Controle de Estabilidade (ESP)

Joao Cunha

Celicas Clube Português
O que acham desde inovador sistema,embora os nossos clássicos não tenham nada desta tecnologia,acho que foi uma invenção notável em termos de segurança.

Na maioria dos automóveis, o motorista tem de corrigir por si mesmo a trajectória do carro em situações como curvas muito rápidas e desvios, o que exige habilidade e nem sempre termina bem. Para alguns modelos, porém, isso é coisa do passado: já existe o controle electrónico de estabilidade.

O nome já diz tudo: ele estabiliza o carro. Este, ao começar a desgarrar, faz com que o sistema aja como uma grande "mão invisível" que coloca o automóvel de volta a sua trajectória original, quase como se andasse sobre trilhos.

Assim como os travões anti-bloqueio (ABS) e o controle de tracção, o controle electrónico de estabilidade é também um grande auxílio para os condutores em situações de difícil controle do veículo, pois consegue-se estabilizar o carro mesmo em situações extremas. Sua primeira avaliação foi na superfície de um lago congelado, em 1995. Os especialistas, ao testarem o carro equipado com o revolucionário sistema, ficaram impressionados com a dirigibilidade apresentada pelo automóvel, mesmo com a quase inexistente aderência entre os pneus e o gelo.

O segredo do sistema é, basicamente, uma central electrónica que faz a análise constante dos sinais enviados por sensores instalados em diversas partes do veículo, tendo como exemplo o sensor de rotação do eixo longitudinal do carro, que verifica um princípio de derrapagem.


Ao ser detectada a iminência de instabilidade, o programa reage accionando, selectivamente, os travões de rodas dianteiras ou traseiras, direitas ou esquerdas, de acordo com a situação. Se necessário, reduz o torque enviado às rodas de tracção. Em uma fracção de segundo -- ou seja, muito mais rápido que um piloto de Fórmula 1 conseguiria --, o controle de estabilidade devolve o carro a sua trajectória pretendida.

Assim, o programa fornece um elemento extra para a segurança dos ocupantes do automóvel em situações cruciais, reduzindo drasticamente os riscos de perda de controle. A Mercedes-Benz foi a primeira fábrica de automóveis a utilizá-lo, sob a sigla ESP (programa electrónico de estabilidade em inglês), sendo o Classe A o primeiro da categoria a dispor deste equipamento de segurança activa. Logo depois, outras fábricas -- como BMW, Cadillac, Chevrolet e Porsche -- passaram também a oferecê-lo em seus carros, utilizando outras siglas e nomes.

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Se na teoria é um pouco complexo, vamos imaginar uma situação real em que a presença do sistema se torne necessária. Suponhamos que o condutor entre em uma curva à esquerda mais rápido do que deveria, e seu carro comece a derrapar a traseira para fora da curva, ou seja, para a direita. Nesse instante, o controle de estabilidade entra em acção, aplicando força de travagem na roda dianteira direita.

Como consequência, o carro tende a girar para a direita (em sentido contrário ao da curva) e com isso volta à trajectória. O condutor quase não percebe o funcionamento, embora seja indicado por luz-piloto no painel. Se, em vez da traseira, a dianteira desgarrasse na mesma curva, a roda traseira esquerda é que seria uma travagem suave, recolocando o carro no curso original.


O sistema combina as funções de outros sistemas de segurança activa, como os travões anti-bloqueio, controle de tracção (que impede as rodas motrizes de perder a tracção, reduzindo o torque enviado às rodas e mesmo travando-as) e, no caso da Mercedes, a assistência de travagem (ABS), que amplifica a pressão aplicada no pedal em travagens bruscas.

Engenheiros de desenvolvimento têm testado as aplicações do controle de estabilidade desde sua idealização, em meados de 1994. Em inúmeros testes realizados, os riscos se reduziram drasticamente, principalmente em situações críticas que exigem perícia e autocontrole. Nessas ocasiões, alguns proprietários de veículos Mercedes foram convidados para um teste de direcção virtual, a 100 km/h, em um simulador de direcção da fábrica na Alemanha.

Foram simuladas situações de pista de gelo, em quatro curvas, onde a aderência dos pneus com o solo se reduzia em mais de 70% em poucos metros percorridos. O resultado, previsível, foi de que 78% dos motoristas convidados não conseguiriam manter seus automóveis na pista -- além desse facto, corriam o risco de se envolver em acidente. Ao serem auxiliados pelo sistema, porém, todos conseguiriam evitar as derrapagens e escapar das situações propostas.


Pode-se concluir que, basicamente, o controle de estabilidade auxilia o motorista a manter o controle do veículo antes mesmo de se dar conta de que o perdeu. O sistema mantém o carro em equilíbrio dinâmico, eliminando possíveis erros e excessos do condutor.

Convém frisar que, ao contrário do que possa parecer, o sistema não torna ninguém um super condutor: apenas o auxilia nas correcções de trajectória. Portanto, vê-se claramente que o bom senso de quem dirige ainda não tem substituto para uma condução segura e tranquila.
;)
A Mercedes mais uma vez foi a pioneira :D
 
J

Jorge Aguiar

Guest
Muito bem, João...;) A vida não é só sardinhadas e feijoadas :DD
 
A minha carrinha Peugeot 406 HDI, tem precisamente este controlo de estabilidade (ESP), é de uma segurança a curvar impecável.
 
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