, com os nossos "parceiros de aventura", não é diferente!

Já o tinha dito em outros locais, crio uma relação especial com os meus clássicos, independentemente do seu valor, raridade, especificidade, etc. Dificilmente, mas mesmo muito dificilmente, era capaz de me desfazer de algum... É um elemento da família!
 

António_Vidal

Veterano
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Melhor não acho. Não me torno em piloto ao andar de pré-classico. Mas sim muito mais atento ao que se passa para antecipar ao máximo todas as ações. Também é preciso estar atentos a todos os ruídos novos tendo em conta que as peças têm durações diferentes.
Último e mais importante: somos obrigados a obedecer às máquinas. Desde ao jeitinho para pegar, ao cuidado extra enquanto está frio e a forma de lidar com a caixa para entrar certinho sem arranhar, entre outros. No meu caso particular, se a caixa do 33 não fosse tão boa (:xD::xD::xD::xD:) nunca aprendia a fazer ponta-tacão ;)
 

António José Costa

Regularidade=Navegação, condução e cálculo?
Portalista
Acho que a experiência e a consciência nos faz ser mais atentos, mais cautelosos, e provavelmente mais respeitadores não só dos nossos carros, como dos restantes utilizadores da via pública. Com os clássicos eventualmente damos mais importância á viagem e a antecipação do problema até pela falta de segurança passiva e talvez alteremos o nosso comportamento porque ficamos mais conscientes de forma inconsciente do perigo, e mais calmos na utilização dos outros veículos.
 

José de Sá

"Life's too short to drive boring cars"
Portalista
Eu considero-me um bom condutor no geral, quer seja com um carro moderno ou com um clássico. O problema é que às vezes perco a noção que estou a conduzir um clássico e faço os mesmos abusos que faço com um moderno. O pior é que se as coisas correm mal, num moderno tenho muito mais segurança em caso de acidente do que num clássico.
Exemplo do Spider com cintos só de cintura. Se tiveres um acidente de frente é impossível não bateres com a cara no volante ou com a cabeça no vidro.
Tenho perfeita consciência que se tiver um acidente a 100 km/h no Spider as hipóteses de subrevivencia são praticamente nulas.
Mesmo tendo essa consciência ando só a 50km? Não!
A diferença que noto é que a acima dos 100kms no Spider(ou noutro clássico) tenho um grau de atenção extremo... que num moderno só tenho quando passo talvez dos 180.
 
Bem no meu caso não me tornou melhor condutor... mas tornei-me um condutor mais consciencioso relativamente ao carro e ao que posso ou não posso fazer com ele... Diria mesmo que há uma ligação simbiotica entre humano e máquina.
Isto de ver o nível dos líquidos é coisa recente

Bom tópico!
 

João Pereira Bento

128coupe
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Eu considero-me um bom condutor no geral, quer seja com um carro moderno ou com um clássico. O problema é que às vezes perco a noção que estou a conduzir um clássico e faço os mesmos abusos que faço com um moderno. O pior é que se as coisas correm mal, num moderno tenho muito mais segurança em caso de acidente do que num clássico.
Exemplo do Spider com cintos só de cintura. Se tiveres um acidente de frente é impossível não bateres com a cara no volante ou com a cabeça no vidro.
Tenho perfeita consciência que se tiver um acidente a 100 km/h no Spider as hipóteses de subrevivencia são praticamente nulas.
Mesmo tendo essa consciência ando só a 50km? Não!
A diferença que noto é que a acima dos 100kms no Spider(ou noutro clássico) tenho um grau de atenção extremo... que num moderno só tenho quando passo talvez dos 180.

Um bom condutor que passa dos 180km/h. :) :) :) :)

Eu pessoalmente ando mais devagar num carro novo. Ir a 120km/h ou a 179Km/h o prazer é o mesmo ou as sensações, é apenas uma questão de tempo. Como o gasóleo ou a gasolina custa tempo, prefiro ganhar o tempo em ir devagar. :p

Ainda ontem um Seat quando ia uns 80km/h passa-me no continuo sem sinalizar a manobra. Onde é que se enfiou? No espaço que estava a manter entre o camião da frente e faz-me travar. Claro que conhecendo a estrada sei que há um rectazinha com descontinuo, redução e passo o camião e o Seat SUV seguidos. Ridículo claro mas o gozo que me deu, tenho a certeza que num carro novo nem reagia. :p

Queria ir a Beja a Rua de Alcobaça tirar um foto com o 128 esta semana. :)
 
Gostar de guiar classicos faz de nós meio doidos! :D

Muitas pessoas não entendiam o porquê de gostarmos e actualmente muitos não entendem ainda. Mesmo nesta nouvelle vague vintage que se vê por aí, muitas pessoas querem conduzir ou ter clássicos porque está na moda, porque é cool e porque "dá likes".
Não são bem as razões que na minha opinião deveriam prevalecer, mas suponho que desde que sirvam para manter coisas antigas e bonitas na estrada, está tudo ok por mim.

Agora porque razão comecei a minha resposta por uma afirmação polémica?
Porque no fundo, procuramos prazer ou gozo, até mesmo motivação, em carros que são menos confortáveis, mais perigosos, menos fiáveis em muitos casos, que não nos permitem estar totalmente descansados. Em que muitos deles estão sempre a precisar de coisas novas, algumas de dificil acesso e por aí fora.

Talvez sejamos um case study, não percebi ainda muito bem é a razão de haver tanta implicância com os nossos gostos!

Uns gostam de selos, outros de vinho, outros de colecções de dedais etc etc.... Mas nenhuns são tão criticados como os que como nós gostam de carros ou motas antigas!

Eu gosto de carros clássicos (não todos) porque são muitos deles raros de se ver na estrada, porque têm história, porque gosto de lhes devolver a dignidade que perderam por via de maus tratos que sofreram quando eram apenas "carros velhos".
Gosto de pensar nas viagens que fizeram, nos momentos de alegria que assistiram, ás zangas das quais foram testemunhas, nas familias que cresceram. Lembro-me disso muitas vezes quando olhava para o 124 ST. Carro de 1974, que testemunhou uma revolução, que terá ido de férias e à lenha, que assistiu a muita coisa pela estrada fora.

Prazer de condução real e efectivo? Ás vezes não tenho o desejável, mas percebo que isso seja um óbice meu pois gosto que os meus carros andem, curvem, travem e confesso que sei que em várias alturas exijo mais mentalmente deles, do que aquilo que eles me podem dar. Já começo a estar melhor a esse nível, a aprender mais.

Os meus carros antigos eram sempre carros dos anos 80 e muitos a 90´s, ou seja carros já diferentes. Hoje em dia sei que não me posso sentar no E21 por exemplo e esperar o mesmo que tenho no M2 CP ou mesmo no Abarth Spider.

Long live the classics! :cool::wub:
 
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