Fiat Fiat 850 Sport Coupé

Diários de Bordo

Fiat Fiat 850 Sport Coupé

Tiago.Alves

Clássico
@Pedro Seixas Palma é sempre um enorme prazer vir aqui ler as suas crónicas. Se fosse religioso fazia uma capela em sua honra, no canto mais escuro da garagem, e de cada vez que alguma coisa corre-se mal nas bricolages, ia lá dar uma rezinha e pedir um pouco da sua paciência e quiçá da sua capacidade masoquista!! Os meus parabéns, é um dos melhores tópicos desta fórum!
 
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Pedro Seixas Palma

Pedro Seixas Palma

Pre-War
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A Execução, Parte I.
O título é um trocadilho. Por um lado estou a executar O Plano. Em contrapartida posso bem estar a executar o motor...
O paciente no teatro de operações:
20200707_111613.jpg
Os restos mortais da velha cabeça, encavilhada ou embuchada ou lá como se diz, na posição. Felizmente que a broca passa pelos casquilhos/buchas/cavilhas/qualquer coisa que posicionam a cabeça. Não quero imaginar fazer isto com a cabeça a dançar por todo o lado...
Aqui já no pós-operatório, evidenciando as cicatrizes:
20200707_112123.jpg
Como se costuma dizer, já não há volta a dar. Ou rosco os 10 furos, ou deito tudo para o lixo.
 
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Pedro Seixas Palma

Pedro Seixas Palma

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Lembrei-me agora das sacudidelas que os nossos gerontes levam na inspeção, e ocorreu-me um detalhe que devemos todos ter em conta: a pressão dos pneus. Os pneus do antigamente eram muito mais flexíveis e andavam com pressões muito mais baixas do que os de hoje. Com pneus e pressões modernas é a suspensão e direção que têm de resistir ao movimento, em vez de ser o pneu a deformar. Só para ter uma ideia da ordem de grandeza, o meu 500 leva 2.2-2.4bar nas rodas da frente. O meu 850 1.4bar.
 

Miguel L. Catarino

Veterano
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Lembrei-me agora das sacudidelas que os nossos gerontes levam na inspeção, e ocorreu-me um detalhe que devemos todos ter em conta: a pressão dos pneus. Os pneus do antigamente eram muito mais flexíveis e andavam com pressões muito mais baixas do que os de hoje. Com pneus e pressões modernas é a suspensão e direção que têm de resistir ao movimento, em vez de ser o pneu a deformar. Só para ter uma ideia da ordem de grandeza, o meu 500 leva 2.2-2.4bar nas rodas da frente. O meu 850 1.4bar.
A massa do carro também é um fator a ter em conta... Agora a questão para prémio. Deve se adequar a pressão como tivéssemos pneus de 1970 (do tempo em que se ainda usavam câmaras de ar) ou aos pneus de fabrico atual?
 

António_Vidal

Veterano
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A massa do carro também é um fator a ter em conta... Agora a questão para prémio. Deve se adequar a pressão como tivéssemos pneus de 1970 (do tempo em que se ainda usavam câmaras de ar) ou aos pneus de fabrico atual?
Os manuais do 33 (20 anos a menos do dono do tópico) referem 1.8 nas 4 rodas seja jante 13 ou 14. Com 2.3/2.4 o carro fica muito mais seguro, mas para a inspecção leva os 1.8 dos manuais ;)
P. S. :desculpem a intromissão
 
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Pedro Seixas Palma

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A massa do carro também é um fator a ter em conta... Agora a questão para prémio. Deve se adequar a pressão como tivéssemos pneus de 1970 (do tempo em que se ainda usavam câmaras de ar) ou aos pneus de fabrico atual?
Pneus de 1968. Os pneus de construção moderna são mais resistentes mesmo com as pressões baixas. Se bem que a questão da câmara de ar é um problema. Desde que reparei as rodas que ando sem câmara, como deve ser. Mas as minhas rodas já têm o perfil para pneus radiais. Outros carros terão jantes com outros perfis que não faço ideia como se comportarão com pneus modernos e baixas pressões.
 
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Pedro Seixas Palma

Pedro Seixas Palma

Pre-War
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A Execução, Parte II.
Ai! As minhas pobres costas!
Mas ultrapassei mais um marco: os furos estão todos roscados. E não parti nada.
20200710_142650.jpg
A técnica fica aqui ilustrada: um esquadro, neste caso um resto de armário do Ikea que eu cuidadosamente verifiquei e calibrei para que estivesse a 90⁰, e muito cuidado a iniciar a rosca, mirando de todas as direções para garantir, na medida do possível, que fica tudo perpendicular. Julguei que fosse pior.
Highlights e pitfalls... os furos cegos são complicados. Garantir que estão abertos até ao fundo e que não têm muito lixo dentro. Medir 10x e pensar bem antes de começar a abrir a rosca.
O macho não é mau. Os últimos dois ou três furos já notei que não estava tão afiado como no início, mas faz mais 10 sem problemas. Já referi que o ferro fundido destes blocos parece manteiga?
Próximo e último passo, colocar os helicoils. Não tem muita ciência.
 

JorgeMonteiro

...o do "Boguinhas"
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Agora é preciso procedimentos laboratoriais para garantir que nenhuma limalha vai parar a um qualquer sitio critico. :thumbs up:



Quando ele trabalhar pela primeira vez, vai ser como parir um filho. Imagino... :rolleyes: :lol:
 

António Barbosa

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O EEP (Esquadro de Elevada Precisão) estava fixo/aparafusado ou apenas pousado?

Quando converti as roscas do bloco e da cabeça do motor (ambos em ferro fundido) do meu Mini de UNF para métrico, também me apercebi que o ferro fundido era mais soft do que imaginava.
 
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Pedro Seixas Palma

Pedro Seixas Palma

Pre-War
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O EEP (Esquadro de Elevada Precisão) estava fixo/aparafusado ou apenas pousado?

Quando converti as roscas do bloco e da cabeça do motor (ambos em ferro fundido) do meu Mini de UNF para métrico, também me apercebi que o ferro fundido era mais soft do que imaginava.
O EEP esteve sempre a rodar de um lado para o outro, apoiado nas poucas superfícies disponíveis à volta dos parafusos.
 
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Pedro Seixas Palma

Pedro Seixas Palma

Pre-War
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Os senhores da AutoDoc lá entregaram mais uma caixinha cheia de trecos. No topo, em lugar de destaque, uma junta nova e um conjunto de parafusos.
Após algum esforço motivado pelas más condições de trabalho lá apertei os parafusos todos pela ordem devida. Primeiro a 3kg.m, depois 4,5kg.m e por fim... 6kg.m! Sem nenhum se queixar! A única dificuldade é mesmo gerir o motor de forma a não rodar quando se aperta os parafusos.
20200725_121238.jpg
Mais uma provocação para os puristas, que devem estar a arrancar os cabelos com as malfeitorias que aqui andam! Um termostato de Cinq/Seicento. Fica muito mais em conta do que estar à procura do corpo do termostato, que invariavelmente apodrece. A contrapartida é que uma das saídas aponta na direção errada e por isso vou necessitar de mais mangueira para dar a volta.
Mais coisas que chegaram e que me vão entreter enquando o resto dos problemas não se resolvem: um kit de embraiagem Valeo, borrachas novas para os pedais do travão e embraiagem, filtros diversos e um regulador de tensão para dar descanso ao regulador mecânico que está no carro. E velas, na esperança de que um dia o motor rode...
P. S. Os parafusos da cabeça são M9x1.25 classe 10.9. Instalei-os secos, sem lubrificação (conforme o manual?). Apesar de não encontrar na net os valores de aperto para parafusos M9, por interpolação tenho quase a certeza de que os 6kg.m ultrapassam o limite elástico do parafuso. Daí ter comprado parafusos novos. Conforme aparece na embalagem da junta, "utilizar sempre em conjunto com parafusos novos".
 
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Guilherme Bugalho

BUGAS03
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Os senhores da AutoDoc lá entregaram mais uma caixinha cheia de trecos. No topo, em lugar de destaque, uma junta nova e um conjunto de parafusos.
Após algum esforço motivado pelas más condições de trabalho lá apertei os parafusos todos pela ordem devida. Primeiro a 3kg.m, depois 4,5kg.m e por fim... 6kg.m! Sem nenhum se queixar! A única dificuldade é mesmo gerir o motor de forma a não rodar quando se aperta os parafusos.
Ver anexo 1177933
Mais uma provocação para os puristas, que devem estar a arrancar os cabelos com as malfeitorias que aqui andam! Um termostato de Cinq/Seicento. Fica muito mais em conta do que estar à procura do corpo do termostato, que invariavelmente apodrece. A contrapartida é que uma das saídas aponta na direção errada e por isso vou necessitar de mais mangueira para dar a volta.
Mais coisas que chegaram e que me vão entreter enquando o resto dos problemas não se resolvem: um kit de embraiagem Valeo, borrachas novas para os pedais do travão e embraiagem, filtros diversos e um regulador de tensão para dar descanso ao regulador mecânico que está no carro. E velas, na esperança de que um dia o motor rode...
P. S. Os parafusos da cabeça são M9x1.25 classe 10.9. Instalei-os secos, sem lubrificação (conforme o manual?). Apesar de não encontrar na net os valores de aperto para parafusos M9, por interpolação tenho quase a certeza de que os 6kg.m ultrapassam o limite elástico do parafuso. Daí ter comprado parafusos novos. Conforme aparece na embalagem da junta, "utilizar sempre em conjunto com parafusos novos".


Eu considero-me um "purista". Porem entendo que cada um pode fazer o que quiser com o que é dele ….
Com esses aumentos de tubo não vais diminuir o caudal e depois aumentar a temperatura ????
 
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Pedro Seixas Palma

Pedro Seixas Palma

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Com esses aumentos de tubo não vais diminuir o caudal e depois aumentar a temperatura ????
Acho que não. Por acaso gostava de perceber os circuitos de refrigeração. Há o principal, em que a água vem da bomba, entra no bloco, sobe e sai pelo termostato aberto para o radiador, e daí volta à bomba. Depois há o secundário, que devolve a água à bomba quando o motor está frio e o termostato fechado.
Screenshot_20200725-142925_Drive.jpg
O terceiro circuito, que é a saída que fica a apontar na direção errada no termostato Cinq/Seicento, é da chaufagem. Acho eu...
 

António Barbosa

Red Line
Portalista
Creio que tu próprio esclareceste o mistério do segundo circuito (tubo nº9). é um by pass para que mesmo com o motor frio, haja alguma passagem de água no circuito.

Também acho que o 3º circuito (tubo s/nº) só pode ser da chauffage!
 
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Pedro Seixas Palma

Pedro Seixas Palma

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Todos os meus problemas resolvidos:
20200730_143050.jpg
Velhinho mas nunca usado, e com um preço razoável. Arrependo-me de ter comprado o veio, mas fica aí para o próximo.
Há muitos anos atrás, era eu o proprietário de um X1/9, escrevi que o meu carro de sonho era o 850 Sport Coupé porque era bonito e a mecânica era comum a muitos outros carros. Esqueci-me de referir "e marcas".
Como as peças da Fiat estão pela hora da morte (no concessionário pediram-me 60 euros por cada martelo!), virei-me para Espanha. E depois acabei um bocadinho mais longe, na Croácia, onde gentilmente me venderam este conjunto NOS... Zastava!
O próximo passo será mandar vir peças do Egipto, onde parece que o 127 é popular.
 
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Pedro Seixas Palma

Pedro Seixas Palma

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Mais um pequeno avanço:
20200731_155323.jpg
Nada a reportar relativo à montagem. Antes dei um pequeno polimento nas faces dos martelos, o que me parece inútil. Mas mal não faz.
Mais uma antevisão:
20200731_155735.jpg
Na fotografia anterior reparei que a cabeça não tinha um aspecto uniforme, e para esta dei-lhe uma esfrega com a escova de camurça.
A tampa do óleo foi mais uma compra Autodoc. Em tempos este motor teve uma tampa de óleo, que até nem estava má... até que me lembrei de zincar umas peças, e quando voltou a mola tinha desaparecido. E quando comprei a cabeça do motor também veio uma tampa de óleo, que estava razoável. Até que resolvi tirar-lhe toda a ferrugem com ácido fosfórico e a mola desapareceu.
Resumindo, os ácidos utilizados na limpeza do aço comem o material das molas em três tempos. E as tampas custam 2,88€. É fazer as contas.
 
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