BMW 318I E46 - 20 anos

Casos há em que o legado familiar e a ligação emocional ao objecto prevalece sobre ele próprio.

Temos o caso aqui no Portal de um Pai que usa do automóvel clássico como testemunho para um filho que o recebe de lembrança. Poderia ser outra coisa qualquer. Mas foi um carro.

Temos outro caso, também aqui no Portal, para o qual ainda não encontrei prosa que o mereça (mas vou encontrar), de alguém que decidiu restituir à velha forma um objecto que representa uma viagem, uma memória, um conjunto de recordações e de vidas nele contidas sob a forma das coisas mais desinteressantes que 4 rodas podem ter. Um Renault 6. Terá mais valor até por isso.

No meu caso, não é novo nem é velho. Não tem valor de peça, nem tampouco é qualquer coisa exótica, interessante ou exclusiva. Este que aqui vêem era o carro do meu Pai. Quando digo era, digo-o com a felicidade do motivo ser ter outro e não mais este (pelo equívoco que a terminologia verbal "era" possa gerar). E de ser ele que vive sob a forma de carro que mais depressa me faz lembrar a unidade e a entidade que sou eu com ele.

Porque na verdade é de pessoas que gostamos. É de pessoas que lembramos quando particularizamos um determinado carro. É de pessoas com quem nos identificamos na pesonalidade e reflexo traduzido à expressão de um povo que individualizamos numa determinada filosofia de automóvel. E é de pessoas que trazemos à forma daquilo que gostamos na identidade colectiva de quem idealizou, onde se construiu e como a nós chegou o carro da marca que escolhemos.

Corria o ano de 2000, teria eu os meus 18 anos quando este exemplar chegou a casa. Comprado novo na Baviera - Porto, levantado no dia 29 de Setembro desse mesmo ano, numa sexta-feira.

Este carro é a soma do desejo circunstancial do meu pai por um Mercedes e do meu por um Alfa Romeo 156. Ficou no meio caminho destes dois, sendo desde então a marca que o meu pai conduz até hoje, daqueles que lhe sucederam. Quando foi ponderada a troca, acabei por ficar com ele por oferta do meu Pai pelo pouco valor de mercado que representava na dita troca.

É o único carro (na verdade não é o único, porque passou a ser hábito desde então, mas digamos o único que não é novo) que por ter acompanhado desde o primeiro interesse até à data conservo catálogos, tabela de preços e opcionais, factura de compra, ofertas do concesionário (porta chaves + relógio), todas as factuas e manutenções que realizou até à data.

E é justamente na antecâmara efeméride dos 20 anos prestes a celebrar, que numa tarde de ócio o levei à manutenção anual, sempre realizada no concessionário BMW, contava mais ou menos estes:

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Sim. A fazer 20 anos, 17 mil kms.

Para além da revisão habitual de óleos e filtros segundo o plano da manutenção, um elevador do vidro electrico frente esquerdo (dava um estalo), troca das escovas limpa para brisas (ainda as originais que vinham com o carro) e uma cortesia segundo parece até ao final do mesmo agosto em manutenções programadas, a oferta de centros de roda oscilantes (???!!).

Bom, se era oferta que viessem, com pedido expresso que não os montassem e os colocassem na mala do carro. 1 - Não gosto de folclore, de centros oscilantes, de piscas que correm como o reclame do caesers palace, e demais parolices que hoje pululam pelos carros actuais. 2 - Gosto dos carros originais, pelo que os centros de jantes que vieram com o carro estavam para mim muito bem.

Tendo eu sublinhado este pedido, o que é que eles fizeram?



Montaram os centros! :lol:

Naturalmente que chegado a casa devolvi os ditos ao lugar:

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Para a estante de memorabilia (Nabenabdeckung Feststehend??!!... Ma com'è bello l'Italiano, vero?). E montei os originais fixos que nunca deviam ter tirado:

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Como pedi para me trocarem as escovas, porque estavam a fazer um pouco de ruido após 20 anos de poucos mas leais serviços, também levei com estas:

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- Mas eu pedi para trocarem colocando exactamente as mesmas (não gosto destas escovas em carros que não as tinham de origem).

A resposta é que já não têm das outras (afinal também falham nas peças). Pedi para me devolverem as originais. Disseram-me que iam ver mas que provavelmente já tinham ido para o lixo. Não foram.

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Limpei a estrutura, porque está nova, e vou procurar as borrachas para substituir. Em tempos comprei umas caixinhas delas no supermercado, que depois deixei de ver. Alguém sabe onde arranjar? Mal encontre, estas escovas voltarão ao lugar para os próximos 20 anos.

Posto isto, eis o que resulta de 20 anos de pouquíssimos quilómetros com muitíssimos cuidados:

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...as matrículas são as de ida à inspecção. Na altura colocaram-se umas que se usavam com relevo e números mais pequeninos. Aqui ainda não estava com elas, voltaram para o lugar depois de tiradas as fotografias. Além disso não gosto das publicidades a stands na matrícula.

E voilá...como se ouve muito pelas praias por esta altura do ano. Um carro cujo valor vai integralmente para o que significa e não para o que vale. Com o simbolismo, uma vez mais da memória, e não da escolha, preferência ou substância. (não que o carrinho não seja competente. É bastante. Peca peloss 4 cilindros. Seria uma peça mais interessante do 20i para cima e com 2 cilindros a mais)

Por outro lado, é uma forma de validar como vivemos os nossos prazeres. A forma sempre presente de quem trata de carros velhos, mesmo com a passagem de um dia terem sido novos. É uma maneira de estar. Tanto mais evidente em produtos de limbo como este. Demasiadamente novo para ser velho. Velho de mais para ser novo. E que será sempre estimado, muito estimado (como todos) às minhas mãos.
 

Anexos

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Casos há em que o legado familiar e a ligação emocional ao objecto prevalece sobre ele próprio.

Temos o caso aqui no Portal de um Pai que usa do automóvel clássico como testemunho para um filho que o recebe de lembrança. Poderia ser outra coisa qualquer. Mas foi um carro.

Temos outro caso, também aqui no Portal, para o qual ainda não encontrei prosa que o mereça (mas vou encontrar), de alguém que decidiu restituir à velha forma um objecto que representa uma viagem, uma memória, um conjunto de recordações e de vidas nele contidas sob a forma das coisas mais desinteressantes que 4 rodas podem ter. Um Renault 6. Terá mais valor até por isso.

No meu caso, não é novo nem é velho. Não tem valor de peça, nem tampouco é qualquer coisa exótica, interessante ou exclusiva. Este que aqui vêem era o carro do meu Pai. Quando digo era, digo-o com a felicidade do motivo ser ter outro e não mais este (pelo equívoco que a terminologia verbal "era" possa gerar). E de ser ele que vive sob a forma de carro que mais depressa me faz lembrar a unidade e a entidade que sou eu com ele.

Porque na verdade é de pessoas que gostamos. É de pessoas que lembramos quando particularizamos um determinado carro. É de pessoas com quem nos identificamos na pesonalidade e reflexo traduzido à expressão de um povo que individualizamos numa determinada filosofia de automóvel. E é de pessoas que trazemos à forma daquilo que gostamos na identidade colectiva de quem idealizou, onde se construiu e como a nós chegou o carro da marca que escolhemos.

Corria o ano de 2000, teria eu os meus 18 anos quando este exemplar chegou a casa. Comprado novo na Baviera - Porto, levantado no dia 29 de Setembro desse mesmo ano, numa sexta-feira.

Este carro é a soma do desejo circunstancial do meu pai por um Mercedes e do meu por um Alfa Romeo 156. Ficou no meio caminho destes dois, sendo desde então a marca que o meu pai conduz até hoje, daqueles que lhe sucederam. Quando foi ponderada a troca, acabei por ficar com ele por oferta do meu Pai pelo pouco valor de mercado que representava na dita troca.

É o único carro (na verdade não é o único, porque passou a ser hábito desde então, mas digamos o único que não é novo) que por ter acompanhado desde o primeiro interesse até à data conservo catálogos, tabela de preços e opcionais, factura de compra, ofertas do concesionário (porta chaves + relógio), todas as factuas e manutenções que realizou até à data.

E é justamente na antecâmara efeméride dos 20 anos prestes a celebrar, que numa tarde de ócio o levei à manutenção anual, sempre realizada no concessionário BMW, contava mais ou menos estes:

Ver anexo 1180506

Sim. A fazer 20 anos, 17 mil kms.

Para além da revisão habitual de óleos e filtros segundo o plano da manutenção, um elevador do vidro electrico frente esquerdo (dava um estalo), troca das escovas limpa para brisas (ainda as originais que vinham com o carro) e uma cortesia segundo parece até ao final do mesmo agosto em manutenções programadas, a oferta de centros de roda oscilantes (???!!).

Bom, se era oferta que viessem, com pedido expresso que não os montassem e os colocassem na mala do carro. 1 - Não gosto de folclore, de centros oscilantes, de piscas que correm como o reclame do caesers palace, e demais parolices que hoje pululam pelos carros actuais. 2 - Gosto dos carros originais, pelo que os centros de jantes que vieram com o carro estavam para mim muito bem.

Tendo eu sublinhado este pedido, o que é que eles fizeram?



Montaram os centros! :lol:

Naturalmente que chegado a casa devolvi os ditos ao lugar:

Ver anexo 1180546


Para a estante de memorabilia (Nabenabdeckung Feststehend??!!... Ma com'è bello l'Italiano, vero?). E montei os originais fixos que nunca deviam ter tirado:

Ver anexo 1180547

Como pedi para me trocarem as escovas, porque estavam a fazer um pouco de ruido após 20 anos de poucos mas leais serviços, também levei com estas:

Ver anexo 1180549

- Mas eu pedi para trocarem colocando exactamente as mesmas (não gosto destas escovas em carros que não as tinham de origem).

A resposta é que já não têm das outras (afinal também falham nas peças). Pedi para me devolverem as originais. Disseram-me que iam ver mas que provavelmente já tinham ido para o lixo. Não foram.

Ver anexo 1180550

Limpei a estrutura, porque está nova, e vou procurar as borrachas para substituir. Em tempos comprei umas caixinhas delas no supermercado, que depois deixei de ver. Alguém sabe onde arranjar? Mal encontre, estas escovas voltarão ao lugar para os próximos 20 anos.

Posto isto, eis o que resulta de 20 anos de pouquíssimos quilómetros com muitíssimos cuidados:

Ver anexo 1180551

Ver anexo 1180552

Ver anexo 1180553

Ver anexo 1180554

Ver anexo 1180555

Ver anexo 1180556

Ver anexo 1180557

Ver anexo 1180558

Ver anexo 1180559

Ver anexo 1180560

Ver anexo 1180561

Ver anexo 1180562

Ver anexo 1180563

Ver anexo 1180564

...as matrículas são as de ida à inspecção. Na altura colocaram-se umas que se usavam com relevo e números mais pequeninos. Aqui ainda não estava com elas, voltaram para o lugar depois de tiradas as fotografias. Além disso não gosto das publicidades a stands na matrícula.

E voilá...como se ouve muito pelas praias por esta altura do ano. Um carro cujo valor vai integralmente para o que significa e não para o que vale. Com o simbolismo, uma vez mais da memória, e não da escolha, preferência ou substância. (não que o carrinho não seja competente. É bastante. Peca peloss 4 cilindros. Seria uma peça mais interessante do 20i para cima e com 2 cilindros a mais)

Por outro lado, é uma forma de validar como vivemos os nossos prazeres. A forma sempre presente de quem trata de carros velhos, mesmo com a passagem de um dia terem sido novos. É uma maneira de estar. Tanto mais evidente em produtos de limbo como este. Demasiadamente novo para ser velho. Velho de mais para ser novo. E que será sempre estimado, muito estimado (como todos) às minhas mãos.

Bom dia, muito boa história desse “menino”:thumbs up:
Quanto as escovas segunda regresso a casa e passo na “minha” casa de pneus que vendia as borrachas da berner à unidade. Segunda-feira digo alguma coisa;)
 

Nuno Ferraz

Veterano
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Portalista
Caro Miguel não carece de explicação o gosto por aquilo que nos vem do passado e pouco ou nada vale para os outros, muito menos para a turba ululante das matrículas minimais e da tecnologia de ponta (alguma bacoca).

Mas serve esta prosa apenas para dizer que se adquire o perfil de borracha para as escovas a metro nas lojas habituais da rua do Almada e que o custo final é muito baixo embora inclua uma ou outra esfoladela na cabeça dos dedos a pagar aquando da montagem.

Também é possível encomendar em promoção de um desses sites de peças uma escova de marca reputada e no tamanho acima que se corta e adapta embora eu profundamente prefira a primeira opção que mantém casas onde sou bem servido e onde me explicam coisas, não me deixa com uma estrutura de escova a mais e é mais barato.

A solução do André é a melhor mas está a desaparecer do mercado.
 

António_Vidal

Veterano
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Portalista
Isto só prova que os carros não são apenas objetos por mais aborrecidos e cinzentos que sejam.
Isto explica os carros que são sempre reparados por mais injustificável que seja o arranjo monetariamente, pena é que quem faz esse tipo de serviços não vê isso mas sim o valor de mercado. Sendo linear à qualidade do serviço em 90% dos casos.
Hoje podemos comprar um carro com 20 ou mais anos e meter a uso diário sem problemas. Mas na altura não era exactamente assim e eram feitos sacrifícios para poder comprar carro novo. Esses sacrifícios também estão ligados à história do carro e mais um ponto de conexão com as pessoas.

Indo ao caso concreto está mesmo novo. O interesse em estimar mesmo não sendo o tipo de máquina que mexe cá dentro apenas mostra o que acabo de dizer. Parabéns!

Mas como não há bela sem senão não gostei (fiquei f.) com o que li acerca do concessionário. Se nem o concessionário preza a originalidade que incentivos dá aos donos para que o façam. Merecia que o livro de reclamações conhecesse as qualidades da prosa do dono da máquina. Ainda por cima com pedido para não o fazerem.

A escova arranja-se em casas de peças, mas não sou a pessoa mais indicada para recomendar lojas. Se o intuito for apenas trocar a borracha, mantendo a escova original, há nas lojas de chineses.
 

João Pereira Bento

128coupe
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Gostei do aspirador escolhido! :) E o Einhell moderno na prateleira. :)

Não obstante do valor sentimental, em tão bom estado era um crime cair numas mãos erradas*.

O Rolls Royce Phantom penso ter sido o primeiro carro a estrear os centros de roda flutuantes.

Vou acompanhar, só pela escrita vale a pena! :p

*Um daqueles que ia logo a correr pintar três risquinhas na grelha.​
 
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Nelson Santos

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Fantástica história! O carro está novo!

Incrível como é que no concessionário tiveram tal comportamento. Mas infelizmente isso é já algo comum. Se nos queixamos que nas oficinas não conseguimos encontrar alguém de confiança e que dê o relativo valor aos nos carros, mas oficinas das marcas, acontece exactamente o mesmo. A velha-guarda já se reformou, os novos que por lá andam, querem é tirar velho e colocar novo. Indicações dos clientes já são as excepções que muitas vezes nem ligam, nem se dão ao trabalho de ir ler o campo de Observações da folha de obra! Enfim!
 
Bom dia, muito boa história desse “menino”:thumbs up:
Quanto as escovas segunda regresso a casa e passo na “minha” casa de pneus que vendia as borrachas da berner à unidade. Segunda-feira digo alguma coisa;)

Tal como tinha dito hoje passei na casa de pneus,
Lá têm isto:
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Vê se ajuda alguma coisa se for parecido ou próximo diz alguma coisa e falamos melhor:thumbs up:
 
OP
OP
Miguel Gomes Dinis
Tal como tinha dito hoje passei na casa de pneus,
Lá têm isto:
Ver anexo 1181019
Ver anexo 1181018
Ver anexo 1181017

Vê se ajuda alguma coisa se for parecido ou próximo diz alguma coisa e falamos melhor:thumbs up:

@AndréFernandes obrigado pela tua gentileza. Era exactamente umas borrachas dessas que eu depois cortava na medida das antigas. Em que zona fica a casa de pneus que as vende?

@Nuno Ferraz belíssima ideia. Vou lá passar.

@João Pereira Bento :lol:

Não te conheço pessoalmente mas pareces-me aquele tipo de indivíduo estratificado como alguns tipos de solo. Isso intriga-me. Garanto que se visse o teu comentário sem o nome associado diria que eras tu.

Aquele aspirador é mais velho do que eu. Está na minha casa da Póvoa, normalmente é para lá que segue material acessório e onde por norma usufruo de mais tempo para tratar dos carros. O einhell estava em promoção no continente, aspira solidos e líquidos e também faz de soprador. Comprei pelo preço na expectativa que o velho Bosch entregasse a alma ao criador. Já lhe vaticino as vias sacras desde os meus 20 anos. Tenho quase 40 e o sacana ainda dura. Já está mais fraquinho, qualquer dia encosta. Mas com a dignidade dos bravos no cumprimento do dever. Os alemães eram mesmo bons a fazer electrodomésticos.

Quanto aos centros flutuantes... não existiam enquanto este carro esteve no mercado. Além de que como disse todas estas coisas que vão além do significado da função e entram declaradamente no capítulo do ornamento são-me muito pouco caras.

@Nelson C. Santos isso dá pano para mangas. Eu sou como o João Pereira Bento. Por vezes sinto-me pouco cómodo com aquilo que peço e com a exigência que tenho. Sou claramente deslocado da média padrão de per si, o que se torna tanto mais evidente quando uso desse mesmo critério num série 3 berlina de 2000. Que é exactamente o mesmo critério que utilizo se o carro for mais ou ainda menos cotado.

Este concessionário faz assistência ao meu carro de empresa, a este E46, a um E36 coupé e ao carro do meu pai. Desde o carro de empresa (que me está entregue mas não é meu) até aos outros 3 aquilo que peço é exactamente o mesmo. Ainda hoje têm dificuldade em perceber esta minha bitola num carro da Leaseplan que dentro de dois anos vai embora.

A outra dimensão curiosa deste comportamento algo obcessivo tem lugar quando os carros são entregues à locadora nas renovações de frota. Ao ponto de suscitarem disputas internas sobre quem vai ficar adquirir o carro a nível particular após o renting. A cara dos elementos dos recursos humanos ao receberem o meu carro juntamente com os outros do mesmo ano também é muito interessante...

@André_Rebelo não vou usar não. Vão para a estante de memorabilia e história deste carro (tenho uma secção para cada um dos meus carros).
Se quiseres um pack igual basta fazeres uma muda de óleo em qualquer concessionário oficial ate ao final do mês. Ainda tens uns dias.
 
Última edição:

JP Vasconcelos

Raio de Sol
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Portalista
Boa noite Miguel

Tenho lido algunas das suas (tuas mais a seguir) publicações e dou-me, finalmente, conta de quão diferentes, surpreendentes e desconhecidas as pessoas podem ser.
De quando em vez surgem umas polémicas sobre um determinado carro ou marca assim tipo discussão entre adeptos de diferentes equipas de futebol ou fans de jogadores rivais.
De futebol sei 0.
De carros velhos saberei 0,1 e, como alguns já repararam, apenas gosto deles ou de alguns vá.
Depois há o meu coiso, costumo nomear o veículo de forma diferente, que é um repositório de memórias, histórias, experiências, peripécias várias, umas verdadeiras, outras assim assim, outras que gostaria que tivessem sido.
De quando em vez escrevo e tudo por junto calculo que seja o meu alter ego a escorcear, mas alguns são bondosos e dizem que gostam.
Ia dizer que vivemos em mundos diferentes, mas cálculo que não seja assim porque, afinal, somos ambos potenciais vítimas do vírus chinês, assim baptizado por um idiota chapado, mas isto sou eu a tergiversar (fonix).
Já te tenho (ficaria melhor a terceira pessoa mas estaria a atraiçoar o costume) pedido meças em carácteres, mas sempre com o desmedido ensejo de inventar uma nova aventura juvenil (manifestação de adolescência retardada ou senilidade precoce). Vaidades, necessidade de atenção também achará o psicoterapeuta para os seus botões.
Mas tu, Miguel, és mais Júlio Dinis, talvez Antero de Quental, observas, perscrutas, saboreias e contas.
Aqui chegados passamos adiante com um respeitoso aceno de cabeça e seguimos sem mais delongas porque intuimos, sabemos, que não nos entendemos.
Gosto mais de andar, prefiro a viagem do elefante ou do Jacinto de Paris para Tormes - Home - Fundação Eça de Queiroz.
Agora recorreria ao sarcasmo fácil e diria que na minha garagem não está adormecido o imponente Rolls Royce Phanton III ou V. Ainda que goste de Samba e Bossa Nova e por lá haja um Silver Wraith que todos os anos desfila com bandeirinhas e vivas, só me renderia se fosse um Pégaso e mesmo assim teria que subir a Serra se não amiúde, sempre que me aprouvesse.
Não tenho portanto nada para apreciar na garagem, o que por lá anda anda mesmo e o pobre velho de Ryton, Linwood, não tem descanso e se estiver cansado, além de octanas, leva com umas gemadas e sopa de cavalo cansado, ou um stroker que é mais British e faz o mesmo. Até salta e relincha.
Uma besta, talvez, reconheço-me que o ponho a trotar, às vezes galopar, o velho vingador, mais caminho por semana que jovens Bavaros por ano.
Feitios...
E prontos vai demasiada a prosa letra a letra, touch by touch, amanhã também é dia e promete, será dia de Leão sedento de selva.

Com respeitosos e mil, ou quase, perdões

JP, o gajo do FP

(passível de edições sucessivas)
 
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17.000kms??? Com 20 anos??? A BMW alemã não te compra esse carro por valores obscenos?
Sinceramente como é que pode haver memórias dignas desse nome em tão poucos quilómetros? :rolleyes:
Vende esse mono e compra mais um 75 pá! De preferência um turbo ou V6 para fazer companhia ao TS. :xD:

Brincadeiras à parte, eu também ficava com ele. ;)
 
OP
OP
Miguel Gomes Dinis
Em 2000 a Internet já entrava profusamente por nossas casas mas o ritual da visita ao stand, da escolha da paleta de cores, do lustro do papel em fotografias de pose e folha de extras faziam muita da experiência de corte a um automóvel.

E muitos dos meus dedos passaram por aqui.

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Mas sobretudo por aqui:

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E pelo que vai nestes arquivos.

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Voltarei a eles mais tarde.

Como voltarei à resposta ao @JP Vasconcelos, cuja verve ainda não encontrou lugar à resposta que a mereça.
 

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Marco Vale

Veterano
Gostei de ver a descrição dos preços.
Passados 20 anos, um 328i custa aproximadamente os mesmos 10 mil contos :D (outros tempos, outros motores)
 
OP
OP
Miguel Gomes Dinis
Por aqui tudo na mesma. Ainda não tratei das borrachas das escovas. Tenho as hastes à espera de lhe meter as borrachas para ficar como gosto.

Neste último ano terá feito 200 kms.

Falando em borrachas, os batentes da mala pareciam ter ganho um pó branco (antes que pensem coisas estranhas esta mala só transporta meia dúzia de sacos de compras ao fim de semana):

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Depois:

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É enfim. Daqui há sempre muito pouco que contar.
 
Parabéns pela história, a maneira como a expôs e o carro em si, que certamente terá um valor para si e sua família, bem superior ao que o mercado lhe daria certamente.
 
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