Carro clássico vs. Carro moderno

César Antunes

Clássico
A eterna discussao, é certo, mas muitas das vezes dou por mim a pensar se somos nós que vivemos noutro mundo ou realmente temos bastante razao naquilo que acreditamos e defendemos.

É inegável que nao sao apenas os donos de carros clássicos a preferirem estas viaturas. Quantos de nós nao se deparou com inúmeros comentários nas redes sociais de gente que apesar de nao ter este hobby defende abertamente que os carros, sobretudo os dos 80s, sao/foram os carros de verdade e que os de agora sao meros plásticos?

Nós, melhor que eles, somos verdadeiros conhecedores das diferenças na conduçao básicamente porque qualquer um de nós tem no mínimo 2 viaturas, uma moderna e outra clássica.
Sabemos que as sensaçoes que nos proporcionam dificilmente podemos te-las ao volante de um carro moderno, mas meus amigos nem tudo sao sensaçoes e prazer, a vertente segurança é extremamente importante e nao se pode desprezar.

Pensando em 3 pontos que considero fulcrais, honestamente vocês consideram que no computo geral "vale a pena" andar com um clássico (uma espécie de prós e contras) :

- Tipo de conduçao/sensaçoes
- Segurança
- Conforto

Por último, quao importante é o fator saudosismo para justificar a dedicaçao a este hobby?
Creio que existe uma boa % de gente jovem ,que automáticamente exclui este fator, e que no entanto sao verdadeiros apreciadores dos carros clássicos.
 

nuno granja

petrolhead
Portalista
Autor
Para lá das declarações de amor que turvam a objectividade, acho que os carros modernos estão cada vez melhores.



Recentemente aluguei na Madeira um Seat "num sei quê", com um motor de 3 cilindros a gasolina que não deveria ter mais de 1000cc e fazia um barulho de papa reformas.
No entanto em estradas particularmente exigentes em termos de inclinações e necessidade de tração fiquei agradavelmente surpeendido com as capacidades dos carro.

Em termos de segurança os avanços são indesmentiveis.

Creio que nas gamas superiores todas estas caracteristicas serão ainda mais evidentes.

Agora se o trocava por um dos meus carros, nem pensar.

Agora o meu caso, andei muitos anos de VW ar, por exemplo esta foto foi tirada em1996 em França quando ai a caminho da Suiça;


Hoje se usasse um carro destes teria muitas limitações, mas se não fizesse os Lisboa > Porto> Lisboa da praxe, o uso de um VW Type I no dia a dia seria perfeitamente possivel.

Já ir de férias com a familia seria mais dificil porque ai não entro só eu na equação, mas com uma Variant Type III ou IV ou um 1303S seria possivel;

No meu caso os 3 carros dos anos 80 são uma excelente solução;



nuno granja
 
Última edição:
Sensações, conforto e segurança...

Eu procuro as sensações nos carros antigos. Seja a sensação de calma que a condução do 300D me transmite, seja a de velocidade (quando até vou mais devagar do que a maioria dos condutores) que sinto quando conduzo o MGB ou o Fiat 850 Sport Coupe.

Também temos as sensações mais diretamente ligadas aos 5 sentidos... O aroma da gasolina, o som do motor, o toque na madeira do volante, a visualização da estética do carro e até o gosto... o gosto pela condução de algo que tem ADN próprio de uma marca cheia de Historia e não é apenas o resultado de um acordo societário entre empresas que produzem automóveis no sentido de aproveitar sinergias e maximizar as economias de escala e a abrangência de determinados veículos em certos mercados.

O conforto dos carros antigos revela-se muitas vezes uma surpresa para quem não os conhece. Desde que em bom estado, um CX ou um W123 são mais confortáveis do que muitos carros modernos.

Já fiz muitos Kms seguidos no MGB (que nunca foi um carro construído para proporcionar elevados níveis de conforto) e posso dizer que não é minimamente desconfortável (a não ser para quem seja algo sobredimensionado fisicamente... :p).

E temos a segurança...

Sim, a segurança automóvel melhorou muito nas últimas décadas, mas se pensarmos que, exceptuando aquelas situações que dependem exclusivamente de terceiros, a segurança parte de nós e se nos soubermos adaptar ao carro que conduzimos, penso que os riscos podem ser fortemente mitigados.

Se eu não conduzo da mesma forma num dia de Sol ou num dia de chuva intensa, se eu não conduzo da mesma forma em Lisboa ou em Luanda, porque é que eu também não tomarei a iniciativa de mudar a minha condução se tenho nas mãos um carro com 50 anos e não um com 2 ou 3 anos?

Se, para além de nos adaptarmos às condições meteorológicas, ao trânsito e até às condicionantes culturais do local onde estamos a conduzir, nos adaptarmos também ao carro que temos nas mãos e às suas inegáveis limitações, reduzimos de forma significativa os riscos que podemos correr e, além disso, conseguimos evoluir como condutores e tornar-nos mais conscientes quando conduzimos qualquer tipo de viatura.
 

HugoSilva

"It’s gasoline, honey. It’s not cheap perfume."
Eventos Team
(...) Eu procuro as sensações nos carros antigos. Seja a sensação de calma que a condução do 300D me transmite, seja a de velocidade (quando até vou mais devagar do que a maioria dos condutores) que sinto quando conduzo o MGB ou o Fiat 850 Sport Coupe.

Também temos as sensações mais diretamente ligadas aos 5 sentidos... O aroma da gasolina, o som do motor, o toque na madeira do volante, a visualização da estética do carro e até o gosto... o gosto pela condução de algo que tem ADN próprio de uma marca cheia de Historia e não é apenas o resultado de um acordo societário entre empresas que produzem automóveis no sentido de aproveitar sinergias e maximizar as economias de escala e a abrangência de determinados veículos em certos mercados.
(...)
Acho que a maioria de nós procura isto ou parte disto, sensações e o sermos "conduzidos" pela própria herança da marca que se revela nas idiossincrasias específicas a cada modelo.

Não há ninguém que consiga dizer-te nenhum clássico ideal para ti, isso seria estar a mascarar aquilo que será uma atração natural mas verdade seja dita, não somos todos iguais, e se há muitos que só querem morango, há outros que gostam de tutti-frutti (sem piadolas vá!) e talvez um dia comecem a encarrilhar para algo mais concreto... ou não.

Pessoalmente não consigo ter olhos só para a Alfa, é óbvio que nutro um interesse especial pelos carros deles (clássicos e modernos) mas seria mentiroso se não admitisse fascínio pela Citroen ou mesmo pela Volvo e aqui estou, três conceitos de carro completamente distintos e gostava de durante a minha vida poder disfrutar de todos eles.

Faz o que já aqui foi dito, participa, lê muito aqui pelo fórum, mais depressa do que imaginas vais deixar-te levar pelos comentários apaixonados dos que por cá militam e vais dar de caras com o primeiro clássico que vais querer aturar ;)
 
OP
OP
César Antunes

César Antunes

Clássico
Acho que a maioria de nós procura isto ou parte disto, sensações e o sermos "conduzidos" pela própria herança da marca que se revela nas idiossincrasias específicas a cada modelo.

Não há ninguém que consiga dizer-te nenhum clássico ideal para ti, isso seria estar a mascarar aquilo que será uma atração natural mas verdade seja dita, não somos todos iguais, e se há muitos que só querem morango, há outros que gostam de tutti-frutti (sem piadolas vá!) e talvez um dia comecem a encarrilhar para algo mais concreto... ou não.

Pessoalmente não consigo ter olhos só para a Alfa, é óbvio que nutro um interesse especial pelos carros deles (clássicos e modernos) mas seria mentiroso se não admitisse fascínio pela Citroen ou mesmo pela Volvo e aqui estou, três conceitos de carro completamente distintos e gostava de durante a minha vida poder disfrutar de todos eles.

Faz o que já aqui foi dito, participa, lê muito aqui pelo fórum, mais depressa do que imaginas vais deixar-te levar pelos comentários apaixonados dos que por cá militam e vais dar de caras com o primeiro clássico que vais querer aturar ;)

Penso que esta resposta está mal inserida neste post, penso que por erro veio aqui parar quando era dirigida ao colega Afonso Marques e o seu post "Qual foi/é o vosso primeiro clássico?" :)
 
Última edição:
Eu gosto de tentar simplificar sempre tudo. Gosto particularmente de gestão (de empresas,de funcionamento de recursos humanos), essencialmente de criar condições para que uma determinada estrutura de negócio funcione. A complicação é inimiga disso mesmo. Por isso a minha contribuição não vai ser incentivo de grandes debates.

Carro moderno:

Mais conforto (está tudo novo, seja suspensão, bancos, climatização, etc.), já para não mencionar as ajudas de utilização como câmaras traseiras para estacionamento ou a generalização das caixas automáticas.

Mais segurança passiva (airbags, deformação programada em caso de embate, etc.).

Mais segurança activa electrónica (abs, esp,etc.).

Mais fiabilidade (principalmente por haver sempre aquela peça que avaria ou haver sempre uma garantia ainda disponível, aliado a mecânicos fáceis de encontrar dentro do assunto, ou seja, os da marca).

Menos interactividade entre homem-máquina (reduz neste ponto a segurança activa ao criar falsas seguranças, assim como o prazer de condução).

Carro clássico/velho/antigo:

Menos conforto (está tudo velho, seja suspensão, bancos, climatização, etc.).

Menos segurança passiva (não há airbags, deformações programadas, etc.).

Mais segurança activa "analógica" (o que se sente é o que se tem, seja travões, competência do chassis sem depender do tipo/dimensão/estado dos pneus, etc.).

Mais interactividade entre homem-máquina (menos ausência de intermediários entre homem e mecânica)...já repararam que nos carros modernos actualmente (direcção, acelerador, travão, etc.) só na caixa (quando são manuais) é que há uma ligação directa entre o condutor e a mecânica?

Mais prazer lúdico, pois são dos casos raros em que o menos é mais.
 

Rafael Isento

Portalista
Membro do staff
Portalista
Ora bem, comigo é um bocado assim:
Gosto de carros!

Porque gosto de clássicos?
Porque são "carros"!

E de modernos?
Gosto de alguns, aqueles que são "carros".
Os outros, meros "meios de transporte", servem-me para a rotina diária onde conduzir é mais uma necessidade do que um prazer.

Eu até era pessoa para ter um eléctrico, híbrido, scooter, trotinete ou passe do Metro se isso me fosse útil no dia-a-dia.
Neste caso não só poupava o meu carro de somar kms no meio do trânsito e deslocações sem prazer como também me podia dar ao luxo de investir num outro tipo de carro, clássico ou moderno mas acima de tudo mais ao meu gosto.

Da mesma forma que em casa temos Bimby's, aquecimento central, persianas eléctricas, TV's inteligentes e outros comodismos, também um meio de transporte recente faz sentido para o dia-a-dia.
Mas naquele espaço especial da garagem, o brinquedo do nosso "vício"!
 

Carlos Vaz

Pre-War
Bom dia a todos

Como isto anda mais parado vou partilhar convosco o meu projecto actual.
Comprei recentemente ao meu cunhado a sua fiel mas cansada Yamaha XT600E a pensar só em dar um "jeitinho" para umas voltas e pouco mais... mas como a vida tem sempre umas surpresas guardadas a mota tem revelado as suas! (aqui deve ler-se "estava bem pior que parecia"!)

Aqui vai uma foto depois do que deve ter sido o primeiro banho em anos de utilização:
Ver anexo 1135080

Uma inspecção mais detalhada mostrou uma enorme quantidade de material em falta ou danificado e muita "esperteza de quinta"... e as peças foram saindo:

Ver anexo 1135081

Moral da história, não tenho dinheiro suficiente para um restauro com material Yamaha então decidi-me pela transformação numa espécie de "scrambler low-cost" e poupo o dinheiro dos plásticos para trocar orgãos mecânicos danificados e um overhaull ao motor. Este é o estado actual:

Ver anexo 1135082

Entretanto o caixote das peças restauradas e novas vai ganhando volume e um dia hei-de acabar a mota!

Mais uma vez desculpem a prosa longa e sei que neste forum uma modificação é quase uma heresia, mas com o meu orçamento esta é a melhor hipótese de dar a esta mota uma nova oportunidade de vida.

PS: Nesta ultima foto podem ver que partilho a garagem com as máquinas da roupa... agora imaginem a felicidade da minha mulher sempre que faço lixo! :s

Ora bem, comigo é um bocado assim:
Gosto de carros!

Porque gosto de clássicos?
Porque são "carros"!

E de modernos?
Gosto de alguns, aqueles que são "carros".
Os outros, meros "meios de transporte", servem-me para a rotina diária onde conduzir é mais uma necessidade do que um prazer.

Eu até era pessoa para ter um eléctrico, híbrido, scooter, trotinete ou passe do Metro se isso me fosse útil no dia-a-dia.
Neste caso não só poupava o meu carro de somar kms no meio do trânsito e deslocações sem prazer como também me podia dar ao luxo de investir num outro tipo de carro, clássico ou moderno mas acima de tudo mais ao meu gosto.

Da mesma forma que em casa temos Bimby's, aquecimento central, persianas eléctricas, TV's inteligentes e outros comodismos, também um meio de transporte recente faz sentido para o dia-a-dia.
Mas naquele espaço especial da garagem, o brinquedo do nosso "vício"!

Lixaste-me a resposta!
É mais ou menos isto!
 

António José Costa

Regularidade=Navegação, condução e cálculo?
Portalista
Da mesma forma que em casa temos Bimby's, aquecimento central, persianas eléctricas, TV's inteligentes e outros comodismos, também um meio de transporte recente faz sentido para o dia-a-dia.
Mas naquele espaço especial da garagem, o brinquedo do nosso "vício"!

Onde estão os electrodomésticos do dia a dia? Na rua.
Onde estão os carros velhos? Na garagem.

Na mouche!
 

João Luís Soares

Pre-War
Membro do staff
Premium
Delegado Regional
Portalista
(...)Da mesma forma que em casa temos Bimby's, aquecimento central, persianas eléctricas, TV's inteligentes e outros comodismos, também um meio de transporte recente faz sentido para o dia-a-dia.
Mas naquele espaço especial da garagem, o brinquedo do nosso "vício"!

Carago... sou mesmo retrógrado!

Não tenho Bimby, porque ambos nos safamos bem nos tachos.
Não tenho aquecimento central, porque não há. Tenho um velho convector Efacec com mais de 30 anos que funciona maravilhosamente.
Persianas são de fita e serão sempre.
TV inteligente? Ia servir de muito... mesmo não sendo inteligente é ligada em média uma vez a cada duas semanas.

Ah! E o nosso carro "novo" tem 20 anos.
 

nuno granja

petrolhead
Portalista
Autor
Carago... sou mesmo retrógrado!

Não tenho Bimby, porque ambos nos safamos bem nos tachos.
Não tenho aquecimento central, porque não há. Tenho um velho convector Efacec com mais de 30 anos que funciona maravilhosamente.
Persianas são de fita e serão sempre.
TV inteligente? Ia servir de muito... mesmo não sendo inteligente é ligada em média uma vez a cada duas semanas.

Ah! E o nosso carro "novo" tem 20 anos.

Nesta ganhas, o meu carro novo tem 16 :D

O nosso faz 16 em Outubro.


nuno granja
 

nuno granja

petrolhead
Portalista
Autor
E vão estimá-lo até ser clássico?

A minha Xsara nunca terá o mesmo estatuto do Golf mas gostava que fizesse os 30 anos comigo.
Vamos ver se aguenta mais 14...

É o único carro cá da casa cujo destino não está só nas minhas mãos, mas...

Um destes dias estavamos a fazer contas para aquisição de casa em Lisboa e a cara metade pergunta; "...e o Golf aguenta mais 10 anos?"

There is hope ;)



Está nos 124.000, dizem que estes motores são problemáticos mas como este deve ter sido dos últimos produzidos espero que tenham resolvido o problema.



Pelo sim pelo não, a latinha de óleo viaja muito (e não é só no Golf...);


As memórias já ninguém nos tira;


nuno granja
 
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