Alfa Romeo 75 2.0 T.Spark (1993)

Clássicos Modernos

Alfa Romeo 75 2.0 T.Spark (1993)

OP
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Miguel Gomes Dinis
Carlos, nesse particular "Je suis Pedro Pereira Marques", ou melhor "Io sono Pedro Pereira Marques".

Aliás algo que muitas vezes se ignora, mas vai de encontro ao meu perfil e aos meus escassos dotes de piloto, é que um carro pode ser naturalmente melhorado relativamente à prescrição de fábrica, e que isso tem como bitola o facto de uma empresa estar mais ou menos orientada para o homem comum, e sobretudo de estar orientada para o lucro (na Alfa Romeo nem sempre foi bem assim, e por isso muito de bom e de mau que se lhe associa).

Para mim isto revela uma matriz industrial que está intimamente ligada com o fenómeno cultural. O facto do Alasud ser um dos motores de desnvolvimento do mezzogiorno italiano depois da nacionalização da marca é em si próprio um factor de carácter que aprecio.

Se as coisas melhoraram partindo daqui? Não, não melhoraram, ainda que num primeiro momento tivessem carácter, que depois se perdeu pela mão da Fiat.

Não sei qual o fabricante de amortecedores que equipava o 75 de fábrica nas versões TS. Não é difícil saber, e não fossem os amortecedores que lá estão novos seriam esses a lá colocar.

Pensas diferente que eu sei, o que me apraz e aprecio, e mais do que isso, enquadro nas margens da minha tolerância. Mas a pureza da origem justifica para mim aquilo que sou capaz de tirar de um carro, já de si generoso naquilo que oferece.
 
OP
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Miguel Gomes Dinis
Boa Tarde Miguel, penso que umas matrículas da época em alumínio ficariam melhor que essas em acrílico. De resto, nada a acrescentar. Talvez só os chuventos originais.

Um abraço

Pensas bem. Quanto aos chuventos não tenho a certeza se esta última série os trazia, gostaria de confirmar. Em todo o caso, e se assim for procurarei arranjar uns originais para ficarem numa caixa no sótão. Não gosto. Curiosa a designação e o próprio formato da peça (havia duas versões, uma opcional e mais característica, se encontrar uma foto ponho aqui). Os italianos chamam-lhe Antiturbo. Tem a função de deflector aerodinâmico, e não propriamente aquele a que se associava nos anos 80, de poder circular com vidro aberto em dias de chuva a conspurcar o chão de cinzas de SG Ventil.

Vai ficar nesse "covil"? Isso está a ficar fino... Mais italianos é bom.

Já conduziste o outro? É que vai lá ficar. Fico à espera que lhe ponhas a mão e não fiques só pela faladura...

Quanto ao mais, este era o tal carro que não precisava de nada. A bem dizer não precisa. Tem um histórico diligente e bem documentado, ainda assim:

- A antena eléctrica não funciona. Desconheço se ligações ou da própria antena. Não é coisa que dê uso, mas carro meu tem que ter tudo bem tratado e a funcionar.
- O pedal da embraiagem chia. Não sei em que peça lhe dar remédio para a tosse.

Quanto ao carro e o que tem, o @Carlos Vaz deve-se lembrar melhor do que eu, mas creio que os estofos originais seriam em pele clara com encosto de cabeça alto. Em alguma altura da sua vida foram trocados pelos conhecidos estofos de veludo normais do 75 TS. Assim, e como as quartelas das portas são numa espécie de alcântara clara, a ideia passou por forrar os bancos de modo a que o padrão fosse contínuo, passando a ideia fundamentalmente por isto:

images.jpg

Alfa Romeo 75 A.S.N. Europa.

Foi uma série limitada a 3500 unidades equipadas com o 2.0 TS e 1000 unidades com o 1.8 Turbo. Distinguiam-se pelos estofos Recaro (cujo padrão se assemelha ao desta unidade, fazendo continuidade com as quartelas das portas), volante e punho da caixa em pele, frisos cinza, espelhos à cor e jantes speedline (aquelas com parafusinhos, creio que idênticas às que trazia o 164 Q4).

Também nesta unidade os frisos são cinzentos (seriam pretos), o volante é em pele (Um Nardi original que vinha de série nos 33 Permanent 4, e talvez em mais algum modelo Alfa Romeo de época), e as jantes não sendo as speedline, são as mui apreciadas e assaz estéticas e conhecidas Ronal A1.

Dito isto, são pequenas concessões à originalidade que fazem parte da história do carro. Preferia totalmente original, absolutamente, mas a não o ser, consegue assumir a deriva em doses muito pontuais, agradáveis do ponto de vista estético, e dentro de padrões e acessórios da marca ou a ela associadas. Parece-me bem.

Mais do que isso, está num estado absolutamente encantador. Íntegro, muito justinho, sem estragos, folgas, riscos, rasgos, absolutamente nada. Para onde que se olhem e seja qual o ponto de vista que se observe vê-se material são, bem cuidado e bem mantido. Era esta o meu 75, e era mais ou menos assim que o imaginava, procurava e desejava. Para além dos 2 pequenos pontos acima aflorados, falta-me ir buscar as rodas originais para juntar à peça na garagem, e arranjar um volante original. Não tenho mais nada a fazer aqui a não ser rolar e apreciar. O valor dele não permitiria que assim não fosse.
 

Camacho Cêrcas

Pre-War
Autor
Pensas bem. Quanto aos chuventos não tenho a certeza se esta última série os trazia, gostaria de confirmar. Em todo o caso, e se assim for procurarei arranjar uns originais para ficarem numa caixa no sótão. Não gosto. Curiosa a designação e o próprio formato da peça (havia duas versões, uma opcional e mais característica, se encontrar uma foto ponho aqui). Os italianos chamam-lhe Antiturbo. Tem a função de deflector aerodinâmico, e não propriamente aquele a que se associava nos anos 80, de poder circular com vidro aberto em dias de chuva a conspurcar o chão de cinzas de SG Ventil.



Já conduziste o outro? É que vai lá ficar. Fico à espera que lhe ponhas a mão e não fiques só pela faladura...

Quanto ao mais, este era o tal carro que não precisava de nada. A bem dizer não precisa. Tem um histórico diligente e bem documentado, ainda assim:

- A antena eléctrica não funciona. Desconheço se ligações ou da própria antena. Não é coisa que dê uso, mas carro meu tem que ter tudo bem tratado e a funcionar.
- O pedal da embraiagem chia. Não sei em que peça lhe dar remédio para a tosse.

Quanto ao carro e o que tem, o @Carlos Vaz deve-se lembrar melhor do que eu, mas creio que os estofos originais seriam em pele clara com encosto de cabeça alto. Em alguma altura da sua vida foram trocados pelos conhecidos estofos de veludo normais do 75 TS. Assim, e como as quartelas das portas são numa espécie de alcântara clara, a ideia passou por forrar os bancos de modo a que o padrão fosse contínuo, passando a ideia fundamentalmente por isto:

Ver anexo 1160606

Alfa Romeo 75 A.S.N. Europa.

Foi uma série limitada a 3500 unidades equipadas com o 2.0 TS e 1000 unidades com o 1.8 Turbo. Distinguiam-se pelos estofos Recaro (cujo padrão se assemelha ao desta unidade, fazendo continuidade com as quartelas das portas), volante e punho da caixa em pele, frisos cinza, espelhos à cor e jantes speedline (aquelas com parafusinhos, creio que idênticas às que trazia o 164 Q4).

Também nesta unidade os frisos são cinzentos (seriam pretos), o volante é em pele (Um Nardi original que vinha de série nos 33 Permanent 4, e talvez em mais algum modelo Alfa Romeo de época), e as jantes não sendo as speedline, são as mui apreciadas e assaz estéticas e conhecidas Ronal A1.

Dito isto, são pequenas concessões à originalidade que fazem parte da história do carro. Preferia totalmente original, absolutamente, mas a não o ser, consegue assumir a deriva em doses muito pontuais, agradáveis do ponto de vista estético, e dentro de padrões e acessórios da marca ou a ela associadas. Parece-me bem.

Mais do que isso, está num estado absolutamente encantador. Íntegro, muito justinho, sem estragos, folgas, riscos, rasgos, absolutamente nada. Para onde que se olhem e seja qual o ponto de vista que se observe vê-se material são, bem cuidado e bem mantido. Era esta o meu 75, e era mais ou menos assim que o imaginava, procurava e desejava. Para além dos 2 pequenos pontos acima aflorados, falta-me ir buscar as rodas originais para juntar à peça na garagem, e arranjar um volante original. Não tenho mais nada a fazer aqui a não ser rolar e apreciar. O valor dele não permitiria que assim não fosse.

Todos os TS, 1a ou 2a série, usam os chuventos. Eram montados na fábrica.
E permitem circular com o vidro aberto e facilitam a circulação de ar, excelente para quem for fumador.
 

Carlos Vaz

Pre-War
Na verdade tens razão. Os bancos originais seriam em pele cinzento claro e os encostos de cabeça eram os outros mais altos e direitos.
Do meu ponto de vista e em termos funcionais estás melhor assim. Os bancos originais são demasiado escorregadios, esses com a "alcantara" no meio serão bem melhores. E esses encosto de cabeça são mais eficazes.
Os chuventos eram de série em todos os TS.
 
OP
OP
Miguel Gomes Dinis
Num carro sem nada para fazer já lhe descobri 3 ou 4 detalhes a afinar segundo os meus padrões.

Um deles o auto radio. Gosto bastante de audio hi end, e associo a automóveis da década de 70/80 uma marca que não é hi end em audio doméstico e que vem de um país que nada tem que ver comigo e que não é particularmente criativo.

Então, e para retirar o Grundig que lá está, que é contemporâneo do carro mas que tem iluminação vermelha e não agrada particularmente vem um:

s-l300.jpg

Pioneer KEH-9300 de meados para final de 80s.

Tem iluminação verde, um desenho mais consentâneo com os ângulos e geometrias do 75, e um traço industrial como peça e objecto que me agrada, como me agradam os audio automóvel pioneer de 70/80. Já no sprint tenho um pioneer de finais de 70/inicios de 80 (que veio com o carro) que me satisfaz bastante do ponto de vista visual e de enquadramento. Trata-se neste caso de um KE 5100.

s-l300 (1).jpg

Quanto ao KEH-9300 é uma unidade embalada, na caixa, e que nunca foi instalada. Creio que vai casar muito bem com o conjunto.
 
Última edição:

HugoSilva

"It’s gasoline, honey. It’s not cheap perfume."
Eventos Team
0num carro sem nada para fazer já lhe descobri 3 ou 4 detalhes a afinar segundo os meus padrões.

Um deles o auto radio. Gosto bastante de audio hi end, e associo a automóveis da década de 70/80 uma marca que não é hi end em audio doméstico e que vem de um país que nada tem que ver comigo e que não é particularmente criativo.

Então, e para retirar o Grundig que lá está, que é contemporâneo do carro mas que tem iluminação vermelha e não agrada particularmente vem um:

Ver anexo 1161105

Pioneer KEH-9300 de meados para final de 80s.

Tem iluminação verde, um desenho mais consentâneo com os ângulos e geometrias do 75, e um traço industrial como peça e objecto que me agrada, como me agradam os audio automóvel pioneer de 70/80. Já no sprint tenho um pioneer de finais de 70/inicios de 80 (que veio com o carro) que me satisfaz bastante do ponto de vista visual e de enquadramento.

Trata-se de uma unidade em embalada, na caixa, e que nunca foi instalada. Creio que vai casar muito bem com o conjunto.
Pioneer ainda hoje é high-end! Nos anos 70 fartou-se de enfeitar as prateleiras com coisas como a série Spec-1 ou os monstruosos, tanto em beleza como em potência, receivers, como o SX-1250. A par de marcas como a Sansui, Kenwood ou claro, a incontornável Marantz, tem hoje um lugar especial em muitas coleções e desafio os fan boys da McIntosh a apresentarem amplificadores semelhantes em especificações que toquem melhor =)

Dito isto, boa escolha, a Pioneer tem os auto-rádios mais bonitos de sempre.
 
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Miguel Gomes Dinis
@HugoSilva boa bola.

Pioneer foi de facto hi-end em áudio automóvel (o que quer que isso seja partindo do princípio de negação disso mesmo dado o anacronismo de um bim áudio confinado ao habitáculo de um automóvel. Mais ainda se falamos de um período até final do século que passou). A mesma pioneer estava longe, muito longe do hi end em áudio doméstico, conservando justamente até final de 70's uma característica porventura mais interessante do que isso. Tinha uma boa oferta hi fi, pragmaticamente democratizada e com uma qualidade de construção e apuro estético industrial muitíssimo interessantes.

Naturalmente que não falamos de Dartzeel, krell, audio analogue, devialet ou prima luna. Mas falamos talvez num rácio custo benefício para o audiófilo comum francamente mais vantajoso.

Confesso que quanto aos automóveis (no resto também mas isso juntando outras e mais polivalências) acabo por me prender mais à estética e ao enquadramento do que propriamente às especificações e qualidades de som, aplicando justamente o princípio por onde comecei, um carro não é um bom espaço para se ouvir música. É apenas o espaço possível.

Dito isto, e a custo, porque a electrónica de consumo foi dominada por eles (japoneses) no final do século passado, e porque hi end audio e automóveis não combinam propriamente, nakamichi e pioneer são provavelmente das coisas que melhor enquadram num carro dos 70s aos 90s.
 
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