Clássicos a Preto e Branco

João Paulo C. Ribeiro

Pre-War
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Ainda são conterrâneos?

Ver anexo 1214299

Ford Transit Mk I

Não são de maneira nenhuma contemporâneos. Na verdade a Ford Transit foi um veiculo muito à frente do seu tempo. Num mundo em que os furgões de carga eram as resistentes mas acanhadas VW pão de forma, as frágeis e asmáticas Renault Estafette ou as inenarráveis Austin e Morris J2 e J4, a Ford Transit com o seu comparativamente enorme espaço de carga, as suas motorizações fiáveis e potentes, a sua condução tipo automóvel, o seu conforto e a sua segurança parecia vinda de outro mundo. O êxito foi imediato e enorme. As outras marcas se quiseram competir tiveram que apresentar modelos bastante melhores. Se excluirmos a GM com a Bedford CF mais ninguém viu os seus esforços coroados de êxito e a Ford Transit reinou indiscutivelmente durante pelo menos 35 anos.​
 
Última edição:

Tiago Baptista

Portalista
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Não são de maneira nenhuma contemporâneos. Na verdade a Ford Transit foi um veiculo muito à frente do seu tempo. Num mundo em que os furgões de carga eram as resistentes mas acanhadas VW pão de forma, as frágeis e asmáticas Renault Estafette ou as inenarráveis Austin e Morris J2 e J4, o seu comparativamente enorme espaço de carga, as suas motorizações fiáveis e potentes, a sua condução tipo automóvel e o seu conforto pareciam de outro mundo. O êxito foi imediato e enorme. As outras marcas se quiseram competir tiveram que apresentar modelos bastante melhores. Se excluirmos a GM com a Bedford CF mais ninguém viu os seus esforços coroados de êxito e a Ford Transit reinou indiscutivelmente durante pelo menos 35 anos.​

Obviamente que eu estava a levar a fotografia em tom de brincadeira. Se bem que a Transit já é "o" dinossauro dos veículos ligeiros de mercadorias.

O seu nome é omnipresente quando o tema da conversa remonta para a categoria acima referida. Por mais anos que passem, gerações que apareçam, voltas que a industria dê, a designação desta carrinha está gravado a letras de ouro no livro da história automóvel.

É com agrado que vejo, numa altura em que a histeria em torno da eletrificação do objeto chamado automóvel está no auge, que a marca da oval azul ainda mantêm a Transit na sua gama. Muitos esquecem ou renegam o passado, retirando nomes consensuais dos seus catálogos mas os responsáveis da Ford não têm, por enquanto, memória curta.

Só tenho pena que ainda se olhe com algum desdém de veículos como este na comunidade dos clássicos. Não sei se é por estarem conectados ao meio comercial, agrícola ou fabril ou por serem a gasóleo mas ainda não conquistaram o seu espaço, por direito, neste meio. Tem sido uma integração lenta mas acredito que aos poucos lá cheguem. O que tem dado algum impulso são os serviços de camping e de fast-food que as resgatam, restauram e muitas vezes alteram para a vertente comercial a que cada uma se destina. Por vezes são alterações irreversível que as limitam quanto às suas funções mas, antes assim, do que estarem a definhar num qualquer ferro velho.

Conheci duas desta geração abandonadas numa sucata (uma ainda lá está mas o aceso a ela é trabalhoso devido ao estado de poisio do local onde jaz) que fica num longo terreno agrícola (parece impossível mas ainda existem este género de cemitérios a céu aberto) e outra que foi recentemente recuperada estando o serviço de uma loja de motas como veiculo publicitário/de assistência.

Era usual, pelos menos nas zonas limítrofes das grandes cidades, os proprietários usarem, no final da sua vida comercial, carrinhas como esta a servirem de arrumação para os utensílios agrícolas estacionando-as em pleno campo ou vinha, diretamente na terra ou em cima de quatro cepos de madeira. Em 2011, fotografei uma Transit MK II nestas condições que servia de ponto de referência/entrada de uma parcela vinícola.

Já o disse no Portal que não me importava de ter uma Transit da primeira geração. Ou então uma da segunda, de preferência de rodado duplo, para tentar recriar uma réplica das carrinhas de assistência dos ralis dos anos 80 como, por exemplo, a da Rothmans, R.E.D., Belga ou da Diabolique.
 
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