João P Silva
Veterano
Sou o novo e feliz proprietário de mais um Fiat panda, que adquiri hoje mesmo.
Comprei o panda aos primeiros proprietários. A família Mendes.
Um senhor que já conheço desde criança, que fazia as reparações dos eletrodomésticos na casa dos meus pais. Aquele sr que mora ao lado da escola primária onde andei.
Aquele homem que te explica a eletrónica e eletricidade sem querer nada em troca.
A compra:
Hoje ele com 81 e eu com 30 anos, numa visita a casa dele para reparação de um auto rádio, disse em tom de conversa que queria vender o carro e se conhecia alguém que o queria, sendo que a esposa tinha dito que já não fazia sentido manter o mesmo. No entanto era o querido panda que ela tanto gostava.
O meu cérebro entrou em curto circuito, e disse " não vás ver", " foge da conversa"...
Disse que não, assim de repente não conhecia ninguém.
Passados alguns minutos fez me o convite. Voltei a fugir do assunto.
Mas a doença da ferrugem voltou em força no meu corpo. O ritmo cardíaco disparou e a ferrugem alastrou até ao cérebro.
Voltou a repetir num tom calmo. "vamos ali a cima e vez o carro." Claro! Pois. Aceitei..
Lá fomos a pé até a garagem onde estava adormecido o panda. Pelo caminho pensei. Coitado do carro vai estar todo lixado.. sem ponta por onde se pegue." Enfim que se lixe (pensei).
Ver não é comprar..
Abre o portão e ao fundo estava o panda escondido meio tapado com um tecido velho tipo capa.. coitada.. pensei. Deve estar todo lixado.
Antes de ir mais de perto desabafou.
"A esposa já não conduz a mais de 5 anos devido à idade e problemas de saúde." Eu não ando nele. " Nestes últimos anos nem andou. "
Ao aproximar vejo que o carro está num estado com muita falta de cuidados básicos, muito sujo e sem brilho. Pó imenso, em todos os lados.
Típico.. quando olho para o mesmo e começo a ver detalhes deliciosos e apetecíveis.. parecia-me estar jeitosinho.
Depois diz que a pintura é de origem e que tem apenas 49 mil km rodados!
Confirmei e continuei a pesquisar. É fácil para quem tem disto em casa.
volante num estado novo. Bancos super perfeitos, rígidos, bater de porta, palas do sol, forra do tejadilho, os botões e tablier, as borrachas!.. tudo em bom estado.
Nunca vi um panda desta época em tão bom estado e original.
Perguntou quanto valiam, e se conhecia alguém que o quisesse.
Falamos em valores, e de repente levo a facada final, que passo a citar:
-"fica com ele" dás-me xx€ e ficas com ele para ti!
Referi. Mas eu tenho um panda também... outro ? Comecei-me a rir.
Fechamos o carro e a garagem, na saída ele colocou-me a mão no ombro e disse. Pensa nisso. Eu espero João Pedro.
A caminho de casa dele, pensei "porque vim aqui. Já me vou desgraçar com mais um carro."
"Mas... O carro está mesmo jeitosinho"
O mas.. e o já agora desgraçam qualquer entusiasta faminto, pensei.
Voltamos a casa dele, e eu disse que ia pensar. Sem pressa.. e que lhe dizia um sim ou um não.
Depois de falar cá em casa, desta possibilidade e na primeira abordagem quase fui morto à facada.
Mas rapidamente consegui, depois de contada toda a história.. lá aceitou. Sem problemas.
E assim foi. Pensei uma vez, duas e três.
Manti este assunto encerrado e dentro de portas.
Algum tempo depois decidi aceitar.
Liguei, combinei e fizemos o negócio na hora com alguns tostões.
Num tom amável o sr ainda me trouxe o carro a casa, num tom de humildade perfeita.
E pronto, este é o novo capítulo da história do panda 1000 fire.
Quanto ao futuro, ele próprio irá ser escrito.
Não tenho planos. Gosto de automóveis, gosto do modelo e tenho condições.
Espero criar laços com este carro, que já o conheço desde tenra idade.
Era o Fiat Panda que aquela família comprou novo, e o legado que agora carrego.
Tentar manter está história viva, sem que caia em mãos erradas.
Está é a história do meu segundo Fiat panda.
Tirei estas fotos no estado que se encontra. Daqui a uns dias estará bem diferente e irei relatar aqui.
Aqui em casa do meus pais depois de ter ido buscar e onde permanece.
Hoje penso, a vida é uma caixinha de surpresas.
Até breve.
Comprei o panda aos primeiros proprietários. A família Mendes.
Um senhor que já conheço desde criança, que fazia as reparações dos eletrodomésticos na casa dos meus pais. Aquele sr que mora ao lado da escola primária onde andei.
Aquele homem que te explica a eletrónica e eletricidade sem querer nada em troca.
A compra:
Hoje ele com 81 e eu com 30 anos, numa visita a casa dele para reparação de um auto rádio, disse em tom de conversa que queria vender o carro e se conhecia alguém que o queria, sendo que a esposa tinha dito que já não fazia sentido manter o mesmo. No entanto era o querido panda que ela tanto gostava.
O meu cérebro entrou em curto circuito, e disse " não vás ver", " foge da conversa"...
Disse que não, assim de repente não conhecia ninguém.
Passados alguns minutos fez me o convite. Voltei a fugir do assunto.
Mas a doença da ferrugem voltou em força no meu corpo. O ritmo cardíaco disparou e a ferrugem alastrou até ao cérebro.
Voltou a repetir num tom calmo. "vamos ali a cima e vez o carro." Claro! Pois. Aceitei..
Lá fomos a pé até a garagem onde estava adormecido o panda. Pelo caminho pensei. Coitado do carro vai estar todo lixado.. sem ponta por onde se pegue." Enfim que se lixe (pensei).
Ver não é comprar..
Abre o portão e ao fundo estava o panda escondido meio tapado com um tecido velho tipo capa.. coitada.. pensei. Deve estar todo lixado.
Antes de ir mais de perto desabafou.
"A esposa já não conduz a mais de 5 anos devido à idade e problemas de saúde." Eu não ando nele. " Nestes últimos anos nem andou. "
Ao aproximar vejo que o carro está num estado com muita falta de cuidados básicos, muito sujo e sem brilho. Pó imenso, em todos os lados.
Típico.. quando olho para o mesmo e começo a ver detalhes deliciosos e apetecíveis.. parecia-me estar jeitosinho.
Depois diz que a pintura é de origem e que tem apenas 49 mil km rodados!
Confirmei e continuei a pesquisar. É fácil para quem tem disto em casa.
volante num estado novo. Bancos super perfeitos, rígidos, bater de porta, palas do sol, forra do tejadilho, os botões e tablier, as borrachas!.. tudo em bom estado.
Nunca vi um panda desta época em tão bom estado e original.
Perguntou quanto valiam, e se conhecia alguém que o quisesse.
Falamos em valores, e de repente levo a facada final, que passo a citar:
-"fica com ele" dás-me xx€ e ficas com ele para ti!
Referi. Mas eu tenho um panda também... outro ? Comecei-me a rir.
Fechamos o carro e a garagem, na saída ele colocou-me a mão no ombro e disse. Pensa nisso. Eu espero João Pedro.
A caminho de casa dele, pensei "porque vim aqui. Já me vou desgraçar com mais um carro."
"Mas... O carro está mesmo jeitosinho"
O mas.. e o já agora desgraçam qualquer entusiasta faminto, pensei.
Voltamos a casa dele, e eu disse que ia pensar. Sem pressa.. e que lhe dizia um sim ou um não.
Depois de falar cá em casa, desta possibilidade e na primeira abordagem quase fui morto à facada.
Mas rapidamente consegui, depois de contada toda a história.. lá aceitou. Sem problemas.
E assim foi. Pensei uma vez, duas e três.
Manti este assunto encerrado e dentro de portas.
Algum tempo depois decidi aceitar.
Liguei, combinei e fizemos o negócio na hora com alguns tostões.
Num tom amável o sr ainda me trouxe o carro a casa, num tom de humildade perfeita.
E pronto, este é o novo capítulo da história do panda 1000 fire.
Quanto ao futuro, ele próprio irá ser escrito.
Não tenho planos. Gosto de automóveis, gosto do modelo e tenho condições.
Espero criar laços com este carro, que já o conheço desde tenra idade.
Era o Fiat Panda que aquela família comprou novo, e o legado que agora carrego.
Tentar manter está história viva, sem que caia em mãos erradas.
Está é a história do meu segundo Fiat panda.
Tirei estas fotos no estado que se encontra. Daqui a uns dias estará bem diferente e irei relatar aqui.
Aqui em casa do meus pais depois de ter ido buscar e onde permanece.
Hoje penso, a vida é uma caixinha de surpresas.
Até breve.
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