Fiat Barchetta (1997)

Clássicos Modernos

Fiat Barchetta (1997)

David Salgado

Clássico
Boa noite. Ando a pensar em comprar um Fiat Barchetta, concorrente directo do Mazda MX5, BMW Z3 e do MG FT. Como tenho algumas dúvidas precisava da ajuda, do conselho e esclarecimento dos meus amigos e de quem conhecer bem estes carros, no sentido de perceber até que ponto faço um bom ou mau investimento tendo-se em conta a estética, fiabilidade, raridade e valor seguro. Sei que é um Fiat e a marca só por si, não ajuda muito. Enfim vou aguardar que me informem (faz favor), porque estou convencido que a v/ preciosa informação me ajudará muito. Desde já o meu obrigado.

Cumprimentos a todos - David Salgado


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Pedro Seixas Palma

Pre-War
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Claramente a melhor versão do Fiat Punto...
Tenho de confessar que, apesar de ser fã da Fiat e adorar o Barchetta em termos estéticos, o Mazda ficaria à frente. E o BMW ao lado. O MGF nem seria uma opção.
 

JorgeMonteiro

...o do "Boguinhas"
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Concordo integralmente com o Pedro.

Para mim, o facto de ser tração à frente retira todo o interesse no carro.
 

joao p vasconcelos

Pre-War
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Eu já tive o Fiat Barchetta, Mazda Mx-5 Nb 1.6 e BMW Z3 1.9, todos com alguns extras de fábrica e comprados já usados.

Tive-os há mais de 10 anos, o primeiro que equacionaria voltar a comprar, e provavelmente o único, seria o Fiat Barchetta.

O Mazda Mx-5 era British Racing Green, tinha uma condução muito interessante e, apesar de ser só 1.6, andava muito bem (devia estar "mexido"). Contudo, faltam aqueles pormenores e exclusividade do Barchetta (puxadores de porta, por exemplo).

O BMW era azul escuro metalizado com jantes 17", também gostei muito, mas achei que o chassis sofria demasiado com as oscilações do piso/alcatrão. Por exemplo, numa autoestrada demasiado massacrada pela passagem dos camiões, sentia o carro a "varejar" de um lado para o outro, só passando para alcatrão mais regular é que deixava de ter esse comportamento.
Há um tópico de um BMW Z3 2.8 cá no fórum onde este comportamento foi falado, bem como a forma de o corrigir.

O Barchetta era vermelho e tinha molas mais rijas e jantes 16" (ambas colocadas na origem). Ou seja, um chassis supostamente mais fraco a ser massacrado por uma rigidez extra daqueles elementos. Conclusão, o carro tinha um comportamento muito bom e praticamente não tinha vibrações nenhumas.

Na minha opinião, não se prendam ao fato de determinado carro ser tração à frente ou traseira, o melhor será experimentar, se possível, cada um deles e tirar as próprias ilações. Todos nós temos as nossas sensações de condução e as nossas preferências. Eu como não queria andar a fazer powerslides nem piões, o Barchetta, no comptu geral, foi o que mais me agradou.
 

joao p vasconcelos

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Da listagem falada no post inicial, fica a faltar o Toyota Mr-2, cujos motores costumam ter problemas devido ao catalisador.
No Fiat Barchetta convém estar atento ao trabalhar dele nos primeiros momentos, se for muito ruidoso é porque precisa de trocar o variador de fase (VFD) e, por conseguinte, a distribuição.
 

João Luís Soares

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Concordo integralmente com o Pedro.

Para mim, o facto de ser tração à frente retira todo o interesse no carro.

Depende do interesse... Já guiaste algum?

Eu já tive o Fiat Barchetta, Mazda Mx-5 Nb 1.6 e BMW Z3 1.9, todos com alguns extras de fábrica e comprados já usados.

Tive-os há mais de 10 anos, o primeiro que equacionaria voltar a comprar, e provavelmente o único, seria o Fiat Barchetta.

O Mazda Mx-5 era British Racing Green, tinha uma condução muito interessante e, apesar de ser só 1.6, andava muito bem (devia estar "mexido"). Contudo, faltam aqueles pormenores e exclusividade do Barchetta (puxadores de porta, por exemplo).

O BMW era azul escuro metalizado com jantes 17", também gostei muito, mas achei que o chassis sofria demasiado com as oscilações do piso/alcatrão. Por exemplo, numa autoestrada demasiado massacrada pela passagem dos camiões, sentia o carro a "varejar" de um lado para o outro, só passando para alcatrão mais regular é que deixava de ter esse comportamento.
Há um tópico de um BMW Z3 2.8 cá no fórum onde este comportamento foi falado, bem como a forma de o corrigir.

O Barchetta era vermelho e tinha molas mais rijas e jantes 16" (ambas colocadas na origem). Ou seja, um chassis supostamente mais fraco a ser massacrado por uma rigidez extra daqueles elementos. Conclusão, o carro tinha um comportamento muito bom e praticamente não tinha vibrações nenhumas.

Na minha opinião, não se prendam ao fato de determinado carro ser tração à frente ou traseira, o melhor será experimentar, se possível, cada um deles e tirar as próprias ilações. Todos nós temos as nossas sensações de condução e as nossas preferências. Eu como não queria andar a fazer powerslides nem piões, o Barchetta, no comptu geral, foi o que mais me agradou.

Curiosamente, ou não, vários comparativos dizem exactamente o que tu disseste...
 

JorgeMonteiro

...o do "Boguinhas"
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Nada como a opinião de quem já provou todos. ;):thumbs up:

Eu não conduzi nenhum e só opinei com base no pré-conceito que tenho de cada um. Do FIAT, agrada-me o design distinto, mas se me dessem o dinheiro para os comprar optava seguramente pelo MX5 nb azul escuro com interiores claros.
 

Tiago.Alves

Clássico
Da listagem falada no post inicial, fica a faltar o Toyota Mr-2.....

Vinha dizer isto. Fazer esta lista é deixar de fora o concorrente que tecnicamente deve ser o mas interessante (e talvez o mais raro) é quase criminoso. :)

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Moises Trovisqueira

MTrovisqueiraF
Boa noite. Ando a pensar em comprar um Fiat Barchetta, concorrente directo do Mazda MX5, BMW Z3 e do MG FT. Como tenho algumas dúvidas precisava da ajuda, do conselho e esclarecimento dos meus amigos e de quem conhecer bem estes carros, no sentido de perceber até que ponto faço um bom ou mau investimento tendo-se em conta a estética, fiabilidade, raridade e valor seguro. Sei que é um Fiat e a marca só por si, não ajuda muito. Enfim vou aguardar que me informem (faz favor), porque estou convencido que a v/ preciosa informação me ajudará muito. Desde já o meu obrigado.

Cumprimentos a todos - David Salgado


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Ver anexo 1170987
Ver anexo 1170988
O Z3 é muito elegante e robusto mas com manutenções muito caras.
O MX5 é robusto e divertido mas a estetica...é preciso gostar.
O MG é confortavel bonito e tecnicamente intressante, tem de ter a sorte de encontrar um modelo bem manutenciado.
O Barcheta é belo com manutenção acessivel mas é fragil, a corrosão encontra-se com facilidade.
Eu, preço qualidade e investimento sem duvida MG.
Valores baixos, bonito, manutenção acessivel, original, tecnicamente interessante.
 

Rafael Isento

Portalista
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Portalista
Vou só deixar uma laracha e piro-me.

O MG do post inicial é o TF e não o F.
É toda uma diferença devido à suspensão. Nos F ainda é o sistema Hydragas oriundo dos Rover Metro/100.
Em relação aos apresentados pelo David, é o único de motor central.
Também padece dos males de todos os modelos equipados com o motor Rover K-Series mas hoje em dia já há cura definitiva para isso, alguns usados à venda já têm essa questão tratada.

O MR-2 também parece uma boa aposta assim como os primeiros Porsche Boxter de 204cv. Mas isso agora é tudo uma questão de orçamento.
 
Eu já tive o Fiat Barchetta, Mazda Mx-5 Nb 1.6 e BMW Z3 1.9, todos com alguns extras de fábrica e comprados já usados.

Tive-os há mais de 10 anos, o primeiro que equacionaria voltar a comprar, e provavelmente o único, seria o Fiat Barchetta.

O Mazda Mx-5 era British Racing Green, tinha uma condução muito interessante e, apesar de ser só 1.6, andava muito bem (devia estar "mexido"). Contudo, faltam aqueles pormenores e exclusividade do Barchetta (puxadores de porta, por exemplo).

O BMW era azul escuro metalizado com jantes 17", também gostei muito, mas achei que o chassis sofria demasiado com as oscilações do piso/alcatrão. Por exemplo, numa autoestrada demasiado massacrada pela passagem dos camiões, sentia o carro a "varejar" de um lado para o outro, só passando para alcatrão mais regular é que deixava de ter esse comportamento.
Há um tópico de um BMW Z3 2.8 cá no fórum onde este comportamento foi falado, bem como a forma de o corrigir.

O Barchetta era vermelho e tinha molas mais rijas e jantes 16" (ambas colocadas na origem). Ou seja, um chassis supostamente mais fraco a ser massacrado por uma rigidez extra daqueles elementos. Conclusão, o carro tinha um comportamento muito bom e praticamente não tinha vibrações nenhumas.

Na minha opinião, não se prendam ao fato de determinado carro ser tração à frente ou traseira, o melhor será experimentar, se possível, cada um deles e tirar as próprias ilações. Todos nós temos as nossas sensações de condução e as nossas preferências. Eu como não queria andar a fazer powerslides nem piões, o Barchetta, no comptu geral, foi o que mais me agradou.

No Z3 esse comportamento foi corrigido em grande parte pois tinha principalmente os casquilhos do eixo traseiro todos estragados. A outra parte menos culpada ( que ainda não tratei)são a escolha e pressão dos pneus.
(Tenho de atualizar o tópico do Z3 no portal, que já está desatualizado).
 
Acho que aqui posso opinar com algum conhecimento de causa.

Já tive um mx5 na 1.6, um nb 1.8 com caixa de 6, e um barchetta, no meu caso dos ultimos.

Relativamente ao Z3, também tive um z3M. Nunca tive um MR2 mas conheço bem uma pessoa que teve um.

Não posso comparar o Z3M a nenhum deles, mas posso falar de um z3 que passou por casa dos meus pais algures em 1998 que era um 1.9 de 140 cavalos.

Z3 - Sentes muito a torção. Não era um carro fabuloso na altura e hoje em dia passados tantos anos devem estar ainda piores. Os interiores tinham plasticos muito fracos, nomeadamente toda a parte central do tablier. Era mau na altura e mais uma vez, hoje em dia devem estar piores.

MX5 NA 1.6 - O meu tinha várias alterações e era um carro muito giro de se conduzir. Um brinquedo que permitia fazer tanto trackdays como ir almoçar a Porto Covo só porque sim. Fiável e com peças bastante acessiveis, a não ser que s tratassem de upgrades. Aí como qualquer carro japonês... são caros. Com um fechar de porta que parece que se vai desmontar tudo.

MX5 NB 1.8 6v - Muito acima do NA em termos de carros. Um pouco maior e com mais motor embora aquela falta de binário seja chata. Anda bem mas sentes sempre que podia ter mais 50 cavalos que não lhe fazia mal algum. O ar condicionado funciona mal, sentes muito o "atracar e desatracar". Mais uma vez, super fiavel e barato de manter a não ser que se tratem de upgrades. Carro guloso para o motor que tem. Continuava a ter um fechar de porta que parecia que se ia desmontar tudo. Mais uma vez, o comportamento é extraordinário e tal como o NA que tive, uma demonstração que não são precisos 400 cavalos para nos divertirmos. É muitas vezes a solução para vários dilemas enquanto 2 ou 3 carro.

Fiat Barchetta - Vou começar com a seguinte frase que pode soar polémica, se fosse tracção traseira metia o MX5 num chinelo. É melhor em tudo menos no divertimento. Isto se preferirmos tracções traseiras como é o meu caso. O ar condicionado funciona melhor que no mx5, o radio toca melhor que no mx5, gasta muito menos que um mx5 (qualquer que ele seja), os acabamentos são melhores que o MX5, tens autenticos pormenores de design que não existem no MX5, o motor é muito mais agradável de utilizar que o MX5, a capota é melhor que a do MX5. E tem um fechar de mala e porta que parece um automovel. Ahhh a mala é também maior (vale o que vale) e o interior é também maior e tem bancos mais confortáveis em viagens mais longas.

Pontos negativos: ser tracção dianteira e ter a caixa com relações bastante longas. A 3ª por exemplo dá mais de 160 :eek: Fiz uma revisão em que mudei a distribuição, variador de fase , oleos , trabalhei a suspensão, admissão em carbono e gastei no total 1000 euros, portanto os custos são baixos , tal como qualquer Fiat, a não ser claro está que se estrague alguma coisa especifica do modelo e que seja dificil de encontrar.

Se tivesse algum destes carros de novo, iria para o Barchetta sem pestanejar.
 
Apesar de ter um Z3, caso a escolha fosse pelo motor 1.8 8v ou 1.9 16v do Z3,optava antes pelo Mr2 ou pelo Mx5 NB. Como o @Bruno Guedes da Silva referiu, os plásticos interiores do Z3 são algo fracos.
O Fiat nunca experimentei mas pelo que li e vi é muito eficaz e uma excelente opção também.
Acho que o ideal seria experimentar cada um e escolher aquele que gostar mais.
 

HugoSilva

"It’s gasoline, honey. It’s not cheap perfume."
Eventos Team
Para mim e estando a falar de um carro que nunca seria um carro familiar ou de dia-a-dia, o MX-5 dificilmente seria opção, o roadster mais vendido da história também é o mais batido de sempre e a estética sensaborona só ajuda a vincar mais o fator "estou farto do carro", é que não posso mesmo, não me diz absolutamente nada. Por outro lado deve ser a única das opções verdadeiramente considerada de driver's car, o que pode ser muito importante para o @David Salgado.

Se as questões da condução não forem assim tão importantes, porque afinal 90% dela vai ser feita em ritmo e espírito de passeio (um descapotável dificilmente será um carro óbvio para condução espevitada), o "pequeno barco" seria a minha opção, pintado em Arancio (570)!

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João Pereira Bento

128coupe
Premium
Portalista
O mx-5 é o iphone dos carros, quem não tem quer ter. Pode ser bom, não lhe tiro o mérito. Mas é VULGAR, jamais tinha um, mesmo que o carro soubesse passar roupa a ferro. :p

Um milhão de vezes o Fiat, até podia ser pior em tudo. É diferente. Os outros não gostam paciência, para mim só reforça o prazer.

Quantos mas quantos carros são conduzidos e o dono não sabe se é tracção traseira ou na frente.

Fazem todos drift? Andam todos no limite e frequentam track-days?

E porque havemos todos de ter o "melhor"?

Adoro o Peugeot 306 ou Renault 19 na versão cabrio por exemplo.
 

Carlos Vaz

Pre-War
Confesso que fiquei surpreendido pela quantidade de boas impressões acerca do Barchetta. Não que eu próprio não as tenha mas achei que seriam muito menos a ter essa opinião.
De facto o Mazda tornou-se a referencia do segmento.
Neste e por questões estéticas eu prefiro o NA mas de facto o NB é muito mais carro... ainda há pouco tempo fiz (á pendura) serra e umas voltas num kartódromo que me deixaram completamente rendido... o chassis é de qualidade superlativa.
Mas... depois é de facto um carro muito "batido" e que esteticamente não me parece muito interessante.
Os MG F são aqueles que eu acho mais bonitos mas... com todos os problemas que lhes estão associados... não sei se aquela susensão funciona ou não.
Os MG TF poderão ter algumas coisas corrigidas mas não gosto deles esteticamente.
O MR 2 é um dos carros que mais me fascina do ponto de vista técnico. Sei que é um "drivers car" como o Mazda mas... muito menos intuitivo e a exigir mais do seu condutor/piloto quando se aproxima dos limites. Feio que doi, mas eu era perfeitamente capaz de ultrapassar isso.
Chegámos então ao Barchetta... para já, é muito provavelmente o mais bonito deles todos e... depois como já aqui foi escrito por quem o "provou", é carro para meter o Mazda a 1 canto em muitas coisas...
Do ponto de vista de condução, nunca me revi neste "fetiche" dos RWD... para mim há carros bons e maus do ponto de vista da condução independentemente de que rodas puxam ou empurram. E o Barchetta é um dos bons. Sé é mais ou menos divertido que um RWD? Depende... o que eu acho é que a experiencia de condução não fica diminuída por esse facto.
E gosto... e ficaria sempre dividido entre este o o MR2... se calhar os preços seriam uma boa ajuda para a escolha.
Uma coisa é certa, fosse qual fosse o escolhido, ficaria sempre a olhar para o outro!
Sempre fui assim com as mulhers... ah... espera. Estavamos a falar de carros, certo?
 
OP
OP
David Salgado

David Salgado

Clássico
Claramente a melhor versão do Fiat Punto...
Tenho de confessar que, apesar de ser fã da Fiat e adorar o Barchetta em termos estéticos, o Mazda ficaria à frente. E o BMW ao lado. O MGF nem seria uma opção.

Boa tarde. Li com muita atenção, tudo o que aqui foi dito. Entendi muito bem a opinião de cada um e podem crer que estas pequenas dicas, sobretudo as dos meus amigos, João Vasconcelos, Carlos Silva e o Carlos Vaz, foram muito esclarecedoras e tendo-se em conta outras informações que obtive via Net, penso que estarei mais perto da decisão final.
Estive a ler no dia de hoje o veredito de um test-drive Barchetta, efetuado por um jornalista, ou portalista da WE LIKE CARS e gostei imenso do que la foi dito E ATÉ RECOMENDO QUE SE FAÇA UMA LEITURA RÁPIDA AO ARTIGO (vale a pena ler) LEIA SE FAZ FAVOR:

...

Fiat Barchetta, o carro que é preciso ter coragem para o comprar. Porque o Fiat Barchetta é aquele carro que por melhor que seja, ninguém o leva a sério.

Comprar este carro significa transformar a tua vida num pequeno inferno, por várias razões. Vais ter de ouvir os "simpatizantes de automóveis" a dizer coisas como: "Oh compras-te um Fiat? Não tinhas dinheiro para mais? Oh compraste um Fiat? Queres o contacto de um amigo meu que é mecânico e que te pode ajudar quando o teu carro berrar. Depois de levarem estes comentários dos simpatizantes, vêm os aficionados, aqueles que sabem umas coisas, e eles vão dizer: "Oh compraste um Barchetta? Mas esse carro é de tracção dianteira, isso nem é um desportivo a sério. Oh compraste um Barchetta? Sabes que o chassis disso é igual ao Punto não sabes? Isso é uma carroça..." A tormenta é infindável. Se estás a pensar em comprar um carro destes tens de ter a certeza absoluta que o queres. Tens de gostar mesmo dele, porque vais ouvir tanta pessoa a dizer mal, que depressa vais colocá-lo à venda no OLX por metade do valor para o despachar o mais rapidamente possível e esquecer todo este episódio do Fiat Barchetta. Se não aguentares a pressão, se não aguentares a vergonha que os outros te fizeram passar por não conhecerem este pequeno desportivo, então deixa. Volta para trás, compra um Seat Ibiza TDI e junta-te ao clube dos que dizem que a gasolina é para carros telecomandados... Aí sim, toda a gente vai te dar um aceno de aprovação.

O que vale é que é muito fácil de nos apaixonar-mos por este Barchetta e se tiveres coragem para assumir a relação e comprar este carro, então vais ver que vale a pena, pois este pequeno Fiat é dos carros mais divertidos que eu já conheci e que tive o prazer de conduzir.

O motor do Barchetta é de 1.8cc, só que não é, pois na verdade é 1747cc (motor Alfa Romeo). A Fiat diz que o carro tem 130cv de potência (não é tão potente como o Alfa Romeo GTV 1.8 porque não tem sistema Twinspark), mas a verdade é que o carro saiu com cavalos escondidos por todo o lado. Os Barchetta de fábrica saiam com 132 cv na verdade e existiam donos que nos testes no banco de ensaio, saiam com potências entre os 135 e 140cv, com os carros stock. O motor tem 164 n.m. de binário às 4300 r.p.m. A Fiat vai-vos dizer que este é um exemplo perfeito de motor Italiano, mas na verdade este motor tem sistema "Variable Valve Timing" e todos os bocados electrónicos como a ECU são "Made in Japan." e ainda bem! Pois na verdade, este Fiat Barchetta é um automóvel super fiável! Mais fiável que carros de grande nome que ninguém vos ia dizer que "dão problemas" pois tratam-se de Audi TT''s e Porsche Boxster's (carros que toda a gente diz que são fiáveis por serem alemães, mas pesquisa na internet e depressa vais saber os milhares de problemas que estes carros podem ter). Para além da fiabilidade à prova de bala e testada por Richard Hammond no especial de natal de 2010 do Top Gear, as peças e as manutenções são muito baratas. É um automóvel bastante económico em todos os sentidos. Mesmo os consumos andam na casa dos 7 ou 8L/100km o que não é exagerado tendo em conta a garra deste motor.


O chassis, como disse, pode ter por base o Fiat Punto, que não é propriamente conhecido pela sua dinâmica em estrada e muito sinceramente, sempre achei um carro falso, mas no Barchetta a história é outra. O chassis é muito competente, o carro apesar de ser tracção dianteira pensa que é um carro de tracção traseira, daí que é possível colocar a traseira a fugir de uma forma controlada e divertida. É um automóvel magnífico de se conduzir, muito por culpa do baixo peso (1050kg) e da sua distribuição. A caixa de velocidades também é muito boa e a direcção é directa, como se fosse um Kart e dá um feedback claríssimo daquilo que as rodas da frente estão a fazer. O motor, esse, como já disse é mesmo de sonho. Muito nervoso, sempre com vontade de ser puxado pelo conta-rotações a cima. É um carro extremamente rápido que faz dos 0-100km/h em 8,9 seg, no entanto, a mim pareceu-me mais rápido do que isso. Foi dos carros mais divertidos que conduzi até hoje e nunca experimentei um carro que me surpreendesse tanto. Quando sai do carro só conseguia dizer "UAU, wow, uau!

A outra grande vantagem deste carro é que tem um habitáculo compatível com gente grande. A posição de condução é excelente, tinha espaço para as pernas e para a cabeça e o carro é simplesmente ergonómico. Havia espaço na bagageira para levar uma mala de viagem média e ainda sobrava mais algum espaço para algumas compras. O carro só peca mesmo pela falta de extras. Barchetta significa "barco pequeno" e a Fiat decidiu então manter as coisas simples, dando a hipótese ao consumidor de aumentar o volume do "complicómetro" pagando os extras à parte. No início de vida do Barchetta em 1995, tudo era extra. Desde o ABS, ao segundo airbag, ao ar condicionado... É extremamente complicado encontrar um Barchetta full extras. Mas a verdade é que uma vez atrás do volante deste Fiat Barchetta vais esquecer isso tudo, até vais esquecer aqueles bitaites que tu próprio e os teus conhecidos fanáticos de automóveis te vão atirar à cara. Não existem coisas perfeitas, e este carro tinha tudo para dar errado. O Fiat Barchetta é como aquela frase que se diz por aí: "Se a vida te dá limões, faz uma limonada" e foi exactamente o que este carro fez, provem desta limonada que vale mesmo a pena.


E quando saíres do carro e olhares para ele... Vais descobrir um dos designs automóveis mais belos de sempre. Estou a falar do estúdio Centro Stile Fiat que foi capaz de criar coisas tão belas como o Fiat Coupé, ou o Alfa Romeo 166, assim como foi capaz de criar abominações como o Fiat Múltipla. Mas o Barchetta? Foi a obra prima deste estúdio, o carro é único, podem procurar pois não existe nada assim. Ninguém vai dizer coisas como "olha tem as luzes do modelo X e a forma da traseira é parecida com o carro Y. Não... É único. É belo.


Daí que depois de leres isto tudo, achas que tens coragem para comprar um? Ou vais-te render à conformidade do pensamento da população em geral? Pessoas que têm a cabeça formatada por ideias pré-concebidas pelo Marketing das marcas, que muitas delas nem são verdadeiras, e que têm medo de aparecer com uma coisa diferente ou pensar de forma diferente? Tens coragem para realmente comprares um carro divertido, fiável e que mais ninguém tem? Só digo mais isto: "Atreve-te".
 

Carlos Vaz

Pre-War
Exactamente a ideia que tenho do carro, por tudo o que li dele na época e por alguns kms (poucos) que fiz com eles quando trabalhava na Fiat Auto Portuguesa.
Acrescento que os Punto HGT com este mesmo motor, são carros muito melhores do que a grande maioria das pessoas pensam... um dos ultimos carros giros de conduzir que se podem comprar por "tuta e meia"!
 
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