Rui Durão
Veterano
Pois, isto da ferrugem é mesmo um problema. Depois do final menos afortunado do meu Saab 900 Turbo, o plano era aproveitar uma garagem vazia para, discreta mas paulatinamente, encher de motas. Mas... conversa de amigos, então o teu Honda N600, queres ajuda para meter aquilo a andar? Pois, tenho de me meter nisso, ainda tenho o outro branco no armazém para lá de Santarém, posso ir lá tentar aproveitar peças... mas o carro está bom, pá, é uma pena usar aquilo para peças. Olha, tu é que podias ficar com o carro! Começa a aparecer a bebida, faltaram os amendoins ou tremoços. Mas uns dias depois, no final de um dia semana (porque a pandemia não deixa atravessar concelhos ao fim de semana), e com a ajuda do reboque de um portalista que costumava ser por aqui assíduo...
É um Honda N600 matriculado a 30 de abril de 1973, muito completo, que supostamente parou a andar quando a condutora comprou outro carro. Parece que foi em 1993 que pagou pela última vez os 460 escudos para poder circular - o que significa que poderá estar parado há 28 anos.
Tem alguns pormenores deliciosos, incluindo o manual do proprietário e o livro de revisões original... carimbado. Revisões a cada 3 meses ou 5.000km, e há provas de que foi muito ativo no período pré-revolucionário. Curiosamente, o livro de revisões acaba nos 30 meses ou 50.000km. Presumo que não fosse este o período de vida útil estimado pela Honda, até porque este continuou a andar bem para além disso...
É também um produto da política industrial da época, de obrigar à montagem em território nacional. Este veio da Movauto, ali para os lados do choco frito:
E tem outras preciosidades, como as folhas de inspeção da chapa e pintura à saída da fábrica:
Mas nem tudo são rosas. A tal suspeita de 28 anos parado tem consequências, e a mais óbvia é o motor... as mudanças não entram, o motor não roda, e quando o abri, apesar de ter óleo no cárter, toda a zona da árvore de cames estava coberta de uma poeira de óleo... e tudo completamente colado.
O passo seguinte era óbvio, separar a mecânica da chapa. O manual de oficina manda tirar o motor por baixo, juntamente com o charriot. Elevar a carroçaria 76cm, e deslizar o motor para fora. Feito.
O plano... restauro profundo. Desmontar o carro, ficar com a mecânica e enviar a carroçaria para chapa e pintura. Desafio: ter o carro a circular no dia em que fizer 50 anos de matrícula: 30 de abril de 2023.
FALTAM 755 DIAS.
É um Honda N600 matriculado a 30 de abril de 1973, muito completo, que supostamente parou a andar quando a condutora comprou outro carro. Parece que foi em 1993 que pagou pela última vez os 460 escudos para poder circular - o que significa que poderá estar parado há 28 anos.
Tem alguns pormenores deliciosos, incluindo o manual do proprietário e o livro de revisões original... carimbado. Revisões a cada 3 meses ou 5.000km, e há provas de que foi muito ativo no período pré-revolucionário. Curiosamente, o livro de revisões acaba nos 30 meses ou 50.000km. Presumo que não fosse este o período de vida útil estimado pela Honda, até porque este continuou a andar bem para além disso...
É também um produto da política industrial da época, de obrigar à montagem em território nacional. Este veio da Movauto, ali para os lados do choco frito:
E tem outras preciosidades, como as folhas de inspeção da chapa e pintura à saída da fábrica:
Mas nem tudo são rosas. A tal suspeita de 28 anos parado tem consequências, e a mais óbvia é o motor... as mudanças não entram, o motor não roda, e quando o abri, apesar de ter óleo no cárter, toda a zona da árvore de cames estava coberta de uma poeira de óleo... e tudo completamente colado.
O passo seguinte era óbvio, separar a mecânica da chapa. O manual de oficina manda tirar o motor por baixo, juntamente com o charriot. Elevar a carroçaria 76cm, e deslizar o motor para fora. Feito.
O plano... restauro profundo. Desmontar o carro, ficar com a mecânica e enviar a carroçaria para chapa e pintura. Desafio: ter o carro a circular no dia em que fizer 50 anos de matrícula: 30 de abril de 2023.
FALTAM 755 DIAS.