Olá a todos,
Isto é mais um desabafo, mas se calhar pode ajudar alguém... Os conselhos não serão os melhores, mas neste momento é só o que me apetece dizer.
Como qualquer cidadão correcto com gosto por automóveis antigos, nunca cingi a minha procura do carro dos meus sonhos às nossas fronteiras, o que aliás não seria fácil pois simplesmente não existia cá nenhum exemplar do meu carro favorito na versão que eu queria, o 124 Spider de pré-série.
Quando o ano passado encontrei literalmente o carro exacto com que tinha sonhado, nem hesitei. Fiz o negócio, trouxe o carro de barco por ser a alternativa mais fácil (estava no sul de Itália) e de imediato iniciei todo o processo para legalizar o meu achado.
No entanto, o carro estava longe de poder cumprir os requisitos do processo de legalização pois estes pressupõem a inspecção do mesmo (um aspecto ridículo? - não se pode comprar um projecto de restauro?), e o CPAA só faria a vistoria do mesmo para emissão dos documentos para pedido de isenção após o preenchimento de todos os dados do documento 1402, ou seja, com Inspecção e homologação feitas.
Ora no meu caso isso levou vários meses a resolver. O carro não circulava faz 5 anos, e tive de reconstruir o circuito de travagem, reparar vários detalhes, e as peças desta série não crescem nas árvores. Resultado: o carro foi à Inspecção 9 meses depois de ter entrado no país. Um mês e meio depois, foi ao CPAA para vistoriar. Assim que me chegaram os papéis deles, foram entregues à exma. Alfândega de Setúbal para dar andamento ao processo.
De notar que durante este processo, o senhor que me trata de algumas destas papeladas foi várias vezes às delegações aduaneiras responsáveis pelo processo, e sempre lhe perguntaram como estava o processo e a razão de tanta demora.
Passado mais de um mês de ter sido entregue toda a documentação, veio a resposta da Alfândega... o pedido de isenção foi recusado! Porquê? Porque pelos vistos tinha de ter entrado no máximo 6 meses após o início do processo de legalização. E mais: dizem que a prática comum nestes casos é pedir a isenção sem papéis alguns e depois ficar à espera dos papéis do CPAA, e que já foi assim feito várias vezes nos seus serviços.
Ora se isto não é indecente, ridículo e prova de má fé, não sei o que seja. Então as mesmas pessoas, os mesmos serviços que desde sempre souberam que o processo estava atrasado e NUNCA tiveram a decência de dizer que havia um prazo a cumprir, agora recusam tudo baseados neste prazo? Fez-se uma exposição, explicou-se tudo em bons termos ao Sr. Director, e voltou a resposta negativa... e melhor, com a ameaça directa que tem de ser pago no prazo de 30 dias o imposto em dívida, sob pena de apreensão do veículo!!!!
Feito o envio do cheque do querido imposto (mais 800 euros pró buraco negro que alimenta a corrupção do nosso país), vem agora passados 2 dias os papéis do carro.... com uma matrícula nova! Então andei um ano e tal nisto para quê?? Telefonei à Alfândega, e disseram-me que como o carro pagou o imposto o processo é feito pelo modo normal! Pois já não bastou ser lixado de uma maneira sou lixado de duas ou três! Agora se quiser uma matrícula de época, que a pague! Tenho de pedir à DGV (ou lá que raio seja) o cancelamento desta matrícula, e a emissão de uma de época, que segundo já me disseram, são mais 250 euros pró buraco...
Moral da história: Após mais de um ano, despesas inúmeras, depressões, chatices, trabalho... estou na mesma como se nada tivesse feito e tivesse pedido uma legalização ordinaríssima. Com a diferença que podia ter logo ficado com o carro legal para circular e não tinha andado mais de um ano à espera destas lindas coisas!
Digo-vos o mesmo que disse à senhora da Alfândega que me ouviu há pouco:
De mim, não levam nem mais um tusto! Se mais alguma vez me der na telha de trazer outro carro do estrangeiro, só trago se cá arranjar um destroço com papéis que seja igual, porque nunca mais trato de uma legalização. Se ser correcto e honesto só serve para me lixarem e fazerem perder tempo, mais vale ser desonesto e trocar os números de chassis por um que já cá esteja à partida registado nesta nossa bela, corrupta e indecente nação!
Isto passa todos os limites de compreensão! Aliás, não é por acaso que o dito carro já está anunciado para venda... agora já sabem a principal razão disso!
Acho que vou drogar-me.... pela primeira vez na vida, acho que preciso mesmo de um calmante! E isto era suposto ser o passatempo que me aliviava o stress...
Isto é mais um desabafo, mas se calhar pode ajudar alguém... Os conselhos não serão os melhores, mas neste momento é só o que me apetece dizer.
Como qualquer cidadão correcto com gosto por automóveis antigos, nunca cingi a minha procura do carro dos meus sonhos às nossas fronteiras, o que aliás não seria fácil pois simplesmente não existia cá nenhum exemplar do meu carro favorito na versão que eu queria, o 124 Spider de pré-série.
Quando o ano passado encontrei literalmente o carro exacto com que tinha sonhado, nem hesitei. Fiz o negócio, trouxe o carro de barco por ser a alternativa mais fácil (estava no sul de Itália) e de imediato iniciei todo o processo para legalizar o meu achado.
No entanto, o carro estava longe de poder cumprir os requisitos do processo de legalização pois estes pressupõem a inspecção do mesmo (um aspecto ridículo? - não se pode comprar um projecto de restauro?), e o CPAA só faria a vistoria do mesmo para emissão dos documentos para pedido de isenção após o preenchimento de todos os dados do documento 1402, ou seja, com Inspecção e homologação feitas.
Ora no meu caso isso levou vários meses a resolver. O carro não circulava faz 5 anos, e tive de reconstruir o circuito de travagem, reparar vários detalhes, e as peças desta série não crescem nas árvores. Resultado: o carro foi à Inspecção 9 meses depois de ter entrado no país. Um mês e meio depois, foi ao CPAA para vistoriar. Assim que me chegaram os papéis deles, foram entregues à exma. Alfândega de Setúbal para dar andamento ao processo.
De notar que durante este processo, o senhor que me trata de algumas destas papeladas foi várias vezes às delegações aduaneiras responsáveis pelo processo, e sempre lhe perguntaram como estava o processo e a razão de tanta demora.
Passado mais de um mês de ter sido entregue toda a documentação, veio a resposta da Alfândega... o pedido de isenção foi recusado! Porquê? Porque pelos vistos tinha de ter entrado no máximo 6 meses após o início do processo de legalização. E mais: dizem que a prática comum nestes casos é pedir a isenção sem papéis alguns e depois ficar à espera dos papéis do CPAA, e que já foi assim feito várias vezes nos seus serviços.
Ora se isto não é indecente, ridículo e prova de má fé, não sei o que seja. Então as mesmas pessoas, os mesmos serviços que desde sempre souberam que o processo estava atrasado e NUNCA tiveram a decência de dizer que havia um prazo a cumprir, agora recusam tudo baseados neste prazo? Fez-se uma exposição, explicou-se tudo em bons termos ao Sr. Director, e voltou a resposta negativa... e melhor, com a ameaça directa que tem de ser pago no prazo de 30 dias o imposto em dívida, sob pena de apreensão do veículo!!!!
Feito o envio do cheque do querido imposto (mais 800 euros pró buraco negro que alimenta a corrupção do nosso país), vem agora passados 2 dias os papéis do carro.... com uma matrícula nova! Então andei um ano e tal nisto para quê?? Telefonei à Alfândega, e disseram-me que como o carro pagou o imposto o processo é feito pelo modo normal! Pois já não bastou ser lixado de uma maneira sou lixado de duas ou três! Agora se quiser uma matrícula de época, que a pague! Tenho de pedir à DGV (ou lá que raio seja) o cancelamento desta matrícula, e a emissão de uma de época, que segundo já me disseram, são mais 250 euros pró buraco...
Moral da história: Após mais de um ano, despesas inúmeras, depressões, chatices, trabalho... estou na mesma como se nada tivesse feito e tivesse pedido uma legalização ordinaríssima. Com a diferença que podia ter logo ficado com o carro legal para circular e não tinha andado mais de um ano à espera destas lindas coisas!
Digo-vos o mesmo que disse à senhora da Alfândega que me ouviu há pouco:
De mim, não levam nem mais um tusto! Se mais alguma vez me der na telha de trazer outro carro do estrangeiro, só trago se cá arranjar um destroço com papéis que seja igual, porque nunca mais trato de uma legalização. Se ser correcto e honesto só serve para me lixarem e fazerem perder tempo, mais vale ser desonesto e trocar os números de chassis por um que já cá esteja à partida registado nesta nossa bela, corrupta e indecente nação!
Isto passa todos os limites de compreensão! Aliás, não é por acaso que o dito carro já está anunciado para venda... agora já sabem a principal razão disso!
Acho que vou drogar-me.... pela primeira vez na vida, acho que preciso mesmo de um calmante! E isto era suposto ser o passatempo que me aliviava o stress...