Fiat Fiat 850 Sport Coupé

[Pedro Seixas Palma]

Cá está ele em todo o seu esplendor.
Onde está o laranja-protótipo, perguntarão. Debaixo de uma demão de anti-gravilha 3M, responderei. Acaba-se o brilho do plástico e as linhas da impressâo com uma só passagem.
Entretanto engendrei um plano para ligar o manómetro sem chacinar ainda mais a instalação elétrica: cravei terminais fêmea "com pilinha" na extremidade dos fios que iriam ligar ao resto e fui em busca da origem. Na caixa de fusíveis desliguei um fio amarelo, liguei-o ao terminal do manómetro e voltei a ligá-lo. No interruptor da iluminação dos instrumentos tentei fazer o mesmo mas descobri que o terminal com pilinha e com o outro a cavalo era grande demais... e chacinei mais um pouco a cablagem.
Contente com o meu trabalho liguei a bateria, verifiquei que a luz do manómetro acende com os restantes instrumentos, dei à chave, o motor arrancou e nada se mexeu. Ok, multimetro e nada no fio de alimentação. Parece que não basta pendurar a alimentação num fio amarelo, tem de ser no fio amarelo correto.
P. S. Na realidade tem de ser o fio laranja e não amarelo. E vou aproveitar e arranjar um ponto de ligação mais conveniente do que os fusíveis...

 

[Pedro Seixas Palma]

Depois de olhar com um pouco mais de atenção para o esquema eléctrico lá troquei o fio amarelo por um laranja e, em vez de ligar à caixa dos fusíveis, liguei ao interruptor da luz de travão, que fica logo ali ao lado. E funciona! Sucesso!

 

[Pedro Seixas Palma]

Estou triste.
Tinha congeminado celebrar o regresso à estrada com umas voltas ao circuito de Monsanto.
Hoje fui dar uma volta virtual no Google Maps e apercebi-me que já não é possível. Provavelmente desde 1960 que não é possível. Ou se calhar nunca foi possível: o troço 3 tem um só sentido e a curva 4 entra em contra-mão na autoestrada. A variante de Montes-Claros agora só a pé ou de bicicleta...
Em contrapartida é possível construir uma pequena variante a partir do troço 3, dando uma pequena volta pelo CIF, Av. das Descobertas e retomando o circuito na A5. É isso!

 

[JorgeMonteiro]

Calma com esse espirito desportivo, que o motor está em rodagem!!

 

[Pedro Seixas Palma]

Calma com esse espirito desportivo, que o motor está em rodagem!!

A minha condução habitual é "em rodagem". O desgraçado do 500 vai para 10 anos e duvido que alguma vez tenha chegado às 5.000rpm.
Mais pequenos pormenores a reparar:

Caos! Ia encher novamente o sistema de refrigeração para dar uma volta e ocorreu-me verificar a folga que tinha entre o tubo da chaufagem que sai do termostato e a parede corta-fogo. Tubo que estava desativado e tapado com uma carapuça de borracha porque... razões.
E não havia folga alguma. A borracha estava encostada à parede e mais cedo ou mais tarde o tubo iria cortar um circulo perfeito e eu perderia a água por ali e o motor aqueceria e ...
Tira tudo para fora, mede, corta, fura, rosca e:

Acabou-se o tubo, substituído por um bujão DIN qualquer coisa M14x qualquer coisa.

 

[JorgeMonteiro]

Então o radiador anda a fazer peso, ou já nem tinha?

 

[Pedro Seixas Palma]

Então o radiador anda a fazer peso, ou já nem tinha?

Não compreendo a pergunta. Já não tinha o quê? Água? Continuo a esvaziar o sistema todo quando chego a casa.

 

[JorgeMonteiro]

Percebi que tinha sido inutilizado o tubo da sofagem e perguntei se ele ainda tem radiador da sofagem.

 

[Pedro Seixas Palma]

Percebi que tinha sido inutilizado o tubo da sofagem e perguntei se ele ainda tem radiador da sofagem.

O radiador ainda lá está, bem como a tubagem. Para o colocar de novo a funcionar terei de substituir a torneira, rezar para que a tubagem aguente pressão, e reparar/ substituir o corpo original do termostato. Para já parece-me demasiado trabalho para aquecer um carro com bancos de vinil.

 

[Pedro Seixas Palma]

Enchi-me de coragem e iniciei uma "spring cleaning" da arrecadação. Ordens da Administração. E distraí-me a meio da tarefa com a prateleira porta-luvas/ consola central do 850 que lá estava num canto, triste. A desgraçada sofreu na sua vida: foi forrada com plástico autocolante, remendada, estofada, partida, reparada...
Armado com uma chave de fendas e um alicate removi uma imensidão de agrafos e reduzi tudo aos seus componentes base. Curiosamente o vinil e a espuma original da almofada estavam em muito boas condições, certamente protegidos dos elementos por uma espessa camada de cola de contacto e um bocado de napa. O bocado de madeira de caixote que faz o corpo da almofada estava partido ao meio, certamente uma joelhada bem aplicada.
O resto... bom, o resto é feito de papier-mâché. Ou se preferirem, masonite, aka platex. Com 50 anos de utilização dentro de um carro e portanto bastante desfeito.
A masonite ou platex foi inventada pelo sr. William Mason, compincha de Thomas Edison, e é produzida de forma semelhante ao arroz tufado: lascas de madeira são saturadas em água e aquecidas sob pressão a uma temperatura acima do ponto de ebulição (à pressão atmosférica, claro). A pressão é então libertada de forma súbita, a água transforma-se em vapor instantaneamente e as lascas de madeira desintegram-se e o arroz fica em forma de pipoca. As longas fibras de madeira são então espalhadas em tabuleiros e prensadas, sendo que a lignina da madeira actua como elemento aglomerante natural. O arroz tufado, por seu lado, sai em bolachas para as senhoras preocupadas com a linha enfardarem.
O plano agora é reforçar as zonas mais frágeis e partidas com papel kraft e cola de PVA, lixar, colocar mais papel, lixar, mais papel, .... até estar a meu gosto. Pintar de preto ( o original é pintado a spray) e agrafar tudo outra vez.

 

[Pedro Seixas Palma]

Só para terem uma ideia do que falo, isto é a prateleira num estado avançado de remoção da tinta. Felizmente que a tinta foi aplicada no lado "encerado" (liso?) do platex e por isso saiu facilmente.

Aqui já na fase "é melhor fazer um molde antes que isto dê para o torto", antes de a passar a ferro pela primeira vez.
Há muito tempo, noutra vida, eu voava planadores telecomandados, de encosta. Era fixe, saía de casa com um avião debaixo do braço e voltava com um saco de peças. Para mal dos meus pecados nunca tive um espaço onde pudesse construir e reparar à vontade, pelo que tive de adaptar as minhas técnicas de construção ao quartinho da minha casa. Nada de fibra, nada de epoxi, nada de lixar balsa.

De maneira que acabei a utilizar papel kraft e PVA (cola branca para madeira) para cobrir as asas. Surpreendentemente leve e resistente.

 

[JorgeMonteiro]

Este homem é uma caixinha de surpresas!!


Guarda mais umas revelações destas para a entrevista.

 

[João Luís Soares]

Por falar nisso, @Pedro Seixas Palma , vai ao mail...

 

[Pedro Seixas Palma]

Fresquinha, acabada de sair do forno!

A mostrar alguns dos seus 50 anos, mas ainda muito sexy!

Um pormenor do acabamento interior.
Agora vai para a prateleira enquanto penso no que fazer com o bloco.

 

[Pedro Teixeira]

Ver anexo 1208696
Só para terem uma ideia do que falo, isto é a prateleira num estado avançado de remoção da tinta. Felizmente que a tinta foi aplicada no lado "encerado" (liso?) do platex e por isso saiu facilmente.
Ver anexo 1208697
Aqui já na fase "é melhor fazer um molde antes que isto dê para o torto", antes de a passar a ferro pela primeira vez.
Há muito tempo, noutra vida, eu voava planadores telecomandados, de encosta. Era fixe, saía de casa com um avião debaixo do braço e voltava com um saco de peças. Para mal dos meus pecados nunca tive um espaço onde pudesse construir e reparar à vontade, pelo que tive de adaptar as minhas técnicas de construção ao quartinho da minha casa. Nada de fibra, nada de epoxi, nada de lixar balsa.

De maneira que acabei a utilizar papel kraft e PVA (cola branca para madeira) para cobrir as asas. Surpreendentemente leve e resistente.

A cola branca absorve humidade, pode não correr bem ao fim de uns tempos.

 

[Pedro Seixas Palma]

A cola branca absorve humidade, pode não correr bem ao fim de uns tempos.

Infelizmente o platex ainda mais humidade absorve. Por experiência, se passarmos bem a ferro na temperatura máxima, a cola fica bem curada e cria uma camada bastante resistente. Existe a possibilidade de utilizar verniz de poliuretano aquoso para aumentar a resistência aos elementos, mas como tudo isto vai ser pintado parece-me não ser necessário.

 

[Pedro Teixeira]

Infelizmente o platex ainda mais humidade absorve.

Verdade, mas não era má ideia dar na mesma o verniz.

 

[Pedro Seixas Palma]

Porca da polia desapertada sem estragos de maior. Sem querer desenterrar a história da corrente com bicos de pato, esta não os tem. Outra coisa que também não tem é qualquer tipo de folga.

Os carretos também aparentam estar em boa ordem. Acho que só vou começar a encontrar coisas interessantes quando tirar o cárter do motor. E não me apetece fazer isso enquanto não arrumar um pouco mais a minha cabeça.

 

[Miguel L. Catarino]

Ver anexo 1209425
Porca da polia desapertada sem estragos de maior. Sem querer desenterrar a história da corrente com bicos de pato, esta não os tem. Outra coisa que também não tem é qualquer tipo de folga.
Ver anexo 1209426
Os carretos também aparentam estar em boa ordem. Acho que só vou começar a encontrar coisas interessantes quando tirar o cárter do motor. E não me apetece fazer isso enquanto não arrumar um pouco mais a minha cabeça.

Essa corrente parece já ter sido substituída! Que marca é que está gravada nos elos?

 

[Pedro Seixas Palma]

Essa corrente parece já ter sido substituída! Que marca é que está gravada nos elos?

Não consigo perceber bem, mas parece FIAT com dois A sobrepostos.