afonsopatrao
Pre-War
Era um belo dia de sol. E eu em Lisboa. À hora de almoço, estava com um nervoso miúdo: eu sabia que aquele XM V6 era tudo o que eu queria. Apenas a matrícula branca me irritava, mas já estava mais do que apaixonado pelo carro, só das fofos do OLX.
Chamei um táxi e apareceu um Citroën C-Elysée. "Só pode ser um sinal de que eu devia comprar mais um Citroën", pensei eu.
Chegado ao destino, vi-o estacionado e rasteiro, despressurizado. Mas... Caramba, é um V6.24v, motor PRV. 204 cavalos. Inteirinhos.
Primeiro, quis inteirar-me da história do carro:
Era de um empresário que trabalhava entre Portugal e Espanha. Comprou-o em Vigo, para substituir o seu CX. Usou-o até 2008, altura em que comprou um C6 e encostou um XM. Antes da entrada em vigor do novo IUC, porém, legalizou-o em Portugal, em Abril de 2007.
O dono morreu em 2016.
Nessa altura, o filho da empregada desse senhor, que toda a infância tinha visto o XM, comprou-o aos herdeiros. Fez muito poucos kms, sobretudo por causa dos elevados consumos. Dormiu na rua desde então.
Agora decidiu vender, também por ter comprado outro carro (um BMW série 5, dos anos 90).
Depois segui para a lista de verificações que me tinham aconselhado, quer o meu mecânico Citroën, quer o @Samuel .
1. Interiores: FABULOSOS. Cuidados e arranjados. Impecável. Tudo funciona, desde a regulação eléctrica dos bancos, vidros., iluminação, Climatronic.
Apenas uma estaladela na lâmina superior, mesmo a meio; e o ar condicionado precisará de ser carregado. Mas mandou convertido para o gás novo!
2. Motor pegou imediatamente. Quando ouvi o ronco do V6 percebi que estava como,Resende enfeitiçado. Subiu de regime bem e mantinha-se a qualquer rotação. Todavia, de vez em quando sentia uma ligeira falha. Ainda assim, ponto positivo.
3. Pneus: horríveis. De 2006, estão todos ressequidos, apesar de terem piso.
3. Sistema hidráulico: não está nos seus melhores momentos. Ainda assim, tem esferas genuínas Citroën, de 2010, o que é um bom indício. A esfera central estará nas últimas (clica em cada 5-6 segundos); as esferas traseiras estarão rebentadas (pois está rijo atrás); as esferas Hydractive devem estar rebentadas, pois não se nota diferença entre a posição normal e sport (sim, este é de Abril de 1993, logo é Hydractive 2). O DIRAVI funciona bem, fazendo o volante retornar suavemente à posição central. Todavia, a dureza da direcção oscila muito; devem ser filtros e canais de LHM entupidos, a acrescer a uma esfera DIRAVI pouco saudável.
Enfim, o remédio é comprar as 8 esferas, o que vai ascender a 700€.
4. Exame ao motor: óleo castanho. Fiquei muito desconfiado. Não passa ar para o sistema de refrigeração, mas fiquei a achar que poderia haver passagem de água para o óleo. O vendedor explicou que, no ano anterior, isso efectivamente tinha ocorrido, razão pela qual ele comprou novo radiador de óleo: nessa altura concluiu-se que era o radiador de óleo o responsável pelo problema. O mecânico dele terá dito que, na sequência da mistura ocorrida, o sistema demoraria a limpar, razão pela qual aconselhou o rapaz a fazer muitas mudas de óleo época limpar. Mas o rapaz não fez, pelo que este óleo é ainda o primeiro.
Liguei ao meu mecânico, que me disse para avançar, pois o preço a que estava seria o mínimo que encontraria por um XM V6; e que acreditava na história do radiador do óleo.
Ainda assim, consegui uma importante redução do preço pedido e fechámos negócio!
Uma meia hora para fazer seguro (de clássico, apesar de só fazer os 25 anos no dia 27 de abril) e fui ao local onde os XMs passam mais tempo:
Depois levei-o para a entrada da ZER.
E claro, com direito a uma peauena fuga de LHM na roda dianteira esquerda.
Ao fim do dia, ele ainda lá estava.
Tudo a postos, e meti-me a caminho de Coimbra! Com este som maravilhoso do V6, mas com algum receio que um pneu estourasse... Devagarinho pela A1, sempre a seguir. (o relógio não estava acertado, pois eu não tinha um objecto pontiagudo para a operação...).
Primeira paragem, para verificar níveis, em Aveiras. Tudo ok!
Mesmo com esferas rebentadas, o conforto dele é impressionante. O silêncio a bordo é indizível. O rádio, com cassetes p, de uma excelente qualidade. Estou mesmo impressionado.
Depois, um pequeno susto: acendeu a luz de falta de água no motor, com indicação para parar imediatamente. Assim fiz, embora a luz tenha apagado...
Verificando, era falso alarme, pois o líquido está a nível. Terá sido uma das mas conexões de canoagem por que o XM serie 1 é tão conhecido.
Finalmente, cheguei a casa. São e salvo. Com um carro magnífico.
Se em Lisboa ele estava a fazer médias de 14litros, em autoestrada a 120, fez 10l. Quase que é económico!
Lembremo-nos que são muitos cavalos para alimentar...
Ele foi dormir. E eu também vou, que amanhã acordo muito cedo. Amanhã continuo os relatos!
Chamei um táxi e apareceu um Citroën C-Elysée. "Só pode ser um sinal de que eu devia comprar mais um Citroën", pensei eu.
Chegado ao destino, vi-o estacionado e rasteiro, despressurizado. Mas... Caramba, é um V6.24v, motor PRV. 204 cavalos. Inteirinhos.
Primeiro, quis inteirar-me da história do carro:
Era de um empresário que trabalhava entre Portugal e Espanha. Comprou-o em Vigo, para substituir o seu CX. Usou-o até 2008, altura em que comprou um C6 e encostou um XM. Antes da entrada em vigor do novo IUC, porém, legalizou-o em Portugal, em Abril de 2007.
O dono morreu em 2016.
Nessa altura, o filho da empregada desse senhor, que toda a infância tinha visto o XM, comprou-o aos herdeiros. Fez muito poucos kms, sobretudo por causa dos elevados consumos. Dormiu na rua desde então.
Agora decidiu vender, também por ter comprado outro carro (um BMW série 5, dos anos 90).
Depois segui para a lista de verificações que me tinham aconselhado, quer o meu mecânico Citroën, quer o @Samuel .
1. Interiores: FABULOSOS. Cuidados e arranjados. Impecável. Tudo funciona, desde a regulação eléctrica dos bancos, vidros., iluminação, Climatronic.
Apenas uma estaladela na lâmina superior, mesmo a meio; e o ar condicionado precisará de ser carregado. Mas mandou convertido para o gás novo!
2. Motor pegou imediatamente. Quando ouvi o ronco do V6 percebi que estava como,Resende enfeitiçado. Subiu de regime bem e mantinha-se a qualquer rotação. Todavia, de vez em quando sentia uma ligeira falha. Ainda assim, ponto positivo.
3. Pneus: horríveis. De 2006, estão todos ressequidos, apesar de terem piso.
3. Sistema hidráulico: não está nos seus melhores momentos. Ainda assim, tem esferas genuínas Citroën, de 2010, o que é um bom indício. A esfera central estará nas últimas (clica em cada 5-6 segundos); as esferas traseiras estarão rebentadas (pois está rijo atrás); as esferas Hydractive devem estar rebentadas, pois não se nota diferença entre a posição normal e sport (sim, este é de Abril de 1993, logo é Hydractive 2). O DIRAVI funciona bem, fazendo o volante retornar suavemente à posição central. Todavia, a dureza da direcção oscila muito; devem ser filtros e canais de LHM entupidos, a acrescer a uma esfera DIRAVI pouco saudável.
Enfim, o remédio é comprar as 8 esferas, o que vai ascender a 700€.
4. Exame ao motor: óleo castanho. Fiquei muito desconfiado. Não passa ar para o sistema de refrigeração, mas fiquei a achar que poderia haver passagem de água para o óleo. O vendedor explicou que, no ano anterior, isso efectivamente tinha ocorrido, razão pela qual ele comprou novo radiador de óleo: nessa altura concluiu-se que era o radiador de óleo o responsável pelo problema. O mecânico dele terá dito que, na sequência da mistura ocorrida, o sistema demoraria a limpar, razão pela qual aconselhou o rapaz a fazer muitas mudas de óleo época limpar. Mas o rapaz não fez, pelo que este óleo é ainda o primeiro.
Liguei ao meu mecânico, que me disse para avançar, pois o preço a que estava seria o mínimo que encontraria por um XM V6; e que acreditava na história do radiador do óleo.
Ainda assim, consegui uma importante redução do preço pedido e fechámos negócio!
Uma meia hora para fazer seguro (de clássico, apesar de só fazer os 25 anos no dia 27 de abril) e fui ao local onde os XMs passam mais tempo:
Depois levei-o para a entrada da ZER.
E claro, com direito a uma peauena fuga de LHM na roda dianteira esquerda.
Ao fim do dia, ele ainda lá estava.
Tudo a postos, e meti-me a caminho de Coimbra! Com este som maravilhoso do V6, mas com algum receio que um pneu estourasse... Devagarinho pela A1, sempre a seguir. (o relógio não estava acertado, pois eu não tinha um objecto pontiagudo para a operação...).
Primeira paragem, para verificar níveis, em Aveiras. Tudo ok!
Mesmo com esferas rebentadas, o conforto dele é impressionante. O silêncio a bordo é indizível. O rádio, com cassetes p, de uma excelente qualidade. Estou mesmo impressionado.
Depois, um pequeno susto: acendeu a luz de falta de água no motor, com indicação para parar imediatamente. Assim fiz, embora a luz tenha apagado...
Verificando, era falso alarme, pois o líquido está a nível. Terá sido uma das mas conexões de canoagem por que o XM serie 1 é tão conhecido.
Finalmente, cheguei a casa. São e salvo. Com um carro magnífico.
Se em Lisboa ele estava a fazer médias de 14litros, em autoestrada a 120, fez 10l. Quase que é económico!
Lembremo-nos que são muitos cavalos para alimentar...
Ele foi dormir. E eu também vou, que amanhã acordo muito cedo. Amanhã continuo os relatos!