Combustíveis sintéticos e o futuro do motor de combustão

Nuno Vendrell

Veterano
Eu sou suspeito, adoro motores a combustão… mal comparado é como ter um relógio automático vs um relógio a pilhas.

Penso que a neutralidade carbónica dos combustíveis sintéticos é interessante mas mantêm-se a questão da poluição, sobretudo nas cidades.
Acho mais interessante a possibilidade de ter motores de combustão a hidrogénio, estes com a vantagem de o único subproduto ser h2O. Pelo que sei, também é relativamente “fácil” de adaptar motores a combustão e a tecnologia existente para hidrogénio mas confesso que sou bastante leigo nesse assunto.
 
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Rui Durão

Veterano
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O problema maior dos efuels é escala e preço. Não é claro que se consigam produzir em quantidade suficiente para serem economicamente viáveis. O mesmo se aplica ao H2, mas nesse caso já há desenvolvimentos interessantes, mas que vão demorar a chegar ao mercado. E sim, é bastante fácil adaptar um motor a combustão para utilizar H2, e vários fabricantes já têm essa tecnologia bastante madura (sobretudo para veículos pesados).

Já agora, a legislação que ia proibir a venda de motores a combustão a partir de 2035 foi suspensa, volte-face na 25a hora...
 

João Paulo C. Ribeiro

Pre-War
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Acho espantoso procurar soluções de futuro no passado...

Não sei qual será o caminho mas os veículos electricos não me parecem ser a solução.

Alargar a rede de carregadores, de linhas de transporte e unidades de produção de energia para carregar milhões de veículos (só em Portugal) parece-me tão viável como Portugal pagar a divida externa num mês.

Os combustíveis sintéticos são uma espécie de santo graal que os fabricantes alemães procuram há mais de oitenta anos. Sem grandes resultados...

O hidrogenio foi extensivamente investigado pela Mercedes-Benz ao longo dos últimos cinquenta anos mas...

O fim dos veículos a combustão seria o derradeiro suicídio industrial europeu a juntar a tantos outros (industria eléctrica e electronica, metalurgias ligeiras e pesadas, construção naval e ferroviaria, etc, etc, etc)
 
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Nuno Vendrell

Veterano
Acho espantoso procurar soluções de futuro no passado...

Não sei qual será o caminho mas os veículos electriços não me parecem ser a solução.

Alargar a rede de carregadores, de linhas de transporte e unidades de produção de energia para carregar milhões de veículos (só em Portugal) parece-me tão viável como Portugal pagar a divida externa num mês.

Os combustíveis sintéticos são uma espécie de santo graal que os fabricantes alemães procuram há mais de oitenta anos. Sem grandes resultados...

O hidrogenio foi extensivamente investigado pela Mercedes-Benz ao longo dos últimos cinquenta anos mas...

O fim dos veículos a combustão seria o derradeiro suicídio industrial europeu a juntar a tantos outros (industria eléctrica e electronica, metalurgias ligeiras e pesadas, construção naval e ferroviaria, etc)
Concordo com tudo o que disse.
Com a tecnologia e as infra estruturas que temos hoje o electrico parece me completamemte inviável.
 

NunoCouto

Pre-War
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Portalista
Ora bem... começo por uma declaração de interesses: Não tenho gosto por eléctricos.

E como já foi dito por aí... também considero que é uma solução do passado a ser aplicada aos dias de hoje. Se não resultou na altura, hoje também vejo dificuldades que resulte. Pelo menos de forma massiva.

Quando as redes eléctricas ficarem sobrecarregadas (como já acontece em alguns bairros em Lisboa) porque os utilitários de veículos eléctricos decidem ligar a "fichinha" ao carro, quero ver como resolvem o problema. Porque aí o problema deixa de ser limitado aos carros e passa a ser um problema estrutural e que afecta não só carros, mas também casas e principalmente, a qualidade de vida das pessoas.

Tendo dito isto, aceito que o eléctrico seja uma solução viável para certas utilizações. Citadinas maioritariamente. Ainda ontem vi um carro dos CTT a passar por mim. Uma daquelas caixas pequenas com rodas. E serve perfeitamente para o propósito.

Por outro lado, não concordo minimamente com a proibição de construção de motores ICE, usem eles combustíveis sintéticos ou de outra forma. Acho que a solução passa por diversificar as formas de energizar os veículos e não apostar todas as fichas numa única forma. E isso é algo que os "evangelistas da electrificação" não toleram.

Por conseguinte, concordo inteiramente que se explore a possibilidade dos combustíveis sintéticos e olho para o seu desenvolvimento como olho para o desenvolvimento da electrificação dos carros. Ou seja, é mais uma parte da solução que para mim passa por incorporar várias e diferentes tecnologias.

E que nós possamos escolher livremente por qual delas queremos optar.
 

Rui Durão

Veterano
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Se analisarmos apenas pela liberdade de escolha, o futuro do ICE não é risonho: as vendas dos BEV são as que têm maior crescimento, e em vários países europeus representaram a maior fatia da venda de carros novos em 2022. Neste momento, quem pode (€) escolhe um elétrico, portanto os consumidores estão a enviar sinais claros à indústria. Nesse sentido, e se deixarmos as leis do mercado funcionar, a breve prazo os ICE serão para um nicho, e a maioria andará a pilhas...
 
OP
OP
JorgeMonteiro

JorgeMonteiro

...o do "Boguinhas"
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Portalista
A escolha sobre os BEV não é real porque há fortes incentivos fiscais para a sua compra. Basta vermos o que se passou na Noruega, onde a retirada de incentivos fiscais a partir de Janeiro de 2023 tem levado a uma queda acentuada na compra deste tipo de veículos.

Norway: Plug-In Car Sales Collapsed By 80% In January 2023

Verdade!

Tenho reservas em acreditar que são os consumidores a influenciar o mercado. Na minha opinião é sempre a industria ou a política e meter na cabeça do consumidor o que ele pensa que quer.

Enquanto se vão mudando as vontades aos consumidores, vai-se dinamizando o mercado.

Aplica-se a quase tudo, não apenas aos carros.
 

NunoCouto

Pre-War
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Portalista
Ora bem.

Retirem lá os incentivos aos BEV e quero ver se as vendas serão as mesmas. Não é à toa que em Dezembro de 2022 na Noruega foram vendidos cerca de 30 mil veículos BEV, o correspondente a 3 meses de vendas normais.

Não quero entrar em políticas nem nada parecido, mas vejo com os eléctricos acontecer o mesmo que se passou com os diesel no início do século. Cria-se a trend (seja do ambiente, do baixo consumo ou outra coisa similar) e dá-se benefícios fiscais para incentivar as vendas. Passados uns anos vem-se a descobrir que foi pior a "emenda que o soneto" a nível ambiental.
 
OP
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JorgeMonteiro

JorgeMonteiro

...o do "Boguinhas"
Membro do staff
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Portalista
Os incentivos servem para garantir a tal diversidade e equilíbrio de fontes de energia que falavas lá mais atrás. É preciso saber parar os apoios (como fizeram na Noruega) e é preciso não ser fundamentalista e obrigar todos a andar de eletrico.

Não acredito que esta guerra aos ICE venha a limitar o uso dos nossos clássicos, mas tenho plena convicção que não haverá muitos novos clássicos de combustão no futuro. Mas isso também não é problema nenhum. Daqui a 30 anos o puto que aprendeu a conduzir num tesla, vai andar atrás de um tesla para restaurar. É a ordem natural da coisa.
 
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